CAP-56

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Pablo: Que tal uma viajem? – Perguntou, pensativo, uma tarde.

Lorena: Uma viajem? – Perguntou, se animando, enquanto se sentava na beira da cama.

Pablo: Alemanha. Londres, talvez. – A morena sorriu abertamente – Só nós dois.

Lorena: Será perfeito. – Ela sorriu, se imaginando na famosa Londres.

Pablo: Na semana que vem. – Concluiu, se levantando.

Lorena: Mas, já? – Perguntou, confusa.

Pablo: Porque esperar mais? É a escolha certa a se tomar. – Disse, com o pensamento longe, vestindo o terno, e Lorena se perguntou se estava perdendo alguma coisa.

Mas a morena não ligou. Em nome de Deus, Londres! Ela viu Pablo sair, alegando que ia providenciar as passagens, e sorriu. Estava feita de vida.

Alay: Uma viajem? – Perguntou, sentindo um vazio doloroso no peito – Como sabe?

Larra: Benjamin me disse. Londres. Duas passagens. – Disse, pesarosa.

Alay se sentou na cama, desolada. Agora que pensava que as coisas estavam tomando seu rumo, Pablo fazia uma viajem à dois com Lorena? Ela não merecia. Larra foi ver Diogo, e assim que ficou sozinha a solução veio a cabeça de Alay.

Guilherme.

Sei que não é o momento certo, pois faz pouco tempo da morte da Ana, mas eu preciso de você. Estou desesperada. Você me disse que era pra escrever se mudasse de idéia. Bom, eu nunca pensei que fosse precisar pedir isso mas... Guilherme, venha me buscar. Você sabe que agora tem a Dulce Maria, mas eu cuido dela. Não posso mais ficar aqui. Espero sua resposta ansiosamente.
Amor,

Alay.

Alay pôs a carta em um envelope, e mandou um empregado envia-la, urgentemente. Não havia jeito. Era chegada a hora de ir embora.

Pablo percebeu que Alay estava fria, distante, quando ele voltou. Mas ele sabia porque. E arrumaria isso. Em breve, era só o que ele pensava enquanto a observava ninar a filha. Alay estava se arrumando no dia seguinte, quando Pablo lhe surpreendeu.

Alay: O que houve? – Perguntou, terminando de pentear o cabelo.

Pablo: Quero que veja algo. – Disse, sorrindo de canto, enquanto carregava uma Dulce risonha.

Alay: O que? – Ela observou o marido se aproximar.

Pablo: Algo. Venha, se ampare em mim. – Ele segurou ela pela cintura, levando todo o peso de seu corpo, e a levou pra fora.

O coração de Alay estava descompassado. Ter Pablo tão perto, e ao mesmo tempo tão perto de perde-lo para sempre, não era nada saudável. Ao chegar no andar debaixo, ele pôs ela no chão e tapou-lhe os olhos, guiando-a pra fora. Alay ficou na mais completa escuridão, enquanto mancava na direção que ele indicava. Dulce resmungava, alegremente, no colo do pai. Mas em um instante ela parou, e reinou o silêncio. Estava mais frio que o normal, observou Alay.

Pablo: Surpresa. – Murmurou, destapando-lhe os olhos.

Alay abriu os olhos, e olhou. Pablo lhe levou à escadaria da mansão. Entretanto, tudo ali estava coberto por algo branco. Era...neve. Alay mancou umas duas vezes, observando o lugar. Era como nos seus sonhos de criança. Dulce deu um gritinho, empolgada.

Alay: É perfeito. – Murmurou, erguendo a mão, e pegando um floco de neve, dentre os que caiam.

Pablo ajudou Pablo a descer as escadas, até a neve. Dulce quase saltitava no colo do pai. Chegando na neve fofa, ele pôs a menina sentada no chão. Ela pegou um bolinho de neve, alvinho, observando-o, curiosa.

Pablo: Dulce, não pôe na boca. – Repreendeu, quando a menina mordeu o bolinho de neve. Mas era tarde, agora ela ria, com a boquinha toda branca.

Alay: Deixa ela, é só gelo. – Disse, observando a filha.

Ster: É neve. – Constatou aparecendo da porta.

Em um instante toda a família Deville estava do lado de fora de casa. Ster, Théo e Diogo corriam pela neve, com exceção a Diogo, que havia aprendido a andar tinha pouco tempo, então tentava correr, caindo diversas vezes. Larra estava abraçada a Benjamin, e desenhava algo na neve com a ponta da bota. O silêncio reinou até que uma bela bola de neve, jogada por Pablo, atingiu a nuca de Rafael, iniciando uma guerra.

Rafael: O que...? – Ele passou a mão na nuca, tirando o gelo, e depois se virou. Pablo não ria, mas o branco impecável de seu rosto estava vermelho, por prender a louca vontade de rir.

Larra: Ah, não. – Murmurou, se afastando, quando Alay encheu a mão de neve. Mas enquanto ela recuava, algo acertou seu rosto em cheio. – ALAY MARIE! – Gritou, tirando o gelo do rosto, olhando Alay, que se dobrava de rir.

E logo várias bolinhas de gelo voavam pelo jardim principal da mansão. Rafael, Benjamin e Pablo finalmente pareciam três irmãos, guerreando com gelo. A brincadeira foi até que Alay tropeçou com o gesso e caiu no chão. Pablo levou várias boladas até chegar nela, mas ela estava bem.

Alay: Dulce, vem com a mamãe. – Ela estendeu os braços, mas a menina, na tentativa de engatinhar, caiu de boca no gelo. Alay rapidamente a ergueu. Dulce tossia, e fazia uma caretinha fofa. Alay limpou o rosto da menina, que logo voltou a sair.

Alay começou a montar um bonequinho de gelo com Dulce. A menina adorou. O boneco estava quase pronto, quando um empregado se aproximou de Alay.

XXXX: Senhora, telegrama. – Alay pegou a carta e agradeceu, sem perceber que Pablo a observava, de longe.

Alay abriu o envelope, e leu a resposta do irmão. Ela já sabia. Ele estava vindo lhe buscar. A ela e a Dulce. Ela abaixou o papel, olhando a filha, que estava distraída com o boneco de leve. Era até cruel tirar Dulce de perto do pai, de tanto que ela era apegada a ele. Mas não iria deixa-la, não conseguiria. Ela olhou pra baixo por um momento, e quando ergueu o rosto, encontrou o olhar de Pablo a observando, de longe.

Pablo: O que houve? – Perguntou, ao se aproximar dela.

Alay: Nada. Eu vou levar a Dulce pra dentro, está frio aqui fora, vai terminar lhe fazendo mal. – Ela terminou de se levantar, sem encara-lo – Vem, Dul. – Chamou a filha, que se abraçou ao boneco.

Pablo: Aconteceu alguma coisa? – Perguntou, após tocar o queixo dela, fazendo-a encara-lo. Seu olhar era vazio. – De quem era o telegrama?

Alay: Guilherme. – Respondeu, sem emoção. – Vamos, Dulce. – Ela carregou a menina, e Pablo viu ela se afastar, mancando. Dulce deu tchauzinho pro pai e pro boneco, antes de desaparecer pela porta principal da mansão

Original SinOù les histoires vivent. Découvrez maintenant