CAP-54

6.4K 515 111
                                    


O médico logo chegou, e foi examinar a bebê. Segundo ele, ela era saudável, até mesmo pra uma prematura. Receitou uma dieta reforçada pra Alay, que quem foi que saiu prejudicada do parto. Estava fraca demais. Não tinha forças nem pra se levantar.

Pablo: Lay? - Chamou calmamente. Alay dormia.

Alay: Hum? - Ela abriu os olhos, e o encarou.

Pablo: Trouxe isso pra você. - Disse, apontando prato que estava em sua outra mão.

Ele ajudou Alay a se sentar, e depois pôs-se a dar a sopa pra ela. A cabeça da morena estava longe. Por que Pablo estava cuidando dela? Lorena?

Pablo: Você já escolheu o nome? - Perguntou, quando terminou a sopa, tirando o prato de perto dela.

Alay: Não pensei muito nisso. Eu achava que era um menino. - Admitiu, e ele sorriu de canto. Ele esperava um filho homem. Mas lá estava a menina. - Pensei em Rose, mas ficariam duas aqui. - Ela riu, fraca, e ele a acompanhou. - Pensei em Maria, mas não acho que funcione.

: Hum... - Ele pensou por um tempinho - Põe Dulce Maria . - Sugeriu

Alay: Dulce Maria?

Pablo: é

Naquela época, as mulheres costumavam ter nomes compostos. Alay era Marie, e Larra era Vitória. Pelo menos as mulheres finas.

Alay: Dulce Maria é bonito. Dulce Maria Martins Deville.- Pablo sorriu - É, gostei. Dulce.

Pablo sorriu, olhando pra frente. Alay caiu na real do que tinha dito. Ela calculara o nome da menina pelo sobrenome dele. Ela abaixou a cabeça. Não queria admitir, mas no fundo, bem lá no fundo, escondido atrás de uma fibra do coração dela, havia uma ponta de esperança de que fosse dele. Era a esperança de um dia isso tudo acabar, e ela conseguir montar a sua família, como sempre sonhou.

Alay dormiu nos braços de Pablo, naquele dia. Ele velou o sono dela a noite toda.

Assim, se passaram dois dias, e a tranquilidade retornou a mansão Deville. Alay pediu a Larra para que escrevesse a Rafael, avisando-o que Dulce nascera, e que era saudável. Pablo não saia de casa.

Benjamin: Então trago os papéis, você assina e eu mando autenticar. - Pablo assentiu.

Pablo: Ah, sim. Estive pensando ontem, sobre a demanda da Austrália. Não acho que seja bom, fazer uma conexão agora, com a crise de governo que está havendo lá. - Comentou, enquanto andava pelo corredor.

Benjamin: Também acho que é melhor esperar. - Concordou - Agora vou ver Diogo, antes de sair. Qualquer coisa, sabe onde me achar.

Pablo assentiu, e entrou em seu quarto. Alay dormia. Eles haviam instalado o berço luxuoso de Dulce no quarto dos dois. Assim, ela tinha dois berços. Um em seu quarto, um no quarto da mãe.

Ele observou Alay ressonar por um tempo, depois foi até o berço. Ele observou a menina dormir, calma. Era perfeita em seus mínimos detalhes. O cabelo era fininho. Ele estendeu a mão e tocou o rosto dela com as costas da mão, levemente. Era a primeira vez que tocava ela. Quando ele tocou seu rosto, ela abriu os olhos. Pablo ficou paralisado, olhando-a. Seus olhos respondiam a pergunta.

A menina franziu o cenho por um segundo, pelo primeiro contato com a luz. Depois, olhou-o, curiosa. Seus olhos eram de um verde misterioso, intenso.

Eram os olhos de Pablo. Ele a olhou, fascinado. Sua filha. Ele alisou o rosto dela com um dedo. A menina sorriu, revelando duas covinhas em seu rosto. E nesse momento, Pablo foi invadido por um sentimento novo. Um sentimento que era capaz de sacudir o mundo. Sua filha. Ele era pai. E sua vida, de repente, era aquele pequeno ser.

Original SinOnde as histórias ganham vida. Descobre agora