Be Your Everything

By bmt5hh

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[FINALIZADA] Existem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dize... More

Capitulo 1 - Someone different
Capitulo 2 - Unexpected
Capitulo 3 - Smile
Capitulo 4 - Speeechless
Capitulo 5 - Little note
Capitulo 6 - Friend
Capitulo 7 - Idiot
Capitulo 8 - Goodnight kiss.
Capitulo 9 - First kiss
Capitulo 10 - Kiss me
Capitulo 11 - Picnic
Capitulo 12 - Bad Day
Capitulo 13 - Distraction
Capitulo 14 - I promise
Capitulo 15 - Sinu
Capitulo 16 - Good night
Capitulo 17 - Love
Capitulo 18 - Gift
Capitulo 19 - Girlfriend
Capitulo 20 - No way
Capitulo 21 - Chasing pavements
Capitulo 22 - Parents
Capitulo 23 - Bath
Capitulo 24 - Why?
Capitulo 25 - Fuck it
Capitulo 26 - Lego house
Capitulo 27 - Keep calm...
Capítulo 28 - New chapter
Capítulo 29 - Heartache
Capítulo 30 - Incident
Capítulo 31 - Shit!
Capítulo 32 - Normal
Capítulo 33 - Not you, Lo.
Capítulo 34 - Same thing
Capítulo 35 - Take me into your lovin' arms
Capítulo 36 - Decision
Capítulo 37- Angel
Capítulo 38 - You can kiss me right now
Capítulo 39 - Do you love me?
Capítulo 40 - God help me.
Capítulo 41 - It's a good day, Camila.
Capítulo 42 - Something is going on...
Capítulo 43 - Fucking perfect
Capítulo 44 - Jealous
Capítulo 45 - Breaking the rules
Capítulo 46 - Freak
Capítulo 47 - How I Met Your Ex Girlfriend
Capítulo 48 - Something about love
Capítuo 49 - One Month
Capítulo 50 - Hickey
Capítulo 51 - The nightmares in my head are bad enough
Capítulo 52 - Don't cry (parte 1)
Capítulo 53 - Don't cry (parte 2)
Capítulo 54 - Hello beautiful
Capítulo 55 - That day
Capítulo 56 - Home.
Capítulo 57 - Lucky
Capítulo 58 - Prom?
Capítulo 59 - Happy birthday, Camila
Capítulo 60 - Lavenders
Capítulo 61 - Back at one
Capítulo 62 - Foreboding
Capítulo 63 - San Miguel
Capítulo 64 - Nightmare house
Capítulo 65 - The Visit
Capítulo 66 - Bad dream?
Capítulo 67 - Reality sucks
Capítulo 68 - Grey
Capítulo 69 - Space is just a word
Capítulo 70 - Is everything okay?
Capítulo 71 - Time
Capítulo 72 - Give me love
Capítulo 73 - Back to normal
Capítulo 74 - Dinner
Capítulo 75 - New conquests
Capítulo 76 - Our song
Capítulo 77 - Porn
Capítulo 78 - Camp pt. 1
Capítulo 79 - Camp pt. 2
Capítulo 80 - Camp pt 3
Capítulo 81 - Accounting
Capítulo 82 - Just a long day
Capítulo 83 - College
Capítulo 84 - Trouble in paradise
Capítulo 85 - Necklace
Capítulo 87 - We need to talk
Capítulo 88 - Fresh start
Capítulo 89 - A big step
Capítulo 90 - Hero
Capítulo 91 - Please be mine
Capítulo 92 - Graduation
Capítulo 93 - Forgiveness
Capítulo 94 - Honeymoon
Capítulo 95 - Change of plans
Capítulo 96 - Complicity
Capítulo 97 - Freddy
Capítulo 98 - Ready
Capítulo 99 - Fear
Capítulo 100 - Results
Capítulo 101 - I'm not afraid
Capítulo 102 - Sunday, bloody sunday
Capítulo 103 - Working it out
Capítulo 104 - The f word
Capítulo 105 - Problem
Capítulo 106 - Don't be afraid to be scared
Capítulo 107 - Doctor
Capítulo 108 - Twins
Capítulo 109 - Be Your Everything

Capítulo 86 - A drop in the ocean

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By bmt5hh

PORRA CARALHO EU TO AQUI SEUS BOSTAS

ESTOU AQUI TRAZENDO MAIS UM CAPÍTULO LINDO E CHEIROSO PRA VOCÊS

SÓ QUE NÃO 

GENTE TEM UMA MÚSICA QUE TOCA NESSE CAPÍTULO QUE CHAMA "a drop in the ocean" (muito criativa a menina Gabi colocando o mesmo nome da música no capítulo porque ela não sabe nomear capítulo, parabéns sua idiota do caralho burra) do Ron Pope, EU QUERIA PEDIR PRA VOCÊS COLOCAREM ESSA CARALHA PRA TOCAR, TEM NO SPOTIFY, NO YOUTUBE, EM VÁRIOS LUGARES, É SÓ PROCURAR E COLOCAR PRA TOCAR NA HORA QUE COMEÇAR PORQUE ESSA PORRA NÃO ME DEIXA POSTAR LINK 

E QUALQUER CÊS PODEM PEDIR NO MEU TWITTER (@coicedalauren) A PLAYLIST QUE TEM DA FANFIC PORQUE LÁ TEM TODAS AS MÚSICAS QUE JÁ TOCARAM AQUI, ALGUMAS QUE AINDA VÃO TOCAR E OUTRAS QUE EU COLOQUEI PORQUE EU ACHO QUE COMBINA, ENTÃO QUALQUER COISA É SÓ ME PEDIREM

QUE MAIS?

MAMÃE AMA VOCÊS

BOA LEITURA SUAS CARALHAS


Narrador POV

- Vira, vira, vira, vira, vira! – O coro gritava em volta das duas garotas, que viam quem bebia três doses de tequila mais rápido.

- Ganhei, porra! – A de jaqueta preta se virou, um pouco tonta e sentindo a garganta queimando. Mesmo assim, bateu no ombro da morena, sorrindo. – Me deve vinte dólares, Veronica Iglesias.

- Você é uma filha da puta, Lauren. – Disse enquanto enfiava a mão na bolsa para pegar a nota. – Meu Deus, aquela garota não está bem. – A menina tossia e parecia engasgada, mal conseguiu terminar a última dose. Lauren e Vero não a conheciam, ela veio com o pessoal da faculdade de Vero e aceitou o desafio, mas pelo visto não havia saído como ela esperava.

- Abriu o karaokê! – Um garoto gritou, se direcionando para a parte do bar destinada a tal atividade.

- Vai lá, Lauren. – Vero encorajou, cutucando sua costela.

- Não, você enlouqueceu? – A morena deu de ombros.

- Você que vai estar louca se não subir naquele palco. – Lauren negou com a cabeça e deu um gole em sua garrafa cerveja, indo se sentar e sendo seguida pela amiga.

- Meus dias de cantoria acabaram. – Murmurou passando a mão nos cabelos. Vero cruzou os braços.

- Você depois de velha ficou insuportável, puta que pariu. – Lauren deu de ombros.

- Você nunca foi legal também.

- Eu era tão não legal que você me namorou por um ano e ainda chorou quando a gente terminou.

- Você também chorou, sua vaca. E sempre lembre-se disso: fui eu que terminei. – Vero deu uma risada.

- Em minha defesa, eu estava indo terminar, você que falou primeiro.

- Você tinha feito um porta retrato nosso um dia antes! – Vero cruzou os braços e Lauren levou sua garrafa até os lábios.

- Pois é, não posso fugir dos fatos. Você foi uma filha da puta e partiu meu coração. – Colocou a mão no peito de forma dramática. – Você é tão babaca, meu Deus.

- É um dom. – Disse se levantando para pegar outra cerveja, pois a sua tinha acabado.

- Traz uma pra mim! – Vero gritou, esperando sinceramente que Lauren escutasse.

- Veronica! – Keana, uma garota da turma de Vero, foi se sentar ao lado dela quando Lauren saiu.

- Que foi, garota? Que susto!

- Me apresenta essa sua amiga, pelo amor de Deus! – Vero riu. – Eu to falando sério, estou há cinco meses sem beijar na boca e to me sentindo quase BV de novo. Por que você tá rindo? Ela é hetero?

- Eu to rindo da sua cara mesmo. Não, ela não é hetero, fica calma. – Keana ficou esperando o "mas" e ele não demorou a chegar. – Mas ela meio que terminou com a namorada recentemente, então não vá com muita sede ao pote.

- Entendi. – Keana arrumou os cabelos. – Ai meu Deus, ela tá voltando! Eu vou sair, depois eu volto.

- Você não sabe o que é "agir naturalmente", Keana. – Ela saiu apressada e Lauren nem percebeu que tinha alguém sentada em seu lugar poucos segundos antes dela chegar até ele.

- Toma. – Lauren disse lhe entregando a cerveja.

- Valeu. – Vero deu um gole no líquido amargo e cutucou a amiga, que parecia estar em outra dimensão. – Você não vai abençoar os ouvidos do pessoal desse bar hoje não? – Perguntou dando um sorriso.

- Eu já disse que não.

- Por favor? – Vero fez um biquinho. – Em nome dos velhos tempos?

- Tá bom, tá bom. – Lauren fez uma careta. – Quando eu terminar essa, eu vou. – Vero sorriu e a outra bagunçou os cabelos, levando sua cerveja até os lábios.

- Vê se não canta música de corno.

- Vai tomar no cu, Veronica. – Lauren se levantou, certa da música que queria cantar.

Esperou a pessoa que estava estragando "In The End", do Linkin Park, descer do pequeno palco e rezou internamente para que tivessem a música que ela tinha escolhido na sua cabeça. Ela não era muito conhecida, mas Lauren adorava, embora não se lembrasse onde tinha ouvido a música pela primeira vez. Também foi uma das primeiras músicas que ela aprendeu a tocar no violão, mas fazia muito tempo que ela não ouvia ou cantava a mesma.

Nem por isso havia esquecido a letra ou o ritmo.

Era uma de suas músicas favoritas no mundo todo, mas ela se arrependeu assim que cantou o primeiro verso.

A drop in the ocean

A change in the weather

I was praying

That you and me

Might end up together

It's like wishing for rain

As I stand in the desert

But I'm holding you

Closer than most

'Cause you are my heaven

Uma gota no oceano

Uma mudança no tempo

Eu estava rezando

Para que você e eu

Pudéssemos ficar juntos

É como desejar a chuva

Enquanto eu estou no meio do deserto

Mas estou te segurando

Mais perto do que nunca

Porque você é meu paraíso

Lauren queria cancelar o karaokê e tacar fogo no bar todinho se aquilo fosse fazê-la esquecer dessa maldita música e do que ela a lembrava. Era inevitável não pensar em Camila e na situação que elas estavam naquele momento. Fazia quase quinze dias que ela tinha ido embora de sua casa e, desde então, elas só se falaram quando a menina foi no seu trabalho. Sinu lhe ligou algumas vezes para perguntar como ela estava ou se ela precisava de alguma coisa, mas não tocou no nome da filha em momento nenhum e a outra ficou muito agradecida por isso. Ela não aguentaria ouvir que a mais nova não esava bem e ela tinha que ter amor próprio uma vez na vida, por isso ficava aliviada de não saber como ela estava, embora tivesse uma ideia.

Sim, Lauren tinha e isso a matava a cada segundo que ela se mantinha longe de Camila.

I don't wanna

Waste the weekend

If you don't love me

Pretend

A few more hours

Then it's time to go

As my train rolls down

The East coast

I wonder how

You'll keep warm

It's too late to cry

Too broken to move on

Eu não quero

Perder o final de semana

Se você não me ama

Finja

Mais algumas poucas horas

Então vai ser hora de ir

Enquanto meu trem desce

A costa leste

Eu me pergunto como

Você vai se manter quente

É tarde demais para chorar

Quebrada demais para ir em frente

Acontece que Camila precisava crescer e aprender nem que fosse um pouquinho com isso. E Lauren não estava punindo-a, só estava tirando o tempo que precisava para pensar em tudo o que ela havia feito nos últimos dois anos e em tudo o que ela teve que ouvir da menor. Nada tinha sido mais difícil para a mais velha do que ignorar a menor e pedir espaço, mas, ao mesmo tempo, nada havia sido mais fácil.

Still I can't let you be

Most nights I hardly sleep

Don't take

What you don't need from me

Ainda não posso te deixar em paz

Na maioria das noites quase não dormi

Não pegue de mim

O que você não precisa de mim

É engraçado como afastar alguém que você ama se torna normal quando essa pessoa te magoa.

It's just a drop in the ocean

A change in the weather

I was praying

That you and me

Might end up together

It's like wishing for rain

As I stand in the desert

But I'm holding you

Closer than most

'Cause you are my heaven

Uma gota no oceano

Uma mudança no tempo

Eu estava rezando

Para que você e eu

Pudéssemos acabar juntos

É como desejar a chuva

Enquanto eu estou no meio do deserto

Mas estou te segurando

Mais perto do que nunca

Porque você é meu paraíso

Além do mais, Camila mandou Lauren sair com as suas amigas. E a mais velha queria poder dizer que era exatamente isso que ela estava fazendo, mas vir a um bar, ficar bêbada e cantar uma música que lembrasse a menina não era exatamente o que a mais velha entendia por "vive sua vida e para de tentar me ajudar a viver a minha".

Não era como se ela pudesse evitar essa porra, ela tinha sentimentos demais e estava alcoolizada, mais um motivo para que se permitisse sentir tudo o que ela tinha tentado afogar nos últimos dias trabalhando muito, dentro e fora do estúdio, a ponto do seu chefe perguntar o que tinha de errado com ela.

Misplaced trust

And old friends

Never counting regrets

By the grace of God

I do not rest at all

New England

As the leaves change

The last excuse

That I'll claim

I was a girl

Who loved a woman

Like a little girl

Verdade fora de lugar

E velhos amigos

Nunca contando arrependimentos

Pela graça de deus

Eu não descanso nem um pouco

Nova Inglaterra

Enquanto as folhas mudam

A última desculpa

Que eu vou reivindicar

Eu era uma garota

Que amava uma mulher

Como uma menininha

Lauren precisou se esforçar bastante para segurar as lágrimas e continuar cantando a música sem deixar as pessoas perceberem que ela estava à beira de começar a chorar copiosamente. Ela sentia falta de Camila, mas não podia ir atrás dela porque não havia feito nada de errado. Não era uma questão de orgulho, a mais velha não se considerava uma pessoa orgulhosa, mas ela estava magoada e não havia nada que pudesse fazer para reverter isso e simplesmente esquecer o que aconteceu.

Still I can't let you be

Most nights I hardly sleep

Don't take what you

Don't need from me

Ainda não posso te deixar em paz

Na maioria das noites quase não dormi

Não tire de mim

O que você não precisa de mim

Lauren queria dizer que estava vivendo sua vida e que nunca tinha sentido tanta falta de algo como sentia disso, mas era mentira. Ela não tinha certeza se lembrava mais como era preocupar-se somente consigo – e, convenhamos, ela não dava muito trabalho a si mesma. Seu tempo livre era desperdiçado enquanto ela se forçava a dormir somente para não ter que ficar acordada remoendo coisas que ela não podia mudar.

It's just a drop in the ocean

A change in the weather

I was praying

That you and me

Might end up together

It's like wishing for rain

As I stand in the desert

But I'm holding you

Closer than most

'Cause you are my

Uma gota no oceano

Uma mudança no tempo

Eu estava rezando

Para que você e eu

Pudéssemos acabar juntos

É como desejar a chuva

Enquanto eu estou no meio do deserto

Mas estou te segurando

Mais perto do que nunca

Porque você é meu

Nem mesmo filmes ela conseguia assistir direito. Se sentia uma porra de uma manteiga derretida, mas qualquer menção amorosa a fazia querer chorar ou quebrar a tela. Odiou o mundo por querer meter o amor no meio de tudo o que era feito, será que não podiam fazer uma história onde ninguém amasse ninguém?

Ia ser muito mais fácil para quem não está em condições de assistir esse tipo de coisa.

Heaven doesn't seem

Far away anymore no, no

Heaven doesn't seem far away

Heaven doesn't seem

Far away anymore no, no

Heaven doesn't seem far away

O paraíso não parece mais

Estar longe, não agora

O paraíso não parece estar longe

O paraíso não parece mais

Estar longe

O paraíso não parece estar longe

- Ela é oficialmente a minha crush. – Keana observou Lauren cantando uma música que ela não conhecia de forma quase divina. – O paraíso realmente não parece longe, que mulher maravilhosa, Deus. – Murmurou de novo e foi sentar na mesa onde Vero estava bebendo cerveja e observando a amiga cantar. – Se eu continuar com esses pensamentos, eu definitivamente não vou pro céu.

- Tá falando sozinha, doente?

- Não.

It's just a drop in the ocean

A change in the weather

I was praying

That you and me

Might end up together

It's like wishing for rain

As I stand in the desert

But I'm holding you

Closer than most

'Cause you are my heaven

You are my heaven

Uma gota no oceano

Uma mudança no tempo

Eu estava rezando

Para que você e eu

Pudéssemos ficar juntos

É como desejar a chuva

Enquanto eu estou no meio do deserto

Mas estou te segurando

Mais perto do que nunca

Porque você é meu paraíso

Você é meu paraíso

Lauren finalizou a música, agradecendo os aplausos de forma tímida e indo para o banheiro em seguida, sem nem passar na mesa onde sua amiga estava antes. Ela somente entrou em uma cabine e trancou, sentando no vaso fechado e pegando o seu celular. Antes que percebesse, abriu o aplicativo de mensagens e, depois de rolar suas conversas recentes, encontrou o contato que procurava. O nome era "Princesa" com um coração rosa do lado.

Seu peito doeu ao lembrar que ela provavelmente chamou a menina mais de "Princesa" do que de "Camila" durante todo aquele tempo.

"Princesa, estou aqui na porta".

"Ok, meu anjo, to chegando".

Foram as últimas mensagens que elas trocaram, naquele mesmo fatídico dia onde ela juntou as roupas na mochila e saiu de casa. Depois disso, só haviam mensagens de Camila.

"Amor, vem pra casa, por favor. Eu nunca devia ter dito aquelas coisas, vamos conversar, eu estou muito arrependida. Eu te amo muito e estou preocupada, onde você está?"

"Amor, me responde, por favor".

"Lo, vem pra casa, por favor".

"Onde você está, Lo? Vamos conversar, vem pra casa".

"Me perdoa, Lo, por favor".

"Meu anjo"

"Me atende"

"Vamos conversar"

"Me perdoa"

Abriu a caixa de texto, encarando a caixa em branco e pensando que havia muito o que ela podia dizer, mas nada seria o suficiente. O celular ameaçou apagar algumas vezes por conta do tempo de espera, mas Lauren se limitava a dar pequenos toques na parte da tela onde estavam as mensagens, impedindo o aparelho de se apagar por completo.

Por fim, decidiu fechar o aplicativo e bloquear a tela do celular, enfiando-o no bolso antes que fizesse besteira. Saiu de dentro da cabine e se ajeitou no espelho rapidamente, tentando parecer apresentável para quando saísse do banheiro. Voltou diretamente para a mesa onde ela estava com Vero, percebendo a presença de uma garota que ela sabia que tinha vindo com elas, mas que não conhecia.

- Foi abduzida depois de cantar?

- Eu tava mijando, posso? – Perguntou se sentando. A garota se levantou.

- Vou pegar mais cerveja, alguém quer? – Lauren havia terminado a sua antes de se levantar.

- Eu quero. – Disse, sem se importar se conhecia a menina ou não, ela ia trazer bebida e era só isso que importava.

- Você arrasou lá em cima! – Vero disse, sorrindo. – Eu até fiquei arrepiada, mesmo sendo música de corno.

- Vai se foder, Veronica. – Lauren riu, vendo a garota voltar. Parando para reparar, ela era muito bonita e ficava melhor ainda carregando duas garrafas de cerveja.

- Aqui. – Lauren deu um sorriso simpática.

- Obrigada.

- Por nada. – A garota se sentou e estendeu a mão para outra. – Sou Keana.

- Sou Lauren.

- Gente, aquela garota está passando mesmo muito mal. Eu vou ajudar. – Vero se levantou depois de dar uma cutucada discreta na costela de Keana e sumiu das vistas das duas. Lauren deu alguns goles em sua cerveja, sem perceber que estava sendo observada pela outra quase que incessantemente.

Depois passou a mão nos cabelos e não pareceu fazer nada mais interessante do que observar o que as pessoas faziam no bar. Ela estava encostada na cadeira de forma desleixada, lançando olhares indecifráveis para as pessoas a sua volta ou para sua garrafa de cerveja. Seus cabelos ficavam mais desordenados conforme ela mexia neles e sua boca tinha um tom natural rosa claro, que ficava mais vívido conforme ela molhava com a cerveja.

Keana não conseguia parar de esfregar as coxas uma na outra, Lauren era muito sexy.

- Você canta bem. – Murmurou tão baixo que parecia que estava falando consigo mesma, mas, para sua sorte, Lauren tinha experiência em entender pessoas que falavam muito baixo, pois tinha pego o hábito de prestar atenção e ler lábios por causa de Camila.

- Obrigada. – Keana quase morreu, ela não fazia ideia que a outra iria ouvir.

- Eu... Não era pra você ter ouvido isso. – Falou envergonhada. Lauren apoiou os cotovelos na mesa e deu um sorriso de canto.

- Estou feliz por ter ouvido. – Disse pegando sua garrafa de cerveja e dando mais um gole. – Você estuda com a Vero?

- Sim, fazemos algumas aulas juntas. – Ela não podia deixar o assunto morrer de jeito nenhum. – Você faz faculdade?

- Faço sim, mas é na UCLA. – Keana assentiu.

- Sério? Qual curso?

- Informática biomédica.

- Já ouvi falar nesse, mas não acho que sei do que se trata.

- Se trata basicamente de usar a informática para ajudar na área de medicina, desde epidomo... – Lauren se interrompeu. – Eu acho que estou muito bêbada pra pronunciar essa palavra. – Ela estreitou os olhos. – Epide... Epi... Epidemo... Foda-se.

- Epidemiologia?

- Exatamente. – Levou a garrafa até os lábios antes de continuar falando. – Desde epi... Isso aí que você falou até processamento de imagens médicas, essas coisas. É uma área ampla.

- E com o que você pretende trabalhar?

- Robótica. Quero ajudar a fazer próteses para as pessoas e esse tipo de coisa. – Keana levantou as sobrancelhas.

- De verdade? Isso é incrível! – Lauren sorriu sem graça, sem saber o que dizer. – Quantos anos você tem?

- A idade do veado. – Keana franziu o cenho. – O número do veado.

- Que?

- Vinte e quatro, meu Deus. Não acredito que você não sabe que vinte e quatro é o número do veado.

- Eu sei, mas essa é uma referência que acho que nem o Capitão América iria pegar. – Keana sorriu. – Espero que você tenha pego essa.

- Claro que eu peguei! Eu sou a própria rainha das referências. – Elas riram. – E você, quantos anos tem?

- Vinte. – Lauren estreitou os olhos. – O que?

- Você deveria estar bebendo?

- Me poupe, Lauren. – Keana revirou os olhos e deu um gole em sua cerveja.

"I'm a puppet on a string

Tracy island, time-traveling diamond

Could've shaped heartaches"

Algum abençoado começou a cantar Arctic Monkeys no karaokê e normalmente Lauren só balançaria a cabeça e curtiria sentada, mas Keana deu um pulo de onde estava sentada.

- Meu Deus, essa é a minha música, eu preciso dançar. – Keana puxou Lauren de onde estava sentada pelo braço e a mulher foi cambaleando atrás dela. – E você vem comigo!

- Eu não tenho muita opção, tenho? – Disse depois que conseguiu ficar de pé direito e começou a ser puxada pela mão.

Lauren não sabia muito bem o que estava fazendo, mas ela estava bêbada então pouco importava o tamanho do mico que ela estava pagando, embora não estivesse passando vergonha alguma. Haviam outras pessoas dançando também perto do palco e elas mal perceberam quando a música acabou, mas pararam de dançar, até a próxima música era lenta e Lauren não tinha certeza se a conhecia.

Elas só ficaram em um canto mais escuro, Lauren olhava para o palco e Keana não aguentava mais olhar aquela boca sem beijá-la. A mais velha percebeu que a garota a olhava de um jeito estranho e decidiu dar um jeito de sair dali, embora estivesse alcoolizada demais para entender o que fazia ou porque estava incomodada com aquele olhar, só queria acabar com aquilo.

- Vamos pegar mais cerveja. – Disse começando a andar na direção do bar e sendo seguida pela bela garota.

- Mas Lauren, nossas garrafas ficaram na mesa. – A mulher se virou para a outra com os braços cruzados.

- Sua mãe não te ensinou pra não largar o copo/garrafa em lugares públicos? Já devem ter colocado droga na nossa bebida. – Keana começou a rir e foi puxada pela mão até que elas chegaram no bar. – Vou querer uma cerveja pra mim e outra pra essa garota que mal conheço e já considero muito porque tem um ótimo gosto musical.

O barman riu entregando-lhe os pedidos, ele sempre achava engraçado ver as pessoas bêbadas. Lauren entregou uma das garrafas para Keana, na intenção delas voltarem para a mesa, mas ela tropeçou nos próprios pés e teria levado um tombo feio se Keana não tivesse a segurado.

- Opa, desculpa. – Disse percebendo que elas estavam desnecessariamente perto.

- Tudo bem. Vem cá. – Não demorou dois segundos para que a mais nova finalmente fizesse o que quis fazer a noite toda: envolveu seu pescoço com os braços e grudou seus lábios.

Lauren não entendeu que ela estava beijando Keana até terem se passado dez segundos, ela estava muito bêbada para dar conta de si mesma, quem dirá de outra pessoa. Mas ela amava Camila, apesar de estarem na situação que estavam, e de forma alguma ela iria beijar alguém ainda que estivesse bêbada, magoada e carente. Ela não sentia vontade de estar com outra pessoa que não fosse sua namorada.

- Keana. – Disse afastando-a gentilmente pelos ombros. – Você entendeu tudo errado, desculpa.

- Ah meu Deus. – Ela nunca esteve tão sem graça em toda a sua vida. – Eu que peço desculpas, eu achei que... Desculpe mesmo.

- Está tudo bem, esse tipo de coisa acontece. – Sorriu sem mostrar os dentes. – É que eu tenho namorada e a gente está dando um tempo, mas eu ainda a amo.

- Você não tem que se explicar pra mim, meu Deus, me desculpe mesmo, eu estou muito envergonhada!

- Tudo bem, não é culpa sua, você é uma garota linda e eu tenho certeza de que vai encontrar outra pessoa, ok? – Keana assentiu, ainda com muita vergonha. – Eu já vou, está tarde e eu tenho que trabalhar amanhã. Fique bem, Keana.

Saiu sem ouvir a garota se despedindo dela e Vero não parecia estar em lugar algum, então pediu um táxi e foi para o apartamento da amiga sozinha. Estava bêbada e cansada demais para fazer qualquer coisa que não fosse tirar os sapatos e deitar no sofá, dormindo quase que imediatamente.

Camila POV

Acordei querendo rolar no colchão até cair no chão e depois rolar no sentido contrário até ficar debaixo da cama encolhida pelo resto do dia. Como isso seria uma coisa muito sem noção de fazer, me contentei em obrigar meu corpo a ficar na posição vertical e ir para o banheiro tomar banho, fazer xixi e escovar os dentes.

Era o meu primeiro dia de aula na faculdade e eu não fazia ideia de como me sentir sobre isso. Eu estava animada por finalmente ser uma universitária, mas muito assustada com os chamados "trotes" e pensando previamente em jeitos de escapar deles. Não tinha ninguém que eu conhecia lá, pois Hailee e Ally foram para outra universidade daqui de LA e Dinah até estudava lá, mas ela já estava no último ano de direito, que ainda por cima era em um prédio completamente diferente do meu.

Vesti uma roupa confortável, mas sem parecer que eu era uma velha de noventa e cinco anos, como dizia a minha mãe e desci depois de pegar minha mochila que eu já tinha deixado arrumada no dia anterior. Suspirei vendo o balcão da cozinha vazio, com exceção da minha mãe, que fazia torradas. Meu estômago revirava de nervoso e eu tinha certeza de que iria colocar para fora qualquer coisa que ingerisse naquele momento, tamanho era o meu nervoso.

Eu estava acostumada com a escola. Era um lugar que eu não gostava, mas havia ido a minha vida toda, então conhecida como funcionava e então se tornava mais fácil para mim ir para a mesma, mesmo que eu tivesse que mudar de unidade, como fiz no meio do segundo ano. Agora, eu não conhecia a faculdade e era um lugar tão grande que parecia que iria me engolir a qualquer momento.

Quer dizer, quem era eu perto daquele local gigante cheio de prédios imponentes com milhares de pessoas em cada um?

Eu, com a minha mochila rosa bebê, meus all starts que havia lavado no dia anterior para não parecer uma louca encardida, minha trança caindo sobre um ombro, meu novo caderno de desenhos na bolsa e meus fones de ouvido parecíamos insignificantes perante aquela instituição e eu sentia que o chão iria me jogar de volta assim que eu pisasse lá.

- Meu amor, você tem que comer um pouco. – Minha mãe disse, me estendo um prato com uma torrada que continha pasta de amendoim.

- Mãe, eu não consigo. Eu levo uma pra comer no intervalo das aulas, prometo. – Dona Sinu assentiu e preparou as torradas, enfiou em um pote e me deu. Depois ela me deu uma garrafinha térmica com suco.

- Vai comer em seco? Guarda isso logo. – Eu não tinha certeza se as pessoas levavam lanche para a faculdade ou compravam lá. Na minha escola, você podia tanto comprar quanto levar o lanche e uma boa porção de alunos fazia tanto uma coisa quanto outra, enquanto tinha aqueles que não lanchavam nada.

Agora, eu não sabia como a faculdade funcionava. Será que alguém iria rir de mim por não comprar meu lanche ou tinha gente que levava lanche de casa?

Qualquer coisa eu iria lanchar no banheiro, se é que eu iria ter estômago para tal coisa.

Guardei a garrafa na parte da mochila destinada a isso com relutância, vendo minha mãe terminar suas torradas. Não conseguia nem desenhar para passar o tempo de tão nervosa que eu estava e eu só queria que alguém me garantisse que iria ficar tudo bem, embora eu soubesse que só eu podia fazer isso por mim mesma.

Eu queria que Lauren estivesse aqui, sentada no banco ao meu lado, comendo como se não houvesse amanhã ao mesmo tempo que me dizia que eu iria me sair bem e que tudo iria ficar bem. Que as pessoas da faculdade são legais e não ligam se você levar lanche de casa. Que as pessoas ficam quietas nas aulas e que ninguém iria se importar se eu ficasse desenhando.

Que qualquer coisa eu podia ligar para ela e ela me levaria para casa.

Eu tinha vontade de surrar a mim mesma cada vez que eu lembrava o que fiz com Lauren e todas as coisas horríveis que disse para ela. A gente não tinha se falado desde daquele dia que eu fui no trabalho dela e ela me devolveu o colar, que eu levava para todo o lugar que fosse – embora eu temesse que era a primeira vez que eu estava saindo de casa depois do ocorrido. Ela me pediu um tempo e eu estava respeitando o mesmo, mas não sabia quando eu saberia eu o tempo acabou porque tenho certeza de que ela não iria me dizer. Não sabia se podia procurar por ela e ficar sem fazer nada estava me matando.

A pior parte era que ela também estudava lá e eu tinha medo de nos esbarrarmos, porque não saberia o que fazer. Embora eu soubesse que era improvável, pois estudaríamos em prédios diferentes, eu não sabia se, caso acontecesse, eu deveria cumprimenta-la, tentar conversar com ela ou simplesmente ignorar e tudo isso estava acabando comigo.

De qualquer forma, eu tinha que enfrentar o meu primeiro dia de aula com ou sem ela, afinal, foi isso que eu pedi, não foi? E agora eu teria que arcar com as consequências disso ao mesmo tempo que tentava consertar o que fiz.

Minha mãe foi tirar o carro da garagem e eu apenas fechei os olhos, me concentrando em conter as lágrimas. Geralmente essa a hora que eu me despedia de Lauren para ir para o carro e ela para a sua moto, que por sinal não estava no jardim porque ela não estava aqui. Engoli o bolo em minha garganta e coloquei minha mochila nas costas, saindo de casa e me focando em espantar o medo de dentro de mim.

Entrei no carro da minha mãe, vendo-a me dar um sorriso compreensivo e afagar meu ombro antes de começar a dirigir e não demorar mais do que vinte minutos para que estivéssemos na frente daquele lugar enorme.

- Nervosa?

- Acho que o termo correto de usar seria "morrendo", mas sim, estou nervosa também. – Minha mãe sorriu.

- Você vai se sair ótima, eu tenho certeza. – Disse me dando um abraço. – É só você ficar na sua que ninguém vai te incomodar. Você lembra onde é seu prédio? Quer que eu te leve até lá? – Sim, pelo amor de Deus!

- Não, tudo bem, eu vou achar. – Falei forçando uma expressão calma e minha mãe sorriu orgulhosa.

- Qualquer me liga, mas eu tenho certeza que não vai precisar. Boa aula, meu anjinho. – Sorri em forma de agradecimento.

- Obrigada, mãe. Até mais tarde. – Falei descendo do carro e vendo que ela não arrancou com o carro até que eu entrasse.

Fiquei um tempo parada olhando as pessoas espalhadas pelo campus, que faziam das mais variadas coisas, mas estavam todas muito dispersas. Suspirei, formando na minha cabeça o caminho que tinha mãe tinha me dito que era para chegar no meu prédio e segui o mesmo, vez ou outra desviando de algumas pessoas, mas não era nada apertado como os corredores da escola. Encarei um dos grandes prédios a minha frente, rezando para ser esse.

Eu queria olhar para baixo, mas não conseguia porque não conhecia nada aqui e com certeza iria me perder se fizesse tal coisa. Segurei nas alças da minha própria mochila por estar suando frio e entrei no prédio, vendo que haviam muitos alunos no hall sendo pintados por pessoas que pareciam estar gostando mais dessa atividade do que deveriam. Eu tinha que sair dali antes que enchesse mais e ignorá-los ao ponto de que não percebessem minha presença ali ou achassem que eu era uma veterana. Primeiro que eu não me arrumei toda para ser pintada e segundo que eu sairia correndo na mínima menção que alguém fizesse de me chamar.

Fiquei em um canto apenas por tempo o suficiente para consultar onde seria a minha primeira aula. Estava escrito que era no quarto andar, sala cinquenta e três inspirei e soltei o ar, acalmando as batidas do meu coração conforme dava a volta em todas aquelas pessoas e chegava na parte dos elevadores, que também estava cheia. Haviam seis elevadores e não parecia ter algum sistema de filas, então eu apenas fiquei no canto mais vazio, percebendo alguns olhares sobre mim.

Ninguém ali sabia que eu tinha Síndrome de Asperger e vontade de sair correndo de todo e qualquer estranho que aparecesse perto de mim. Por um lado, isso era bom, pois eu não atraía olhares de pena sobre mim nem nada do tipo ou rumores de que eu ia morder se falassem comigo, mas tinha o seu lado ruim.

Ninguém sabia que eu tinha Síndrome de Asperger.

Absolutamente ninguém.

Isso significava que a qualquer momento alguém podia por a mão no meu ombro e me pedir uma informação, ou me chamar para participar do trote, ou tentar fazer amizade comigo. As pessoas seriam normais comigo porque achavam que eu era uma pessoa normal e eu sabia que se fosse, estaria sendo pintada que nem uma palhaça naquele momento para conseguir dinheiro e juntar a fim de dar uma enorme festa, onde eu certamente estaria confraternizando com os meus novos colegas de classe.

Mas não, eu permaneceria nas aulas enquanto todos estavam se divertindo e provavelmente estaria em casa dormindo quando eles dessem a festa, porque eu não conseguia. Acontece que estar na parada esperando um elevador descer no meio de um hall cheio de pessoas – não exatamente no meio, mas no canto – era muito mais do que eu já achei que fosse fazer na vida, e por isso eu só podia me sentir orgulhosa de mim mesma.

Eu podia.

Eu conseguiria.

Desisti do pensamento positivo quando o elevador encheu de pessoas e eu teria que ficar no meio delas caso quisesse subir até o quarto andar.

Apertada no meio de um monte de gente por quatro andares? Não, obrigada! Eu iria me sair otimamente bem indo de escada, fazer exercício faz bem para a saúde e eu precisava mesmo já que estava meio sedentária.

Desculpa ridícula dada para mim mesma, lá estava eu dois minutos subindo a escadaria cinza que me levaria até o quarto andar.

Cheguei ao quarto andar ofegando que nem um cavalo que correu quinhentos mil quilômetros e suada, provavelmente parecendo uma merda para quem quer que estivesse de boa aqui em cima depois de chegar de elevador. Suspirei e vi o grande hall a minha frente, com bancos espalhados no meio e cadeiras no canto, os quais estavam parcialmente ocupados. Claro, não são muitos loucos que fazem contabilidade na faculdade, mas eu estava feliz pelo curso ser ou pelo menos parecer meio vazio. Lá também tinha uma enorme cantina, com direito a mesas e cadeiras e muitas opções para escolher.

Felizmente, eu tinha minhas torradas em um pote e suco em minha garrafinha térmica. Quem precisa de todos esses salgados atraentes e hambúrgueres cheirosos?

Além do mais, são oito horas da manhã, por que alguém comeria hambúrguer às oito horas da manhã?

As pessoas são doentes, bem mais do que eu.

O hall dava em dois corredores, um de cada lado, e eu não fazia ideia de qual deles podia conter a sala que eu iria ter aula. Os corredores tinham plaquinhas, e a do direito dizia "Salas 1-50" e a do esquerdo dizia "Salas 50-100". Parece que era exatamente lá que eu precisava estar e eu suspirei, tentando andar rápido e sem chamar muita atenção, embora não achasse que ninguém estivesse me olhando. Virei no corredor e encontrei rapidamente a sala cinquenta e três, era uma das primeiras.

Depois de relutar um pouco, eu entrei, vendo que estava vazia exceto por dois meninos no outro canto da sala, que conversavam baixinho enquanto viam algo no celular. Não que os meus fones me permitissem ouvir o que eles diziam e Deus sabe que eu não queria saber. Apenas peguei meu caderno de desenhos na bolsa e fiquei fazendo um esboço enquanto esperava o professor chegar, vendo que mais algumas pessoas entraram na sala, mas nenhuma delas se sentou perto de mim. O ar condicionado era bem forte, então precisei pegar o meu casaco para que não sentisse frio nem ficasse doente.

Senti falta do meu celular vibrando com uma mensagem que me desejasse bom dia ou boa aula. Larguei o caderno e peguei o aparelho, abrindo meu aplicativo de mensagens, que era muito popular. Havia mensagens trocadas com Hailee e Normani ontem, uma conversa com a minha mãe na sexta porque ela avisou que iria se atrasar e a última era de Lauren, de muito mais tempo do que eu queria que fosse.

Pelo menos da última vez que ela me respondeu.

Nem cheguei a abrir a conversa, pois eu sabia exatamente tudo o que eu havia mandado no dia que ela foi embora e no dia seguinte a esse, até ela ligar para minha mãe e dizer que estava bem. Eu parei de mandar SMS naquele dia em que ela pediu o tempo e me devolveu o colar, mas encarei eles por horas nos últimos dias e sabia muito bem cada coisa que eu havia dito.

Não iria mandar nada por enquanto, iria respeitar o tempo dela mais um pouco, mas se ela não viesse falar comigo, eu iria ter que ir falar com ela.

E não seria por SMS, seria pessoalmente. [...]

A aula transcorreu bem. O que quer que fosse Fundamentos de Gestão era interessante e eu gostei da aula, era bem diferente de tudo o que eu já havia visto no colégio. Cada aula ocupava dois tempos, o que significava que eu só tinha mais duas aulas no dia de hoje. A próxima era Contabilidade e Mercado de trabalho na sala trinta e sete e a última era Fundamentos da Matemática na sala noventa e dois. O intervalo entre elas era bem pequeno, então eu preferi não comer e comparecer às aulas na hora para entender melhor como tudo funcionava.

Anotei a maioria das coisas importantes que os professores disseram. Achei a aula de Contabilidade e Mercado de Trabalho meio chata, mas Fundamentos da Matemática era legal. Assim que a última aula acabou, guardei as minhas coisas e coloquei os fones, me sentindo aliviada por saber que tinha acabado e que eu podia ir para a minha casa.

Minha mãe estava do lado de fora me esperando no carro com um sorriso orgulhoso. Não foi difícil descer as escadas e ir embora, porque a maioria das pessoas tinha ficado na cantina ou ido aos banheiros, não entupindo a saída de pessoas. O hall principal estava cheio e eu passei pelo cantinho, onde tinha menos pessoas, segurando o choro.

O que importava era que eu finalmente estava voltando para casa depois do meu primeiro dia de aula na faculdade, sabendo que eu tinha me saído bem e que todos os dias podiam ser assim.

Bastava querer e me esforçar para isso. 

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA

EU SOU LOUCA 

E AÍ????????????????

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO, COMENTEM O QUE ACHARAM 

EU VOU TENTAR POSTAR O MAIS RÁPIDO POSSÍVEL PORQUE EU NÃO AGUENTO MAIS E QUERO QUE ESSA CARALHA ACABE 

É MENTIRA 

EU SÓ VOU TENTAR POSTAR RÁPIDO MESMO, MAS TRISTE PORQUE TÁ ACABANDO :( 

AMO TANTO VOCÊS QUE LEEM, DEUS ME LIVRE QUERO APERTAR TODOS VOCÊS

QUALQUER COISA ME PROCUREM NO TT @coicedalauren PARA AS MELHORES TRETAS E XINGAMENTOS DA HISTÓRIA QUE VOCÊ RESPEITA 

AAAAAAAA E EU RESGATEI UMA SHORT FIC ANTIGA MINHA E ESTOU POSTANDO AQUI NO WATTPAD, ESTÁ NO MEU PERFIL E SE CHAMA "SHE'S NOT ME", SE VOCÊS QUISEREM DAR UMA OLHADINHA LÁ TODO O MUNDO É BEM VINDO 

QUE MAIS????????

BEIJOS DE LUZ NA AURÉOLA LUMINOSA E DURINHA DO PEITO

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