CAP-73

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Guilherme apareceu na manhã seguinte, na mansão Deville. Pablo já havia saído. Guilherme avisou que estava voltando pra Europa, já que o período de férias que havia tirado estava por acabar.

Alay: Mas você só ficou 2 meses. - Se queixou, fazendo bico.

Guilherme: Para de reclamar, matraca. - Alay arregalou os olhos, e riu depois. Aquele era o seu irmão.

Larra: Nos prometa que voltará. - Pediu, sorrindo de canto. Sentiria saudade de Guilherme.

Guilherme: Voltarei assim que puder. - Prometeu

Alay: O seu "assim que puder" é muito vago. - Assobiou, batendo pezinho no chão.

Guilherme: Cala a boca, mulher. - Ergueu a sobrancelha pra ela, que riu - E você. - Se virou pra Larra, que arregalou os olhos - Você não é um coelho. - Lembrou, obviamente. Alay se estourou de rir. Larra fez uma careta - Então, vamos calculando a quantidade de filhos, sim? - Disse, prendendo o riso.

Larra: Pois vá logo, GUILHERME HENRIQUE. - Reclamou, empurrando o irmão porta a fora. Não era preciso dizer que sentiria saudade.

Alay levou Guilherme até a carruagem, já que não fazia bem a Larra descer a escadaria da mansão. A morena ficou em casa, fora olhar Diogo.

Alay: Não demore a voltar. - Pediu, manhosa agora. Ter Guilherme longe era uma coisa que não lhe agradava.

Guilherme: Prometa que não vai morrer enquanto eu não estiver aqui. - Pediu, sorrindo pra ela.

Alay: Prometo. Eu espero você voltar. - Disse, metaforicamente. Guilherme riu e abraçou a irmã.

O abraço dos dois durou minutos. Por fim, Guilherme deu um beijinho na testa dela e partiu. Alay ficou olhando o caminho por onde ele fora, pensando em quando veria o irmão novamente. Se preocupava com ele, sozinho em outro continente, principalmente agora, sem a mulher. Estava pensando nisso quando viu alguém passar pelo jardim a sua frente, dando instruções a um empregado.

Alay: Rafael! - Chamou, sorrindo, enquanto se aproximava rapidamente. Rafael sorriu e dispensou o empregado, que obedeceu, e virou-se pra ela.

Rafael: Lay. - Respondeu, sorrindo abertamente.

Rafael ali, parado naquele jardim, sorrindo pra ela, parecia miragem. Por um instante ela esqueceu o que estava indo fazer, mas depois, com um tapa na testa, recuperou seu rumo. Ficara afastada de Rafael tempo demais, então, os reflexos com a beleza dele voltaram a afeta-la. Os dois começaram a caminhar, na direção contrária da mansão.

Alay: Rafa, me perdoe. - Desabafou, olhando-o.

Rafael: Por...? - Perguntou, surpreso.

Alay: Por Luciana. Eu me descontrolei. Eu... - Ela respirou fundo - Me perdoe. Eu deveria ter saído de perto, ou então me controlado, mas eu... - Interrompida

Rafael: Ei, calma. - Ele tapou a boca dela com um dedo - Ela mereceu. - Disse, sorrindo torto. Alay se perguntou quem mereceu o que.

Alay: Quem? - Perguntou, aérea - Ah, sim. Claro que não! Não por ela, eu não me importo, mas pelo bebê de vocês dois. Eu não tinha o direito de agredir ela, sendo que ela está grávida de você.

Rafael: Eu ouvi tudo o que ela disse. Luciana é uma mulher magnífica, incrível, mas tende a ser venenosa, quando quer. Não quero que tome a impressão errada dela, ela só tem ciúmes. Vamos esquecer esse assunto, estamos todos bem. Aliás, todos não. - Alay olhou ele - A propósito, na sua euforia, você me desceu a mão ontem. E doeu. - Avisou, puxando a gola da camisa e mostrando o pescoço vermelho. Rafael estava sem o terno, só com o colete e a camisa. Alay riu.

Alay: Pobre de você. - Comentou, rindo.

Rafael: Eu podia ter distendido o pescoço. - Acusou, franzindo o cenho.

Alay estava receosa, pensando que Rafael não ia querer mais proximidade com ela, por ela ter agredido Luciana. Mas lá estava ele, com suas piadinhas novamente. Enquanto pensava nisso, ela viu uma rajada de vento vindo em sua direção, levantando as dezenas de folhas no chão. Ela sorriu e abriu os braços, fechando os olhos, bem quando o vento a alcançou. Era outono em Seattle, e haviam folhas por todos os cantos, folhas essas que dançaram em volta de Alay, suas cores de fundindo com o bege do vestido dela. "Parecia um anjo", pensou alguém, que não era Rafael. Alguém que os observava cautelosamente da mansão. Alguém de olhos da cor de limo, verdes, intensos.

Rafael: Sinto te desapontar, mas você não vai conseguir agarrar o vento. - Desiludiu, balançando a cabeça negativamente. Alay abriu os olhos assim que a rajada de vento cessou.

Alay: Do mesmo jeito que uma lesma, tal como você, não vai conseguir me alcançar. - Desafiou, dando um tapa no cabelo de Rafael, que ficou todo arrepiado, e saiu correndo. Ela correu por tempos, rindo, e não ouviu passos atrás de si. Mas, em um piscar de olhos, Rafael estava bem em sua frente, sorrindo, despreocupado.

Pablo viu Alay correr, rindo. Rafael observou a morena, e depois disparou em direção a ela. Pablo revirou os olhos, era típico de Rafael, se mostrar. Ele viu Alay frear, e virar pra outra direção, mas Rafael agarrou ela pelo abdome, ergueu-a do chão e girou com ela no ar, enquanto outra rajada de vento levantava as folhar. Alay ria como uma criança, deliciada com seu brinquedo. Pablo sorriu. Amava aquilo na mulher.

Luciana: Como você consegue? - Murmurou, atordoada, e então ele percebeu que ela estava ali. A loira gemeu, nauseada, e avançou em direção a Alay e Rafael. Mas um pulso forte a segurou, mantendo-a no lugar.

Pablo: Confie. - Foi o unico que disse, encarando ela. Então ele olhou a mulher brincar com o irmão uma ultima vez, e virou-se, entrando em casa, despreocupado. Luciana olhou a cena por mais instantes, viu Alay pegar um bolo de folhas no ar e jogar contra Rafael, que se esquivou, rindo. Resolveu sair dali, antes que acontecesse outro problema.

Original SinWhere stories live. Discover now