CAPÍTULO 12

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REN WAMURA:

Sua tia não parava de falar. Ele suspirou, tudo o que queria era poder sair um pouco de casa e pegar um vento. Às vezes, quando estava muito estressado, praticava um pouco de luta do chalé. E ultimamente tem ficado mais lá do que na mansão Wamura.

— Você sabe como é perigoso para a reputação da nossa família, você precisa casar-se com a senhorita Martinez.

— Eu gostaria de decidir isso sozinho — resmungou ele sentado em sua poltrona no escritório que antes pertencia a seu pai.

Selena o olhou contrariada por alguns segundos, como se pensasse qual a melhor resposta para dar diante daquela rebeldia. Então estalou a língua visivelmente preocupada e se sentou no sofá que havia no escritório. Ren a olhou curioso, não gostava da expressão que ela fazia, era semelhante à do seu falecido pai quando ele não gostava de algo, aquilo o incomodava no peito, quase como uma briga interior entre o que ele queria fazer e o que deveria fazer.

— Temo que meu falecido irmão sofreu bastante com vocês, não é atoa que envelheceu tão rápido e teve aquele ataque, se eu me lembro bem, ele estava com você, não era?

Ren estremeceu e engoliu a seco no mesmo instante. Então prensou os lábios pensativo, odiava falar sobre isso, odiava, por que depois sua mente o enchia de pensamentos horríveis. Pesadelos e coisas que ele não queria!

— Não entendo a onde quer chegar, tia — A olhou sério.

— Sabe o que seu pai me disse no leito de morte? — continuou ela e ele piscou. — Que eu deveria ajudá-los a conseguir um futuro. Sabe por que seu pai trabalhou tanto tempo, anos a fio? Para conseguir melhorar o nome da nossa família. E graças a Yuna...

— Não a meta nisso, tia — interrompeu ele fingindo despreocupação enquanto mexia em alguns documentos a respeito da safra de algodão do mês anterior. — Yuna já tem culpa demais, deixe-a.

— Isso que está errado, você a deixa livre demais, ela e aquela empregadinha que fica colocando minhocas na cabeça de vocês! — rosnou ela irritada.

— Mari também não tem nada haver com isso, ela foi contratada pelo meu pai, não deveria implicar com ela.

— Ah! — arfou ofendida. — Veja só! Já acha que eu estou implicando com ela! Veja como está sendo manipulado por essa mulher! Sabia que foi por causa de... uma empregada que sua mãe morreu?

Ren ficou surpreso, então olhou para sua tia confuso, mas ao mesmo tempo curioso. Ela piscou e então se levantou aproximando-se dele e continuou:

— Nunca se perguntou por que seu pai odiava tanto sua mãe? — colocou a mão na mesa enquanto olhava profundamente nos olhos de Ren. Ele engoliu a seco. — Uma empregadinha envenenou sua cabeça, o fez agir imprudentemente e o colocou contra sua própria família. Ren, essas pessoas de fora, que não tem a mesma vivência, estão apenas esperando uma oportunidade para arruinar tudo o que temos.

Ele voltou a olhar os documentos achando tudo aquilo uma besteira. Como uma empregada pôde fazer isso?

— Ela criava mentiras a respeito dele, e de sua esposa. Colocou uns contra os outros, de forma que no final, ambos se odiavam. — Selena suspirou. — Eu sou sua família, seu pai confiava muito em mim, por isso me pediu que ficassem com vocês quando estava doente. Principalmente com você, querido.

Ele levantou a cabeça e a olhou.

— Ele falou de mim? — perguntou e ela sorriu assentindo.

— Disse que você ainda daria muito orgulho aos Wamura... — Ren franziu o cenho e Selena voltou para o sofá. — Sabe que quero apenas o bem de você e de sua irmã, e respeito sua vontade de deixar Yuna livre, no entanto, você tem que agir de acordo com sua responsabilidade como sucessor, então me escute e tenho absoluta certeza que seu pai ficará orgulhoso, aonde quer que ele esteja. — E se calou. Essa era a pior parte, quando Ren ficava sozinho com seus pensamentos.

O CONDE QUE EU AMAVADove le storie prendono vita. Scoprilo ora