Teenage Bounty Hunters 2 (Ste...

By 307Bitanic

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Numa noite em que tudo deu errado, as irmãs Blair e Sterling tiveram de aprender a lidar com os diversos conf... More

Sterling, você é minha filha
Será que elas irão nos odiar para sempre?
Eu te amo
A verdade
Alex?
Como você soube?
Querida eu do passado
Se eu pudesse
Amiga da Sterling?
Relacionamento Cristão
E o que ela disse?
Ciúmes
Alicia Farwell
Isso sim que é diversão!
As anotações
Mal posso esperar
Padawan
Cúmplices
O encontro (parte 1)
O encontro (parte 2)
Sterling?
Volte agora!
Os preparativos
Sábado
Hartleben
Margaret
Domingo
Vamos?
Fique
Confia em mim
Será que ele é confiável?
O almoço
Caça ao tesouro
Aquela droga de livro da Blair
Um mês
Nossa única chance
Srta. Bela Adormecida
Precisamos conversar
Você me beijou!
A novata
Longa história
Carreira solo
Consulta
Alohomora
Somos Caçadoras de Recompensas
E o Uber?
Viva os honorários!
Casa na árvore
As gravações
As cartas de Margaret
É muito arriscado
A perseguição
A embarcação
Cassiopeia
Cem dólares
Tentando se manter viva
Acidente
Anderson
Um erro
Xeque-mate
Eureka!
Meisner
Harvey-Johan
Não posso te prometer
Bodas de papel
O presente de April
Slow Burn
Edifício Playcenton
Fim de jogo - Parte 1
Fim de Jogo - Parte 2
Acabou

Desculpa

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By 307Bitanic

              Por mais que as coisas estivessem ruins, Sterling se despediu dignamente de Alicia, em vez de saltar do carro às pressas e correr para a casa. De que adiantaria, afinal? Teria o mesmo castigo, no fim das contas. Portanto, depois de respirar fundo, o coração na boca, depositou um selinho demorado nos lábios da outra e colou a sua testa a dela por um instante.

— Se eles me mandarem para um internato na Inglaterra ou se me prenderem para sempre na torre do meu castelo de princesa e eu nunca mais conseguir falar com você, saiba que eu gostei muito de hoje. — confessou ela, com um sorriso genuíno e divertido, embora pequeno. — E desculpa por toda essa bagunça.

— Não se preocupa com isso, não. Está tudo bem. — disse, segurando o rosto de Sterling com ambas as mãos. — Sério. Mas deveria ter me dito que estava de castigo, porque dava para a gente marcar para outro dia sem problema nenhum e você não precisaria sair escondida de ninguém.

                As duas riram um pouco.

— Minha mãe vai me matar. — a menina resmungou baixo, tomando certa distância. — Eu nunca fiz nada assim antes.

— Quer que eu entre com você lá? — Alicia sugeriu. — Talvez ela queira saber com quem você esteve. Posso dizer algo convincente, nada comprometedor, juro.

— Tipo o quê, exatamente?

— Bom, não pensei ainda. — coçou a testa. — Mas a ideia vai surgir no momento, tenho certeza.

                 Sterling sorriu para ela.

— Não precisa, não. — disse com sinceridade. — A única coisa que eu posso fazer agora é aceitar as consequências dos meus atos, seja ele qual for.

— Bastante maduro da sua parte dizer isso.

— É tudo maquiagem. — contou, apontando para o próprio rosto. — Por dentro, estou surtando mais do que nunca e só quero fugir.

                Mas ela não fugiu, é claro. Nem da situação nem do abraço acolhedor que Alicia lhe deu antes de ela sair do carro e seguir em direção à casa. O fez a passos curtos e arrastados, importante mencionar, como se houvesse uma força que a puxasse para trás, impedindo-a de encarar a verdade de frente, mas ela sabia em seu íntimo que não havia outra alternativa que não fosse aquela. Então, seguiu adiante.

                Quando a mão de Sterling tocou a maçaneta e a girou, seu coração disparou, qual tivesse acabado de levar um susto. Controlou a respiração para não sofrer por antecedência e, enfim, adentrou de vez. Entretanto, depois de percorrer alguns metros, estacou no lugar ao se deparar com os pais a sua espera na sala de estar junto a Blair.

— Olá! — ela os saudou com um sorriso amarelo e um aceno de mão contido.

— Senta, Sterling. — disse Anderson numa orientação, apontando o lugar defronte a si na poltrona com o queixo. Não parecia bravo, mas seu tom de voz era firme.

— Pai, eu-

— O que foi que deu em você? — interveio Debbie abruptamente, e havia decepção em sua fala. Não parecia reconhecer a jovem menina. — Que atitudes deploráveis são essas que você vem demonstrando? Não foi assim que a ensinamos!

— Eu-

— Fugir de casa, Sterling? — continuou ela, completamente descrente, e balançou a cabeça em negação. — Você parou para pensar por um instante no quão preocupados ficaríamos quando soubessemos ou você simplesmente achou que fosse inteligente demais para nunca descobrirmos?

— Desculpa, mãe. — ressentida, baixou a cabeça, pois era a única coisa que poderia fazer.

— Desculpa não é o bastante! — disse de volta. — E se acontecesse algo com você? E se você fosse sequestrada de novo? E se você sofresse um acidente? Ficou louca, foi!? — exaltou-se, mas o tom de voz se manteve constante. — Como é que saberíamos de você, se nem com celular você estava? E que droga de amiga é essa com quem você saiu que nunca vimos???

               Sterling não falou nada, porque não sabia se deveria ou não, então apenas ficou escutando. Blair, idem.

— Eu estou te fazendo uma pergunta! Quem é essa amiga com quem você saiu? Você nunca foi de sair com amigos antes, só com a Blair. — apontou, desconfiada, os olhos semicerrados. — Está mentindo para a gente, Sterling? Não vai me dizer que essa "amiga" aí na verdade é um garoto com quem você está saindo, pelo amor de Deus!

— Garoto??? — Anderson estrilou com a sugestão.

— Não, mãe! Não tem garoto nenhum! — ofendida com a falta de confiança, protestou. — Foi realmente com uma amiga. O nome dela é Alicia.

— E de onde você conheceu essa garota, hã? Da escola que não foi, tenho certeza! — exigiu saber. — Foi da internet??? Jesus Cristo, tenha dó! Foi por isso que você saiu escondida? Foi por isso que enganou a gente???

                Sterling, desnorteada com o tanto de questionamentos, abria e fechava a boca a todo instante, incapaz de saber o que responder primeiro. Sua fisionomia era o retrato perfeito da confusão.

                 Blair intercedeu pela irmã de repente, por sorte, antes que ela entrasse em colapso. Trouxe a atenção para si, inventando a desculpa mais besta que conseguiu para aliviar o lado de ambas.

               Sterling, surpresa, ergueu uma sobrancelha e a encarou fixamente quando em um momento oportuno, numa troca de olhar cúmplice.

— O que é que você está fazendo???

— Ajudando você, oras! Depois você me agradece. Eu só quero subir para terminar de ver o meu filme! Tô na parte em que a Kim e a Amanda são raptadas pelo cara com tatuagem de lua e estrela e o Bryan, que é o pai de uma delas e que ouviu toda a cena se desenrolar, vai atrás da filha em Paris.

— Como é que tudo deu tão errado? — indagou, dando de ombros à narração do filme, mas Blair estava tão entretida que nem se deu conta de que a irmã fazia referência, na verdade, à própria situação.

— Elas se deixaram levar pela emoção e aceitaram carona de um desconhecido simpático no aeropor-

— Blair, foco! Eu não estou falando do filme!

— Ah! — deixou escapar em desânimo, murchando. — Ok.

— Como é que eles descobriram, afinal?

              E ela contou rapidamente que os pais estranharam o fato de Sterling não ter descido para se reunir à mesa com eles quando a pizza chegou, e Blair justificou a ausência da irmã dizendo que ela estava no quarto, triste, por causa do castigo. Que ficaria por lá pelo resto da noite, recusando-se até a assistir ao filme Busca Implacável consigo. Foi convincente... Mas por pouco tempo. Ambos os pais se sentiram mal, de modo que Debbie se viu na obrigação de subir para conversar com a mais nova. Até levaria um pedaço de pizza com refrigerante para animá-la um pouco, porém Blair a impediu de o fazer. Ofereceu-se para ir no lugar e foi bastante incisiva no pedido.

"— Não, mãe. Ela não vai querer falar com a senhora. Pode deixar que eu levo.

— Já disse que eu vou levar, Blair.

— Espera aí. Deixe ela ter um pouco de privacidade!!!

              A mulher riu um pouco, achando graça. Subiram as escadas. A mais velha estava suando frio.

— Eu só quero ver se a minha filha está bem. Tenho esse direito, não tenho?

— Vê amanhã.

              Debbie voltou-se para a menina com uma das sobrancelhas arqueadas, não entendendo o porquê do desespero e do porquê ela estava tentando tanto demovê-la da ideia. Já fora adolescente um dia, sabia bem o cheiro amargo de confusão de longe. Não era boba.

— O que é que vocês estão aprontando, hein?

— Nada! Juro. — sorriu amarelo.

— Tenho minhas dúvidas.

— Não é nada. Só quero que a Sterling fique em paz.

             E voltou a caminhar apressada atrás da mãe, quase se colocando à frente dela para impedi-la de seguir adiante.

— Pode deixar que eu levo. — insistiu, mas a mulher a ignorou outra vez.

              Quando chegaram à porta e a mãe percebeu que estava trancada, utilizou os nós dos dedos para chamar a atenção da filha mais nova.

— Sterling?

              Mas não houve resposta, é claro. E foi aí que tudo desandou."

               Fora convincente, até, a desculpa inventada. Mas, embora explicasse todo o ocorrido, não justificava. Não justificava ela ter ajudado a irmã a fugir escondida, porque ia contra os ensinamentos dos pais e tudo aquilo de certo que eles pregavam. Não justificava o fato de a menina ter chegado depois das 22h em casa com uma desconhecida, mesmo que a menina fosse teoricamente uma "conhecida" das garotas. Nada justificava a atitude errônea e postura imatura que tomaram desde o início, embora pudessem facilmente explicar e Blair sabia.

                Entretanto, Anderson e Debbie entraram num consenso de que existiam questões a serem levadas em consideração: a falta de educação com a qual Sterling falou com John na igreja e o fato de ela ter saído escondida para "espairecer" não poderiam simplesmente ser desconsideradas, era óbvio, senão eles não estariam cumprindo corretamente com seus papéis de pais, porém aceitaram pegar mais leve na punição devido ao fato de a filha ter passado por situações estressantes nos últimos dias. Era muito para qualquer um, especialmente para uma adolescente de dezesseis anos.

                 Tiraram o celular de Blair também, que quase surtou, como castigo. Sorte dela foi que não lhe tomaram o notebook. Mas de que serviria, de qualquer maneira? Não seria capaz de levar para qualquer lugar mesmo. Ficaria incomunicável tanto quanto a irmã por alguns dias. Saber disso foi a verdadeira morte para ela. Aliás, teriam de achar um jeito de acordarem de manhã para irem à aula a partir daquele dia, dado que o último recurso fora ceifado. Boa sorte para elas!

                 Para Sterling, a penitência não foi necessariamente uma penitência, mas uma forma de correção: aos fins de semana, ela não ficaria mais de bobeira em casa. Em vez disso, seria voluntária em todos os possíveis eventos beneficentes da cidade até que os senhores Wesley percebessem melhoras no comportamento dela. No sábado, isto é, logo no dia seguinte, visitaria asilos e ajudaria a cuidar dos idosos para aprender a valorizar mais os pais.

— Porém neste domingo, e apenas neste, você não precisará ir.

— Será o dia de folga? — Blair zombou, mas não havia nenhum sinal de diversão em sua fisionomia.

— Não. — ele se deu ao trabalho de responder pacificamente e continuou: — Neste domingo estaremos com os Stevens na mansão deles. Fomos convidados a um almoço.

— Quê????? — Blair e Sterling engasgaram com o anúncio, desesperadas e aflitas demais para esconderem a expressão de desgosto mesclada à surpresa.

— Pois é. Portanto, exijo seriedade e educação da parte de vocês, estão me entendendo? — disse Anderson. — Será o momento de vocês duas se redimirem pelo que aprontaram hoje. Caso não, entenderei que estão querendo afrontar e não terei outra escolha a não ser trocar as duas para uma escola religiosa mais rígida. Vocês é quem sabem.

— O senhor não pode fazer isso, pelo amor de Deus! — Sterling protestou, a voz sobressaltada. Que merda!!

— Claro que posso. — um sorriso desenhou o rosto sereno dele. — John quer que sejamos sócios e trataremos de negócios neste dia, também. Será uma ótima oportunidade para a nossa família, então: não ponham tudo a perder. A mãe de vocês e eu conversamos bastante à respeito e, dado às circunstâncias, decidimos conjuntamente aceitar a oferta dele. Vamos ver no que vai dar!

                E as gêmeas se entreolharam com preocupação, temerosas. Sabiam bem o que isso significava: John Stevens estava começando a mostrar suas cartas, colocando-as na mesa vagarosamente, e suas presas estavam quase à mostra. O monstro saira da jaula. O que ele tinha em mente, elas definitivamente não sabiam, mas tinham certeza de uma coisa: ele iria atacar e iria atacar de verdade, sem dó nem piedade. Se não elas diretamente, quem as duas mais amavam na face da terra, independentemente de qualquer coisa: seus pais.

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