CAP-50

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Rafael: Bom dia. – Desejou, sorrindo de canto, quando ela passou de camisola pela sala de jantar. Ela ergueu a sobrancelha, enquanto começava a preparar uma bandeja pra Pablo. Todos tomavam café.

Alay: Benjamin, você poderia chamar um médico? – Benjamin ergueu o rosto, confuso

Benjamin: Para...?

Alay: Pablo. Ele sentiu dor e teve bastante febre a noite toda. – Explicou, enchendo a bandeja – Está com febre, ainda. Deve ter sido porque ALGUÉM socou um peso de papel na cabeça dele. – Ela disse, olhando ameaçadoramente pra Rafael, que riu.

Benjamin: Tudo bem. Mas temos visita. – Começou

Alay: Visita? – Ela pegou um dos bules com café, e outro com leite, pondo na bandeja – Olha, agora não, tudo bem? Você pede pra esperar, não sei. – Benjamin assentiu. Gostava quando P&A se davam bem. Não havia pressa pra estragar isso – Com licença.

Alay voltou ao quarto, e Pablo ressonava tranquilamente. Ela sorriu de canto, e pôs a bandeja em cima da cama.

Alay: Acorde. – Pediu, alisando o cabelo dele do lado contrário ao do curativo, após se sentar ao seu lado.

Pablo: O que ouve? – Perguntou, ainda de olhos fechados.

Alay: Mandei chamar um médico pra te ver. – Explicou.

Pablo: Não era necessário. – Disse, sério, após abrir os olhos

Alay: Cale a boca. – Ela passou os dedos pelos olhos dele, fechando-os novamente – Então eu trouxe seu café. Você toma um banho, come. Depois o médico vem, te vê, passa um remédio, e tudo fica bem.

Pablo: Fica bem mesmo? – Perguntou, abrindo os olhos de novo, encarando-a.

Alay: Pablo, eu quero explicar algo. O que está acontecendo não vai melhorar nossa situação. Você ainda me trai, e tem um fantasma em algum lugar lá fora, esperando por você. Sua doença não altera as coisas.

Pablo: Então porque está cuidando de mim? – Perguntou, olhando-a.

“Porque eu te amo.”

Alay: Porque prometi isso. Porque é meu dever. Você é meu marido. Na saúde e na doença. – Ela lembrou, e ele sorriu de canto.

Pablo: Até que a morte nos separe. – Completou, sorrindo.

Alay: Mas já que a morte não vai nos separar agora, é melhor você comer. – Encerrou o assunto, e Pablo riu, se sentando, meio sem força, enquanto Alay lhe apresentava a bandeja.

Pablo tomou seu café, pensativo. Em seguida, o despachou pro banho. Quando o marido saiu, ela lhe entregou uma muda de roupa limpa, e foi tomar banho também.

Pablo: Isso é necessário? – Perguntou, sentado em seu lugar, enquanto Rose puxava fortemente o espartilho de Alay

Alay: Por suposto que é. – Respondeu, controlando a respiração. – Pense em alguém tentando forçar a você a vomitar o seu estomago. – Pablo fez uma careta, e ela riu – Não consigo respirar. – Avisou, abafada.

Rose: Desculpe, senhora. – Ela folgou mais o fio, e Alay suspirou.

Logo o médico chegou. Alay já estava pronta, devidamente vestida e penteada. O medico deixou a receita de alguns remédios pra Pablo. A dor de cabeça foi porque o corte inflamou, e a febre foi por tecnicamente isso também. Ele recomendou repouso absoluto, e deixou a receita dos remédios com Alay.

Alay: Rose! – Chamou, descendo as escadas

Rose: Senhora? – Respondeu, entrando na sala

Alay: Peça que comprem esses remédios, e eu tenho pressa. – Ela entregou a receita a Rose, que assentiu – Mande prepararem um suco também, maracujá. – Ela avaliou –Pablo está se queixando de tensão na cabeça, e maracujá sempre ajud... – Ela travou, olhando a porta.

Como em seus pesadelos, a morena entrava tranquilamente pela porta da frente da mansão. Ela encarou Alay e sorriu de canto. A morena dispensou a empregada, que relutante, saiu. Ela ergueu os olhos duramente, encarando a rival. Podiam se sentir as faíscas voando de uma pra outra, no ar.

Lorena: Onde está Pablo? – Perguntou, se aproximando, como se fosse a dona do local.

Alay: Está doente. Lamentavelmente, você não vai vê-lo hoje. – Ela fingiu uma expressão de lamento. Lorena sorriu.

Lorena: Não é problema. Com licença. – Ela se encaminhou a escada, mas Alay trancou a mesma com o corpo.

Alay: Nem sonhe com isso. No meu quarto você não entra. – Concluiu, fria.

Lorena: Quero vê-lo. Quero cuidar dele. – Continuou – Ninguém melhor que eu para faze-lo. – Sorriu.

Alay: Pelo amor de Deus. – Revirou os olhos

Lorena avançou para a escada, e não soube o que lhe atingiu. Só sabia dizer que algo lhe puxou de volta pro lugar, mas ela não sabia de onde tinha vindo. As mãos que lhe empurraram deixaram marcas vermelhas em seu braço . Quando voltou a olhar pra escada, Alay tinha as mãos separadas do corpo, como se estivessem sujas de lama. Seu olhar era furioso.

Lorena: Como se atreve? – Rosnou, avançando pra Alay

Benjamin: Ei, Ei, Ei! – Entrou no meio, aparecendo pelo corredor – Alay, por favor.

Alay: Enquanto ele tiver sob meus cuidados, daqui você não passa. Quando ele melhorar, por mim os dois vão pro diabo que os carregue. – Avisou, dura.

Lorena: Você é patética, Alay. – Rosnou – Saia da minha frente, que diabo, Benjamin! – Disse em voz alta, sendo barrada por Benjamin.

Alay: SAIA DA MINHA CASA. AGORA! – Gritou, perdendo de vez a paciência

Larra: Lay? – Chamou, confusa. Larra perdeu a cor ao ver com quem Alay brigava.

Lorena: Só sairei com ele. Ele é meu. Eu devo cuidar. – Alay rosnou, raivosa.

Benjamin: RAFAEL! – Chamou, vendo que o circo ia fechar em instantes.

Alay: Já mandei, saia da minha casa. – Lorena não se moveu, desafiando-a. – DERICK! – Gritou, furiosa.

Derick era o capataz da fazenda. Era moreno claro, tinha os olhos verdes clarinhos, e os cabelos arrepiados. Tinha traços finos, porém era forte. Segundos depois do grito de Alay, o capataz apareceu.

Derick: Madame? – Respondeu

Rafael: O que há aqui? – Perguntou, com a sobrancelha franzida, entrando na sala e observando a cena

Alay: Tire essa mulher da minha casa. Agora. – Ordenou. Derick hesitou, mas atendeu.

Lorena: NÃO SE ATREVA! – Gritou, se afastando – Quem você pensa que é? – Perguntou, encarando Alay.

Alay: Sra Deville. A oficial. – Se auto-intitulou, sorrindo. Lorena trincou os dentes. – Agora saia daqui. Estou avisando. Saia agora. – Ordenou novamente.

Lorena ia responder, mas algo a impediu. Passos fracos, vindos do segundo andar. Todos se viraram pra olhar, menos Alay. A morena manteve o olhar de Lorena, furiosamente.

Pablo: Lorena, vá. – Disse em voz baixa, rouco.

Alay sorriu, triunfante. O rosto de Lorena se transformou. Rafael se encostou na escada, tranqüilo, observando a cena. Larra continuava apreensiva. Benjamin não saiu de sua posição.

Lorena: O que há com você? – Perguntou, incrédula, encarando Pablo. Ele estava no alto da escada, de roupão, com a uma mão na nuca, aparentando sentir dor.

Pablo: Por favor. – Insistiu

Lorena olhou Alay mais uma vez. O sorriso da morena continuava lá, vitorioso. Ela olhou pra Pablo, balançou a cabeça negativamente e saiu. Larra suspirou, aliviada.

Alay: Agora já chega. – Disse, vendo a expressão dolorida do marido – Vamos voltar pro quarto. – Ela o abraçou pela cintura, e o guiou de volta a suíte dos dois.

Rafael: O que há aqui? – Perguntou, com a sobrancelha franzida, entrando na sala e observando a cena

Alay: Tire essa mulher da minha casa. Agora. – Ordenou. Derick hesitou, mas atendeu.

Original SinWhere stories live. Discover now