CAP-47

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A viajem demorou o dia inteiro. Alay já estava cansada de ver mato, e mais mato. Até que eles entraram em uma cidade, bem afastada de Seattle. A carruagem parou na frente de um salão de festas enorme. Dali vinham risos, boa musica. Alay arregalou os olhos, estupefata. Um baile.

Alay: Rafael. - Murmurou, enquanto ele lhe abria a porta.

Rafael: Feliz aniversário. - Disse, sorrindo torto, ajudando ela a descer da carruagem.
A noite correu tranquila, alegre. Alay até se esqueceu do marido. Rafael fazia ela rir, conversava, tirou ela pra dançar diversas vezes, e o champanhe também ajudava. A madrugada reinava lá fora quando os dois, rindo, deixaram o local da festa.

Alay: Rafael, pra onde... - Perguntou, confusa, ao ver ele descer da carruagem, ainda longe de casa.

Rafael: É tarde demais pra ir pra casa. Ficaremos aqui, e amanhã de manhã voltaremos. - Propôs, e Alay sorriu.

Os dois foram até a recepção do hotel, e Rafael pediu a suíte mais luxuosa que havia. Ao chegar no quarto, Alay desabou de costas na cama, e Rafael sorriu.

Alay: Sabe, hoje eu aprendi uma coisa. - Começou, e Rafael riu.

Rafael: O que você aprendeu?

Alay: Aprendi que não se deve usar botas novas quando se vai passar muito tempo andando. - Comentou com uma careta, e tirou uma bota - AAAAAAAI meu pé. - Ela mesma riu, fazendo Rafael sorrir.

Rafael pôs uma cadeira em frente a cama e se sentou, pegando o pé dela. Ela puxou o pé quando ele apertou, buscando massagear. Ele entendeu que doía. Continuando com mais cuidado, massageou até que a tensão dos músculos passasse. Fez o mesmo com o outro pé. Quando percebeu que a dor dela já havia passado, ele começou a fazer cócegas nela, que puxou o pé de novo, sem sucesso. Alay chegou ao ponto de ficar vermelha de rir, mas ele não parava.

Alay: Por... Por favor. - Implorou, com os olhos lacrimejando.

Rafael: Pr... - Ele deu um beijinho na coxa dela, por cima do vestido - Ron... - Deu um beijinho na barriga dela - To. Pronto. - Sorriu e selou os lábios com os da mesma. - Quer alguma coisa? - Perguntou, deitado em cima dela, mas sem deixar o peso na mesma, apoiando-se nos braços

Alay: Tipo...? - Provocou, sorrindo

Rafael: Algo pra comer, pra beber...? - Ele ergueu a sobrancelha

Alay: Hum... - Ela fez uma cara de decepção - Tava pensando em outra coisa. - Sorriu

Rafael: Em que? - Perguntou, prendendo o riso
Alay balançou a cabeça negativamente e o empurrou pra cama, fazendo-o cair deitado de costas do lado dela, e se deitou sob ele, enlaçando-o entre as pernas e beijando-o apaixonadamente em seguida. Rafael riu entre o beijo, mas aceitou os carinhos dela avidamente. O que os dois não sabiam era que em uma mansão, longe dali, um alguém de olhos verdes, furiosos, aguardava pelos dois.
Alay acordou no dia seguinte, recebendo beijos de lábios frios na pele nua de suas costas. Ela sorriu, se espreguiçando.

Rafael: Bom dia, bela adormecida. - Chamou, e Alay o encarou, fazendo manha. Ele já estava vestido, e ela, coberta por um lençol até o busto - Odeio te acordar, mas temos que ir, se quisermos chegar em casa antes do almoço.

Alay: Pablo vai me matar. - Constatou, rouca, fazendo uma careta.

Rafael: Eu sei que vai. - Ele riu, e selou os lábios com os dela. Alay riu e jogou um travesseiro nele.

Os dois tomaram café, e se vestiram. Alay, achando espalhafatoso demais pro dia, não vestiu as luvas, guardando-as no bolso do palito de Rafael, e deixando a pulseira de diamantes em contato com sua pele. Penteou o cabelo do mesmo jeito, e os dois partiram pra casa. Horas depois chegaram na mansão Deville. Cada um foi pro seu canto depois disso. Alay passou na cozinha antes, e pegou uma torrada. Estava morrendo de fome.

Pablo: Pensei que havia fugido. - Comentou, duro, quando ela entrou no quarto

Alay: Ah, bom dia. - Acenou com a cabeça, puxando as botas com o pé

Pablo: Que diabo significa isso, Alay? - Rugiu, jogando um jornal de um bolo que tinha nas mãos. Alay agarrou o papel antes que atingisse seu rosto, e olhou. Ela e Rafael, dançando abraçados. Na primeira página. Inferno, será que até lá iam seguir ela?

Alay: Então você provou do seu próprio veneno. - Ela sorriu, após morder a torrada - Então, como se sente? - Perguntou, ainda sorrindo, enquanto tirava a tiara da cabeça, e a pulseira, colocando-as na penteadeira.

Pablo: O que eu sinto? Eu sinto que está na hora de Luciana vir pra casa. - O que ele disse atingiu Alay como um tapa na cara, e o sorriso dela sumiu - Rafael esteve só tempo demais pro bem dele.

Alay: Chame quem você quiser. Não vai alterar o que já foi feito. - Sorriu, provocando, e olhou a testa dele, sugestivamente.

Pablo se lançou pra ela, que correu. Se ele a pegasse, estaria morta. Sentia ele vindo bem atrás de si. Entrou no banheiro e bateu a porta com tudo. Pablo rugiu de raiva e deu um murro que fez a madeira tremer, e saiu do quarto, ouvindo o riso ofegante da morena.

Original SinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora