CAP-40

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O tempo passou, e a mansão Deville podia ser considerada um lugar feliz. Apenas uma coisa atrapalhava. Alay não engravidou. Estava absolutamente frustrada com isso. Se enchia de esperanças, e então sua menstruação chegava, e ia tudo por água abaixo. Ela se irritava, chorava, mas o bendito filho não vinha. Pablo a tranquilizava, lhe dizendo que eles tinham todo tempo do mundo pra conseguir o bebê, mas algo dentro do coração dela lhe dizia que não, que não havia todo esse tempo. E ela queria esse filho. Ela o desejava com cada fibra do seu ser. Agora eles estavam chegando ao restaurante mais fino da cidade, pra comemorar 6 meses do nascimento do herdeiro. Essa data só fez Alay se deprimir mais ainda. Diogo estava em seu carrinho de bebê, preto, alto e elegante, entre a mãe e o pai. Eles conversavam animadamente enquanto não jantavam, e riam, até que aconteceu.

Benjamin: Então nós pensamos em ir atrás de vocês, estávamos preocupados, ai vocês apareceram. - Citou o dia de São Valentim, em que P&A "sumiram" em sua caminhada. Pablo riu, e Alay lhe deu um belo cutucão no estomago.

Nessa hora, uma mulher se esbarrou com um casal que passava, que se bateu fortemente com o garçom, que tombou pro lado, batendo-se em Ster e Théo. O Alvoroço foi total. O garçom, envergonhado e amedrontado por ter interrompido o jantar dos Deville, pediu desculpa mil vezes. O casal se desculpou e saiu. Tudo estava bem. Ou quase. Faltava alguém.

Larra: MEU FILHO! - Gritou, se levantando, ao olhar pro carrinho de bebê. Diogo não estava mais lá.

Benjamin: Que? - Virou-se assustado pra mulher, em seguida pro carrinho do filho. - MANDE TRANCAR TODAS AS PORTAS, AGORA! - Rugiu, virando-se pro gerente. O homem assentiu, nervoso, e deu ordens pra lacrarem o enorme restaurante.
Benjamin, Larra, Alay e Pablo se espalharam entre as mesas, procurando. Mas foi inútil. Diogo não estava mais lá. Alay estava se desesperando, quando ouviu o choro do menino. Ela se virou, e o viu nos braços de uma mulher alta, bonita, de cabelos pretos, que avançava apressadamente pra saída.

Alay: PABLO! - Berrou, olhando o marido. Quando Pablo olhou, viu só a sombra do vestido verde-musgo, luxuoso, que Alay usava. Ele disparou atrás dela.

Alay correu atrás da mulher, mas ela era rápida. Ouvia os passos de Pablo vindo atrás de si, mas não podia se dar ao luxo de perde-la de vista. Essa perseguição durou até os fundos do restaurante. Lá, misteriosamente, o choro de Diogo se silenciou, e a mulher já não estava.

Alay: Meu Deus, não. - Murmurou pra si mesma, correndo o local com o olhar, mas não havia ninguém.

Pablo: Alay? - Perguntou, arfando, quando alcançou ela.

Alay: Levaram ele, Pablo. - Respondeu, ofegando. - Eu... eu vi. Uma mulher, ela me viu, mas não parou de correr. Eu-eu conheço o choro do Diogo. Ela sumiu. - Disse, desolada

Pablo: Calma. A gente vai achar ele. - Prometeu, tentando tranqüilizar a esposa, mas não era fácil, Alay estava desolada. Pobre Larra. Pobre Benjamin. Pobre Diogo.
Larra estava desolada. Seu bebê... Ah, Deus. Pablo levou ela, Alay e as crianças até a carruagem, precisavam ir pra casa. Alay nunca recuperou sua cor sadia após a surra que levou de Pablo, continuou pálida, mas hoje sua cor era caótica.

Pablo: Me prometa que vai ficar bem. - Pediu, tirando seu terno e pondo em volta do ombro dela.

Alay: Eu prometo. - Disse, rouca, se abraçando-se ao marido.

Pablo: Cuide de Larra. Tente acalma-la. Tê-la assim não vai ajudar. - Alay assentiu, com o rosto no peito do marido.

Alay: Encontre ele, por favor. - Implorou, erguendo o rosto pra ele. Pablo assentiu.

Pablo: Fique tranquila, vai dar tudo certo. - Ele ajeitou o terno nela - Agora vá. Eu preciso ajudar Benjamin. - Alay assentiu, e Pablo se curvou sobre ela, beijando-a docemente. Após isso Alay subiu na carruagem, e Pablo observou enquanto ela sumia pela estrada. Em seguida se virou, e foi atrás de Benjamin.

Benjamin: Pro diabo com os processos que estão pendentes, encontrem o meu filho. - Rosnou, furioso. Pablo nunca vira Benjamin assim.

Delegado: Sr. Deville, nós precisamos de um prazo de 48 horas pra mandar os nossos homens saírem a busca... - Interrompido

Benjamin: Eu vou ser objetivo. Eu quero TODOS os seus homens na porta dessa delegacia em 10 minutos. Sequestraram o meu filho. É obrigação de vocês encontra-lo. - Ele respirou fundo - Dez minutos. - Lembrou, e saiu. O delegado nada mais pode fazer além de mandar convocar seus homens.

Em algum lugar, longe dali, uma morena entrava no quarto de um hotel carregando um Diogo adormecido no colo.

XXXX: Até que enfim. - Retrucou uma voz masculina, vendo-a fechar a porta.

Ana: Não foi fácil, quase me pegaram. - Disse baixo, pra não acordar o bebê.

XXXX²: Mate o menino. - Ordenou, fria, agora uma voz de mulher, que entrava no quarto pela porta do banheiro.

Alay estava na carruagem, consolando Larra, quando ouviu o trotar furioso de cavalos do lado de fora. Ela olhou pela janela, e era Pablo. O cocheiro parou a carruagem, e Pablo a alcançou.

Alay: O que houve? - Perguntou confusa, descendo da carruagem

Pablo: Preciso que você venha comigo.

Larra: Porque? - Perguntou, com a voz embargada

Pablo: Ela viu a mulher que levou o Diogo. Preciso que descreva ela. - Alay assentiu - Logo ela estará com você, Larra.

Logo a carruagem seguiu seu rumo. Pablo deu apoio pra Alay, que sentou de lado no cavalo, e ele se sentou atrás dela, pegando as rédeas. Então o cavalo estava voando, deixando poeira atrás deles. Alay nunca tinha cavalgado com Pablo. Era... diferente. As costas dela estavam amparadas no peito largo dele, e ela sabia que aquele era o lugar mais seguro do seu mundo, mesmo parecendo que o cavalo ia levantar voo. A noite era fria, e o vento parecia ter a intenção de cortar o rosto dos dois. Pablo passou o rosto pelo dela brevemente, e ela sorriu com aquilo. Num piscar de olhos estavam na delegacia. Alay descreveu Alay minuciosamente. Quando saiu da delegacia, se assustou. Havia um batalhão ali. Policiais, empregados da fazenda, gente que ela nunca viu.

Benjamin: E então? - Perguntou, quando Pablo se aproximou, segurando a mão de Alay

Pablo: Está pronto. - Benjamin assentiu - Vou leva-la pra casa. Larra precisa dela. - Uma faísca de preocupação passou pelo olhar de Benjamin, e depois o ódio tomou conta. Ele assentiu novamente, e Pablo saiu com Alay.

Mais uma vez a sensação de voar. Só que dessa vez Pablo segurou a rédea do cavalo com uma mão, e a cintura de Alay com a outra, acariciando-a possessiva e distraidamente. Ao chegar na mansão, ela o beijou novamente e foi cuidar da irmã. Pablo voltou a cidade, e liderou com Benjamin os homens. Varreram Seattle em peso. Nem sinal do Herdeiro.

Original SinWhere stories live. Discover now