CAP-41

5.3K 497 29
                                    

Alay cuidou de Larra. A irmã não queria fazer nada. Empacou no quarto de Diogo, na cadeira de balanço, se curvou em bola e nada fazia ela falar. Alay encheu o saco até que conseguiu fazer ela ir tomar um banho. Pediu a Rose que preparasse um chá calmante e BEM forte, a empregada obedeceu. Enquanto Larra estava no banho e o chá estava sendo preparado, Alay tomou o seu banho, com a cabeça longe, imaginando onde Pablo estava. Vestiu sua camisola, e seu hobbie, que iam até os pés (ambos de seda preta), e foi atrás de Larra. A ruiva tinha uma aparecia doentia. Se vestiu com uma camisola de algodão branco e se deitou. Até o cheiro do chá que Rose trouxe dava sono, imagine bebe-lo. Larra engoliu o liquido, e entre lágrimas, dormiu. Alay velou o sono da irmã por horas a fio. Depois, cobriu ela e saiu. Estava amanhecendo, quando cavalos pararam a trote na frente da mansão.

Alay: E então? - Perguntou, desolada

Pablo: Ainda nada. - Disse, desanimado

Benjamin: Larra? - Perguntou com a voz abalada

Alay: Eu cuidei dela. Dei um chá calmante, agora ela ta dormindo. - Benjamin assentiu e foi ao encontro da esposa.

Pablo e Alay foram pro quarto dos dois. A mansão parecia morta, fúnebre, sem o choro de Diogo correndo pelos cômodos. Pablo tomou um banho, vestiu sua roupa de dormir, foi quando Alay foi até ele.

Alay: E você? - Perguntou, se aproximando

Pablo: O que tem eu? - Perguntou, erguendo o rosto pra ela.

Alay: Me faz mal ver você assim. - Assumiu, impotente.

Pablo: Venha aqui. - Ele tocou sua coxa de leve, e Alay se sentou no colo dele - Não se preocupe comigo. Eu vou sobreviver. Eu sempre sobrevivo. - Alay fez uma careta, e ele sorriu.
Em algum lugar, longe dali, uma morena brigava com um casal bravamente.

Ana: Você me disse que era só pra assustar Benjamin! - Rugiu, furiosa - Disse que devolveríamos o menino, sadio!

XXXX² - Eu disse, mas mudei de idéia, por Deus, Ana. - Disse, revirando os olhos. O homem riu.

Ana: Não vão matar o menino. Eu não vou ser a responsável por isso. - Concluiu

XXXX: Deixe que ela fique com o ele. Pelo menos por enquanto. Podemos observar o sofrimento de Benjamin um pouco. - A mulher sorriu, parecia gostar da idéia.

XXXX²: Pois então, fique com ele. Sua razão de vida e alegria. Você é ridícula, Ana. - Disse antes de sair. O homem a acompanhou.

Ana: Está a salvo, pequeno Diogo. Não deixarei que nada lhe aconteça. - Disse, acariciando a face do menino. O par dos olhos de Benjamin a observou, no rosto do pequeno bebê.
Os dias se passaram a fio. Não havia sinal de Diogo, em lugar nenhum. A situação na mansão Deville era desesperadora.

Pablo: Eu vou com você, então nós... - Disse agitadamente, entrando as pressas em casa

Larra: O que houve? - Perguntou, ansiosa, indo até Pablo e Benjamim.

Benjamin: Achamos um rastro. Tá levando pro sul, nós achamos que ela está indo pra Forks. Eu vou atrás dela. - Disse, decidido

Larra: Tome cuidado. - Pediu, atordoada. Não agüentaria perder Benjamin agora.

Benjamin: Eu vou achar ele, Larra. Nem que seja a ultima coisa que eu faça, eu vou trazer ele de volta pra você. - Disse sério, olhando a mulher. Larra se atirou nos braços do marido e o beijou apaixonadamente. Não sabia quando ia poder fazer aquilo de novo.

Longe dali...

XXXX: Eles vão seguir o rastro. Vão ganhar uma viajem grátis a Forks. - Riu, divertido

XXXX²: Qual o seu problema, Ana? - Perguntou, irritada

Ana: Eu não gosto disso. Não gosto. - Disse, ninando o menino

XXXX²: Uma prostituta com instinto maternal. - Disse melancolicamente - Francamente.

Os dias foram se passando, e dois se completaram. Após a ida inútil a Forks, Benjamin seguiu a Portland, e Pablo a Port Angeles. Diogo não estava lá. Larra estava adoecendo de saudade do marido e do filho.

Alay: La, carta do Benjamin!

Larra: Lê pra mim. - Pediu, quieta, mas seu olhar era um tantinho animado.
"Larra.

Estou em Portland há 2 semanas. Nosso bebê não está aqui. Segundo me informaram, há indícios de que ela tenha ido a Utah. Eu estou indo pra lá amanhã de manhã. Se não houver nada, voltarei a Seattle, pra começar do zero. Tenho esperanças, minha Larra. Vou encontrar nosso filho. Toda noite, antes de dormir, sinto falta de você, da sua voz, do seu corpo. Conto os segundos pra esse pesadelo acabar. Eu te amo.
Esperando que esteja bem,

Benjamin."
Larra: Utah? - Seus olhos estavam inundados, e sua sobrancelha, franzida

Alay: Nevada. - Constatou.

Larra: Ele está longe. Mais longe que eu pensei. - Ela disse, e as lágrimas transbordaram.

Alay não sabia mais o que dizer a irmã. Longe dali...

XXXX²: Estou cansada desse joguinho. - Disse, soprando o ar do cigarro - Sairemos amanhã de manhã, e quando voltar, eu quero esse assunto resolvido, Ana. - Disse, fria.

Ana olhou preocupada pro bebê. XXXX o mataria, caso a própria Ana não o fizesse. Tinha se apegado ao menino nesses dois meses. Não era capaz de faze-lo. Ah, pobre Diogo.
Mais dias se passaram. Nada de noticias. Alay estava andando pela fazenda. Sofria pela saudade do marido. Quando passou pelo estábulo, um cavalo branco, alvo como nada mais relinchou pra ela.

Alay: Ah, Seth. - Ela foi até o cavalo, acariciando lhe a crina. Seth pareceu gostar de ver a dona. - Não... - Ela se afastou quando o cavalo se abaixou, dando a ela espaço pra montar. - Eu também sinto saudade. - Disse, sincera. O cavalo continuou abaixado.

Mas porque não? Sentia saudade de Pablo, de Rafael, de Diogo. Sua vida estava um caos. Se ela ainda tinha Seth, porque não? Ela colocou a cela no cavalo, que pisou no chão, animado. Montou nele, e saiu, a galope baixo. Mas Seth queria mais. Alay sorriu, e cutucou ele com a pontinha da bota. O cavalo disparou, feliz. Alay se sentiu viva de novo. O vento frio bombardeava seu rosto, seu cabelo voava no vento. Enquanto galopava, se lembrou mentalmente que nunca chegara a outra extremidade da mansão Deville. Ela guiou o cavalo, e avançou. Tinha que ter um final. Aquele lugar era enorme. Alguns empregados viravam-se pra olha-la quando ela passava, e nada do final da fazenda chegar.

Ana: O que eu vou fazer com você? - Murmurou, cansada, após pular o enorme muro da mansão - Não posso deixar aqui. Podem haver cachorros. Insetos, cobras. Ah, Diogo. - Murmurou pro bebê, atordoada.

Alay estava desistindo de achar a outra ponta da mansão, quando viu uma mulher embrenhada nas arvores. Tinha cabelos pretos que batiam nas costas. Era branquinha, pálida. Usava um vestido simples, nada comparado aos vestidos simples de Alay. Em seu braço havia uma trouxinha azul.

Alay: Diogo. - Murmurou pra si mesma, enquanto atiçava Seth, que se lançou pra frente - EI! - Berrou, descendo do cavalo as pressas. Ana se virou, assustada - Não fuja. - Avisou, avançando. - Alay usava um vestido azul fumê, e duas luvas curtas, que eram usadas pra montaria. A morena parecia apavorada, agarrada ao bebê.
Alay se preparou pra gritar, mas Ana avançou pra ela calmamente, como quem ergue uma bandeira de paz.

Alay: Quem é você? - Perguntou na defensiva - Porque levou o menino?!

Mas Ana apenas balançou a cabeça negativamente. Seus olhos estavam cheios d'agua. Ela ofereceu o menino a Alay, que o carregou, confusa.

Alay: O-obrigado. - Disse, rouca pela surpresa

Ana: Me perdoe. - Murmurou. Ela olhou Diogo por uma ultima vez, e em seguida fugiu, deixando Alay confusa, e atônita. Não sabia porque, mas sentia pena daquela mulher.
Alay abraçou Diogo, que pareceu conhecer a tia. Em seguida montou em Seth, e segurando o cavalo com apenas uma mão, por estar com Diogo na outra, disparou de volta a mansão. O menino não pareceu se incomodar com a velocidade, aparentemente sabia que estava segura nos braços de Alay.

Original SinWhere stories live. Discover now