CAP-32

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Chegaram ao baile normalmente. Alguns fotógrafos de jornais estavam lá, deixando nuvens de fumaça a cada foto que tiravam. Os Deville entraram normalmente. Era um lugar com o teto alto, bem iluminado. Havia um enorme salão no meio, livre, e em volta várias mesas. Pablo, Benjamin e Rafael cumprimentaram várias pessoas. Alay se envaideceu por os amigos de Pablo o elogiarem pela bela mulher que tinha. Ela apenas sorria, e fazia uma cortesia com a cabeça, agradecendo. Pablo não parecia gostar nada disso.

Pablo: Quer parar de se exibir? - Murmurou pra ela quando chegaram a uma mesa que tinha o nome deles em um cartãozinho

Alay: Não estou me exibindo, amor. - Respondeu, lhe dando um sorriso estonteante em resposta.

Pablo rosnou baixo, enquanto puxava uma cadeira pra ela se sentar. Seria uma longa noite. Logo um garçom veio, atende-los. Larra e Ster ficaram com um copo de água, Pablo, Benjamin, Rafael com champagne. Alay ficou com o champagne e um cigarro. Logo Pablo, Benjamin e Rafael se espalharam pelo salão, conversando com conhecidos.

Ster: Isso fede. - Se queixou do cigarro que Alay tinha delicadamente entre os dedos, minutos depois dos homens se afastarem. Alay sorriu.

Larra: Você nunca fumou, qual o problema agora? - Perguntou, observando a irmã. Alay não respondeu. - Eu preciso ir ao toallete. - Concluiu, com a expressão confusa. Alay riu. Larra, depois de uma certa etapa da gestação, passou a ir ao banheiro com muito mais freqüência que antes.

Alay: Vamos, eu acompanho você. - Sorriu gentilmente se levantando.

Alay, Larra e Ster atravessaram o salão, em direção ao que lhe informaram ser o banheiro. Ao sairem de lá, se bateram com umas amigas de Larra e Alay.

Larra: Angel! - Chamou, sorridente

Angel: Ora, Larra! - Sorriu ao chamado da amiga - Karla, vem aqui!

Angel era magrinha e loura. Já Karla era mais cheia que Larra, e tinha os cabelos negros. Ambas se aproximaram, sorrindo. Logo Larra trançou as duas em uma conversa animada.

Karla: Não vai nos apresentar a sua amiga, Larra? - Perguntou, timida, vendo Alay de perfil, abaixada ajudando Ster com o vestido

Alay: Quem? Eu? - Se virou e sorriu, deliciada.

Angel e Karla: Alay! - Chamaram, boquiabertas

Do outro lado do salão, Pablo, Benjamin e Rafael conversavam com um grupo de homens, civilizadamente. Alguns casais rodopiavam elegantemente pelo salão.

Dérick: Pelo visto, a sua Larra logo lhe dará um herdeiro. - Benjamin assentiu, feliz - Meus parabéns!

Benjamin: Obrigado. - Agradeceu, orgulhoso.

Eddy: Há tempos eu não vejo um baile tão bonito. Vejam, um exemplo, aquela Morena ali, conversando com a sua Karla, Jack! - Jack aguçou a visão pra olhar - A de preto. - Pablo ergueu a sobrancelha, virando o rosto levemente. Jack assentiu - Há anos eu não vejo uma tão formosa. - Elogiou.

Pablo: Minha esposa. - Observou, sorrindo debochado.

Dérick: Aquela é Alay? - Perguntou, abismado.

Karla: E essa é? - Perguntou, olhando Ster

Alay: Minha cunhada. Ster, Karla. - Ster cumprimentou Karla educadamente. Alay sorriu com isso.

Angel: Seu marido te olha de um jeito estranho. - Disse, olhando Pablo disfarçadamente - É tão...possessivo. Me dá arrepios. - Concluiu. Alay sorriu, inclinando a cabeça pra trás e soltando uma pequena nuvem de fumaça pela boca.

Jack: Com todo o respeito, você ganhou na loteria, amigo. (Não me pergunte se existia loteria naquele tempo UU') - Observou, olhando Alay

Eddy: É verdade. Muito bela, a sua Alay. - Disse, agora com muito mais respeito

Rafael: Ela é única. - Observou o vulto preto do outro lado do salão

Pablo olhou Rafael, depois voltou a olhar Alay. Que diabo, porque ela colocara aquele vestido? Ele lhe dera tantos. Provocação, pura e deslavada. Mas estava linda. Enquanto ele a observava, Alay virou o rosto delicadamente, e o encarou por um instante. Depois, com um sorriso no canto do rosto, se voltou as amigas.

Pablo: Com licença. - Pediu educadamente e saiu, atrás da mulher.

Karla: Me daria medo, se fosse meu marido. Jack é completamente diferente, ele nunca me olhou desse jeito. - Garantiu. Alay deu de ombros, indiferente.

Larra: Lay, ele está vindo. - Avisou quando viu Pablo sair do grupo de amigos onde estava e encaminhar-se, despreocupadamente até elas.

Angel: Como você consegue ser tão indiferente? - Perguntou, alerta pela aproximação de Pablo

Alay: A convivência o torna rotineiro. - Disse, dando uma ultima tragada no cigarro.

Pablo: Dança comigo? - Murmurou, parando-se atrás dela e estendendo a mão, com o rosto virado pro lado, observando-a.

Alay: Com o maior prazer. - Disse antes de sorrir e jogar o cigarro acabado numa lixeira próxima, dando a mão a ele - Com licença, meninas.

Pablo enlaçou os dedos dentre os delicados dela, e levou-a até o meio do salão. Chegando lá, ela parou em sua frente. Pôs uma mão no ombro dele, e outra em sua cintura. As duas mãos dele pousaram na cintura perfeitamente definida dela.
Pablo era um queixo mais alto que ela, por isso ela apoiou o rosto em seu ombro, enquanto começavam a embalar no ritmo da musica.

Pablo: Todos comentaram como você é perfeita. - Começou, um tempo depois, com a boca colada no ouvido dela - Elogiam a sua beleza. Ressaltam suas qualidades. Como se eu não soubesse.

Alay: Isso te incomoda? - Perguntou, perdida nos braços dele. "Idiota", se condenava o tempo todo, mas era ali que queria estar. Aquele lugar lhe pertencia.

Pablo: Não gosto que cobiçem o que é meu. - Concluiu, abaixando o rosto, encostando os lábios firmemente no ombro nu dela.

Alay: Sinto desfazer o seu castelo de areia, porém, tudo que é seu é cobiçado. Sua fortuna, sua mansão, seus bens. Tudo. - Respondeu, se aninhando no abraço dele, enquanto os dois continuavam a se mover lentamente pros lados.

Pablo: Eu não ligo pra tudo isso. Mas você não. Você eu não admito.

Alay: O que vai fazer? - Perguntou, provocando - Pegar um alfinete, e sair furando, um por um, cada par de olhos que parar em mim?

Pablo: Já pensei nessa possibilidade. - Aceitou a provocação - Minha vontade é tirar você daqui, agora. Te levar pra um lugar onde só eu possa te ver. Onde só eu possa te ter. - Ele passou os lábios entreabertos na pele de marfim dela, e sorriu ao ve-la se arrepiar.

Alay: Prepotente. É isso que você é. Prepotente. Porém, não aceita a concorrência. - Alfinetou

Pablo: Não existe concorrência. - Respondeu, duro - Sim, eu sou prepotente. Mas é assim que você me ama. - Concluiu, com um sorriso satisfeito no rosto

Alay: Idiota. - Murmurou antes de dar um murro leve no peito dele, se afastando.

Pablo: Não! - Ele segurou ela de novo - Sem brigas. Não me deixe. - Implorou, com um sorriso irresistível no rosto. Alay ergueu a sobrancelha, considerando a idéia, e depois voltou pros braços dele.

Alay: Calado. - Impôs. Pablo riu, mas aceitou.

E foi como ela quis. Eles não se atiçaram mais durante aquela musica. Só se sentiam. Ela acariciava a nuca dele com a mão que estava em seu ombro, e se abrumava no peito do marido. Ele acariciava o rosto e o ombro dela com os lábios, delicadamente. Até que a musica acabou.

Alay: Obrigado pela dança. - Agradeceu, se soltando dele.

Pablo: Disponha. - Respondeu no mesmo tom dela, vendo-a sorrir e se afastar.

Original SinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora