Teenage Bounty Hunters 2 (Ste...

By 307Bitanic

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Numa noite em que tudo deu errado, as irmãs Blair e Sterling tiveram de aprender a lidar com os diversos conf... More

Sterling, você é minha filha
Será que elas irão nos odiar para sempre?
Eu te amo
A verdade
Alex?
Como você soube?
Querida eu do passado
Se eu pudesse
Amiga da Sterling?
Relacionamento Cristão
E o que ela disse?
Ciúmes
Alicia Farwell
Isso sim que é diversão!
As anotações
Mal posso esperar
Padawan
Cúmplices
O encontro (parte 1)
O encontro (parte 2)
Sterling?
Volte agora!
Desculpa
Os preparativos
Sábado
Hartleben
Margaret
Domingo
Vamos?
Fique
Confia em mim
Será que ele é confiável?
O almoço
Caça ao tesouro
Aquela droga de livro da Blair
Um mês
Nossa única chance
Srta. Bela Adormecida
Precisamos conversar
Você me beijou!
A novata
Longa história
Carreira solo
Consulta
Alohomora
Somos Caçadoras de Recompensas
E o Uber?
Viva os honorários!
Casa na árvore
As gravações
As cartas de Margaret
É muito arriscado
A embarcação
Cassiopeia
Cem dólares
Tentando se manter viva
Acidente
Anderson
Um erro
Xeque-mate
Eureka!
Meisner
Harvey-Johan
Não posso te prometer
Bodas de papel
O presente de April
Slow Burn
Edifício Playcenton
Fim de jogo - Parte 1
Fim de Jogo - Parte 2
Acabou

A perseguição

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By 307Bitanic

        O pé de Blair estava enterrado fundo no acelerador e, quanto mais rápido ela ia, mais rápido o seu coração batia, ressoando em seus ouvidos. Ela precisou dividir a atenção com o Bowser, que estava na ligação; com a estrada, cuja iluminação diminuíra drasticamente devido ao cair da noite; e com o retrovisor interno, para o qual ela vez ou outra olhava a fim de se certificar do quanto de vantagem ainda tinha a frente dos três veículos atrás de si. Não muita, se quer saber. Uma das BMW's estava em sua cola.

       A perseguição em alta velocidade seguiu por muito tempo, uma longa distância, e o Volt costurava os carros na avenida para fugir da emboscada iminente. Blair parecia uma louca ao volante e, honestamente, que bom que o era daquela vez. Sua pouca cautela ao dirigir, para a ocasião, foi uma habilidade extremamente desejada e necessária. Mas havia um problema: seu descuido desmedido poderia causar um acidente drástico. Que Deus a ajudasse! Ela, por outro lado, estava pouco se lixando para a multa que levaria ou para os danos do carro, caso batesse em algum lugar, seu único objetivo era escapar daquela merda toda e despistar John Stevens enquanto April e Sterling seguiam com o plano. Se sairia viva de lá ou não, aí já era outra história.

        Bowser estava desesperadamente preocupado do outro lado da linha conforme ouvia tudo se desenrolar, novamente o sentimento paterno se aflorou dentro de si e ele largou tudo o que estava fazendo no momento para ir atrás dela o mais depressa possível. Eles marcaram um ponto de encontro. Havia um galpão velho e antigo que ele conhecia no caminho para o qual ela estava indo que serviria como um esconderijo para ambos... Pelo menos por um tempo. Ela estava indo para lá. Só que primeiro tinha de dar um perdido naqueles carros, que não facilitavam a vida dela em nenhum instante.

       Blair contou ao homem todo o seu plano, contou — mesmo que superficialmente por causa da situação em que estava inserida — o que descobriram e tudo o que ele precisava saber para agir. Disse a ele que deixou Sterling e April seguirem por conta própria e que estava naquela insanidade de fuga sozinha, qual foi o aumento do desespero dele ao saber sobre esse fato. Bowser sabia que a morena poderia ser doida, mas não sabia que ela poderia ser doida a tal ponto de arriscar a própria vida em prol de alguma coisa. De certa forma, ele se sentiu culpado por ter dado tanto combustível às gêmeas, especialmente a ela, e deixado-a mergulhar tão fundo no mundo da espionagem sem a devida supervisão, mas tinha de reconhecer que as irmãs tinham feito um excelente trabalho em conjunto como caçadoras e que, se não fosse pela impulsividade e curiosidade de ambas, eles não teriam chegado tão longe. O problema era que agora a responsabilidade estava TODA sobre as costas de três adolescentes de dezesseis anos, que não sabiam ainda nem o que seriam da vida dali a cinco anos.

        Como orientado, ele ligou imediatamente para o Terrance e convocou não só ele, mas toda a sua equipe para ajudar o Alex no Alabama, e deu ao Caçador Youtuber o número do jovem Stevens para que eles se comunicassem melhor. Até ali, o plano estava seguindo de acordo com o planejado, apesar de eles não saberem nem onde nem como Sterl e April estavam, tampouco se elas tinham conseguido ir de fato atrás da mochila. Que Deus quisesse que sim! Não as contatou, especialmente por não saber se era seguro o fazer ou não. E se o celular de Sterling estivesse grampeado? Não dava para arriscar isso.

        Só que o que Blair ainda não sabia era que John Stevens não estava em nenhum daqueles veículos, eram apenas homens subordinados ao empresário com sangue nos olhos e nenhum medo de morrer. Querendo ou não, tinham algo em comum com a adolescente, que não aliviou em momento algum para eles. Pelo contrário, o velocímetro estava quase estourando devido a velocidade desenfreada.

        John iria fugir, um avião já estava em prontidão a sua espera, apenas no aguardo de ser acionado. Se tudo desse errado, ele fugiria, por isso mandou seus capangas fazerem o trabalho por si: acabar com as gêmeas e trazer sua filha de volta. Não poderia levar April consigo porque ele sabia bem que, se ela soubesse de todo o seu histórico, o que provavelmente já tinha acontecido, ela o denunciaria na primeira oportunidade, independentemente se era seu pai ou não. Neste quesito, April era justa até demais. Então seu plano era mantê-la viva para depois mandá-la para um convento num outro país, onde os argumentos dela contra sua honra como cidadão e homem seriam imediatamente reprovados e descartados.

         Um desgraçado, era isso que ele era. Mas era um desgraçado inteligente. Um erro. A inteligência não deveria ser uma característica de homens como ele justamente pelo alto teor de risco que continha. Um perigo.

          Perigo.

         Puta que pariu! Falando em perigo, o perigo se tornou insano. Extremo.

         Blair entrou numa avenida praticamente infindável de mão única. Os veículos passavam ao seu lado como vulto, vindos no sentido oposto, e a passagem deles rasante ao Volt fazia ressoar um zunido estridente em seu ouvido, além das buzinas desesperadas e dos faróis acesos piscando em alerta. Ela driblava os carros a sua frente enlouquecidamente para fugir das duas BMW's e da Range Rover que vinha atrás de si e seu coração batia tão agitado em seu peito que teve a impressão de que ele saltaria para fora a qualquer instante. Seus olhos castanhos estavam furiosamente presos à estrada para se concentrar na merda que estava fazendo e o volante dançava em suas mãos, girando de um lado a outro com brutalidade. O acelerador continuou enterrado.

         De repente... Sirenes. Luzes azuis e vermelhas. Polícia. Perseguição em dose dupla.

         Danou-se a merda toda!!!!!!

— PORRA!!!!

         Ela gritou, exasperada. Bowser ainda estava na ligação.

— O que é que aconteceu????

        Silêncio.

        Ela não conseguiu nem pensar numa resposta, porque teve de agir depressa: ao avistar uma curva à direita, abruptamente puxou o freio de mão, pisou na embreagem para desestabilizar as rodas traseiras e girou todo o volante para a direita, derrapando no asfalto como se ele fosse de gelo. O pneu cantou furiosamente com a prática do drift improvisado. Rapidamente, sem nem pensar muito, sentindo o momento, ela desceu o freio e voltou a acelerar desesperadamente o Volt. Não olhava para os lados quando passava em disparada por um cruzamento, simplesmente ia, com a buzina pressionada incansavelmente para alertar quem quer que fosse atravessar na mesma hora que ela. Qual um mantra em sua mente, rezava o Pai Nosso.

         No caminho, no meio tempo em que considerou falar alguma coisa para o Bowser através do celular, que já estava caído no chão depois de tanta loucura, tanto vai-vem, ela quase atropelou um casal que andava distraidamente de um lado da rua para outro quando o sinal do semáforo ficou vermelho. Eles estavam certo. Ela, totalmente errada. Se Blair os atropelasse naquele instante, faria um boliche humano terrível devido à velocidade surreal com a qual dirigia. Ela gritou muito alto em desespero quando os viu e, se tivesse passado por eles apenas um milésimo de segundo antes, os acertaria em cheio com toda a certeza. Conseguiu desviar a tempo, por pura sorte do destino. O casal... Bem, provavelmente estava chorando na calçada por terem sido livrados de uma experiência quase morte.

       E a perseguição se sucedeu, com os tiras à retaguarda da Range Rover, que estava à retaguarda das duas BMW's e do Volt. Uma loucura sobre rodas. O frenesi devido ao tamanho susto pelo homicídio que quase cometeu deixou-a num estado aéreo, mas só por um tempo, pois logo se deu conta de que precisava ficar ainda mais alerta para que não voltasse a cometer o mesmo erro, apesar de ser inevitável prever. Não tinha como prever quem surgiria bem no meio do seu caminho.

       Assim como também não pôde prever o que aconteceria em seguida.

       Escolheu a rota errada para seguir, mas quem é que poderia julgá-la, afinal? Ela não poderia imaginar, visto que não havia absolutamente nenhuma placa ou sinalização informando. Feroz e concentrada demais em escapar para se dar conta do erro, permaneceu naquele mesmo caminho até chegar numa rodovia que levava a uma enorme ponte. Havia movimento na rodovia abaixo, mas esta em específico, cuja rota Blair decidiu inconscientemente pegar, tinha um tremendo problema: estava em reforma da metade para trás e, portanto, o tráfego por ali era inviável. Dar a meia volta estava totalmente fora de questão, especialmente levando em consideração a sua situação atual. Ou seja, Blair estava completamente encurralada.

         Extremamente frustrada, ela começou a socar o volante com força, praguejando-se de todos os nomes horríveis possível enquanto o seu pé apertava o freio. Tinha de desacelerar. Ultrapassar a barreira que fechava a ponte era impossível, porque estava com vários ferros na horizontal, além de escombros enormes para limitar ainda mais a área a fim de reforçar a segurança. Com certeza algum retardado tentou passar por ali em algum momento, caso contrário não haveria todo aquele reforço.

         Bom para a ponte, péssimo para Blair.

         Será que era xeque-mate?

         Mas ela não queria aceitar a derrota tão fácil, não depois de todas as experiências de quase morte pelas quais passou para chegar até ali. Tinha de haver outro jeito. Tinha de existir algum jeito de fugir. E ela, com o coração a mil por segundo, olhou tudo ao redor em busca de qualquer coisa que a ajudasse enquanto o carro chegava à velocidade quase zero. Os outros veículos também reduziram um pouco, mas com cautela, porque não sabiam o que ela pretendia fazer, inclusive a polícia, que vinha bem lá atrás.

          Blair acelerou mais um pouco e diminuiu para ganhar tempo. Acelerou e diminuiu. Acelerou e diminuiu. E foi quando a ideia lhe surgiu como um presente enviado por Deus. TINHA de dar certo. Era aquilo ou não era nada. Soltando o cinto de seguranças, seu corpo se arrepiou todo e ela quis chorar com a tamanha adrenalina que dançava por suas veias. Olhando pelo retrovisor interno, ela percebeu que eles estavam atentos a cada um de seus movimentos e os refletia, qual animais selvagens à espreita de suas presas.

— Você consegue, Blair. Você consegue. — ela repetiu para si mesma, ganhando confiança. Suspirou profundamente, trêmula.

         Então ela acelerou o carro. Acelerou. Acelerou. E acelerou. E enquanto o carro estava em alta velocidade, ela abriu a porta do Volt e se jogou para fora dele, rolando na estrada, ferindo-se toda. O carro dos Wesley continuou sua trajetória devido à inércia e se chocou drasticamente contra a mureta enorme de pedra e de ferros. Oh, Jesus! Adeus. Os outros veículos ameaçaram seguir o movimento do Volt, e quase o fizeram, até se darem conta do que ela tinha planejado.

        Toda ralada e ferida, não teve tempo de resmungar de dor, porque os capangas do John desceram do carro e foram atrás dela com a arma apontada para a sua direção. Mas estavam distantes demais devido à vantagem que ela conseguiu com o seu próprio carro antes de pular para fora, então teve tempo de se levantar do chão e, mancando mesmo, começou a correr o mais depressa que pôde. Eles, idem. E por saberem que ela estava só, isto é, sem a April, começaram a atirar.

        "Você é rápida à beça. Corre feito um veado. Incrível!", foi o que Bowser disse a ela quando as gêmeas tinham ido pegar a primeira recompensa como caçadoras. E Blair provou, naquele momento de pura adrenalina, que ele nunca esteve mais do que certo. Apesar de estar toda dolorida e ralada, apesar de nem conseguir pisar direito no chão, ela ignorou tudo isso e correu o mais depressa que pôde, como se sua vida dependesse disso. E, de certa forma, realmente dependia. As balas vinham em sua direção sem pudor e só Deus sabia o quanto a sua mão estava ali, protegendo-a. Era um tremendo milagre não ter sido atingida por nenhuma. Correu. Correu. O coração martelando no ouvido, a respiração desesperadamente ofegante, as pernas bambas, o sangue bombeando cada vez mais rápido. Os disparos passavam a metros de si e um conseguiu lhe atingir de raspão quando ela olhou para trás para ver o quanto de vantagem ainda tinha.

— Filho da puta, desgraçado! — resmungou para si enquanto levava a mão esquerda para estancar o sangramento do braço direito. As pernas, porém, não diminuíam os passos.

        Blair iria se jogar da ponte.

        Correu até o limite lateral da estrada. Correu. Correu. E imediatamente se posicionou para o lado de fora desta. Iria pular dali. Embaixo de si, havia um tráfego agitado de automóveis passando de um lado para outro, porém aquela era a sua única chance. Não tinha outra maneira. Os policiais gritavam para que ela e os outros parassem. O motorista de uma das BMW's preta tinha voltado para o carro para poder alcançá-la assim, já que se viu incapaz de alcançá-la correndo. Blair era rápida demais para o gosto deles. A Range Rover e a segunda BMW ficaram, porém, para trás enquanto os capangas iam atrás dela com seus revólveres.

        Enquanto tudo ao seu redor parecia estar transcorrendo em câmera lenta; enquanto sentia o temor avançando por cada átomo de seu corpo ao olhar para o que acontecia abaixo de seus pés; enquanto a ventania forte do cair da noite a balançava para frente e para trás, mostrando-lhe o quão arriscado aquilo era; enquanto seu coração se comprimia dentro do peito e o ar lhe faltava, ela conseguiu avistar a sua escapatória. Os tiros cessaram por tempo o suficiente para que ela tomasse a decisão de se jogar. Os tiros cessaram para que as munições não fossem desperdiçadas, visto que os subordinados do Stevens ainda estavam em desvantagem. Foi Deus! Era Deus quem estava com ela naquele instante. Só podia ser Ele, não tinha outra explicação.

          E quando próximos o bastante e agora com a arma apontada para a cabeça dela, Blair olhou nos olhos dos capangas de John uma última vez, seus olhos estavam marejados, mas frios e intensos, e quando um deles deslizou o indicador para o gatilho, ela soltou as mãos da balaustrada da ponte. Caiu. Seu corpo imediatamente sentiu a força da gravidade enquanto rasgava o ar em queda livre. Os homens arregalaram os olhos, descrentes, quando viram que ela realmente fez o que eles não acreditavam. Eles recuaram, não atiraram, porque sabiam que a queda já a mataria. Faria o trabalho por eles. Nem olharam para baixo para ver o estrago, porque sabiam que seria melhor pouparem a si mesmos.

         Entretanto, o que eles não calcularam era que ela tinha uma estratégia. Que ela não era tão louca quanto parecia. Ou, melhor, que ela era REALMENTE mais louca do que parecia. Que era, também, bem mais inteligente do que aparentava e que tinha saído viva.

         Antes que seu corpo colidisse contra o chão, desfigurando-a completamente e deixando sua marca registrada no meio da rodovia, um caminhão de lixo passou na mesma hora, qual ela calculara em pensamentos ao vê-lo se aproximar da ponte. Foi uma combinação de tempo tão perfeita que só poderia ser coisa divina. Caiu no meio de um monte de lixo, afundando-se nos sacos com várias dejetos e restos de comida estragada. Melhor que nada!

         Blair começou a rir sozinha com seu feito. Gargalhou. E riu ainda mais quando, assim que os capangas de John e os tiras perceberam que ela não estava destroçada no chão, começaram a gritar frustrados de raiva, assistindo-a partir junto ao caminhão.

— CONSEGUI, PORRA!!!!!

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