CAP-14

6.5K 606 59
                                    

Larra: Um bebê, Ben. Aqui dentro. - Ela sentiu Benjamin empedrar, encarando-a. - Ben? - Ele não se mexeu - Deus do céu, Benjamin, fala alguma coisa! - Ela alisou o rosto dele.

Naquela noite, metade de Seattle jurava ter ouvido o grito de Benjamin (VOCÊ TÁ GRÁVIDA?). Ster, já adormecida, despertou. Rafael, que lia em seu quarto, ergueu o rosto olhando pra porta. Pablo e Alay, que estavam prestes a começar outra briga, pararam.

Larra: É, eu tô. - Ela estava pálida feito papel - Ben, eu juro que não foi de propósito, mas eu... - Não terminou. Benjamin beijou ela com desespero, e ela tombou na cama. - Você gostou? - Ela sorriu, sentindo o alivio lhe invadir

Benjamin: Eu te amo. - Os olhos dele estavam cheios de agua - Ninguém no mundo amou alguém tanto quanto eu amo você. - Larra sorriu, o alivio e a felicidade lhe sufocando, e sentiu ele lhe carregando.

Larra: Espera, Ben ' - Mas ele já tinha carregado ela - Ben, o que você...

Benjamin: ACOOOOOOOOOOOOOOORDA TODO MUNDO! - Gritou passando pelo corredor, com Larra jogada nos ombros. Ela ria e batia nas costas dele

Alay: Larra?

Rafael: Benjamin, o que houve? - Perguntou aparecendo na porta de seu quarto

Benjamin: EU VOU SER PAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAHAAAAAAAAAAI! - Ele se jogou abraçando Pablo, que cambaleou pra trás. Alay riu.

Ster: O que eu perdi? - Perguntou, sonolenta. Rafael riu e carregou ela

Pablo: Benjamin, se controle. - Ele tentou se soltar do irmão. Larra se segurava, quase caindo. Alay tinha certeza de que Pablo estava prendendo o riso.

Benjamin: Nós vamos sair pra comemorar! - Benjamin tinha um sorriso enorme no rosto, os olhos cheios d'agua, a testa soada. Ele jogou Larra pra cima, colocando-a no lugar. Larra gritou.

Larra: Benjamin, pare com isso! - Ela bateu nas costas dele, mas ele virou o rosto e mordeu a coxa dela de leve, por cima do vestido, rindo - Não podemos sair, é muito tarde. - Ela disse, de cabeça pra baixo, se apoiando nas costas dele.

Benjamin: Pro diabo com o horário. - Disse rindo, saindo com ela no corredor. Todo mundo foi atrás

Pablo: Não tem mais lugar nenhum aberto. - Avisou, ainda com a expressão de quem queria rir.

Benjamin: Pois pagamos pra que abra. - Ele virou pra olhar Pablo. O cabelo de Larra esvoaçou no ar, ela soltou um gritinho

Rafael: Fazemos um brinde hoje, e amanhã comemoramos adequadamente, satisfeito? - Disse, sorrindo pela felicidade do irmão.
Benjamin parecia uma criança que ganhara o brinquedo com que sonhara a vida inteira. Assentiu, feliz, e girou de novo. O cabelo de Larra esvoaçou de novo, e ela bateu nele. Dessa vez nem Pablo conteve o riso. Todos desceram, e brindaram a chegada do herdeiro com vinho, Ster com suco. Alay olhou pra Pablo. Ele parecia alegre, mas ela sabia que se um dia ela viesse a avisar que estaria grávida, ele não ficaria alegre, nem comemoraria, como Benjamin. Ela sacodiu o rosto, afastando os pensamentos, e foi pro lado de Rafael, que sorriu, abraçando ela pelo ombro.

Os dias foram voando mansão a fora. Larra e Benjamim eram inseparáveis. Alay e Pablo se tratavam como cão e gato. Ela não deixou mais ele tocar nela desde o dia do banheiro, mas suspeitava de que ele só não tocou porque não quis. Mas agora ela tinha o seu chalé, e tinha Rafael. Isso era uma melhoria insuperável.

Rafael: De novo aqui? - Perguntou, entrando no chalé. A voz de Rafael enriquecia o sangue de Alay, e ela sorriu, involuntáriamente.

Alay: Pros momentos que se quer sumir. - Sorriu, sentada na poltrona

Rafael: O que você tava fazendo? - Perguntou, fechando a porta

Alay: Nada, só descansando. - Sorriu - E você?

Rafael: Tô de saida. Vou a Port Angeles, preciso autenticar uns papéis, só devo voltar a noite. - Alay se entristeceu, como se um pedaço do seu coração tivesse sido roubado - Ei, não fique assim. - Ele se ajoelhou do lado dela - Você tem o nosso cantinho feliz. - Ela sorriu, e ele lhe beijou a testa, antes de sair.

Alay ficou sentada por um bom tempo. Depois, se levantou. Estava cansada de ficar sem fazer nada. Mas o que se tinha pra fazer ali? Ela olhou em volta, e viu a estante de livros. Foi até lá, e começou a separar uns. Parou ao ver um sobre vampiros. Nunca tinha lido sobre esse tema. Pegou o livro, e voltou a se sentar. O livro falava da possivel existência real de vampiros, e suas características. Alay congelou lendo. Parecia tanto com... Ela se levantou as pressas, pegando um papel e uma caneta na estante. Fez uma lista das características que o livro citava: Não sair a luz do sol, frieza da pele, nunca comer, nunca dormir, palidez, força, rapidez. Um coração que não batia. Ela riscou a frieza da pele, nunca comer e nunca dormir. Mas nunca havia visto Pablo na luz do sol.

Alay: Um coração que não batia. - Ela olhou pra frente - Pelo amor de Deus. - Ela passou a mão no rosto, apavorada. E se Pablo fosse um...vampiro?

Alay passou um bom tempo pesquisando nos livros de Rafael, mas não encontrou muita coisa. Por fim, dobrou sua lista e guardou-a no decote. O chalé era muito longe, e ela caminhou todo o percurso pensando em sua vida. Pablo, o amor e o ódio que ele cultivava nela. Rafael... por Deus, o que ela estava sentindo por Rafael? Ela era casada. Ele era seu cunhado. O sol estava se pondo quando alcançou a mansão. Tomou um banho e se vestiu. Resolveu esperar Rafael. Horas se passaram, a noite matou o dia, e nem sinal do garanhão preto e do seu montador. Rose alertou Alay de que Pablo a estava chamando pra jantar, mas Alay não foi. Só sairia dali quando ele voltasse.

Pablo: Não ouviu quando eu mandei te chamar? - Perguntou indo furioso ao encontro de Alay, que estava sentada em um banco do jardim.

Alay: Ouvi. E disse que logo iria. Assim que Rafael voltasse. - Respondeu, sem dar atenção, mexendo distraída na aliança. Seu vestido era vermelho vinho, com um decote médio.

Pablo: Assim que Rafael voltasse. - Repetiu - Pois quando eu te chamar, largue o que você estiver fazendo e me atenda. - Ele puxou ela com força pelo braço. Alay, com um gemido de surpresa e dor, se levantou

Alay: Está me machucando. - Disse entre os dentes, sentindo a dor forte no braço

Pablo: Eu não gosto de esperar, Alay. Eu já esperei demais. - Disse, encarando-a, raivoso

Alay: Não sou sua criada. Não é justo, Pablo! Eu não te fiz nada, e a única coisa que você me dá é frieza, crueldade! - Ela jogou pra fora, sentindo o peso que saia de suas costas. A expressão de Pablo continuava colérica. - Eu vou ficar e esperar por Rafael. Me solte. - Pediu, fria.

Pablo: Você e Rafael são iguais. - Ele disse, a fúria escapando de sua voz - Duas crianças se queixando de como a vida é injusta com vocês. Sempre se lamentando, sempre se lastimando. A alegria de vocês é futil, Alay. Deixa eu te avisar, a vida não é justa. - Alay sentiu os olhos encherem de agua - Isso, chora. - Ele sacudiu ela pelos dois braços, parecia fascinado com a dor da mulher - Se desmancha em lágrimas. É o que se pode esperar de uma menina boba como você. - Disse, duro

Original SinUnde poveștirile trăiesc. Descoperă acum