CAPÍTULO 70

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REN WAMURA:

Ele voltou para mansão rapidamente, precisava saber como Mari estava, depois voltaria a interrogar aquele homem. Quando Ren chegou, era fim de tarde e tudo estava silencioso demais.

Uma empregada abriu a porta e pareceu apreensiva, quase como se escondesse algo, ou estivesse incomodada com sua presença, então apontou para as malas de Ren deixada na entrada.

— São suas coisas — disse ela.

— Percebo. Onde está minha irmã? — perguntou e ela prensou os lábios.

— Sua irmã? — o tom que Ryan usou o fez olhá-lo desconfiado. — Segundo a sua amante, sua irmã Yuna está morta, é mesmo isso?

Ren piscou surpreso. Mari contou a Ryan?

— Onde está Mari? — perguntou mais uma vez.

— Bem que achava estranho esse nome, mas pensei ser um apelido, fui muito ingênuo, imagino que devo ter sido causa de boas risadas de vocês — falou magoado e Ren prensou a mandíbula.

— Eu quero saber onde está a Mari. — Voltou a falar, então Ryan o puxou pelo colarinho e o encostou na parede.

— Me diga, foi divertido? — perguntou ele visivelmente fora de si. — Acha que tudo isso não vai ter nenhuma consequência?

Ren o olhou fixamente.

— Não, não foi divertido — respondeu sério e Ryan sorriu. — O que você quer? Uma indenização? — perguntou o desafiando. — Por que não pede logo o que estava articulado para receber com esse casamento?

Ryan moveu-se rápido e socou o rosto de Ren, então o soltou e ele cambaleou levando a mão ao canto da boca que agora sangrava.

— Não ouse me desafiar, Ren. Você ainda está em minha propriedade — rosnou e Ren sorriu.

— Onde ela está?

— Você se deixou influenciar por uma empregada? — Ryan sorriu como se isso fosse ridículo. — Sempre te achei fraco, mas agora eu tenho certeza.

— Ela tem um nome — Ren rosnou. — Você ao menos a escutou?

— Eu não escuto mentirosos.

— Deve ser surdo então, sua família está repleta deles, inclusive você.

Ryan avançou novamente, mas Ren desviou do soco e chutou no abdômen o fazendo cair sentado no chão.

— Vou perguntar mais uma vez, onde ela está?!

— Eu não faço a menor ideia, e não quero saber... — rosnou Ryan se levantando. — Quero que você e ela sumam, desapareçam...

— Minha tia foi com ela? — perguntou Ren sentindo-se tenso.

— Não, tivemos que separá-las, ou a sua amante mataria sua tia.

Ren piscou em choque.

— Não, você está enganado — disse Ren aliviado. — Deveria ter acreditado no que a Mari lhe falou, de todos nós, ela é a que menos te deseja mal.

Ryan sorriu como se Ren tivesse contado uma piada.

— E mentiu para mim? Não consigo acreditar nisso.

— Não quis ao menos saber as suas razões? Se esqueceu de tudo? Pelo que sei ela deixou bem claro que não queria casar-se com você... — Ren respirou fundo. — De todos os erros que você podia cometer, esse, sem dúvidas, foi o mais infeliz — falou Ren sério.

— Não apareça mais na minha casa... — Ryan voltou a se aproximar.

— Será um prazer — disse Ren pegando as malas —, mas agradeço a hospedagem até o momento e... — Ele se virou para Ryan o olhando fixamente. — Dê um recado para minha tia, se ela tocar em um fio de cabelo de mais alguém da minha família, eu a mato. Ah, por experiência própria, quer um conselho? Se eu fosse você, não acreditaria tanto em Selena. — Saiu deixando Ryan sozinho com sua consciência.

Ren saiu a passos rápidos. Gostaria de saber como a Mari estava, e sentiu mal por não estar ali naquele momento, mas como ele saberia que ela contaria a verdade? Fechou os olhos com força e sentiu a raiva subir. Então olhou para a janela do quarto que era de Selena e cerrou o punho. Ele foi extremamente ingênuo.

Continuou seguindo com as malas em mão, e subiu no seu cavalo, não iria descansar até que reorganizasse tudo o que Selena bagunçou. Absolutamente tudo.

Ren seguiu caminho até que saiu da propriedade Venoza e foi até o velho estábulo que alugou naquele meio tempo e deixou o cavalo na porta. O lugar pertencia a um fazendeiro que não hesitou em aceitar dinheiro vindo de um Conde.

Ren não demoraria muito tempo ali de qualquer forma, bastava ficar o tempo suficiente até que aquele homem contasse tudo o que deveria.

Ele parou em frente ao marginal que estava amarrado com cordas de cabeça para baixo, e se sentou em um cubo de feno. O homem o olhou, então se moveu grunhindo pedindo para que destampasse sua boca. Ren se levantou e fez como ele pediu.

— Vai falar finalmente? — perguntou e homem cuspiu no chão. Ren já estava ficando impaciente. — Você sabia que morremos se ficarmos muito tempo de ponta cabeça? Não está se sentindo tonto? Vai perder sua vida por uma informação?

— Eu já disse que não sei onde ela está! — gritou ele. — Sempre que a encontrava, ela dava um jeito de desaparecer, ela e uma outra senhorita!

— E qual foi o último lugar que a viu?

— Recebi ordem de impedi que se aproximassem da mansão Venoza, ela tentou 2 vezes, mas depois sumiu. Só sei que deve estar por perto. Agora me solte!

— Não. — Ren falou se levantando. — Você tentou matar minha irmã, minha família. Se não tivéssemos chegado a tempo, teria matado a mulher que eu amo. Por que eu deveria lhe soltar?

— Eu falei tudo o que precisa saber! Você falou!

— Você não me falou absolutamente nada que eu queria saber, só o que eu já sabia.

— Eu disse que não sei! — Se mexeu e Ren o olhou cruzando os braços.

— Vai ter que ser mais convincente que isso — sentou-se no feno novamente e puxou para si sua mala, de lá tirou sua pistola. O homem arregalou os olhos.

— Eu falo! Falo o que quer saber! Mas eu juro que não sei onde sua irmã está, se soubesse teria terminado o serviço a muito tempo!

— Muito bem — Ren o olhou com a arma na mão. — Quero que me fale tudo, desde o começo. E não me esconda nada, ou não terei alternativa.

— Sua tia me contratou faz alguns anos. Sempre fiz serviços como esse para ela, com empregados principalmente. Selena tem muitos segredos, coisas que ela guarda para si, e Yuna sabia disso, sua irmã sabia disso, e quis saber mais a respeito. Recebi ordens de matar sua irmã quando a encontrasse, ela mexeu com coisas que não deveria. — O homem fechou os olhos com força, parecia tonto já.

— E que segredo eram esses?

— Do tipo sobre a morte de sua mãe. — Ele engoliu a seco. — Selena nunca aceitou esse casamento, ela queria que o Senhor Wamura se casasse com a senhora Venoza, afinal eles tinham articulações que ajudariam o nome da família.

— E o que isso tem haver?

— A sua mãe... a sua mãe não era nobre, ela trabalhou na casa em que os Wamura moravam, e era uma fiel governanta, até que se envolveu com o senhor Wamura e ele fugiu com a moça. Por isso ela a odiava tanto! Por isso ela matou a sua mãe!

Ren arregalou os olhos, o ... oque?



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Ren nesse momento: chocado, passado!

O CONDE QUE EU AMAVAWhere stories live. Discover now