CAP-19

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Pablo: Ah, vai me obedecer então. - Sorriu, puxando ela pelo braço pra si pela cintura. Alay arregalou os olhos, surpresa. - E se eu disser que eu quero te possuir aqui, nessa grama, agora. Você vai me obedecer? - Sorriu, duro.

Alay sentiu um choque levar seu corpo. Pablo viu, deleitado, esse choque passar pelo azul dos olhos dela enquanto ele fingia abrir o colete que usava, ainda mantendo-a colada a seu corpo.

Alay: Quê? - Grasnou, assustada. Não conseguiu evitar que seus olhos caissem pra grama, verde e fofa. Pablo viu isso, e sorriu por dentro.

Pablo: Você disse que me obedeceria. Então, essa é a minha vontade. - Ele disse após terminar de abrir o colete, sorrindo malévolo, carregando ela e levando mais pra perto da arvore, pra longe do cavalo.

Alay: Pablo, pare com isso! - Ela disse, assustada, quando ele a deitou na grama, ficando de frente e tirando o colete. Pablo estava adorando aquilo. Amava tortura-la.

Pablo: Sabe, isso sempre foi uma fantasia minha. - Ele disse, abrindo um sorriso enquanto ia pra cima dela, que recuou, ruborizada - Está corando, Alay? - Perguntou segurando o rosto dela, olhando fascinado o que havia feito.

Alay: Pervertido! - Ela empurrou ele, recuando mais. Deu de costas com a arvore, batendo a cabeça no tronco da mesma. Pablo se estourou de rir, sentando no chão. Alay era tão absurda.
Ela aproveitou a distração dele e se levantou, disparando pra perto do cavalo. Sentia o sangue em seu rosto enquanto ignorava o riso dele.

Pablo: Hey, volte aqui. - Chamou, debochado - Eu nem comecei ainda, qual o seu problema? - Ele riu de novo

Alay: Escuta aqui, você para com isso, ou eu vou rachar a sua cabeça no meio. - Ameaçou apontando a enorme escova do cavalo pra ele.

Pablo: E eu estou tremendo de medo de você, Alay. - Ele sorriu, debochado - Acredite, se eu quisesse te ter aqui, você seria minha aqui. - Ele tocou na grama do seu lado.

Isso irritou Alay profundamente. Quem ele achava que era? Ou melhor, quem ele achava que ela era?

Alay: Eu tenho pena de você, Pablo. - Disse, amarga

Pablo: Ah, pena. - Ele disse, se apoiando nas mãos. Alay não queria admitir mas ele estava lindo, sem o terno ou o colete, apenas com aquela camisa branca, sentado na grama. - Não vejo porque. - Ele fingiu estar pensando - Bom, eu sou rico, respeitado. Minha esposa arranca suspiros por onde passa. - Ele varreu o corpo dela com o olhar, Alay ruborizou barbaramente ao perceber isso - Sou saudável. Tenho tudo o que o dinheiro pode comprar, do bom e do melhor. - Ele se avaliou, duro.

Alay: Não tem amor. - Ela viu o sorriso dele morrer - É, Pablo. Amor não pode ser comprado com dinheiro, ou com jóias bonitas. Tenho pena porque você nunca sentiu amor, ou amizade. E isso, eu te garanto, dinheiro nenhum pode comprar. - Ela concluiu, fria - Esse é o seu problema, falta de amor. Eu tentei amar você, mas você faz disso uma tarefa impossível. Você nunca sentiu, você não sabe o que é. - Ela sorriu, dura.
Pablo: Você não sabe o que diz. - Murmurou por entre os dentes, encarando-a. Alay parecia ter passado pela armadura dele.

Alay: Pense nisso, Pablo. Amor. - Ela disse enquanto jogava a escova em cima do banquinho - E fique longe do meu cavalo. - Avisou antes de sair, com o máximo de dignidade que tinha, levando Seth. Pablo a encarou se afastar. Sua expressão era séria, dura, mas o verde dos seus olhos estava inundado por uma dor que a muito tempo ele não sentia.

Junto com Rafael, o medo de Alay voltou. E se Pablo realmente fosse um vampiro? Ela agora observava ele comer. Ele parecia tranquilo, distante, enquanto almoçava. Vampiros não comem, ela se lembrava a todo tempo.

Alay: Tó. - Ela disse, impulsivamente pegando a concha da mão dele enquanto ele se servia. Colocou em seu prato uma quantidade bem maior do que o normal. Larra não deu atenção, Benjamin olhou, Ster franziu a sobrancelha, achando graça. Rafael disfarçou o riso com um tossido. Pablo, que estava com a boca cheia, ergueu a sobrancelha.

Pablo: Qual o seu problema? - Perguntou após limpar a boca com o guardanapo, encarando-a, desconfiado.

Alay: Nenhum. - Disse, voltando ao seu lugar, após deixar o prato dele com uma montanha adicional de comida. - Bom apetite. - Ela apontou a comida sugestivamente, apoiando o rosto nas mãos, e encarando-o.

Pablo a encarou por um momento, depois deu os ombros e voltou a comer. Comeu metade do que Alay colocou, dando-se por satisfeito. Ela só beliscou um pouco da sua comida, olhando-o fixamente. Esse era o lugar mais chuvoso na terra, como ela ia arrastá-lo pro sol? Os dias foram passando, calmamente. As noites, em sua maioria, eram tomadas por tempestades.

Alay: Tá tarde. - Ela murmurou sentada numa poltrona, com o livro - Tarde demais - Concluiu ao olhar o relógio. Passavam das três da manhã. Todos já haviam ido se deitar, mas ela ficou lendo.

Reprimindo um bocejo, ela fechou o livro, pôs em seu lugar e caminhou pro seu quarto. A chuva açoitava as janelas do lado de fora. Quando ela entrou no quarto, Pablo dormia com a barriga definida virada pra cima, um braço forte caído pro lado da cama. "Um coração que não batia", foi o que veio na cabeça de Alay a inicio. Ela caminhou até ele na ponta dos pés, colocando-se ao seu lado. A respiração dele era superficial, calma. Alay observou o marido por um tempo. Se fosse sempre assim, sem aquela mascara de raiva e frieza, tudo seria tão diferente. Ela ergueu a mão, hesitante. Tocou o peito esquerdo dele por um momento, admirando-se da musculatura definida que tinha. Logo após concentrou-se. Deixou a cabeça cair pro lado, como uma criança curiosa, ao sentir um leve tamborilar por debaixo dos dedos. Ela fez um pouquinho mais de pressão. O tamborilar do coração de Pablo continuou, ritmado, calmo. Ela se prendeu a aquilo. Mas um item pra tirar da lista, ela pensou, surpresa.

Pablo: É, está batendo. - Ele murmurou, rouco, ainda de olhos fechados. Alay se assustou e se levantou as pressas, mas ele segurou o seu braço - Bu! - Sussurrou divertido, abrindo os olhos. O toque quente dele inflamava na pele dela.

Alay: Você e essa maldita mania de me assustar. - Pablo riu, os dentes refulgindo perfeitamente a luz de um trovão. - E me solte. - Pediu, tirando a mão dele.

Pablo: O que você estava pensando, petit? - Perguntou, divertido

Alay: Nada. - Se defendeu - Eu só estava... estava... tocando em você. Não posso mais? - Pablo ergueu a sombrancelha, irônica

Pablo: Quer dizer que agora você quer me tocar. - Ele observou, ainda rouco do sono. Ele puxou ela de vez, fazendo-a sentar-se em seu colo, e se sentando também. Alay o encarou, surpresa. - Tudo bem, então. - Ele sorriu, simplesmente e a beijou.

Havia tempo que ele não a beijava. Sua mão era possessiva dentro dos cabelos dela, puxando-a pra si, enquanto seus lábios se oprimiam. O gosto dela era ainda mais doce do que sua memória lhe dizia. Já ela estava inebriada até por seu cheiro. Minutos depois, ou poderiam ter sido vidas, o ar acabou, o que o fez descer os beijos pro pescoço dela, ávido. Alay sentia a boca latejar enquanto os lábios dele lhe acariciavam a pele. "Perto demais da garganta.", seu subconsciente lhe avisou.

Alay: E-espera. - Ela murmurou, encolhendo o pescoço. Pablo riu com a boca pousada no ombro dela

Pablo: Qual o problema? - Ele perguntou perto do ouvido dela. O hálito quente dele fez ela perder o rumo por um tempo. Qual era o problema mesmo?

Alay: É tarde. - Ela disse, pegando o rosto dele dentre as mãos. Ela o encarou por um instante. Pablo prendeu o riso vendo o rosto atônito dela. Por esse momento, ele esqueceu de odiá-la, esqueceu de tudo. Ela apenas era sua mulher, só isso. - Você precisa dormir, descansar. - Pablo assentiu, mordendo a língua pra não rir - Boa noite. - Ela selou os lábios com os dele demoradamente, antes que pudesse se refrear, depois fez impulso pra se levantar.

Original SinWhere stories live. Discover now