CAP-59

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Pablo: Tem que haver algum lugar, um ponto em que não tenhamos procurado. - Insistiu com os irmãos, num dia à tarde, no escritório dos Deville.

Benjamin: Onde, por exemplo? Pablo, nós viramos Seattle de cabeça pra baixo. Ela não está aqui. - Disse, sério.

Pablo: Está! - Insistiu, batendo com a mão na mesa - Benjamin, você pode não acreditar, mas eu sinto Dulce. Ela está por perto. Eu sei que está. A busca foi falha.

Rafael: Nós avisamos até a policia. Tem gente nossa nas fronteiras de Belltown, Madrona, Beacon Hill, Green Lakes. Até em Port Madison tem gente procurando. Se ela estiver lá, vão encontrar. - Tranquilizou.

Pablo: Ela está aqui. - Insistiu. Era como se a presença de Alay fosse notável, como se ele pudesse farejar seu perfume - Eu vou... eu vou sair um pouco. Preciso espairecer. - Benjamin e Rafael assentiram.

Pablo caminhou até longe. Em sua cabeça, estavam Alay e Dulce, sentadas na neve, fazendo o boneco de neve. Estiveram tão próximas, e agora poderiam estar em qualquer lugar. Alay estava calma, até que o telegrama chegou. Pablo pensou nisso enquanto andava sem rumo. Existia uma possibilidade de ela ter partido. E se o telegrama fosse o irmão, avisando que vinha busca-la?
Mas, por outro lado, quem se atreveria a levar os dois? Entretanto, com a ajuda dele, a fuga seria muito mais fácil. Pablo estava considerando isso, quando viu um rosto não tão familiar caminhar à uns 50 metros dele. Usava um terno preto, tinha cabelos pretos.

Pablo: Guilherme. - Murmurou pra si mesmo. Era o primeiro rastro de Alay que tinha. Ela ainda está aqui, se motivou enquanto se apressava a alcançar o moreno.

Pablo: Guilherme! - Chamou, ao chegar numa proximidade considerável.

Guilherme se virou, respondendo intuitivamente ao seu nome. Pablo não lembrava muito se duas expressões, mas eram parecidas com as de Alay. O cabelo era da mesma tonalidade. Guilherme se manteu calmo ao ver quem lhe chamara.

Guilherme: Pablo. - Respondeu, sereno, parando de andar.

Pablo: Em nome de Deus, onde ela está? - Perguntou, deixando o desespero transparecer em sua voz.

Guilherme: Ela quem? - Perguntou, calmo.

O pingo de esperança de Pablo desmoronou. Era óbvio. Se Guilherme estivesse realmente com Alay , não lhe diria.

Pablo: Por favor. - Implorou, e por um minuto Guilherme sentiu pena dele.

Guilherme: Eu não sei do que você está falando.

Pablo: Alay. Onde está?

Guilherme: Por suposto que deveria estar com você. - Alfinetou.

Pablo: Fui um idiota. Ela entendeu tudo errado. Eu não... - Ele hesitou - Não foi minha intenção magoá-la. Eu a amo. - Disse, inutilmente.

Guilherme: É tarde. - Respondeu, se afastando

Pablo: Não! - Ele o segurou - Pelo menos, me diga. Dulce Maria. - Pronunciar o nome da filha o machucava - A minha Dulce. Ela está bem? Estava resfriada antes de... - Ele não terminou a frase.

Guilherme: Fique tranqüilo. Ela vai ficar bem. - Encerrou, e com um ultimo olhar, se afastou.
-
Rafael: Espera ai. - Se levantou, quando Pablo lhe contou o que acontecera.

Benjamin: Se ele sabe da Dulce, ele está com a Alay. - Concluiu

Rafael: E se ele está com a Alay, ela ainda está aqui.

Achar Guilherme foi fácil como suspirar. Benjamin colocou homens de guarda na frente da mansão Martins. Qualquer movimento do moreno seria seguido.

Original SinWhere stories live. Discover now