CAP-82

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Alay pensou durante o caminho. Chegou em casa decidida: iria cozinhar. Não sabia como diabos faria isso, já que nunca nem fritara um ovo na vida, mas queria fazer isso ela mesma. Pablo tinha fome, então ela o faria. Chegou em casa, e após ver Dulce, que dormia, rumou a cozinha.

Larra: Lay, o que você...? – Perguntou, seguindo-a.

Alay: Vou cozinhar. – Disse, decidida.

Larra: Mas... porque? – Perguntou, confusa.

Alay: Pablo não come desde o dia do acontecido. E eu tenho pra mim que é por isso que a febre dele vive voltando. Então, vou alimenta-lo. – Sorriu, chegando a despensa da mansão.

Larra: Porque o hospital não dá comida pra ele? São loucos? 

Alay: O médico é um incompetente. Eu tenho que pedir pra que ele faça tudo. E, no estado em que está, eu realmente não acho que Pablo precise de comida de hospital. Então, eu cozinho. – Disse, saindo da despensa com uma panela.

Larra: Desde quando você sabe cozinhar? – Perguntou, incredula.

Alay: Eu não sei. – Admitiu, tratando de acender o fogo – Mas veremos se não aprendo. – Se desafiou – Como o tiro foi na barriga, eu temo que ele não deva comer coisas pesadas. Mas precisa de algo forte, porque tá desnutrido, o meu bebê. – Comentou, risonha, lembrando-se do bico que Pablo deu pra fazer cada vez que ela negava alguma coisa. – Não sei, talvez uma sopa, uma canja...? – Ela olhou confusa pra infinidade de alimentos ali.

Larra: Eu não sei te ajudar. – Fez uma careta. Alay alisou os cabelos, olhando pra dispensa . Alay pegou tudo do que ela achava que era forte. Algumas verduras, legumes, temperos e condimentos. Estava voltando pra cozinha quando Luciana seguiu ela e Larra. 

Luciana: Eu não sei muita coisa, realmente, mas sei de algo que Renée me ensinou a fazer, quando Théo esteve doente. Na verdade eu ouvi ela ordenar um empregado, mas enfim, eu entendi a base.

Alay: Então me ajude aqui. – Disse, animada, e Luciana ajudou ela com uma abóbora imensa, enquanto Larra trazia uma braçada de batatas.

Larra: O gosto disso vai ficar uma maravilha. – Comentou, irônica, enquanto começava a descascar as batatas. 

Luciana: Tava pensando nisso também. – Comentou, receosa, partindo a abóbora. 

Alay: Eu pensei em por carne, mas acho que fica ruim pra ele digerir. Se bem que... – Ela pensou por um momento – ROSE! – Chamou, animada . Rose apareceu, e atendeu ao pedido de Alay. A morena pôs um avental, e foi pro fogão. Não deixou que ninguém lhe ajudasse, só a descascar mesmo. Luciana e Larra, por fim, ficaram sentadas, olhando a morena mexer nas diversas panelas em que inventava. Só restava esperar, rezar, e por fim ter medo, do que sairia dali.

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Alay entrou no hospital, sorrindo de leve, satisfeita. Terminara de cozinhar, tomara um bom banho, ficara com Dulce bem uma hora. A menina brincou com a mãe, mamou, e voltou a dormir. Alay, que estava de hobbie com a menina, se vestiu, e foi embora. A receita não parecia ter ficado tão ruim. Ela cozinhou bem as verduras, depois as amassou, e misturou todas em uma terrina, com caldo de sopa. Picou uns pedacinhos minúsculos de galinha e misturou. Ficou com a consistência de um mingau grosso, com os pedacinhos picados dentro, de uma cor abóbora clara, e com um leve cheirinho de ensopado. Só que criaram problema pra deixar ela entrar no hospital. 

Médico: O que houve? – Perguntou, chegando a recepção, tranquilo.

Enfermeira: Essa senhora insiste em entrar pro quarto com alimentos. Eu disse que o regulamento do hospital não permitia, mas ela insistiu.

Original SinWhere stories live. Discover now