Confia em mim

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             Alex continuou seguindo à frente, como se fosse o guia, mas não havia muito a ser dito ou mostrado. Se para a direita, para onde foi April e Sterling, só tinha o quarto da menina e o dos pais, e a escada de teto para o sótão; para a esquerda, por sua vez, tinha o escritório de John e os quartos dele e de Ayla, fora a sala de jogos. E foi exatamente neste cômodo que entraram primeiro. Assim que a porta fechou por detrás de si e Blair, mostrando-se interessada no fliperama, seguiu até a máquina, ele não enrolou, foi logo direto ao ponto:

— Você está a procura de quê, exatamente? — ele indagou enquanto deslizava ambas as mãos para os bolsos dianteiros da calça. — Por mais que esteja sendo sutil, percebo que olha com muita curiosidade para os detalhes daqui.

               Ela estacou no lugar, as sobrancelhas erguidas em surpresa. Demorou a virar-se para ele.

— Uh... Nada em particular. — respondeu o mais depressa que pôde. Suavizou a fisionomia para não parecer suspeita e o encarou. — Gosto de arquitetura e design de interiores. Uma hora eu vou ter que morar sozinha, certo? Já estou pegando algumas ideias para montar a minha própria casa.

                 Baboseira. Ele sabia que era baboseira. Mais que isso, ela sabia que ele sabia. Alex não era tão tolo quanto parecia.

— Design de interiores, é? — ele sorriu, e seu tom de voz sugeria deboche. — Acho que você está mais para agente secreta do que qualquer outra coisa.

— E p-por q-ue voc- — vendo as palavras se atrapalharem em sua língua, respirou fundo e engoliu em seco. Começou de novo. — Por que você diz isso?

— Porque o seu olhar é muito mais analítico e curioso que admirado. — disse calmamente e se aproximou dela com vagar, não para pressioná-la, mas para se mostrar um aliado. Não surtiu efeito. Ela o encarou como uma ameaça. — Você está procurando alguma coisa específica e eu sei que não estou errado. — riu pelo nariz.  — E a expressão de nervosismo estampada em seu rosto agora não me deixa mentir.

— O que merda você está dizendo? — ela assumiu uma postura de defesa e iria atacá-lo, se preciso. — Eu estou ótima, obrigada. Essa é a minha cara normal, para o seu conhecimento!

— Ei. Ei. Segura a onda aí, Blair. Espera. Não estou te julgando, não. — ergueu as mãos em sinal de rendição, o sorriso não abandonou seus lábios. — Se fosse a Ayla ou o John nesta posição, aí sim você deveria ficar preocupada. Mas, não. Só quero entender o que de tão interessante essa casa tem para você procurar com forçosa discrição.

— Nada que te interesse.

— É claro que me interessa, caso contrário eu não estaria perguntando.

— E eu já te dei a resposta: nada que te interesse.

— Eu posso ajudar.

— Não preciso de ajuda.

— Está sendo prepotente.

— E você nem me conhece. Não sabe de nada, Alex.

             Ele riu contidamente.

— Conheço o suficiente para saber que você ainda continua um pé no saco quando quer.

             Blair revirou os olhos para a ofensa enquanto cruzava os braços sobre o peito. Sua fisionomia estava fechada, cara de poucos amigos.

— Achei que os anos lhe ensinariam a ser menos cabeça dura, mas vejo que não. Nada mudou.

— Faço das suas palavras as minhas: nada mudou. Você ainda continua se metendo nos assuntos que não lhe dizem respeito. Não aprende nunca, meu Deus!

— É porque você sempre deixa claro que precisa de ajuda, mas é orgulhosa demais para abrir a boca e pedir.

— Não acho que este seja o caso. — disse ela, destilando indiferença. Todavia, sabia que ele estava certo.

— Vamos lá, para de graça. — pediu Alex, mas pareceu quase uma súplica. — Você bem sabe que a gente forma uma boa equipe.

— Muita modéstia da sua parte. 

— Tenho certeza de que você lembra das nossas aventuras no fundamental. — ele mencionou, e um sorriso nostálgico desenhou seus lábios.

               Blair espremeu os olhos com desconfiança e descrença. Sério que ele estava tentando criar um ambiente agradável e saudoso para se mostrar confiável? Ela cruzou os braços.

               Na época em que as Wesley e April eram amigas, Blair até gostava de estar perto de Alex por ele ser mais velho, justamente porque se tinha a ideia de que ele era mais divertido e experiente, além de ser bonito. Entretanto, depois que a irmã de ambos pararam de se falar, inevitavelmente os dois também pararam, especialmente Blair, que passou a encarar a família Stevens como sinônimo de algo ruim. E essa visão só piorou quando John a assediou uma vez na época em que ela estava na oitava série.

— Vamos lá, Blair. Confia em mim. — ele insistiu, ansioso por querer saber mais. — Não sou como a minha família, como você deve pensar. Eu sei que foi por isso que você se afastou. Eu posso te ajudar, se quer saber. Posso mesmo, embora eu não saiba qual é o teu objetivo. O que é que você tanto procura aqui em casa, hein?















meus amores, peço mil desculpas por ter demorado tanto para atualizar, mas saibam que eu não vou desistir dessa fic nunca, nunca.

espero que estejam gostando ❤️

            

Teenage Bounty Hunters 2 (Stepril)Where stories live. Discover now