CAP-25

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Ster: Eu sinto falta dele, também. - Observou enquanto se sentava ao lado de Alay - É claro que agora é melhor, já que eu posso sair do quarto, mas ainda assim. - Alay sorriu, triste.

Mas os dias foram passando, e não havia mais o que bordar. Rafael não voltou. Alay expulsava a todo custo a melancolia dentro de si, mas não era fácil. Nem animo pra discutir com Pablo mais ela tinha. Rafael não escreveu, sabia que era arriscado demais. Mas não ter noticias dele era pior.

As semanas se passaram. Logo completou um mês desde que Rafael se fora. Pablo passou a atormentar Alay com isso, debochando dela. Alay se pôs a cavalgar naquele dia. Não estava chovendo, porém, o céu não estava claro. Acho que aquele era o que se chamava de "tempo bom" em Seattle. Seth adorava correr. Se lançava com tudo levando a dona. Alay já soava, devido ao tempo que passou correndo. Estava prestes a fazer a volta, quando viu, a uns 100 metros de distância, o portão da fazenda se abrir. Uma carruagem entrava na fazenda.
Não era nem Pablo nem Benjamin, ambos estavam em casa. Alay sorriu de antecipação, o coração batendo gostosamente no peito, enquanto puxava as rédeas do cavalo. A carruagem parou antes de chegar nela, que já sorria. Seth arrastava a pata no chão, ansioso por correr novamente, e se balançando pros lados, obrigando Alay a manter a rédea firme.

Rafael: Demorei? - Perguntou, sorrindo abertamente ao descer da carruagem.

Alay: Nem percebi que já tinha ido. - Zombou enquanto desmontava do cavalo e corria em direção a ele, segurando a barra do vestido bege, pra não tropeçar.

Alay atirou os braços em volta de Rafael, que segurou ela e rodopiou duas vezes, erguendo-a no ar. E então ela estava inteira novamente. Ele estava ali, em seus braços. Ela ria contra a pele fria do pescoço dele. Estava absorta em sua felicidade quando viu um menino, aparentemente 10, 11 anos, olhando os dois curiosamente da porta aberta da carruagem.

Alay: Ele é...? - Murmurou no ouvido de Rafael, que riu

Rafael: Théo, venha até aqui. - O menino prontamente se lançou pra fora da carruagem - Essa é Alay. Lhe falei dela. - Théo assentiu e sorriu

Théo: Prazer. - Disse, pegando a mão de Alay e dando um beijinho

Téo tinha os cabelos cor de manteiga. A pele clara, os traços delicados, não tão finos quanto os de Rafael, Benjamin, e Pablo, mais ainda assim delicados.

Alay: O prazer é meu. - Sorriu, ainda agarrada a Rafael, que abraçava ela pela cintura

Rafael: Acho que cheguei a tempo pro almoço. - Observou, sorridente - Você prefere ir no seu cavalo, ou nos dá o prazer de sua companhia? - Ele perguntou, formal demais, brincando com ela

Alay: Sinto informar que vou ficar em débito quanto a isso. - Respondeu, segurando o riso - A propósito, o nome do cavalo é Seth. - Ela empurrou ele de leve pelo peito e se afastou, sorrindo ao ouvir o riso de Rafael, indo em direção ao seu cavalo

Alay montou em Seth, que mais que prontamente disparou em direção a mansão. O vento parecia querer cortar o rosto dela enquanto ela via a carruagem vir a seu encalço. Seus cabelos voavam, soltos ao vento. Se Alay tinha algum conceito sobre felicidade, era esse.

Pablo: Bonito colar. - Observou, quando Alay saiu do banheiro de camisola, naquele dia a noite - Não me lembro de ter lhe dado esse. - Disse com os olhos colado a jóia que cintilava no pescoço dela.

Alay: Não foi seu. Rafael me deu esse. Hoje. - Disse se sentando e começando a escovar o cabelo

Pablo: Minhas jóias você deixa de lado, mas as de Rafael desfilam em seu pescoço. - Disse debochado, sentando-se na beira da cama e olhando-a.

Alay: Não é convencional usar uma gargantilha cravada com rubis pra ficar em casa. - Disse olhando a ponta do cabelo

Pablo: Sabe que não gosto do seu relacionamento com Rafael? - Perguntou se sentando atrás dela, deixando-a no meio de suas pernas e olhando-a pelo espelho.

Alay: Porque? - Perguntou encarando-o pelo espelho. Parecia tanto... o coração dela pulou de espectativa. Talvez o seu Pablo estivesse ali, agora.

Pablo: Porque não. - Ele deu um pequeno beijinho no pescoço dela - É minha mulher. E eu não gosto do grau de relacionamento que vocês tem. - Disse duro, encarando-a pelo vidro

Alay: Você não tem que gostar. Ele é meu amigo, não seu. A você só cabe aceitar e respeitar. - Disse, rigida pela descepção. Pablo riu abertamente com a resposta dela. - Pelo amor de Deus. - Murmurou irritada e se levantou bruscamente

Pablo: Eu não disse pra você sair. - Segurou ela com a mesma brusquidão com que ela se levantou - Pra que a pressa? Tem algum encontro? - Perguntou, debochado, se levantando

Alay: Se eu tivesse não era de sua conta. - Rosnou, irritada - Está me machucando. - Disse, a garganta amargando de ódio

Pablo: Estou? - Ele sorriu, frio, pegando o outro braço dela. Alay assentiu, colérica - Mas você gosta quando eu te machuco. - Disse, provocando, e apertando mais os braço dela, trazendo-a pra si.

Alay: Pára. - Pediu, tentando se controlar.

Pablo: Porque parar, se no fundo você tá adorando? - Perguntou malévolo, e ela revirou os olhos. - Assuma. - Ele puxou mais ela pra si. Alay estremeceu. Era verdade, ela amava essa parte bruta de Pablo - Diga em voz alta, petit. Eu quero ouvir. - Ele sorriu de canto, deliciado com a irritação da mulher.

Alay: Você acha que é a única opção. O melhor em sua categoria. Mas e se eu me apaixonasse, Pablo? - O sorriso dele se fechou - Eu sou jovem. Meu coração é novo, está aberto pro amor. E se eu me interessasse por outro homem? Melhor, se eu quisesse ir embora? Se eu quisesse te deixar? Isso ia ferir o seu ego, não iria? - Sorriu, gloriosa, ao ver a fúria nos olhos dele.

A ultima coisa que Alay viu foi o verde furioso dos olhos dele. Depois ela foi lançada da na cama com força por ele. Caiu deitada de lado. O colchão amorteceu o tombo dela, jogando-a pra cima. Seu cabelo se esparramou por seu rosto. O braço em que ela caiu em cima doía barbaramente. Estava se recuperando do susto quando a voz, baixa e ameaçadora dele lhe tocou.

Pablo: Eu lhe matarei antes, Alay. Estará morta antes de estar nos braços de outro homem. Matarei você sem pensar duas vezes. - Avisou, raivoso, e saiu do quarto, batendo a porta com tudo. Alay suspirou. Que maravilha de casamento era o dela.

Os dias se passaram. Alay e Rafael estavam cada vez mais apaixonados. O relacionamento de Alay e Pablo estava cada vez pior. Na ocasião a seguir, os dois estavam aos beijos no chalé. Quando Alay chegou, Rafael estava sentado na cama, lendo um livro. Com a chegada dela, ele deixou o livro. Ela se sentou ao lado dele, e os dois se puseram a conversar. Dentre um assunto e outro, ele a beijou. A coisa foi ganhando intensidade, ao ponto em que Alay deitou de costas na cama, e Rafael ficou com metade do corpo por cima dela. O pescoço da dela tinha marcas de um rosa claro, deixadas por ele. Já ele, se estivesse sem camisa, teria marcas da unha dela. A respiração de ambos já era sofrida. Com um estalo, Rafael rolou pro lado, saindo de cima dela e Alay rolou pro outro, caindo de Joelho no chão. Luciana. Pablo.

Alay: Eu acho que... - Ela começou. Mas ao ver a careta de Rafael desabou em risos, se escorando na cama. Rafael riu.

Rafael: Vamos, sua topeira. Já deve estar escurecendo. - Ele ofereceu a mão a ela, que segurou e se levantou, ajeitando o vestido.

Os dois, ainda aos risos, saíram do chalé e pegaram, cada um, o seu cavalo. Voltaram calmamente pra casa. Chegando lá, Alay foi se aprontar pro jantar e Rafael também. Pablo lançou um olhar questionador nela quando ela entrou na sala. Ela fingiu não ver. O jantar correu normalmente.

Original SinWhere stories live. Discover now