CAP-84

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Quanto a Guilherme e Ana, vamos ser práticos. Haviam se apaixonado. Ana preencheu em Guilherme todo o vazio que havia em sua alma, deixando-o pleno, completo. E Guilherme mostrou a Ana um sentimento que ela não sabia que existia, apenas havia ouvido falar. Um sentimento que fazia ela pensar nele antes de si própria. Isso era o suficiente pra Guilherme. Mas não parecia ser pra Ana.

Guilherme: Se case comigo. – Pediu, exasperado, após passar um bom tempo pensando, na janela.

Ana: Eu... o que? – Perguntou, confusa, olhando-o.

Guilherme: Se case comigo, Ana. Seja minha esposa. – Pediu, e a decisão parecia completamente agradável saindo de seus lábios.

Ana: Guilherme, não é assim. – Disse, engolindo o “sim” voraz que lutava pra escapar de seus lábios.

Guilherme: Não é assim porque você insiste que não. – Retrucou, observando a morena se afastar dele, caminhando pelo quarto.

Ana: Eu sou uma prostituta, Guilherme. - Disse, virando-se pra ele. Havia dor em sua voz – Sou uma prostituta. Uma mulher de vida fácil. E você... – Ela suspirou, exasperada – Não seria justo. – Se condenou.

Guilherme: Eu sei o que você é. Eu sei. – Ele deu ênfase ao “eu” – Mas o mundo não. Case-se comigo, e eu lhe levarei embora comigo. Lá ninguém te conhece. Seu passado será passado, e ninguém vai remexe-lo. Será minha mulher, só. – Insistiu, olhando-a.

Ana: Até que alguém me reconheça. Um cliente, talvez. – Rosnou, e Guilherme viu o olhar dela se inundar. Não queria machuca-la – E então, o que faremos, Guilherme? Vou ter de me esconder? – Perguntou, metaforicamente. Ela viu Guilherme atravessar o quarto como um raio, e antes que ela pudesse se afastar, ele estava segurando seu rosto, mantendo-a fixada a si. 

Guilherme: Nunca. Não ao meu lado. Quando você é uma Martins, ninguém a questiona, ninguém a ameaça. Sendo minha mulher principalmente. – Ela gemeu e tentou se soltar, sem sucesso – Escute, eu sei o que você foi. E eu não me importo. Eu... eu me apaixonei por você, sendo você quem é. Não importa mais. Se case comigo, Ana, e nada mais vai importar. Você vai ser a minha vida, daqui pra frente. Ana o encarou por instantes, aturdida. Como podia dizer sim, sabendo de tudo o que já havia feito, de tudo o que ele não merecia? E como dizer não, se cada pedaço do seu corpo queria o contrário?

Ana: Sim. – Murmurou, com a voz embargada. Guilherme sorriu, aliviado.Então ele lhe beijou a testa, como sinal de respeito. Um homem normal tentaria leva-la pra cama, mas ele não, ele lhe beijou a testa, como faria com a mais respeitável das mulheres. Ele sorriu, acariciando lhe os cabelos ternamente, mas ela voou pros seus braços, chapando-lhe um belo beijo na boca. Não ia fingir ser o que não era. E aquele foi o primeiro beijo dos dois. O primeiro passo estava pronto: eles se queriam. Agora faltava o segundo. Um talvez mais complicado. Pedro.

Pedro: Você vai o que? – Perguntou, incrédulo, olhando Guilherme.

Guilherme: Casar. Vou me casar novamente. E desta vez, eu escolhi minha mulher, não o senhor.

Pedro: Ah, você escolheu. – Repetiu, se levantando – Eu posso saber quem é?

Guilherme: Ana. Você não a conhece.

Pedro: Ana. Uma só já não bastou? – Ele riu, e Guilherme ergueu a sobrancelha – Traga a família dela aqui. Ana... Ana... não me lembro. Qual o sobrenome? – Perguntou, meio confuso.

Guilherme: Ela não tem família. Você não a conhece, mesmo com seu sobrenome. – O olhar de Pedro se fechou.

Pedro: Onde você a encontrou? – Perguntou, desconfiado.

Original SinWhere stories live. Discover now