CAPÍTULO 73

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RYAN VENOZA:

Ele acordou naquele dia de mau-humor. Depois do que houve com Mari, não teve um dia que não sentiu raiva de si mesmo por ter depositado um pouco de confiança nela, por ter até mesmo almejado casar-se com ela.

Era bem cedo quando ele saiu para o jardim e jogou a aliança fora, entre as plantas. Isso sempre acontecia, sempre. As pessoas nunca eram completamente honestas com ele, será que era exigir demais? Fechou os olhos com força sentindo-se irritado.

Seu pai lhe encheu a cabeça para que ele tentasse reatar com Sara, além de que toda essa confusão desencadeou um clima ruim entre seus pais. Isso por que Arthur culpava sua mãe pela infelicidade.

Só havia uma coisa que ele não entendia, por que Selena Lorenze ainda estava ali? Isso o deixava furioso, mas não havia nada o que pudesse fazer já que esta casa pertencia a seus pais e não a ele.

Ryan sentiu um pouco de receio ao se lembrar do que Ren lhe falou, será que ele realmente cometeu um erro em não acreditar em Mari? Na hora, ele pouco pensou sobre isso, tudo o que enxergava era que ela o havia feito de bobo e isso mexia com ele, o tirava do seu normal e o fazia dizer coisas que não deveria, mas e se ele estiver enganado?

Ainda assim, ela é culpada, não teve o mínimo de consideração quando ele estava desenvolvendo sentimentos por ele. Mas será que seria correto culpar Mari pelos seus sentimentos? Ela sempre deixou claro que não queria esse casamento, que tinha um segredo que a impedia, que havia um amor...

Esse amor era Ren? Ele piscou surpreso, e como um quebra-cabeça que se encaixou perfeitamente, tudo começou a fazer sentido em sua mente.

Ren também era um Conde, então qual a diferença entre ele e Ren? Não era muito mais fácil ela casar-se com ele já que o rapaz visivelmente tem sentimentos fortes por ela?

Ryan suspirou sentindo-se um completo idiota. Estava tão ferido naquele momento que não pensou direito, não se lembrou de nada, a não ser oque estava acontecendo em sua frente. A verdade era que no fundo ele quis culpar Mari por toda sua infelicidade, quando na realidade, ela não tinha muito haver com tudo o que aconteceu em sua vida, Mari não tinha haver com sua desconfiança, com seus traumas e problemas. Mari não tinha haver com o fato dele ter sido enganado pela primeira e única mulher que amou até o momento, era muito injusto ele jogar tudo aquilo em cima dela e expulsá-la daquela forma como se não fosse absolutamente nada, nem ninguém importante.

Ele mordeu o lábio inferior andando de um lado para o outro. Agora que estava mais calmo, sua mente parecia ganhar um entendimento maior e mais profundo. Aquele homem que tentou matá-la estava a mando de quem? Mari falou que era de Selena, depois Ren reafirmou isso... Então as chances de ela ser realmente a mandante são altas.

Ryan olhou para sua casa preocupado com sua família. Essa mulher tinha um poder de persuasão além do comum, falava com tanta certeza e até chorava para que as pessoas sentissem pensa dela.

Ele cerrou os punhos lembrando-se do choro de Mari. Só faltou ela implorar para que ele a escultasse e ainda assim ele lhe deu as costas. Ryan fez uma careta arrependendo-se de suas palavras.

Não, ele não queria fazer como seu pai, não queria correr atrás de Sara e reatar esse noivado, ele não é o mesmo garoto de antigamente, tudo o que sentia por ela era rancor, orgulho ferido misturado com raiva de tê-lo negado, de ter mentido para ele, de tê-lo feito de bobo por tantos anos. Respirou casando pensando em Mari. Se dissesse que tinha energia para ir ao seu encontro e tentar algo mais, também estaria mentindo. Por que então pensou em pedi-la em casamento? O que estava movendo-o?

O CONDE QUE EU AMAVAWhere stories live. Discover now