CAP-3

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XXX: Até que em fim encontrei você. - Disse, se aproximando de Alay, que fazia triste, sozinha, em uma cadeira em uma sala afastada.

Alay: O que... Larra! - Se levantou, indo rapidamente abraçar a irmã - Que saudade! - Murmurou, sincera.

Larra: Quase morri quando soube! - Disse animada, se sentando ao lado da irmã.

Alay percebeu que suas preocupações com Larra eram fúteis. A irmã estava muito bem. Tinha uma cor afogueada no rosto, os cabelos eram do mesmo Pretos agressivo de sempre. Ela usava um vestido luxuoso, cor de esmeralda, como as jóias em seu colar. Isso tranqüilizou Alay.

Larra: Vamos morar juntas de novo, não é o máximo? - Perguntou, animada, após um tempo de conversa

Havia um brilho diferente no olhar de Benjamin quando ele olhava pra Larra. Havia afeto, carinho, era amor. Alay viu esse brilho no olhar de Larra também. Alay percebeu que Larra e benjamim formavam um belo casal. Ele, com suas feições perfeitas e tranqüilas, e Larra... bom, todos sabiam como Larra era. Eles combinavam. Alay se entristeceu. Não conseguia se ver ao lado de Pablo.

Larra: Estou aqui. - Disse indo até o marido, que a abraçou pela cintura e lhe beijou a testa

Benjamin: Nós estamos indo embora. - Alisou o rosto dela - Ah, Alay, Pablo está a procurar-te. - Alay estremeceu.

Alay se despediu de Larra. Logo saiu pelo salão, procurando Pablo. Encontrou-o em uma sala, olhando a lareira.

Alay: Benjamin me disse que estavas me procurando. - Disse após tomar fôlego, fechando a porta da sala para bloquear o barulho que vinha de fora.

Pablo: E estava. - Disse, sem se mover, como se Alay não fosse digna de atenção - Onde quer passar a lua-de-mel? - Perguntou, cutucando o fogo com uma espátula.

Alay estremeceu com a possibilidade. Lua-de-mel lembrava noite de núpcias. Noite de núpcias lembrava... Ela arregalou os olhos, dando instintivamente um passo pra trás.

Alay: Em lugar nenhum. - Respondeu, engolindo em seco.

Pablo: Como "em lugar nenhum"? - Ele se virou pra ela

Alay: Esse casamento vai ser mesmo uma farsa. - Ela juntou o máximo de dignidade que tinha - Então eu não quero lua-de-mel. - Ergueu o rosto.

Pablo: Ficaremos em casa, então. - Ele riu, debochado - Mas que fique claro que isso não muda nada. - Ele se aproximou dela - Será minha mulher, Alay, e eu digo isso em todos os sentidos. - Ele tocou a bochecha dela com os polegares, fazendo-a prender a respiração.

O dia do casamento chegou, e Alay estava uma pilha de nervos. Seu vestido era o mais lindo que já vira. Mas a idéia de ir pra cama com Pablo a noite a apavorava. Ela ficou a manhã toda se arrumando, o casamento seria as 19:00.

Alay acordou cedo, Heloise cuidou dela o dia inteiro.
Ficou sabendo por Larra que Rafael tinha ido passar uns tempos com Luciana na França, e que ela e Benjamim viajariam após a cerimônia, deixando a mansão vazia pra lua-de-mel dos dois. Alay estremeceu ao sentir a ultima laçada de seu vestido ser dada. Logo Pedro foi buscá-la. Alay tremia quando entrou na igreja, a cidade inteira estava lá.

Padre: Pablo Miguel Deville, você aceita Alay Marie Martins como sua legitima esposa, prometendo ama-la e respeita-la, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe?

Pablo: Sim. - Respondeu frio, se lembrando de alguma cena a anos atrás.

Padre: Alay Marie Martins, você aceita Pablo Miguel Deville prometendo ama-lo e respeita-lo, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, por todos os dias da sua vida, até que a morte os separe?

Alay travou. Se dissesse "sim", estaria perdida. Se respondesse "não", seu pai a mataria, e ela se exporia a toda a cidade. Mas como dizer "sim" ao homem que mais lhe apavorava?

Pablo: Não vai adiantar. - Sussurrou com a voz falsamente doce no ouvido dela - Não há saída, Alay. - Ameaçou

Alay: Eu aceito. - Murmurou, e se ouviram vários suspiros aliviados atrás dela. Pablo sorriu, e duas lágrimas se juntaram ao suor dela enquanto sentia a pesada aliança deslizar pelo seu anelar esquerdo.

Padre: Pelo poder investido em mim, eu vos declaro Marido e Mulher. - Fez o sinal da cruz - O que Deus uniu, o homem não separa.

Pablo: Eu tenho um presente pra você, ma petit. - Disse se aproximando dela, com um sorriso de canto, no salão de festas lotado.

Pablo abriu a caixinha de veludo. Era uma gargantilha de prata, reconheceu Alay, com a palavra "sempre", escrita na parte interior. Parecia uma coleira. Tinha uma longa corrente que deslizava pelas costas até a cintura. A maxilar de Alay trancou de raiva. Era linda, mas ainda assim era uma coleira.

Pablo: Será assim. Sempre que for elogiosa, inteligente, como hoje, será banhada de jóias e presentes. - Ele beijou o pescoço dela após fechar a coleira, fazendo-a se arrepiar - Quando for do contrário... ganhará problemas. - Ele sorriu, se afastando

A festa se arrastou pela madrugada. Alay retardou a partida o máximo possível. Mas chegou a hora de ir. Heloise abençoou Alay, que foi embora, só com o seu vestido de noiva. No meio do caminho descobriu que não sabia onde era a mansão Deville.

Pablo estava distraído olhando pela janela. Meia hora depois Alay sentiu a carruagem parar, e estremeceu. A mansão era imperial, parecia ter 3 andares. Seu interior era claro, bem iluminado, tinha a decoração luxuosa. Poltronas, sofás, tapeçarias.

Pablo levou Alay a todas as salas, todos os cômodos. Quando estavam saindo de um quarto de hospedes, Alay viu uma sombra pequena se afastar apressadamente, saltitando.

Alay: Quem é ela? - Perguntou, intrigada. Não sabia da existência de uma mulher, de uma menina na mansão.

Pablo: Ester. - Chamou em voz baixa, mas Alay ouviu os passinhos apressados cessarem. Um tempo depois, a pequena menina apareceu.

Ster: Sim? - Respondeu, timidamente.

Era uma menina pequena, tinha o cabelo longo, mal-cuidado, se vestia com roupinha simples, mas ainda assim tinha as feições finas, como as de Pablo e Benjamim.

Original SinWhere stories live. Discover now