CAP-17

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Alay: Ninguém pode fugir de Pablo, não se ele quer essa pessoa por perto. Ele vai me encontrar. Será pior. - Ela disse com a voz dura, se virando pros irmãos de novo.

O rosto de Alay parecia ter empalidecido, como se a vida abandonasse a pele. Por um segundo, sua pele era semelhante a de Pablo. Mas logo a cor retornou. - Eu preciso ficar, Guilherme, me perdoe. Precisam de mim aqui. Rafael logo voltará, e as coisas melhorarão. Pablo é meu marido, é minha obrigação estar ao lado dele. - Se condenou, dura consigo mesma.

Guilherme: Porém, você sabe que sempre contará comigo. Uma carta, um bilhete, e eu estarei aqui. - Alay sorriu - Você pode mudar de idéia sempre que quiser. O que você acha, Larra? - Perguntou a ruiva, que parecia que ia ter um colapso.

Larra: O que eu acho? Sabe o que eu acho? - Ela ia avançando pro irmão. Guilherme se encolheu, fingindo medo. - Eu acho que eu estou grávida - Alay riu - E vocês vão me enlouquecer!

Guilherme: Grávida? - Larra assentiu, radiante. Esse filho era tudo o que ela podia pedir.

A partir dali o resto da manhã foi feliz. Guilherme falou sobre Ana, sua esposa. Larra falou sobre o casamento com Benjamin, e de sua felicidade por estar grávida. Alay... Alay falou de Rafael, e de como ele lhe tranqüilizava. Antes do almoço Guilherme foi embora. O dia passou normalmente. Com a saída de Guilherme a angustia pela falta de Rafael retornou. Foi assim que Alay estava a noite, quando terminou de se arrumar pro jantar.

Pablo: Petit, - Alay o encarou. Amava quando ele lhe chamava assim - Venha aqui. - Ela se sentou ao lado dele na beirada da cama - Isto é pra você. - Ele passou uma caixinha de veludo pra ela.

Quando Alay abriu, ficou estuperfada. Era uma pulseira, uma pulseira que media dois dedos. Diamantes. Toda ela, cravada em diamantes. Por mil diabos, Pablo não quase espancou ela na noite anterior?

Alay: P-porque? - Perguntou quando recuperou a voz, tocando a pulseira levemente.

Pablo: Lhe disse no dia do nosso casamento. Quando for inteligente, será tratada como uma rainha. Caso contrário, receberá problemas. - Ele explicou, calmamente

Alay: Eu não entendo. - Ela negou enquanto olhava o verde dos olhos do marido. - Fui inteligente?

Pablo: Foi. - Ele pegou a caixinha da mão dela - Não se pode fugir de mim. Nunca. - Alay congelou, e ele sorriu, frio. - Seu irmão tem idéias muito libertinas a uma mulher casada. - Comentou enquanto observava a jóia

Alay: Guilherme. - Sussurrou pra si mesma - Pablo, ele não fez por mal, ele só é espontâneo, é o jeito dele, eu não... - Pablo a interrompeu, pondo dois dedos em seu lábios. Alay estava desesperada. Tinha medo por Guilherme.

Pablo: Shiii...calma, ma petit. Eu não fiz nem vou fazer nada. Seu irmão poderá vir te visitar sempre que quiser. Nada vai mudar. - Ele disse, sorrindo enquanto soltava a pulseira da caixinha

Alay: Sério? - Contestou, ainda sem acreditar.

Pablo: Sério. Minha esposa é uma mulher inteligente. Não se deixa levar por ideias alheias. - Ele pegou o pulso dela - Agradeça por isso, petit. Caso contrário seu irmão estaria em maus lençóis agora. - Ele colocou a pulseira nela, fechando-a com rapidez - Não pense em fugir de mim, Alay. Não considere essa idéia. Será pior pra todos. - Ele avisou, erguendo os olhos pra encara-la - Te espero lá em baixo. - Ele deu um leve beijo na mão dela e saiu, deixando uma Alay estuperfada

Alay acordou com frio aquela manhã. Ela se embolou nos lençóis, ficando quase descoberta. O tempo estava, como sempre, nublado. Pablo não estava mais lá. Ela se levantou, tomou um bom banho quente, escovou os dentes, penteou os cabelos. Estava terminando o ultimo, quando ouviu duas batidinhas leves na porta.

Alay: Pode entrar, Rose. - Disse sem dar atenção, sentada no banquinho da penteadeira, de costas pra porta, escovando os cabelos. A porta se abriu lentamente.

Rafael: Se não for a Rose, pode entrar também? - Ele sorriu olhando ela, enquanto fechava a porta atrás de si.

Alay: RAFAEL! - Gritou se levantando, derrubando o banquinho.

Alay correu e se atirou nos braços dele, que a agarrou. Ela se sentia inteira novamente, abraçada a aquela escultura de pedra. Ele também havia sentido falta dela. Mais do que devia ter sentido, ele sabia disso. Ergueu ela e rodopiou no ar. Era como se estivesse asfixiando enquanto estava fora, e o perfume leve dela lhe devolvesse o fôlego. Alay encheu o rosto dele de beijinhos. Estava fora de controle, de tão feliz. Quando ele a pôs no chão, o que fez não foi solta-la, e sim abraça-la mais forte. Palavras não eram necessárias ali.

Alay: Me dê um bom motivo pra eu não matar você agora. - Rosnou um tempo depois. Rafael riu.

Rafael: Bom, eu tenho um presente. - Disse sorrindo pra ela, puxando sua mão, enlaçada com a dela, puxando-a pro corredor.

Alay: Isso é um tipo de tentativa de me comprar? - Ergueu a sobrancelha, mas apertou os dedos nos dele. Rafael riu.

Rafael: Não, esse foi o motivo por eu ter demorado. - Explicou, virando-se rapidamente e assustando ela. Ele a abraçou e ergueu-a do chão, descendo as escadas. Alay riu abraçada a ele.

Alay: Posso saber que tipo de presente é? - Ela olhou pra ele, duvidosa. Rafael não era do tipo de Pablo, que dava joias extravagantes. Rafael tapou os olhos dela com as mãos frias.

Rafael: Sabe montar? - Perguntou, com um sorriso torto ao passar com ela pela porta. Ele soltou o rosto dela.

A inicio Alay cerrou os olhos. A claridade do dia lhe machucou um pouco. Depois se tocou do que era. Ao lado do garanhão preto de Gregg havia um cavalo, um cavalo branco, alvo. Enquanto o cavalo dele era negro como breu, o de Alay era o mais branco possível, chegava a machucar a visão. Ela deu dois passos a frente, ainda sem acreditar.

Alay: Que tipo de pessoa dá um cavalo de presente a outra? - Murmurou, descendo as escadarias, encantada com o presente.

Rafael: Eu sou um tipo diferente. - Sorriu olhando-a ir até o cavalo. Quando ela ergueu a mão, o cavalo abaixou um pouco a cabeça, recebendo o carinho. Ao ver o sorriso de Alay, Rafael percebeu que o tempo longe dela foi valeu a pena. - Quer dar uma volta?

Alay: Se você conseguir me alcançar, tudo bem. - Ela sorriu e pôs o pé em cima da sela do cavalo, montando, e disparando pelos jardins em seguida.

Original SinWhere stories live. Discover now