CAPÍTULO 36

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Apesar de querer muito, não seria nada apropriado mergulhar ali com um cavalheiro que não é nem sequer meu noivo. Neguei todas as vezes que Ryan insistiu, então ele foi sozinho. Não imaginei que ele fosse tirar sua camisa, mas ele o fez. Enquanto ele aproveitava de verdade aquela água que parecia maravilhosa e fresca, eu me contentava em andar pela margem descalça sentindo a areia húmida e a água borbulhante tocar em meus pés.

Catei algumas conchas enquanto passeava curtindo o vento e pensando que talvez aquela seria a única vez que visitaria um lugar tão belo quanto aquele. Era óbvio que estava preocupada com meu bem estar e com o meu futuro, mas decidi a mim mesma que aproveitaria cada segundo daquela viagem, afinal não havia como mudar as coisas de uma hora para outra assim, de qualquer forma.

Parei o que estava fazendo, com as mãos repletas de conchas e observei Ryan sair da água enxarcado e vindo em minha direção enquanto sorria. Travei, era como se nada mais me chamasse atenção a não ser aquele homem de físico atraente e sedutor, sorriso maravilhoso e um porte que aposto que deixaria qualquer dama balançada.

Só conseguia pensar que Yuna não fazia ideia do que estava perdendo, se ela tivesse dado uma chance para conhecê-lo, muito provável que agora estaria casada com ele, ou noiva, mas ao invés dela, era eu.

Era eu quem estava vendo-o sorrir daquela forma para mim, fazendo meu coração vacilar, minhas pernas perderem as forças e o estômago fazer uma revolução num contraste de quente e frio que me arrepiava até o íntimo. Era eu quem estava me apaixonando por ele.

Quando vi, as conchas caíram no chão todas de uma vez, como se tivessem atravessado minha mão. Me agachei em choque rápida demais tentando conter meu nervosismo e meu rubor.

— Está tudo bem? — perguntou ele se agachando para ajudar-me a juntar as conchas.

— Sim, está tudo bem, eu apenas... — Levantei o rosto e o observei perto de mim, perto demais para fazer meu corpo reagir mais uma vez de um jeito brusco, me deixando quase desnorteada. Pisquei voltando a juntar as conchas me sentindo estranha e aérea.

— Daqui a pouco teremos que voltar, tem certeza que não quer sentir um pouco a água? Dá tempo de secar seu vestido e não há quase ninguém vendo, tirando a sua dama de companhia que parece bem focada no tricô. — Ele levou a mão ao quadril enquanto olhava Beatriz tão fita em seu trabalho que mal nos olhava.

A olhei por cima do ombro tentada, então mordi o lábio inferior. Disse a mim mesma que aproveitaria cada segundo.

— Não muito fundo — falei e ele sorriu daquele jeito que eu gostava, sorri de volta, mas parei assim que ele segurou minha mão e tirou as conchas dali a levando para uma parte mais seca. Minha nossa, que susto...

Depois ele voltou e segurou minha mão puxando-me para dentro do mar. Meus cabelos estavam amarrados no topo da cabeça, não podia correr o risco de cair ou aquela peruca sairia com toda certeza.

As ondas ficavam cada vez mais fortes de forma que me faziam cambalear enquanto ia mais fundo. Agarrei-me ao braço de Ryan atenta para não cair.

— Não precisa ter medo, é apenas água.

— Eu não sei nadar bem — contei e ele sorriu.

— Eu estou aqui, fique tranquila, caso vá cair, eu caio com você — falou ele e sorri prensando os lábios.

— Belas palavras, me sinto muito mais encorajada — resmunguei irônica.

— Eu sou ótimo nisso...

Estava distraída com ele, quando uma onda veio em cima de mim, maior do que as outras, gritei achando que cairia, mas Ryan segurou-me pela cintura e me trouxe a seu encontro. Meus pés deixaram o chão e agarrei-me a seu ombro nu o olhando fixamente. Senti o gosto salgado da água na boca e fiz uma careta.

O CONDE QUE EU AMAVAWhere stories live. Discover now