Teenage Bounty Hunters 2 (Ste...

By 307Bitanic

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Numa noite em que tudo deu errado, as irmãs Blair e Sterling tiveram de aprender a lidar com os diversos conf... More

Sterling, você é minha filha
Será que elas irão nos odiar para sempre?
Eu te amo
A verdade
Alex?
Como você soube?
Querida eu do passado
Se eu pudesse
Amiga da Sterling?
Relacionamento Cristão
E o que ela disse?
Ciúmes
Alicia Farwell
Isso sim que é diversão!
As anotações
Padawan
Cúmplices
O encontro (parte 1)
O encontro (parte 2)
Sterling?
Volte agora!
Desculpa
Os preparativos
Sábado
Hartleben
Margaret
Domingo
Vamos?
Fique
Confia em mim
Será que ele é confiável?
O almoço
Caça ao tesouro
Aquela droga de livro da Blair
Um mês
Nossa única chance
Srta. Bela Adormecida
Precisamos conversar
Você me beijou!
A novata
Longa história
Carreira solo
Consulta
Alohomora
Somos Caçadoras de Recompensas
E o Uber?
Viva os honorários!
Casa na árvore
As gravações
As cartas de Margaret
É muito arriscado
A perseguição
A embarcação
Cassiopeia
Cem dólares
Tentando se manter viva
Acidente
Anderson
Um erro
Xeque-mate
Eureka!
Meisner
Harvey-Johan
Não posso te prometer
Bodas de papel
O presente de April
Slow Burn
Edifício Playcenton
Fim de jogo - Parte 1
Fim de Jogo - Parte 2
Acabou

Mal posso esperar

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By 307Bitanic

           Todo o cuidado para manter o segredo guardado durante todo aquele tempo; todas as mentiras contadas para esconder os seus verdadeiros sentimentos e, também, quem realmente era desceram pelo ralo por um simples descuido. Por causa de um bilhete cujo conteúdo nem sabia qual era ainda, April assistiu ruir lentamente diante de si a proteção que cercava o belo castelo de cartas construído com muita paciência e dedicação.

           Ayla não era uma adolescente de quatorze anos qualquer. Não era ingênua como aparentava ser nem tampouco era uma menininha meiga e doce, mesmo que usasse isso ao seu favor, às vezes, principalmente na frente de John. A garota era inteligente e podia muito bem ser uma manipuladora chantagista quando bem entendesse. April sabia disso mais do que ninguém e não tinha dúvidas de que ela usaria a informação como uma arma para conseguir o que queria, fosse o que fosse.

            Infelizmente, a mais nova desenvolveu quase todos os pontos negativos da família. Ainda não era como o sr. Stevens, estava a alguns anos-luz de ser, por sorte, mas já se encontrava em processo. Com um pouco de persistência e dedicação, não demoraria muito a chegar lá.

— Papai vai ficar tão feliz quando souber. — Ayla provocou, irônica, fazendo referência ao papel quando a irmã se aproximou. Logo, sentou-se.

              John e Krista não estavam mais por perto, voluntariaram-se, só para passar a impressão de "bons moços", a ajudar o pastor Booth com a pane da energia. Luke e sua família, idem. Anderson, que estava sozinho em seu lugar, decidiu se juntar a eles também. Tentariam ligar para a empresa de eletricidade e para os bombeiros, para que fosse possível retirar os fios com segurança. Já Alex, por sua vez, encontrava-se próximo ao palco junto ao baterista, um velho amigo seu que não via há tempos. Portanto, estavam somente as duas ali.
           
— Você não ousaria. — não era um desafio, mas soou como um. A mais nova sorriu.

— Ai, April... — Ayla suspirou, repousando as costas no encosto do banco. — Engraçado, sabe? A verdade é que eu nunca estranhei o fato de você sempre recusar todos os garotos bonitos que surgiam a sua frente. Para mim, era só mais uma escolha burra sua mesmo. Você estava sempre tão focada em parecer perfeita para o papai e para a mamãe que eu imaginei que você nem estivesse preocupada com as oportunidades que estava perdendo. Mas agora tudo faz sentido na minha cabeça. Você e Sterling... Quem diria, não?

— O que foi que você leu? — April podia sentir os batimentos cardíacos em seus ouvidos, o nervosismo quase transparecendo em seu tom de voz. Tremia por dentro.

— Você sabe o que eu li. — retrucou, como se fosse óbvio. — Caso contrário, não estaríamos aqui agora.

           Mas ela realmente não sabia.

           Porra, Sterling! Eu vou matar você!!

— Me devolve o papel. — estendeu a mão à frente perto o bastante para que Ayla conseguisse enxergar através da parca luz.

— E por que eu faria isso, huh?

— Porque você não vai querer brincar comigo. — a ameaça vestiu-se de conselho, porém cada palavra foi dita friamente. 
 
            Ayla soltou uma risada nasalada, achando graça.

— Você é só um cão que ladra, mas não morde. Me poupe!

— Pelo visto você não me conhece o suficiente...

— Quero ver se você terá essa valentia toda aí quando o papai ficar sabendo.

            Irritada com a provocação, April travou o maxilar e precisou respirar fundo algumas vezes para manter a sua sanidade intacta.

            Francamente, era tão decepcionante e estressante saber que a própria irmã estava disposta a entregá-la ao lobo só por diversão. Só para afagar o próprio ego. Com uma dessas por perto, não precisava nem de inimigos. Doía em seu coração. A rixa verdadeiramente a afetava negativamente.

           Não queria que o relacionamento das duas fosse assim, assim como não quis que fosse com o Alex, mas era. Infelizmente era. E era ainda pior, até. O atrito e os confrontos existiam desde sempre, mas especialmente quando Ayla começou a entender que só conseguiria a plena atenção de John se fosse melhor que April em alguma coisa. O amor se mostrou a ela a vida toda por meio de condições. Nada nunca foi de graça. Como a caçula, tinha suas regalias de vez em quando, mas sempre se via deixada de lado. Alex era o excluído da família, então não fazia muita diferença quando se tratava de receber algum carinho de John, porque ele não tinha quase nenhum. April, entretanto, era a favorita, especialmente porque os dois sempre foram muito parceiros. Tudo o que o senhor Stevens fazia era com ela. Tudo, mesmo que a mais velha nunca tenha se sentido totalmente confortável com esse tipo de tratamento. No que dizia respeito a Ayla, porém, a menina não tinha um lugar fixo. Uma hora estava no topo, mas só quando se destacava muito positivamente em algo; noutra, era só o vácuo entre os dois extremos. Levando isso para a vida como verdade e como lema, tornou-se uma competidora assídua em tudo o que fazia só para ter os seus minutos de atenção. Vivia por isso, para agradar quem estava pouco se lixando para o seu bem-estar. E a raiva e a frustração tomaram conta de si, transformando-a num resultado errado de um cálculo de matemática.

             Justamente por causa desses sentimentos ruins regados e semeados com tanta carinho que ela não iria afrouxar o aperto. Não ia mesmo. Estava diante da oportunidade de ouro e não pensaria nem duas vezes antes de fazer uso dela com muito gosto. Tinha em mãos a informação perfeita para provar a John que April não era lá a filhinha perfeita que ele imaginava. Poderia fácil, fácil manchar a imagem da irmã e fazê-la sentir o que sentia há anos: uma ninguém.

             Nem conseguia acreditar em sua própria sorte!

            Na concepção de Ayla, tudo de que precisava naquele momento era saber exatamente o que faria com a informação que sabia para, assim, assistir o circo pegar fogo enquanto comia sua pipoca.

             Mas era tão tóxico uma criança pensar dessa maneira que chegava a dar pena. O que John fez com os próprios filhos???? Que tipo de pai de merda ele era??? Por Deus!!!

— Me devolve logo esse papel! — April foi incisiva no tom de voz.

— Já disse que não.

— E o que você vai fazer com ele? Mostrar ao papai? — quis saber, e ergueu uma sobrancelha sugestiva. — Ele não vai acreditar em você, Ayla. Você não pode provar nada com isso aí!

— Tem certeza? — a menina devolveu, provocativa. Afastando o corpo de April para que ela não alcançasse o papel, Ayla o desdobrou e, iluminando-o com uma das luzes no local, leu a seguinte parte: — "Se Ellen não tivesse dado a chave da sala a April, se nós duas não tivéssemos tirado nota 10 no trabalho do Templo de Salomão e se nós duas não tivéssemos tido aquele momento de conversa pessoal, provavelmente eu não teria tido a coragem de beijá-la.".

              April tomou uma profunda respiração, o rosto rígido. Mataria Sterling na primeira oportunidade que tivesse.

             Porra!!! Como é que ela escreve um negócio desse? Como é que ela entrega o jogo assim?

             Que inferno!!!

— Interessante, não é?

— Isso não prova nada! — retrucou, mesmo sabendo que era mentira. Aquilo provava muitas coisas, sim. — Fácil, fácil consigo dizer que foi você quem escreveu.

               Com a ameaça sutil, um sorriso leve desenhou o rosto da menina.

— Você é tão previsível! — era um deboche. Balançou a cabeça negativamente, fingindo estar decepcionada. — Pelo visto não é tão inteligente quanto parece. — a ofensa foi certeira. — Acha mesmo que eu sou burra, April? Tenho cara de idiota, por acaso? É óbvio que eu sei que você usaria isso como escudo para se defender, está na cara. Que pena que esse é o melhor que você pode me oferecer...

              A mais velha travou no lugar. Como ela podia ser tão petulante e desprezível? Não fazia nem esforço. Só pelo desrespeito, merecia um tapa na boca.

— Eu não vou mostrar nada ao papai, pode ficar tranquila. Mas isso não significa que ele não ficará sabendo...

             Era uma chantagem. É claro que era uma chantagem. Demorou até demais, na verdade. E Ayla provavelmente aceitaria ter as mãos molhadas para enterrar o segredo no fundo do baú. A questão era: será que sairia muito caro? Será que o preço a ser pago pelo silêncio valeria realmente a pena? Mas April não estava em condições de pensar sobre isso ainda, de qualquer maneira, então se deixou ceder no momento.

— O que você quer, inferno!? — entre dentes, April disparou com raiva. Seus olhos fuzilavam-na.

— Quero o quê? — deu-se de desentendida.

— O que você quer para calar essa sua boca?

                Ayla alargou o sorriso enquanto a encarava, achando muita graça da situação.

— Não quero nada. — disse tranquilamente, como se estivesse comentando sobre o tempo. — Por enquanto... Portanto, padawanzinha, — fez questão de chamá-la com o mesmo apelido que o pai o fazia só para atiçar. — já vai se preparando aí, porque eu não sou uma garota de pedidos simples...

               Quê!??

               Como ela se atrevia? Como inferno ela se atrevia!??? Sinceramente, não dava para acreditar!

               Era só o que faltava! Porra!! Era só o que faltava ser refém de uma porcaria de adolescente mimada de catorze anos de idade!!

               Mataria Sterling, definitivamente!

                (...)

              No saguão, depois de Anderson ter chamado o Corpo de Bombeiros e John, uma Empresa de Eletricidade, os dois ficaram a conversar enquanto aguardavam a vinda do reforço. O mesmo acontecia com Krista e Debbie, que encontraram algo em comum para debater e alimentaram pouco a pouco o diálogo com outros assuntos. Os Creswell, como já de praxe, trocavam farpas por nenhum motivo num canto qualquer. Luke até se afastou dos dois para não precisar assistir à cena. Blair, por sua vez, viu-se deslocada, alheia a tudo, até que Sterling apareceu para salvar a sua vida do tédio.

               Convencida, finalmente, de que a possessão de sua irmã era uma baboseira de sua cabeça, ficou de boa quando ela se aproximou. Mas Sterling não estava totalmente bem, não consigo mesma, pois a culpa batia forte em sua consciência. Torcia para que April conseguisse lidar com a confusão, mesmo que não fosse responsabilidade dela consertar a besteira, porém era a única que podia resolver, infelizmente.

             Sterling suspirou com pesar, andando de um lado a outro.
             
             Com o forte vendaval, a árvore havia tombado para frente, fechando a rua de uma ponta a outra. Os fios arrebentados encontravam-se perigosamente pendurados nos postes, que envergaram um pouco devido à intensidade do baque aplicada na conexão entre eles. O tráfego de carros fora suspenso por aquela via, até porque não tinha nem como passar, além de não ser nem um pouco seguro também, pois os fios ainda podiam estar energizados.

             A chuva ainda caía forte, mas não com tanto desespero. Era agradável. Tão agradável quanto poderia ser. E a noite estava começando a querer esfriar, também.

— Então, Anderson, não querendo me intrometer em seus assuntos particulares, mas eu soube que você pediu demissão da empresa de seu pai. É verdade?

— Ah, sim, sim. É verdade, sim. — ratificou, passando as mãos pelos cabelos antes de colocá-las nos bolsos dianteiros da calça. — Não estava dando certo fazia tempo! Meu pai costumava me subestimar demais, John, mesmo que eu depositasse o meu sangue no crescimento e no desenvolvimento da empresa. Da parte dele, nunca houve um único reconhecimento. Então decidi mudar o jogo da minha própria vida e pedi demissão.

— Admiro a sua coragem. — pela primeira vez em toda aquela noite, John abriu a boca para expressar algo que acreditava com sinceridade. Milagre! Ou será que era uma estratégia? — Poucos são os homens de decisões hoje em dia, Anderson, e você se provou um desses poucos. A maioria trava quando chega o momento de bater no peito e dar a cartada final. Travam, temendo as consequências. Parabéns por sua atitude! — Stevens apoiou uma das mãos no ombro do sr. Wesley e o sacudiu de leve, dando-lhe as congratulações.

— Muito obrigada. — agradeceu sem jeito e sorriu. — Mas nada disso teria acontecido se não fosse pela minha esposa. Foi preciso um certo incentivo antes.

— Isso é ótimo! Debbie é uma mulher forte.

— É mesmo, ela é sim.

— E em que você tem trabalhado ultimamente desde que saiu de lá? — John quis saber, interessado, mudando sutilmente de assunto.

— Só em caça, mas não está sendo o suficiente. Estou tentando encontrar algo para fazer além disso, para complementar a renda, sabe?

               O sr. Stevens sorriu um sorriso tão largo que, se forçasse um pouco mais, com certeza rasgaria o rosto.

— Olha como Deus é incrível! — ele comentou, fingindo estar abobado. — Era sobre isso que eu queria conversar contigo!

— Era?

— Sim. — empolgado, acenou com a cabeça. — Então, por causa do que aconteceu comigo nesses últimos meses, algumas empresas minhas se desvalorizaram na bolsa e eu perdi bastante dinheiro. Estou lutando para voltar aos eixos aos poucos. Mas, paralelo a isso, estive considerando comprar alguns terrenos ao redor e fora de Atlanta para construir grandes centros de entretenimento, que costumam gerar bastante lucro: maiores campos de golf, melhores quadras de tênis e basquete, estádios médios e confortáveis para beisebol, e pistas melhores desenvolvidas para corrida de cavalos.

— Caramba! — Anderson pareceu impressionado. — Que visão, John! Incrível!

— Pois é, cara. Mas a ideia ainda está no papel, tenho de pensar bem e planejar antes de colocá-la em prática, de fato. — disse ele com tranquilidade, pondo as mãos no bolso. — E preciso de um sócio. Alguém de confiança. Pensei logo em você.

              Os olhos do sr. Wesley se arregalaram em surpresa e ele sorriu em agradecimento pela consideração.

— Como você comentou agora que estava procurando algo para fazer além da caça e como eu já estava pensando mesmo em convidar você para fazer parte, achei que seria a oportunidade perfeita para construirmos um negócio em parceria. O que me diz? — arriscou perguntar. Anderson considerou a ideia por um segundo. — Bom, antes que me dê o veredito, sei que parece tudo muito arriscado, e é. Portanto, acredito, também, que você precise de tempo para pensar na proposta, mas asseguro a você que será um bom investimento. — tentou passar confiança. Era bom nisso. — O que acha de você e sua família irem almoçar lá em casa no domingo com a minha família? Posso te mostrar todo o planejamento, as planilhas, os lugares onde cada lugar seria construído e o quanto precisaríamos investir de início para impulsionar o negócio. Tudo. Tenho tudo no meu escritório. E duas cabeças pensam melhor que uma só, certo? Somos homens de decisões e sua opinião seria bastante válida, também, especialmente se eu puder contar contigo.

               Anderson respirou fundo, a mente pesando os prós e contras daquele convite. John estava manchado na comunidade, mas ainda assim era um excelente empresário. Não era à toa que ainda continuava um dos mais ricos de seu meio social. E parecia confiável, também. Parecia ter boas intenções, além de ser um visionário. Seria realmente a oportunidade perfeita para alavancar a sua vida financeira e deixar de depender do pai. De impressionar sua esposa e dar um futuro melhor para as suas filhas. De construir algo que seria seu e levaria o seu nome. Uma herança para a família. A ideia era atraente demais e fez com que ele sonhasse acordado por uns segundos ao imaginar a ideia sendo colocada em prática e dando muito certo. Ele sorriu. Sorriu genuinamente. Logo, estendeu a mão à frente de si e o Stevens a apertou com gosto.

— Fechado! — Anderson disse, firme. — Só preciso conversar com a Debbie antes.

— O tempo que precisar, amigo. O tempo que precisar. — John ainda não estava acreditando naquilo. Sentiu muito orgulho de si mesmo.

— Domingo estaremos lá, então, e conversaremos melhor sobre isso. — disse, e pareceu tão inclinado a aceitar a parceria que era como se já tivesse dado a sua rubrica no contrato. — Serei capaz de dar o meu posicionamento sobre a sua proposta.

— Ótimo! — o homem ofereceu um sorriso largo, demonstrando o quanto estava feliz. E sua mente começou a trabalhar a todo vapor, uma máquina. — Mal posso esperar...

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