Capítulo Cinquenta e Cinco

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— Shiii! Calma Luz, calma, respira fundo princesa. Eu não vou te deixar, pelo contrário. Eu vim justamente te buscar. Vamos te levar para casa.

— Para sua casa? Pai, o senhor vai me leva para casa? Mesmo?! De verdade verdadeira mesmo?! Sem ser de mentirinha? — os olhinhos azuis era um medo tão grande que fosse tudo mentira que chegava a doer na alma de quem olhava.

— Sim, de verdade verdadeira mesmo. Sem ser de mentirinha. Você quer ir? — foi aclamando a menina nos seus braços, acariciando seus cabelos, colocando atrás da orelha.

— Quero pai, bora pai, bora embora! Vem pai, tchau tia Amara. Eu adorei conhecer a sinhora tia, mas agora eu tenho meu pai. Tchau tia! Vem Moço grandão! Vem! Eu esqueci seu nome moço grandão! — foi descendo do colo do músico e enxugando o rosto com pressa e foi puxando Samuel pela mão e a menina era mais forte do que parecia.

Toni sorriu em meio aquele clima esquisito que tinha se formado.

— Me chama de Toni baixinha!

— Ah é Toni né? Vem seu Toni! Vem logo! Bora pai, vamo embora! Eu quero conhecer sua casa! — fez Samuel sair mancando atrás dela.

O músico ainda olhou para os outros dois, mas Amara acenou positivamente e se despediu do músico com um aceno. Toni cumprimentou normalmente a conselheira e agradeceu a atenção e o tempo da mulher, só então saiu andando no encalço dos dois.

Luz só se acalmou um pouco no carro, porque teve certeza que realmente iria junto com Samuel para onde quer que ele fosse. Foi uma pequena luta para convencer a menina que ela tinha que ir no banco de trás. Mas bastou Toni falar sério uma vez e pronto, ela obedeceu com um muxoxo e cruzando os braços dramaticamente. Mas ficou muito mais calma quando viu que Samuel entrou no carro também.

Era quase onze horas da manhã, como tinham uma pequena viagem pela frente, acharam melhor almoçar primeiro, mesmo que fosse um pouco cedo para isso. Toni rodou uns vinte minutos até chegar no restaurante que conheceu uma vez quando veio para cidade a trabalho. Assim a fome só fez aumentar.

Era um lugar pequeno, do tipo que Toni gostava, com comida caseira que ele dizia que era comida de verdade. De fato a comida era muito boa, Luz não mostrou muita "frescura" para comer, ou talvez apenas estivesse com muita fome. Toni como sempre fez questão de pedir um prato sem nenhuma verdura ou legume.

— O senhor come tudo isso? — perguntou a menina, admirada com o tamanho do prato do moreno.

— Tudinho. É pra ficar forte oh! — mostrou o braço tatuado, exibindo o músculo.

— Legal! O senhor é bem fortão! Se vier um bandido o sinhô pode dar uma surra nele! Né pai?

Samuel bebeu um golinho do suco de laranja.

— Não duvido nada – foi tudo que respondeu.

Toni sabia que Samuel ainda estava centrado no enigma que foi a sua mãe e todas as coisas absurdas que ela fez. Também ficava mexido toda vez que a menina o chamava de pai, porque pelas suas contas, o filho que Samuel teria com a ex-namorada teria quase a idade de Luz se tivesse nascido.

— Seu Toni... que desenho é esse no seu braço? Eu achei tão bonito! Eu quero fazer também, mas o meu eu quero colorido, uma borboleta, assim beeeeem bonita! Muito colorida, com rosa e roxo, eu adoro cor de rosa! O senhor viu, meus vestido é rosa!

— Isso é uma tatuagem, mas a senhorita não pode fazer. É só para gente grande – falou Samuel, voltando a prestar atenção na conversa.

A menina fez um muxoxo. Toni riu divertido e se inclinou e sussurrou no seu ouvido alguma coisa.

UnilateralWhere stories live. Discover now