CAPÍTULO 83

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O CONDE QUE EU AMAVA

~ Parte final ~



2 MESES DEPOIS:

Estava um dia bem ensolarado. Me sentei na cadeira de balanço do terraço daquela casa com o pequeno Robert nos braços. Parece que o menino gostava de observar o céu dali, pois ele só se aquietava quando ficava do lado de fora.

— Tão pequeno, mas já tem bom gosto — falei ao bebê que tentava meter uma das mãos na boca enquanto me olhava. Sorri o achando uma gracinha e voltei a olhar o jardim daquela pequena propriedade que Beatriz havia me indicado.

Era uma família de comerciantes, então eles quase não ficavam em casa com os filhos. Parece que ganhar dinheiro e ter tempo para a família eram coisas que não podiam andar juntas. As 5 crianças tinhas as personalidades mais diversas possíveis, e naquele momento, 4 delas brincavam no pátio onde eu podia vê-las e uma estava em meu colo.

Às vezes, me pegava pensando em Ren, em Yuna, em Ryan e na vida deles, será que tudo ocorreu bem? O que aconteceu com a senhora Selena? Depois daquele escândalo, duvido que conseguiu se erguer novamente. Prensei os lábios.

Imaginava esses eventos como um sonho, algo que não aconteceu de verdade, mesmo que vez ou outra sonhava com o beijo de Ren, vez ou outra ouvia a voz dele me chamando. Era algumas brincadeiras sem graça que minha mente criava para deixar-me deprimida e um pouco ansiosa.

Mas tudo bem, nada que o tempo pudesse resolver. Confesso que, às vezes, eu sentia tanta falta dele que me batia um desespero profundo ao pensar que nunca mais poderia vê-lo. Sentia vontade de sair daquele lugar e visitá-lo em segredo apenas para saber como estava sua vida, se ele estava bem sem mim, se continuou sua vida como se eu nunca existi, mas eu sabia que se visse que sim, me sentiria profundamente ferida, porém ao mesmo tempo aliviada, pois era o que eu desejava. Minha ferida eu poderia curar sozinha, mas se não conseguisse, eu iria carregá-la até o fim de minha vida, não importa.

Veria essas crianças crescerem e cuidaria delas como nunca cuidei de minhas irmãs, como os filhos que eu jamais teria. Não permitiria que nenhuma fosse machucada, não abandonaria nenhuma como fiz com Lisa...

Respirei fundo vendo o bebê ficando sonolento, então o coloquei contra o peito. Quando olhava o Robert, era inevitável não pensar em como seria meu filho com Ren, será que se pareceria mais comigo ou com ele? Aposto que Ren seria um bom pai, foi o homem mais carinhoso que conheci.

Sorri da minha própria ingenuidade, isso jamais irá acontecer, ele irá se casar com Louise e terá uma família linda e perfeita com ela. Era o certo, isso não vai mudar, não importa quão doloroso seja aceitar isso.

Vez ou outra, Beatriz vinha me visitar, ela era a única que sabia do meu paradeiro e a fiz jurar que não falaria para ninguém, e confiava que ela cumpriria com sua palavra, como se alguém fosse me procurar, que bobagem a minha.

Fiquei alguns minutos me balançando na cadeira olhando o céu e me certificando que Robert estava em sono profundo. E estava prestes a cair no sono quando ouvi uma voz chamar-me.

— Mari. — A voz de outra empregada me fez olhar para dentro da casa.

— Sim?

— Aquela sua amiga está aqui, a Beatriz, deseja falar com você. — Ela veio até mim e pegou o Robert dos meus braços.

O CONDE QUE EU AMAVAOn viuen les histories. Descobreix ara