O almoço

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— Almoço!

             Krista chamou ao pé da escada. Não gritou, não mesmo, porque achava que gritar dentro de casa era deselegante. Então, apenas elevou a voz, o suficiente para que pudesse ser ouvida.

             E foi.

             Blair devolveu a pasta ao Alex, que se adiantou para guardá-la de volta ao lugar em que estava. Ela se colocou, assim, de pé e o esperou para que saíssem juntos. De certa forma, daquela vez havia um sentimento de cumplicidade entre eles, mesmo que bem rasa, embora não o bastante para torná-los parceiros. Blair se manteve desconfiada. Ainda assim, já era um começo para ambos.

              Tê-lo por perto seria interessante, foi o que ela chegou a cogitar por um segundo, pois Alex poderia saber de assuntos e chegar onde ela própria jamais imaginaria chegar. Seria um bom aliado. E descobrir aquela informação foi uma baita duma sorte grande e ele não parecia mentir quando disse que a ajudaria.

               Ok, que fosse! Ela teria de pensar com calma. Da parte dele, foi uma excelente maneira de demonstrar ser alguém confiável, não tenham dúvidas de que isso seria avaliado, porém a Wesley tinha muito em jogo para pôr tudo a perder por um simples deslize. Quando conversasse com Bowser e recebesse sua aprovação, aí sim pensaria no caso de Alex. Por ora, a vantagem seria mantida consigo como um acordo de paz. Eram esses os seus termos.

              Quando desceram, Sterling e April já estavam lá embaixo, e o misto de cinismo e de preocupação estampados em ambos os rostos era um claro indicativo de que elas andaram aprontando. Preocupação com sabe-se lá o quê, mas Blair podia apostar que o cinismo fazia referência ao fato de elas terem se beijado. Para um bom entendedor, meias expressões bastavam. O lado bom foi que nem os Wesley nem tampouco os Stevens estavam interessados em saber o que tinha acontecido naquele meio tempo.

             O único problema mesmo era a Ayla, que de boba não tinha nada.

             A matemática era bem simples: se Blair desceu junto ao Alex alguns minutos mais tarde que April e Sterling, isso só poderia significar que as duas garotas estiveram juntas lá no andar de cima. Pronto. Um prato satisfatório para a jovenzinha, que tinha mais um combustível para atirar no fogo.

               Logo, todos se reuniram em volta da grande mesa retangular, dispostos um ao lado do outro, com Anderson e John nas extremidades. Krista e Debbie sentaram-se lado a lado, à direita das duas gêmeas, com Blair à esquerda do sr. Wesley e Sterling em seguida. Defronte às meninas, estavam Alex, April e Ayla, com uma cadeira vazia ao meio das duas irmãs, visto que a mais nova quis ficar mais próxima do pai.

                O almoço foi servido. O cheiro agradável de comida boa preencheu o ambiente de um jeito ímpar, aguçando o paladar dos presentes. O prato principal era Rocambole de lombo suíno recheado, com um toque de calda de laranja por cima. Havia, também, Torta Salgada de batata doce com frango e peixe à portuguesa, para aqueles que não eram muito fãs de lombo. Vinho branco dava um requinte a mais na mesa e as taças foram servidas uma a uma. Dos adultos, no caso. Para os adolescentes, sucos de sabores diferentes.

                Depois que John puxou uma oração pela refeição do dia e agradeceu a Deus pela vida de sua família e das visitas, eles começaram a comer. E a conversa partiu daí.

                Viagens. Jantares. Golf. Planos para os filhos. Casamento. Finanças e investimentos. Apostas. Caça. E o ciclo se repetia depois de certo tempo. O único assunto que eles preferiram não tocar naquele instante foi em negócios, trabalho, e Anderson achou bom, porque não precisaria explicar de novo que fora ele próprio quem pediu demissão da empresa milionária do pai.

Teenage Bounty Hunters 2 (Stepril)Where stories live. Discover now