CAP-28

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Ster: Agora já chega. - Disse decidida, entrando na sala que Pablo estava olhando papéis - ONDE ELA ESTÁ?

Pablo: Está falando comigo? - Perguntou como se estivesse olhando um inseto

Ster: Não, estou falando com a sua mãe, palhaço. - Respondeu, cheia de si. Pablo franziu a sobrancelha - EU OUVI OS SEUS GRITOS! PABLO, JÁ FAZEM SEIS DIAS! ONDE ELA ESTÁ?

Pablo: Francamente. - Balançou a cabeça e saiu.

Anoiteceu, e Ster estava irredutível. Quando amanheceu, saiu decidida do quarto: Iria atrás de Rafael.

Ster: Vamos, Seth, me ajuda! - Resmungou pulando pra subir no cavalo

Como por milagre, Seth dobrou as duas patas da frente, se abaixando. Ster franziu a sobrancelha e montou. Quase caiu quando o cavalo quando ele saiu a galope. Se segurava firme nas rédeas. Não fazia a minima ideia de onde Rafael estava, mas precisava tentar. Estava próxima a saída da fazenda, quando uma carruagem preta passou por ela, parando em seguida.

Rafael: Ster? - Berrou saindo da carruagem, com Benjamin, Larra e Théo a seu encalço

Ster puxou a rédea com tudo, e Seth voltou. Deu um berro quando chegou a Rafael, e o cavalo, inteligentemente, parou.

Ster: Rafael! - Berrou, ofegando - Eu estava indo atrás de você!
Benjamin caiu no riso, e Larra sorriu do marido. Rafael ergueu uma sobrancelha, incréDemio.

Rafael: Ia a Madrid, atrás de mim, montada nesse cavalo? - Perguntou, como se não tivesse ouvido direito

Ster: Estava indo, mas graças a Deus você está aqui. - Engasgou - Rafael, a Lay. - Rafael ficou alerta, e Benjamim parou de rir - Ela foi ao terceiro andar, e Pablo apareceu do nada, eles brigaram, eu acho que ele bateu nela, eu não sei. - Rafael arregalou os olhos, franzindo a sobrancelha - E ela sumiu! Tem uma semana isso, eu não sei, ela não saiu da mansão, mas eu já procurei e nada! - Se engasgou

Rafael não disse nada. Apenas puxou Ster do cavalo, pondo-a no chão. Montou em Seth e então, com uma rajada de vento, havia sumido.

Benjamin: Meu Deus. - Murmurou pra si mesmo - Vai na carruagem, Lara. - Pediu, alterado. Sentia que uma desgraça podia acontecer entre Pablo e Rafael. Pegou um dos cavalos que puxava a carruagem e desapareceu atrás de Rafael.
O cavalo ainda estava a galope quando Rafael pulou dele, na frente da mansão. Mas por algum milagre nem se alterou. Apenas houve um pequeno impacto, como se ele tivesse dado um pulinho. Subiu as escadarias da mansão num salto. Seu faro foi direto. O primeiro lugar onde ele foi o terceiro andar. Ster já havia revistado o resto da mansão, e era bem a cara de Pablo deixar a Alay lá. Seu estomago revirou quando chegou no terceiro patamar. Alay estava largada, deitada de bruços, a camisola de seda rasgada nas costas, e a pele das costas em carne viva. Os braços tinham marcas vermelhas, mas as costas estavam claramente feridas. Fios de sangue desciam pelos lados, manchando a seda branca. Parecia um escravo que tinha ido pro tronco.

Rafael: Lay! - Chamou, depois de se abaixar ao lado dela, tirando algumas mechas do seu rosto - Lay, fale comigo. - Pediu, atordoado

Alay: Rafael. - Murmurou, abrindo os olhos devagar. Um sorriso fraco brotou em seus lábios - Você veio. - Disse com a voz falhando, enquanto ele pegava sua mão

Rafael: É claro que eu vim, me perdoe. - Pediu com a voz atormentada - Eu demorei muito. Eu deixei você. - Ele deu um beijo no rosto dela e um no canto da boca. Alay sorriu - Eu vou tirar você daqui.

Foi difícil. Rafael poderia carregar ela sem problemas, mas como fazer, se suas costas estavam completamente feridas? Por fim, ele passou os braços dela por seu ombro e a abraçou pelo quadril, ainda coberto pela camisola desfigurada, e saiu as pressas dali.

Ster: Lay! - Berrou assustada

Rose: Meu Deus! - Pôs a mão na boca ao se bater com Rafael

Rafael: Chame um médico. - Foi a única coisa que murmurou

Depois ouve o estouro da fechadura quebrando quando Rafael chutou a porta do quarto de hospedes, entrando com Alay.

Rafael: Lay, pode me ouvir? - Perguntou ao ve-la de olhos fechados. Alay assentiu levemente. - E-eu vou pedir pra Rose tentar te dar um banho, ou pelo menos tirar o sangue, enquanto o médico não chega, tudo bem?
Alay assentiu. Rafael levou ela até o banheiro do quarto, foi quando Rose voltou.

Rafael: Cuidado com ela. - Advertiu, sério, antes de sair.

Rafael rosnava em fúria quando desceu pra sala. Benjamin, Larra e Théo já estavam lá.

Rafael: ENLOQUECEU? O QUE DEU NA SUA CABEÇA? - Gritou entrando na sala

Pablo estava sentado em uma poltrona, olhando papéis, mas sua expressão era abalada. Benjamin o chamara na real. Ele se descontrolou com Alay. Além de bater, não lhe deu nada que comer nem beber depois. Porém, não respondeu a Rafael.

Rafael: Machucar a Alay, fazer ela sangrar, porque? - Ele encheu o peito de ar - Pela meiga e respeitável Lorena. - Disse, com uma falsa reverência. Pablo ergueu os olhos pra ele. - Ah, você não gosta que falem dela. Porque será? Por causa do seu comportamento deplorável?

Pablo: Lorena era diferente, tinha o jeito dela, mas era uma mulher tão respeitável como qualquer outra. - Disse entredentes, encarando Rafael.

Rafael: UMA PROSTITUTA! - Rugiu em fúria - UMA MULHER DA VIDA! IA PRA CAMA COM QUEM PAGASSE MAIS CARO! - Larra arregalou os olhos - NÃO VENHA ME FALAR DE DIGNIDADE, PABLO. - Disse, os olhos faiscando de ódio

O que se ouviu a seguir foi a poltrona onde Pablo estava sentado virar, batendo-se numa mesinha e quebrando um vaso de cristal, e o impulso de Rafael pra cima do irmão. Rafael voou no pescoço de Pablo, e os dois desabaram no chão. Larra gritou. Benjamin tirou ela gentilmente do caminho, e se pôs a apartar a briga. O que parecia ser impossível. Depois de minutos, nosso Deville conseguiu.

Benjamin: AGORA JÁ CHEGA, VOCÊS DOIS! - Rugiu empurrando Rafael com tudo, que caiu pra um lado, e puxando Pablo pela gola da camisa pro outro

Rafael: PROSTITUTA! - Berrou de novo, após se levantar - Agora o que a Alay te fez? Nada. Só descobriu a VAGABUNDA que você idolatra. - Disse, passando a mão no canto da boca

Pablo partiu pra cima de Rafael de novo, mas Benjamin se meteu no meio, empurrando o irmão.

Rafael: DEIXA ELE VIR! ELE GOSTA DE BATER EM MULHER, DEIXA ELE ESPERIMENTAR COM HOMEM! SOLTA ELE, BENJAMIN! - Urrou em fúria, encarando o irmão

Benjamin: EU DISSE JÁ CHEGA! QUE PALHAÇADA DE VOCÊS DOIS! - Ele empurrou Pablo pro canto, tirando-o da linha de fogo de Rafael - Rafael, vá ficar com Alay, ela deve estar precisando. PABLO, CHEGA! - Empurrou Pablo com tudo. O irmão cambaleou pro lado, mas parou de ir pra cima de Rafael

Entre mortos e feridos, salvaram-se todos. Rafael tinha a boca partida, e Pablo o nariz. A briga ia re-começar quando Ster entrou na sala, dizendo que Alay estava chamando por Rafael.

Pablo: Não acaba aqui. - Rosnou, raivoso

Rafael: Tenha certeza que não. - Concluiu, e saiu, pisando forte.
Quando Rafael entrou no quarto, Alay estava deitada na cama, de bruços, com a cabeça em um travesseiro, vestido uma camisola de algodão branca, cuja abertura ficava nas costas. Ster lhe dava agua cuidadosamente. Alay, após o banho, parecia melhor.

Alay: Rafael, por favor, eu imploro, não brigue com Pablo. - Pediu com a voz rouca. Rafael ia contestar, mas ela o interrompeu - Não vale a pena.

Rafael: Como você está? - Perguntou, acariciando o rosto dela

Alay: Eu vou sobreviver. - Sorriu. Se sentia bem melhor longe do quadro de Lorena, e após tomar um bom banho

O médico logo chegou. Se assustou com o estado das costas de Alay. Mas deixou a receita de um remédio, uma fórmula, que ajudaria com a dor e a cicatrização. Recomendou repouso absoluto, um chá que ajudava a dormir, e falou de um creme, que era vendido na Alemanha, que impediria que ficassem marcas. Rafael, instantaneamente, moveu céus e terra e mandou um empregado viajar até lá, pra trazer o tal do creme. Alay tomou o remédio que o médico passou, e a dor nas costas diminuiu um pouco.

Original SinWhere stories live. Discover now