Olá, mores! Voltei :D
Nesse capítulo veremos mais uma conversa importante para Regina e dessa vez para Emma também, e a volta de alguém. Boa leitura!
Dois meses depois
Nervosa, Regina andava de um lado para outro dentro do apartamento, criando coragem para pegar o celular e ligar para os pais. Fazia pouco mais de dois meses que estava namorando Emma e seus pais ainda não sabiam da novidade. Eles precisavam saber. Já estava mais do que na hora. Ela já não aguentava mais esconder a informação toda vez que ligava para eles.
Era o primeiro domingo de agosto. O próximo seria dia dos pais no Brasil. Regina costumava ligar duas vezes no mês para falar com Henry e Cora Mills, geralmente na primeira e terceira semana, exceto no mês de agosto, que ela deixava para ligar no dia da data comemorativa. Todavia, dessa vez ela resolveu antecipar a ligação, com medo do que a sua novidade poderia causar. A última coisa que ela queria era estragar o dia dos pais, principalmente estando longe dele.
A campanha do apartamento toca e Regina corre para atender Emma. A modelo e os amigos eram os únicos que passavam pela portaria sem serem anunciados. Regina sabia que era ela porque, além de a ter chamado, os amigos sempre lhe avisavam quando iam fazer uma visita. Assim que acordou, muito antes do seu horário habitual, a morena se agoniou e decidiu que contaria sobre elas para os pais, então, sem nem se levantar, pegou o celular no chão e lhe mandou uma mensagem pedindo que viesse até o seu apartamento e explicando o motivo. Emma nem hesitou ao responder que iria.
Quando Regina abre a porta para Emma entrar, a loira lhe acolhe em um abraço e, sentindo o quanto ela estava nervosa, aperta-a mais em uma tentativa de acalma-la.
― Vai dar tudo certo! ― Emma sussurra, beijando sua cabeça carinhosamente. As duas se afastam um pouco e a loira lhe sorri lindamente.
― Você já tomou café? Quer comer alguma coisa? ― Puxa-a em direção a cozinha, mas Emma segura seu braço e a faz parar.
― Primeiro nós vamos falar com os seus pais. ― Aponta para o sofá.
― Ok! ― Regina murmura, sem animação alguma. Estava ansiosa para a conversa, mas estava temerosa com o resultado. Ao mesmo tempo que queria contar logo e se livrar disso, queria adiar o máximo que pudesse.
A fotógrafa pega o celular em cima da mesa de centro e se senta no sofá. Emma logo lhe acompanha, sentando-se bem ao seu lado e lhe abraçando pela cintura.
― Tudo que eles falarem eu traduzo para você. ― Avisa a loira enquanto disca o número da mãe. Dois toques depois, a mulher atende e Regina coloca a ligação no alto-falante. ― Bom dia, gostaria de falar com Cora Mills. ― Fala com fingida seriedade, fazendo graça.
― É ela mesmo. Quem deseja? ― A senhora entra na brincadeira e as duas caem na gargalhada. Por um instante, Regina sente tranquilidade. ― Sei que nos falamos uma semana atrás, mas já estava morrendo de saudade, meu amor. ― Fala em um tom exagerado, que só ela sabe ser e Regina balança a cabeça negativamente, rindo. Ao fundo a executiva escuta seu pai perguntar se era ela. — Seu pai está aqui comigo, querida. ― Avisa-lhe e a morena escuta o repasse do aparelho telefônico.
― É a sua mãe? O que ela está dizendo? ― Emma pergunta baixinho, curiosa.
― No começo nós fizemos uma brincadeira. Depois ela disse que está com saudade e que o papai está ao lado dela. ― Responde rapidamente e igualmente baixo, tampando um pouco o microfone.
― Filha? ― A voz amorosa de Henry chama a atenção das duas.
― Pai! ― Responde, sentindo o coração pular no peito.
― Como você está, minha princesa? ― Sua voz sai trêmula. Independente de quanto tempo eles tenham passado sem se falar, dias ou semanas, as ligações eram sempre cheias de saudade e emoção. Algumas eram mais que outras. Principalmente entre Regina e Henry.
― Eu estou bem papai, e vocês dois, como estão? ― Responde com a voz um pouco embargada e Emma lhe lança um olhar curioso, querendo entender o que estava acontecendo. Uma solitária lágrima escorre pelo seu rosto e antes que enxugue, a loira se apressa em passar seu polegar. ― Ele perguntou como eu estou. ― Traduz, afastando-se um pouco do microfone. ― Você precisa aprender português com urgência. ― Fala entre sorrisos, empurrando-a com o ombro.
― Ensine-me. Aprenderei com prazer. ― Fala com malícia, dando uma piscadela e beija-lhe os lábios com lentidão, excitando-a.
― Estamos bem, minha princesa. ― O velho responde, interrompendo as duas e elas se afastam no pulo, como se tivessem sido pegas no flagra. ― Só sentindo falta das minhas meninas mesmo. ― Acrescenta em um tom triste. — Aliás, nós temos uma novidade para você. ― Conta com entusiasmo, mudando completamente o humor e o ar melancólico da conversa.
― Uma novidade? ― Pergunta curiosa, remexendo-se no lugar. Emma questiona o que o homem disse, mas ela levanta a mão em um pedindo para que espere.
― Aprendemos, finalmente, a falar em inglês. Agora poderemos ser independes quando formos te visitar. ― Conta animado e Regina sorri, gostando de ver a alegria do velho Mills.
― Principalmente quando quisermos sair para namorar um pouco. ― Cora acrescenta e Regina faz uma careta, imaginando sem querer o que não deveria.
― Mamãe! Essa parte eu não precisava saber. ― Reclama e escuta os dois caírem na gargalhada. ― Eles disseram que aprenderam a falar em inglês e eu fiz uma careta porque mamãe falou algo traumatizante. ― Sussurra para a loira, novamente fazendo uma careta.
― Peça para eles falarem em inglês. Diga que é para treinar. ― Emma sugere e Regina assente, gostando da ideia.
― Já que vocês aprenderam a falar em inglês, vamos continuar a conversa em inglês para vocês treinarem e eu poder ver que realmente aprenderam. ― Desafia-os e logo os dois concordam animados, já respondendo em inglês.
― Muito melhor agora. ― Emma sussurra, fazendo um "ok" com os dedos.
― Por que você ligou uma semana antes, meu amor? ― Henry pergunta curioso, mudando o assunto completamente. ― Não que eu esteja reclamando, claro.
O coração de Regina volta a bater com força e todo o nervosismo que havia se esvaído com a conversa tranquila, volta com tudo. Ela respira fundo, buscando a coragem novamente e Emma aperta sua mão, passando-lhe forças.
― Eu também tenho uma novidade para dar para vocês dois. ― Fala num fio de voz.
― Está tudo bem, querida? Sua voz está soando preocupada. Eu diria até que amedrontada. ― Henry conhecia bem demais a filha que tinha para saber quando a sua voz vacilante era de medo, preocupação, nervosismo ou emoção.
― Eu estou namorando há dois meses. ― Fala rapidamente, fechando os olhos e Emma lhe abraça apertado.
― Que maravilha, minha filha. ― O senhor comenta, todo contente. — É por isso que estava com medo? ― Pergunta confuso. ― Você não é mais uma adolescente e pode namorar com quem quiser, meu amor. ― Tranquiliza-a, acreditando que aquele era o problema da sua hesitação. ― Eu só espero que ele seja uma boa pessoa e seja alguém sério e de respeito, senão irei aí ter uma conversinha com ele. ― O coração de Regina apertou quando ouviu o pai falar o pronome ''ele''. Ao fundo, ela e Emma escutam Cora falar, mas apenas Regina entende o que a mãe diz por a ela ter falado em português.
― Pode ter certeza que eu tenho as melhores das intenções com sua filha, sou muito séria e respeitadora, Sr. Mills. ― Emma responde no lugar de Regina, surpreendo a fotógrafa e os seus pais. — E é ela, não ele. ― Corrige brincalhona, para tentar quebrar o clima tenso.
Então a linha fica silenciosa. Regina não tinha coragem para falar qualquer coisa e o silêncio dos seus pais estava-a matando lentamente por dentro.
Cora pede o celular para conversar com a filha e quebra o silêncio, aliviando Regina e Emma, mesmo sem entender o que foi dito e que já começava a se arrepender pelo que fez.
Henry passa o celular para a esposa e avisa que depois volta para conversar mais com Mills.
― Regina, querida. ― Cora murmura, em um tom carinhoso, mas não é o suficiente para acalmar a mulher.
― Oi mamãe. ― Responde com a voz trêmula, com medo do que a sua progenitora falaria.
― Está tudo bem, meu amor. Eu estou do seu lado. ― Diz com tranquilidade e Regina olha com incredulidade para o aparelho telefônico, como se estivesse olhando para a própria Cora Mills.
― Isso é sério? ― Indaga, desacreditada.
— Sim, meu amor. ― Cora confirma e Regina se joga nos braços de Emma. Logo as lágrimas começam a descer não só pelas bochechas da morena, mas de Swan também.― Só tenho duas condições para poder da a benção a vocês. ― Finge um tom sério. — Quero netos, quero conhecer minha nora e que ela cuide muito bem de você. ― Exige, causando risos em Emma e Regina.
― Mamãe, você disse dois e ouvi três condições. ― Mills rebate, ainda rindo.
― Perdão, eu só me lembrei da outra no momento em que estava falando. ― Defende-se entre sorrisos. — Mas agora falando sério, minha filha... ― Seu tom volta a ficar sério e Emma e Regina também param de sorrir. ― Eu te apoio, eu te aceito, eu estou do seu lado. Eu te amo, Regina, e só quero a tua felicidade. ― Diz sinceramente, aquecendo o coração da morena. — E só mais uma coisa, a fruta que você está provando, eu já provei também. ― Confessa, chocando a filha.
― Você já ficou com mulheres? ― Seu tom é incrédulo. Não conseguia imaginar sua mãe com mulheres, ainda mais por ela ser de uma época bem menos liberal que agora.
― Sim, eu já beijei mulheres. ― Confirma e as duas mulheres se entreolham de olhos arregalados. ― Na verdade, apenas uma. Eu fui apaixonada por uma mulher antes de conhecer seu pai, mas ela teve que ir embora da cidade que morávamos e eu nunca mais tive notícias dela. ― Conta, deixando a filha ainda mais surpresa. — Mas não estamos aqui para falar de mim e sim de você. ― Ao fundo Regina escuta Henry pedindo para falar com a filha e em seguida a voz da mãe pedindo que espere mais um pouco porque ainda não acabou a conversa entre elas. — Então minha querida, eu quero sua ficha completa, sim? ― Entendendo que a mãe estava falando com Emma, Regina passa o celular para ela. ― Qual o seu nome, quantos anos você tem, em que você trabalha... E por favor, diga-me como está o meu inglês.
— Emma Swan, prazer em conhece-la, Sra. Mills. Tenho 29 anos, sou modelo e o seu inglês está perfeito, parece nativa. ― Responde completamente séria e Regina lhe cutuca com o cotovelo e solta um "babona" bem baixinho.
― Oh! Obrigada, querida. ― A senhora agradece, toda se achando. ― Prazer em conhecer você, Emma Swan. Seja bem-vinda à família Mills. Espero te conhecer logo e espero que cuide bem de minha filha. ― Diz em um tom sério para intimidar a loira.
― Pode deixar, sogra. ― Deixa escapar e olha preocupada para Regina. ― Posso te chamar assim? ― Apressa-se em perguntar, hesitante.
― Fique à vontade, querida. ― Responde com tranquilidade e as duas respiram aliviadas. ― Agora eu vou passar para o Henry. Ele já está quase fazendo um furo no chão. ― Diz bem-humorada, mas Regina não consegue rir. A tensão do começo da conversa tinha acabado de voltar.
As mulheres escutam a movimentação do outro lado da linha e Emma entrega o celular de volta para a dona.
― Princesa! ― Ao ouvir como seu progenitor a chama, Mills suspira aliviada. Ele sabia, ele a apoiaria também. ― Acho que eu não tenho muito o que falar. Faço das palavras de Cora, as minhas. Eu só quero o teu bem, a tua felicidade. A tua alegria é a minha também. ― A morena se agarra a namorada e começa a chorar, agradecida e aliviada por tudo ter dado certo.
― Sr. Mills, sua filha está se desmanchando aqui. ― Emma comenta brincalhona e não só Henry rir, mas a morena também. — Aliás, Emma Swan, prazer em conhece-lo também.
― Prazer, querida. ― Responde gentilmente. ― Seja bem-vinda à família e, por favor, cuide bem dessa preciosidade.
― Pode deixar, Sr. Henry, ela está em boas mãos. ― Emma garante, beijando sua cabeça e abraçando-a fortemente.
A conversa entre Regina, Emma, Henry e Cora se estende durante toda a manhã e até Ariel e Graham aparecem para fazer parte. Coincidentemente, eles tinham ido fazer uma visita ao casal Mills. Eles colocam a fofoca em dia e conhecem um pouco mais da mulher que roubou o coração da mais jovem dos Mills.
•§•
Durante o domingo apenas a secretária substituta de Mary Margareth trabalhava na Mills e alguns poucos dos outros setores, que também não eram os mesmos que trabalhavam durante a semana. A Mills não parava.
Basicamente, Boyd estava ali apenas para atender ligações e um ou outro desavisado que não sabia que Regina Mills não trabalhava no domingo e que a maioria dos assuntos são resolvidos com hora marcada e muitas vezes com reuniões.
― Boa tarde, eu gostaria de falar com Regina Mills. ― Uma voz grossa fala, assustando Ashley brevemente.
― Boa tarde, senhor! ― Responde gentilmente, levantando-se. ― Ela não trabalha dia de hoje. Quer marcar horário? ― Pergunta, já puxando a agenda e abrindo-a.
― Você pode marcar um dia para eu vir fazer uma seção de fotos? ― Ele pergunta educadamente, tentando esconder a frustração por não ter encontrado Regina.
― A menos que o senhor venha através de alguma agencia, revista, site, marca, só trabalhamos com mulheres. ― Responde sem graça por só estar dando informações negativas para o rapaz.
― Tudo bem. Eu entendo. Obrigado pelas informações. Tenha um bom dia! ― Lancaster oferece um sorriso à jovem e vira para ir embora. Antes da porta do elevador fechar, ele observa o lugar com um olhar orgulhoso por você a conquista de sua amada.
Desde a última vez que Robin viu Regina, decidiu que tiraria um tempo para si. Iria cuidar de sua aparência, aprender inglês, conseguir um trabalho e sair do hotel para ir morar em um apartamento.
Agora que havia conseguido tudo isso, estava pronto para reencontrar a sua amada.
A partir de agora as coisas vão mudar um pouco. Espero que tenham aproveitado todo o amorzinho gostosinho delas.
PS: O Robin não vai machucar nenhuma das duas e não vai forçar nada com Regina, (do tipo agarrar a força ou beijar). A barra que ele vai forçar é a da aproximação mesmo. E ele não vai ser o tipo que fica armando, fazendo planos para tentar separar as duas, ok?