CAP-2

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Heloisa: Calma, menina! - Implorou, correndo atrás de Alay. Os Martins moravam em uma casa imperial, em uma área nobre de Seattle. Alay chegou a porta do quarto do pai espumando, e pôs-se a bater furiosamente.

Alay: EU NÃO VOU ME CASAR COM ELE!

Pedro: Ah, sim, você vai. - Disse tranquilamente - Obrigado por contar, Heloise, me poupou trabalho. - Inclinou a cabeça cordialmente.

Alay: Como pôde, papai? - Ela andava de um lado pro outro, nervosamente - Eu não o conheço!

Pedro: Larra não conhecia Benjamin, e eles estão muito bem casados.

Alay: Sim, claro, e nós quase não temos noticias dela desde então! - Pedro revirou os olhos - Eu me lembro, ela estava apavorada. - Murmurou entre dentes

Pedro: Seu casamento é no mês que vem. - Avisou, naturalmente - Pablo virá depois de amanhã, corteja-la. - Sorriu, frio

Alay: Eu não vou vê-lo. Não vou me casar com ele. Eu não o amo. - Murmurou, com raiva

Pedro: Como você é tola, Alay. - Reprovou - O amor vem com o tempo. E eu não vou ter pena de você se me envergonhar perante a ele. - Avisou, e saiu do quarto, deixando uma Alay irredutível de ódio.

Alay corria desesperadamente pelos jardins da fazenda. A noite estava quente. Ela pegara apenas o dinheiro que tinha. Vestiu o vestido mais leve que achou, era branco com rendas. Disparou portão a fora, decidida. Fugiria, encontraria um emprego, Henrique poderia lhe ajudar. Vários minutos depois, ela já estava longe de casa. Soava, ofegava, tremia. Vestidos não eram bons pra correr, pensou, se obrigando a andar.

Nesse momento, percebeu como estava escuro e deserto. A luz predominante era a da lua cheia. Ela passou a mão na grande  de cabelos pretos, pondo-o no lugar, e voltou a correr, agora assustada.

XXXX: Fugindo, Alay? - Perguntou, emergindo da escuridão.

Alay: AH! - Gritou, assustada - Perdão. - Pôs uma mão no peito, recuando - Desculpe, eu conheço o senhor? - Perguntou, agora com medo.

Pablo: Você iria me conhecer na sexta-feira, se não fosse sua exasperação. - Sorriu, sem sentimentos

Alay: Pablo?! - Perguntou, o medo sendo substituído pela surpresa

Pablo: Sim, minha bela? - Sua voz era irônica, enquanto ele se lançava na luz da lua.

Alay se espantou. Pablo não era parecido com Benjamin, quem ela achava semelhante a um anjo. Pablo tinha os olhos esverdeados, era forte, pálido, e o cabelo era curto. Ele avançava calmamente pra ela, mas tinha algo nos olhos dele que a apavorava.

Pablo: Vamos para casa. - Ele tirou o palitó

Alay: Vá você, eu estou indo embora. - Ela recomeçou seu caminho

Pablo: Não seja tola, Alay.

- Alay grunhiu, com raiva. Era a segunda vez que a acusavam de ser tola, só nessa noite.

Pablo: Por favor, vigie-a. - Pediu a Heloise, no portão da fazenda dos Martins.

Heloise: Obrigado por não entrega-la, senhor. - Agradeceu, humilde.
Pablo cobriu os obros de Alay com seu palitó e a obrigou a voltar pra casa. Agora ela se abraçava, de cara fechada.

Pablo: Não volte a tentar fugir. Eu não vou permitir. - Disse, se virando pra Alay - Vai ser minha mulher, Alay. - Avisou, fazendo ela estremecer - Fique bem. - Ele pegou o rosto dela entre as mãos, beijando-lhe a testa antes de partir.

O dia seguinte passou normalmente. A costureira visitou Alay para lhe tomar as medidas e começar o vestido. Alay estava irredutivelmente amargurada.

Alay: Eu vou dizer não. - Comentou, simplesmente

Pablo: Seu pai vai te matar, e ainda assim será minha mulher. - Ele acariciou o rosto dela.

Pablo jantou na casa de Alay naquele dia. Pedro a forçou a usar um de seus melhores vestidos . O noivado deles foi marcado pra dali a uma semana, uma grande festa.

Alay: Me deixe fugir. - Implorou - Você não me ama, não me quer, me deixe ir. - Insistiu

Pablo: É ai que você se engana. Eu quero você. - Sorriu sem expressão - Eu esperei uma vida inteira por você, Alay. Será minha daqui a 30 dias, e ninguém vai mudar isso. - Alisou o rosto dela novamente, que o encarava, apreensiva.

Os dias se passaram normalmente. A única coisa que animava Alay era seu vestido. Era um tomara-que-caia longo, com luvas até os cotovelos. Alay se empenhara nele. As palavras de Pablo lhe martelavam a cabeça. Eram palavras apaixonadas, mas não havia nem uma gota de paixão na voz dele. No dia do noivado, Lay vestiu seu melhor vestido, se penteou, se maquiou e finalmente estava pronta, e linda.

Heloise: Menina, está na hora. - Chamou do outro lado da porta - Seu noivo está te esperando.

Quando Alay desceu as escadas, todos estavam olhando pra ela. Ela varreu a sala com o olhar, até que encontrou Pablo no pé da escada, lhe esperando com uma expressão intrigada.

Pablo: Está linda. - Disse simplesmente quando ela chegou nele - Eu tenho algo para você. - Disse, tirando uma caixinha do palitó.

Quando Pablo abriu a caixinha, Alay se espantou. Era um colar, o mais lindo colar que ela já vira. Pablo parecia saber o que ela iria vestir. O colar era ouro, dourado como o vestido que ela usava. Era como uma gargantilha, que distribua inúmeros fios dourados por seu colo. Ele lhe afastou os cabelos gentilmente e colocou a gargantilha nela.

Alay: A Pablo...eu nem sei como agradecer. - Murmurou, tocando o colar, aturdida.

Pablo: Nem precisa. - Respondeu, tocando o rosto dela em um gesto possessivo.

E então ele a beijou. Ela sentiu seus lábios sendo oprimidos pelos dele. A boca dele tinha um gosto agradável, e um leve gosto de vinho. Já ele estava perdido quando sentiu ela lhe abraçar, timidamente, pela cintura. Os lábios dela eram tão doces, tão macios, lembrava tanto... Lorena. Pablo gentilmente afastou Alay, encerrando o beijo. Só ai Alay veio perceber que os convidados em peso batiam palmas. Heloise jazia em um canto, batendo palmas, emocionada. Pablo estava absorto em seus pensamentos, e todos eles se reservavam em um nome. Lorena. Quando Alay o encarou seu maxilar estava contraído, e seu olhar era frio. No restante da festa, ele quase não se aproximou dela. Alay estava confusa e magoada. Confusa por não saber o que tinha feito de errado, e magoada pelo jeito que ele a tinha tratado, como se ela lhe causasse dor física.

Original SinOù les histoires vivent. Découvrez maintenant