— Ok, ok. Faz sentido.

— Além disso, eu já estava muito próxima de descobrir toda aquela merda, era só questão de tempo e paciência. Só não entendo o porquê de eles não nos terem contado de uma vez...

— Sim, pouparia todo esse transtorno.

— Muito obrigada. — a morena disse em sarcasmo, surpresa por Sterling ter concordado consigo no lugar de defender os pais. A loira, entretanto, preferiu ignorar a provocação.

                 Elas ficaram em silêncio por um tempo, presas às divagações sobre o ocorrido. Mas deram-se conta de uma coisa durante a pausa: querendo ou não, tudo fazia parte do plano perfeito de Deus, não tinha como ser de outra maneira. Foi assim que aprenderam a enxergar o mundo e levavam esse lema como filosofia de vida. Por mais que fosse brutal pensar dessa maneira, passavam por aquela turbulência familiar para que fossem capazes de aprender algo no processo, fosse o que fosse.

                 Ponderando sobre isso, Sterl pôde entender com mais clareza o quanto era sortuda e abençoada, porque tinha sido acolhida por pessoas que se dispuseram a cuidar dela como filha. Não fosse por eles, Deus sabe bem onde estaria, quem seria e quem teria como amigos. Louvado seja o Pai por todos os livramentos! E estar naquela casa, morando com aquelas pessoas incríveis era uma verdadeira dádiva. Mais dádiva ainda era ter como gêmea a sua própria prima. Por Cristo, quem é que tem a oportunidade de ter algo assim na vida!? Ninguém! Ninguém no mundo!

               Sorriu.

              Considerar esse ponto foi libertador e a fizera sorrir genuinamente, um sorriso simples e pequeno, mas ainda assim um sorriso. Uma boa dose de gratidão fazia bem à alma, às vezes, e ela sentiu o coração se acalmar pouco a pouco, trazendo-lhe paz de espírito.

              Agradeceu a Deus, numa oração silenciosa, por todas as coisas maravilhosas que tinha e pediu a Ele para que guiasse em direção à luz os caminhos de Dana, também. Por mais que ela tenha feito todas aquelas merdas, desejava-lhe o melhor. Não por ser a sua mãe biológica, mas por ser um alguém em necessidade, e era seu dever como cristã orar por essas pessoas tanto quanto por todas as outras.

              Mas... Antes de se despedir, interrompeu-se imediatamente. Lembrou-se de April de repente e o que lhes aconteceu naquela noite. Portanto, continuou em oração. Quis entender quais eram os planos de Deus para suas vidas, embora soubesse que a resposta não viria assim tão facilmente. Gostava demais de Stevens para o próprio bem e com todo o coração desejou não sentir mais nada por ela se o objetivo final seria não ficarem mesmo juntas. Porém, caso ainda houvesse alguma possibilidade de reatarem, pediu ao Pai para que lhe desse muita paciência e compreensão dali para frente para suportar todos os desafios que viriam.

           E era isso.

              Amém.

— Acho que você se daria bem no acantonamento, é muito boa com caça ao tesouro. — despretensiosa, Sterling comentou para mudar um pouco de assunto.

— Eu sou, né!? — Blair vangloriou-se, o sorriso largo de felicidade. — Eu sou muito boa mesmo, tipo uma agente do FBI ou coisa assim. — divagou em voz alta. — Sinceramente, os meus dons estão sendo desperdiçados. Eu me daria muito bem na polícia, acho. Mano, como eu sou foda!

             A mais nova revirou os olhos com aquilo, mas não foi capaz de segurar a risada.

— E como é que foi lá, hein? Na verdade, por que diachos você veio embora mais cedo? Não entendi nada quando você me mandou mensagem.

— Foi um fiasco. — Sterling disse em pesar e acomodou-se melhor nos braços de Blair. — Era para eu estar assim com a April agora, sentindo o calor do corpo dela junto ao meu e o cheiro de morango de seus cabelos nas minhas narinas, e talvez a gente até estivesse se beijamos em algum lugar escondido, co-

— Qual é! — cortou bruscamente aquele fluxo de divagações, balançando a cabeça em negação. — Me poupe dos detalhes, por favor!

— Agora você entende como eu me sinto quando você faz o mesmo, né?

— É... Ok, ok. — fugiu da alfinetada tal como o diabo foge da cruz. — E por que você não está lá fazendo todas essas coisas com ela?
             
— Porque ela terminou comigo.

— Oh, merda! — soltou, surpresa, e um vinco surgiu ao meio de suas sobrancelhas. — Mas... Vocês não estavam de boa? Tipo, vocês não iriam se assumir hoje ou coisa assim?

— Essa era a ideia. — o ressentimento se fez presente em seu suspirar profundo. — Mas aí ela ficou se engraçando com o Luke. O Luke! E me tratou como se a gente nunca tivesse tido nada...

— Que vaca ridícula! — Blair praguejou raivosa.

— Ei, não fala assim... — não se conteve. A vontade de defendê-la da ofensa foi grande demais para suprimir.

— Não acredito, Sterling! Sério!? — indignou-se, revirando os olhos. A outra encolheu os ombros para se esconder. — Mas a April não era gay, afinal? Qual a ideia dela?

— Ela é ainda, só que está com medo, Blair.

— Ué. Medo de quê?

               Mas antes mesmo que tivesse tempo de contar tudo, interrompeu-se imediatamente ao levar um susto devido às batidas suaves na porta. Eram os seus pais.

Teenage Bounty Hunters 2 (Stepril)Hikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin