Capítulo Cinquenta e Dois

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Rosa estava se levantando quando Magnólia a alcançou e acertou um tapão no seu rosto, assim a derrubou de novo na terra.

— Sua ordinária! Como ousa encostar a mão nos meus filhos?! Vou te ensinar a respeitar a casa dos outros!

Magnólia a agarrou pelo cabelo e deu outro tapão estalado enquanto Rosa gritava muito chocada e dolorida, chamando pelo filho. Otávio correu até as duas e segurou Magnólia e foi tentando tirá-la de cima da outra, a mulher se livrou com um puxão brusco e se virou lhe golpeando o nariz com o punho fechado. Mostrando a quem Toni tinha puxado. Foi uma correria só, Samuel tentava levantar do banco, Ícaro olhava com olhos arregalados a desavença com Lucas agarrado na sua cintura chorando.

— CÉSAR! CÉSAR CORRE AQUI! VEM RÁPIDO QUE TIA MAG VAI MATAR A GRANFINA METIDONA E O FILHO DELA! CÉSAR! VAI LUCAS! CORRE VAI CHAMAR O CÉSAR MENINO!

O descendente de japoneses foi enxotando o menino e Lucas correu chorando casa a dentro. Uma das inquilinas colocou a cabeça para fora da janela. Samuel desistiu da bengala e levantou de uma vez só, já sentindo falta de ar e o coração acelerar perigosamente, de forma dolorida. Precisou de muita força de vontade para superar aquele medo anormal que o dominava a ponto de lhe dar vertigens e sair apressado em direção a confusão.

— Eu não bati no seu filho! Eu apenas empurrei aquele moleque idiota para que ele saísse do meu caminho! — Gritou Rosa, tentando argumentar.

— BATEU SIM! BATEU QUE EU VI A CARA DO SAMUEL VERMELHA! — Argumentou aos gritos enfurecidos dando outro tapão e outro murro enquanto Rosa tentava inutilmente se proteger com os braços.

— Socorro! Otávio faz alguma coisa! — gritou pelo filho que ainda estava com a mão no nariz e um pouco zonzo.

— ELE É MUITO MAIS MEU FILHO DO QUE SEU SOBRINHO SUA IDIOTA! TIA DESNATURADA! — bradou metendo outro tapão de mau jeito, acertando meio no rosto meio no pescoço.

— Aaaaahh! Otávio!

O homem veio se metendo entre as duas outra vez, empurrando Magnólia um pouco sem jeito, sem querer passar dos limites com a senhora, separou as duas na marra e Magnólia apontou o dedo em riste para a senhora ruiva.

— DEU AS COSTAS PRO MENINO QUANDO ELE MAIS PRECISAVA E VEM QUERER "BOTAR BANCA" DENTRO DA MINHA CASA! TODOS ELES SÃO MEUS FILHOS E JÁ APANHARAM DEMAIS PARA EU DEIXAR UMA ÉGUA VIR DO QUINTO DOS INFERNOS DAR NA CARA DE UM DELES!

Rosa estava descontroladamente enraivecida, cuspiu na dona da casa. Sem no entanto conseguir fazer direito e muito menos acertar o alvo. A saliva escorreu pelo seu queixo, contrastando com sua postura sempre refinada.

Magnólia de súbito agarrou Otávio entre as pernas e apertou os testículos com força e o homem fraquejou e mudou de cor.

— Você que se meta a besta seu idiota! — avisou Magnólia o soltando e indo novamente para cima da outra.

Otávio se curvou para frente, fraco e estupidamente dolorido, não conseguia dar um passo se quer.

Samuel ouvia as vozes distantes e sua cabeça começava a rodar, a pressão no seu peito aumentou como se tivesse um infarto. Mas mesmo assim mancou até a confusão e foi separando as duas, se equilibrando numa só perna.

— Tia para! Tia Magnólia! Não precisa... disso!... Tia!...

O ar não chegava ao seus pulmões, sua voz até saía baixinha. César surgiu de repente e tirou Magnólia dali na marra, estava arrepiado e sem camisa, foi tirado da cama. Conter Magnólia foi uma luta, porque a mulher era corpulenta e estava uma fera. Mas assim que Lucas surgiu e a abraçou ela parou de tentar avançar nas visitas.

UnilateralWhere stories live. Discover now