Eu te amo

2.3K 270 80
                                    

              Depois que Bowser deixou as meninas em casa, optou por ir embora, pois sabia que as irmãs tinham muito a conversar antes dos pais chegarem. Foi sensato, como sempre, mas não deixou de lado a preocupação: pediu que Blair o ligasse ao sinal de qualquer emergência, porque ele estaria à disposição. E, dessa forma, os dois se despediram.

             Acenando da porta, ela o assistiu sair de ré da garagem, habilidosamente manobrar o carro e, em seguida, pegar o caminho de casa, desaparecendo por aquela rua escura. Então, tendo ele ido embora, Blair voltou plenamente a atenção a Sterling, e não demorou a rumar escada acima para ir ao quarto dela. Certamente não bateu na porta ao entrar, até porque elas nunca se impuseram limites a respeito desse tipo de privacidade antes, portanto era normal, e sentiu o seu coração doer ao ver a irmã na cama toda triste e abraçada a um urso.

             Se a imagem fosse vista de cima, qualquer um pensaria que aquele cenário era a própria Barbie criança dormindo em seu lindo castelo cor de rosa, porque o quarto da Sterling era piegas a esse nível: muito fru fruzado. Mas a real era que ela era só uma adolescente purpurinada por natureza sofrendo em seu canto. Preciosa demais para julgar.

              Blair rapidamente a empurrou um pouco para o lado para que pudesse se aconchegar naquele colchão também e a aninhou em seus braços, de modo que as duas ficaram olhando para o teto.

— Muito inteligente da sua parte ter usado gloss e açúcar para deixar a mensagem para mim na porta. — reconheceu, dando início à conversa de uma maneira simples e acertada; o sorriso orgulhoso desenhou os seus lábios. — Como sabia que eu encontraria?

Coisa de gêmea. — ela disse baixinho num choramingo, um nó na garganta, a tristeza presente naquelas palavras, sendo estas as primeiras desde horas. Blair a abraçou mais.

— E é justamente por isso que eu não vou aceitar que você não é a minha irmã. — foi firme, embora quisesse chorar. — Nada vai mudar o que a gente tem, Sterl. Nada! Não importa o que aconteça, você sempre será a minha gêmea, me entendeu? Sempre!

— Você sempre será a minha também.

— Saiba que eu amo muito você, tá? Mesmo com todas as suas estranhezas, às vezes.

— E eu te amo, ainda que você seja muito dramática na maior parte do tempo.

— Ei! — reclamou em protesto, mas sabia que era verdade, então relevou.

            Sterling fechou os olhos, cansada, e os sentiu arder suavemente devido à quantidade de lágrimas que derramara durante toda aquela noite.

— É tão estranho para mim, como se eu estivesse dentro de um pesadelo terrível. — fungou uma ou duas vezes. — Por que eles mentiram para a gente sobre isso?

— Eu verdadeiramente não sei, Sterl. Não sei qual foi o motivo de eles esconderem essa informação por tanto tempo, já que aquela louca poderia ter machucado a gente em algum momento no passado e nós duas nem saberíamos como reagir.

— Verdade.

— E eu sinceramente estou com muita raiva dos dois.

             A mais nova prensou os lábios um no outro para conter o que diria, todavia não foi capaz de suprimir. Queria estar, sim, com raiva dos dois, mas os entendia, de certa forma.

— Talvez tenham feito isso para nos proteger, quem sabe. — Sterling argumentou, tentando olhar pelo lado positivo da situação, como sempre fazia, mesmo que não houvesse motivo algum.

— Proteger de quê? — Blair rebateu com um pouco de agressividade. — Seria muito melhor se eles tivessem nos contado da existência da nossa tia louca para que nos protegêssemos dela por conta própria. Eles não podem cuidar da gente vinte e quatro horas por dia!

Teenage Bounty Hunters 2 (Stepril)Where stories live. Discover now