Be Your Everything

By bmt5hh

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[FINALIZADA] Existem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dize... More

Capitulo 1 - Someone different
Capitulo 2 - Unexpected
Capitulo 3 - Smile
Capitulo 4 - Speeechless
Capitulo 5 - Little note
Capitulo 6 - Friend
Capitulo 7 - Idiot
Capitulo 8 - Goodnight kiss.
Capitulo 9 - First kiss
Capitulo 10 - Kiss me
Capitulo 11 - Picnic
Capitulo 12 - Bad Day
Capitulo 13 - Distraction
Capitulo 14 - I promise
Capitulo 15 - Sinu
Capitulo 16 - Good night
Capitulo 17 - Love
Capitulo 18 - Gift
Capitulo 19 - Girlfriend
Capitulo 20 - No way
Capitulo 21 - Chasing pavements
Capitulo 22 - Parents
Capitulo 23 - Bath
Capitulo 24 - Why?
Capitulo 25 - Fuck it
Capitulo 26 - Lego house
Capitulo 27 - Keep calm...
Capítulo 28 - New chapter
Capítulo 29 - Heartache
Capítulo 30 - Incident
Capítulo 31 - Shit!
Capítulo 32 - Normal
Capítulo 33 - Not you, Lo.
Capítulo 34 - Same thing
Capítulo 35 - Take me into your lovin' arms
Capítulo 36 - Decision
Capítulo 37- Angel
Capítulo 38 - You can kiss me right now
Capítulo 39 - Do you love me?
Capítulo 40 - God help me.
Capítulo 41 - It's a good day, Camila.
Capítulo 42 - Something is going on...
Capítulo 43 - Fucking perfect
Capítulo 44 - Jealous
Capítulo 45 - Breaking the rules
Capítulo 46 - Freak
Capítulo 47 - How I Met Your Ex Girlfriend
Capítulo 48 - Something about love
Capítuo 49 - One Month
Capítulo 50 - Hickey
Capítulo 51 - The nightmares in my head are bad enough
Capítulo 52 - Don't cry (parte 1)
Capítulo 53 - Don't cry (parte 2)
Capítulo 54 - Hello beautiful
Capítulo 55 - That day
Capítulo 56 - Home.
Capítulo 57 - Lucky
Capítulo 58 - Prom?
Capítulo 59 - Happy birthday, Camila
Capítulo 60 - Lavenders
Capítulo 61 - Back at one
Capítulo 62 - Foreboding
Capítulo 63 - San Miguel
Capítulo 64 - Nightmare house
Capítulo 65 - The Visit
Capítulo 66 - Bad dream?
Capítulo 67 - Reality sucks
Capítulo 68 - Grey
Capítulo 69 - Space is just a word
Capítulo 70 - Is everything okay?
Capítulo 71 - Time
Capítulo 72 - Give me love
Capítulo 73 - Back to normal
Capítulo 75 - New conquests
Capítulo 76 - Our song
Capítulo 77 - Porn
Capítulo 78 - Camp pt. 1
Capítulo 79 - Camp pt. 2
Capítulo 80 - Camp pt 3
Capítulo 81 - Accounting
Capítulo 82 - Just a long day
Capítulo 83 - College
Capítulo 84 - Trouble in paradise
Capítulo 85 - Necklace
Capítulo 86 - A drop in the ocean
Capítulo 87 - We need to talk
Capítulo 88 - Fresh start
Capítulo 89 - A big step
Capítulo 90 - Hero
Capítulo 91 - Please be mine
Capítulo 92 - Graduation
Capítulo 93 - Forgiveness
Capítulo 94 - Honeymoon
Capítulo 95 - Change of plans
Capítulo 96 - Complicity
Capítulo 97 - Freddy
Capítulo 98 - Ready
Capítulo 99 - Fear
Capítulo 100 - Results
Capítulo 101 - I'm not afraid
Capítulo 102 - Sunday, bloody sunday
Capítulo 103 - Working it out
Capítulo 104 - The f word
Capítulo 105 - Problem
Capítulo 106 - Don't be afraid to be scared
Capítulo 107 - Doctor
Capítulo 108 - Twins
Capítulo 109 - Be Your Everything

Capítulo 74 - Dinner

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By bmt5hh


       

[N.A.] BRASIL

IM

FUCKING

BAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAACK

Eu confesso que não tenho uma explicação plausível para eu ter sumido. Eu só andei meio desgraçada da cabeça mesmo e tava difícil pra eu escrever, mas agora eu já to bem e venho trazer esse capítulo que não tá grande, não tá enorme, ELE TÁ GIGANTE! Eu sei que não compensa, mas eu tentei :( mais uma vez, mil desculpas, eu sei como é ruim esperar, me desculpa MESMO, mas se eu conseguisse, com certeza eu teria escrito antes.

Enfim, com essas notas não tão animadas quanto vocês estão acostumados, eu desejo UMA ÓTIMA LEITURA MINHAS BOCETUDAS (se for macho fica só a boa leitura mesmo rsrsrsrsrsrs)

ESPERO QUE VOCÊS GOSTEM [/N.A]


Camila POV

Passei pela sala devagar, o dia ainda estava clareando e eu não queria acordar ninguém. Estava morrendo de sede e tinha ido beber um copo de água, mas enquanto eu voltava para o meu quarto, algo chamou a minha atenção. Uma coisa ascendeu em cima da mesinha de centro da sala e eu percebi que era o celular da minha mãe, estreitando os olhos e tendo uma breve ideia. Podia não parecer uma boa ideia aos olhos de outras pessoas ou até parecer invasão de privacidade, mas ok, eu não estava cometendo nenhum crime ali.

Caminhei até o aparelho e o desbloqueei, abrindo os contatos. Era fácil para mim saber a senha do celular dela por dois motivos: o primeiro era porque era a data do meu aniversário e o segundo porque ela sempre digitava muito devagar, então era perfeitamente possível enxergar. Não que eu fosse louca ou qualquer coisa do tipo, eu apenas era boa com números e achava fácil perceber esse tipo de coisa. Dona Sinu sempre acha que eu não estou reparando quando ela mexe no celular, mas sim, eu reparo, embora nunca tenha lido nada que invadisse a privacidade dela. A mesma coisa com Lauren, embora ela não faça a mínima ideia que eu sei os oito números da sua senha – não importando o quão rápido ela seja capaz de digitar aquela porcaria e sim, ela digita muito rápido – e podia fofocar o que eu bem entendesse enquanto ela dormia. Sorte minha que eu conheço os limites de até quando isso pode se tornar doentio e nunca havia feito tal coisa.

Obviamente a minha mãe podia ter colocado o nome do namorado dela como o nome dele mesmo, que por sinal eu não sabia, mas não custava nada arriscar. Fui rolando os contatos que estavam em ordem alfabética e procurando qualquer coisa que pudesse me indicar que algum daqueles contatos era seu namorado, até que eu encontrei "amor".

Amor?

Que óbvio, mãe.

Abri o contato e foquei no número do seu celular, lendo-o pelo menos umas cinco vezes com muita atenção. Em seguida, coloquei o aparelho na tela principal e bloqueei a tela novamente, subindo para o meu quarto devagar, com um medo dobrado de acordar alguém dessa vez. Lauren estava dormindo exatamente na posição que eu a deixei, parecendo ainda mais bonita com os primeiros raios de sol entrando pela janela. Era clichê demais pintar um quadro daquela cena?

Eu não me importava, eu iria pintar mais cedo ou mais tarde.

Acabei por fechar as cortinas porque não queria que ela acordasse por conta da luz no rosto, era domingo e ninguém precisava acordar cedo nessa casa. Fui até o criado mudo e peguei meu celular, digitando o número que eu havia memorizado pouco tempo atrás e salvei, travando a tela em seguida. Nem reparei que não havia posto o aparelho no silencioso e que a minha digitação fez barulho até que eu coloquei o aparelho de volta onde ele estava e ensaiei me virar para deitar, encontrando Lauren encostada nos travesseiros com os olhos bem abertos e os braços cruzados.

- Oi amor, não queria te acordar, me de... – Lauren não me deu chance de terminar de falar.

- Camila, são cinco e cinquenta e oito da manhã. Com quem diabos você tava falando? – Engoli em seco.

- Eu não tava falando com ninguém, meu anjo. – Disse subindo em cima da cama.

- Ninguém é o meu ovo, Camila. Era aquela Hailee, né? Pode falar, eu não vou ficar brava. – Revirei os olhos.

- Em primeiro lugar, você já está brava. – Puxei o edredom para cima de mim. – Em segundo lugar, eu só estava salvando o número do namorado da minha mãe. Você sabe melhor do que ninguém que eu não falo com a Hailee.

- Espera. Onde você conseguiu o número do namorado da sua mãe? – Dei de ombros.

- No celular dela, ué, onde mais eu conseguiria?

- Meu Deus, xeretar o celular, mesmo que seja da sua mãe, é invasão de privacidade, sabia? – Revirei os olhos.

- Não xeretei, apenas peguei o número, só isso. Não vi mensagem nem nada, até porque, tenho até medo de ver as coisas que a minha mãe pode escrever pra ele. – Lauren fez uma careta.

- Fez bem. Ninguém merece mensagem de casal hetero. – Franzi o cenho.

- Qual o problema de ser hetero, Lo?

- Como assim qual o problema? Só tem problema. O vale dos homossexuais é muito melhor que o dos heterossexuais.

- Que? Existe um vale dos homossexuais? Me leva lá? – Lauren explodiu em risadas.

- O que foi? – Perguntei sem entender.

- Amor, não existe vale dos homossexuais de verdade. É uma brincadeira que a gente faz no twitter. Tipo um meme.

- Ah... Eu não tenho esse troço, você sabe. – Lauren deu de ombros, se esticando para pegar seu celular.

- Eu sei, princesa, mas é bem legal. – Ela me mostrou uma tela onde havia pessoas falando coisas como "estou assistindo tal série", "não consigo dormir", "tal filme é legal", entre outras coisas que eu considerava inúteis. Quer dizer, porque eu abriria um aplicativo para avisar que eu acordei? Não faz sentido algum.

- Desculpa Lo, não tem nada de legal nisso. Ninguém escreve nada de útil. – Lauren riu.

- É essa a graça, princesa.

- Não escrever nada de útil?

- Sim, meu amor.

- Você escreve essas coisas? – Perguntei curiosa para saber o que ela postava.

- Basicamente, sim.

- Deixa eu ver? – Pedi me aninhando no ombro dela e vendo-a clicar em um bonequinho no canto da tela que abriu o perfil dela naquela rede social.

Lauren me entregou o aparelho para que eu pudesse ler as coisas melhor e assim eu o fiz, depois de babar um pouco na sua foto de perfil, que era do dia que nós fomos ao baile da minha escola. Eu já tinha visto aquela selfie, até porque eu estava do lado dela quando ela tirou, mas é sempre bom ver de novo porque eu não cansava de ver o quanto ela era linda.

Tinha um outro espaço para foto em cima da foto de perfil que era retangular e comprido verticalmente. Clicando, eu pude perceber que a sua foto era do dia em que fomos ao shopping no meu aniversário, consistia em nossas mãos entrelaçadas, apoiadas em cima da coxa dela. Ela editou para a foto ficar preto e branca e eu gostei do resultado, ficou muito bonito. Eu lembrava que eu que tirei essa foto no celular dela enquanto minha mãe tinha ido comprar coisas para a gente comer e achei uma gracinha ela usar no seu twitter, me deu vontade de criar uma conta só para marcar ela todos os dias dizendo o quanto eu a amava.

Comecei a rolar a tela para baixo para ver as coisas que ela escrevia. Antes de chegar as suas postagens, havia um espaço embaixo da sua foto de perfil que dava para escrever alguma coisa e Lauren tinha escrito: "I fall in love with you every single day" com um coração do lado. Sorri ao ver aquilo e desci a tela para começar a ver o que ela postava e ela não escrevia muita coisa por dia, a maioria eram links sobre notícias científicas com comentários breves e reclamações sobre ter que acordar cedo para procurar um emprego, já que ela iria esperar o período da faculdade começar novamente para pegar tudo de novo e tinha perdido o emprego também.

Ri um pouco de um post de três dias atrás que dizia "Comecei a ler Hush Hush por livre e espontânea pressão da minha namorada... Merda, to gostando". Alguém havia comentado esse post com a seguinte frase "você é muito trouxa" com emojis rindo do lado e Lauren respondeu "não fode, porra".

- Por que tem esse monte de gente comentando na sua foto? – Indaguei querendo excluir a conta dela daquela rede social quando vi a quantidade de pessoas que comentaram em uma selfie que ela postou meio contra a luz do sol, destacando principalmente os seus olhos, há alguns dias. Eu podia perceber que foi aqui no jardim e provavelmente ela estava sentada em cima daquela moto amarela maldita, embora não desse pra ver na imagem. Seus cabelos estavam jogados para um lado só e ela estava séria, a legenda era apenas um emoji de macaco tampando os olhos.

- Porque eu sou linda, ué. – Ela deu de ombros, rindo.

Eu não concordei verbalmente, mas era mesmo. E eu era a sortuda que podia dormir ao seu lado e ver aquele rosto lindo assim que eu abria os olhos de manhã. Sorri com esse pensamento, devolvendo o celular para Lauren.

- Ok, esse tal de twitter parece ser legal. – Falei colocando a cabeça no peito dela de uma forma que eu pudesse ver seu rosto. Lauren colocou uma mecha de cabelo meu para trás da orelha.

- Perdeu o sono, princesa?

- Perdi. – Falei preguiçosa. – Você tá com sono?

- Não muito... Você já vai levantar? – Suspirei.

- Acho que sim, vou tomar um banho. – Lauren assentiu me puxou para beijar a sua boca, suas mãos fazendo um carinho gostoso em meus ombros.

Tomar banho é o caramba, eu não ia levantar daquela cama tão cedo.

Ela arfou quando eu me apoiei nos braços e subi em cima dela, sentando em cima do seu quadril. As mãos de Lauren escorregaram quase que imediatamente para a minha cintura, que estava exposta com o baby-doll branco que eu utilizava, ele era bem curtinho tanto no short quanto na blusa e algo me dizia que aquilo instigava a minha namorada, embora eu não visse nada demais.

Tremi quando seus dedos subiram, alcançando as minhas costelas e me perguntei se aquilo era uma boa ideia, porque eu estava começando a achar que não iria conseguir levantar daquela cama para ir tomar banho ou fazer qualquer outra coisa tão cedo. As mãos ou a boca dela tocando qualquer extensão minha de pele nua ainda eram uma sensação um tanto quanto nova para mim, tanto que eu tive que me esforçar para me concentrar na tarefa do que eu queria fazer.

Interrompi o beijo e comecei a arrastar a minha boca pela linha do seu maxilar, sentindo seus dedos apertarem a minha cintura como se ela não fizesse a mínima ideia de que eu faria aquilo. Eu estava muito insegura, na verdade eu sempre ficava quando fazia alguma coisa relacionada a ela, pois sempre tinha medo de não estar agradando suficientemente ou deixando-a excitada ou dando prazer a ela.

Só que eu nunca descobriria se não tentasse e a vontade de perguntar se ela estava gostando era cada vez maior, mas eu somente me calei e continuei o trajeto da minha boca, agora descendo para o seu pescoço. Deus, eu queria falar um palavrão, um daqueles bem feios e sujos porque só isso seria capaz de explicar o que eu senti tendo aquela pele alva e macia sob meus lábios, sentindo as mãos de Lauren apertando a minha bunda sem nenhum aviso prévio.

Coloquei a pontinha da minha língua para fora e, meio sem saber o que fazer, arrastei-a por sua pele, vendo-a ficar arrepiada quase que no mesmo segundo. Por Cristo, eu estava fazendo as coisas certas. Fechei os meus lábios em torno de sua pele e suguei sem calcular muito a força, quase me desmontando com a sua reação.

- Camila, porra... – Sussurrou com a voz rouca perto do pé do meu ouvido, piorando consideravelmente a situação no meio das minhas pernas, que já não era das melhores fazia algum tempo.

Sua mão que não estava sobre a minha bunda veio até os meus cabelos e os puxou, fazendo-me beijar a sua boca novamente. Ela desceu o elástico do meu short, deixando a peça na altura do meio das minhas coxas. Em um movimento rápido, Lauren inverteu as posições e se livrou da parte debaixo do meu baby-doll, – que não era muito maior do que a minha calcinha – onde vergonhosamente já haviam resquícios do estado em que ela me deixava.

Eu quase corei com o olhar que ela deu para o meu corpo, mas quando percebi o desejo em seus olhos, esqueci de qualquer possível vergonha que pudesse existir naquele momento. Assim que Lauren voltou a ficar por cima de mim para me beijar, minhas mãos foram diretamente para a barra da blusa que ela usava, que era bem grande, mas não esconderia muita coisa se ela não estivesse usando uma calcinha box preta. Ela se afastou de mim para terminar de tirar a blusa e jogá-la em qualquer canto e eu pude observar uma marca vermelha que parecia que iria ficar roxa em breve no seu pescoço, onde minha boca esteve minutos atrás.

Lauren nem se deu ao trabalho de retirar a parte de cima o meu baby-doll, apenas subiu a peça de forma que meus seios ficaram expostos para ela e eu só fiz fechar os olhos com força quando a sua boca tocou em um deles, lambendo e sugando-o. Um gemido alto escapou pela minha boca e Lauren interrompeu o que fazia.

- Quietinha... – Murmurou antes de voltar a dar atenção ao meu mamilo, me fazendo quase choramingar por não poder fazer barulho. Acontece que eu não consegui me controlar quando uma de suas mãos chegou até o meu outro seio, massageando-o. Gemi mais alto que da outra vez. – Eu mandei ficar quieta, caralho.

Quando ela falou daquele jeito comigo... Meu Jesus Cristo, eu não queria gemer, eu queria gritar. Lauren era sempre tão amorosa e paciente para falar comigo que eu nunca achei que fosse ficar tão excitada somente por ela ter falado com tanta rispidez como fez agora. Eu não sei explicar, a voz dela soou tão... Mandona. Como se fosse haver alguma consequência caso eu não a obedecesse e, com mil demônios, por uma fração de segundo eu quis saber qual seria a consequência.

Embora, no fundo, eu tivesse quase certeza de que ela não falaria assim comigo se não estivéssemos na situação em que estávamos agora e meus gemidos altos pudessem acordar a minha mãe que interromperia o que quase fomos privadas de fazer o resto da semana, depois do primeiro dia em que fizemos. Minha mãe dormiu todos os dias em casa, o que atrapalhou muito e eu tive que estudar bastante esses últimos dias, já que as minhas provas começavam amanhã. Lauren nunca que iria me atrapalhar enquanto eu estudava – embora eu quisesse que ela jogasse todos as minhas porcarias de livros no fim do mundo e fizesse amor comigo em cima da minha escrivaninha. Como eu não achava que seria a coisa mais normal do mundo de se verbalizar, fiquei na minha. Ela também foi em algumas entrevistas de emprego e colocar currículo em alguns lugares, enfim, nada contribuiu e nós duas concordamos que talvez a melhor ideia do mundo não fosse fazer esse tipo de coisa com a minha mãe dormindo do lado. Eu não aguentaria as provocações se ela escutasse alguma coisa, não mesmo. Além do que, seria muito constrangedor. Muito.

Enterrei a minha voz no fundo do meu estômago quando a boca dela começou a descer pela minha barriga, mordendo em alguns pontos específicos, mas sem se demorar muito. Lauren parecia um pouco apressada para chegar no que realmente interessava e eu não dava a mínima porque eu estava quase explodindo.

Achei que eu fosse chegar no clímax sem nem ter sido tocada quando vi Lauren tirar a minha calcinha com o elástico dela entre os dentes, fazendo a peça descer pelo meu corpo até que ela estivesse fora dele. Automaticamente eu afastei as pernas e dobrei um pouco os joelhos, mostrando que eu estava mais do que pronta para recebê-la. Normalmente eu teria vergonha e esperaria que ela afastasse minhas coxas, mas o momento era tão... Droga, eu não estava nem aí para nada.

Lauren não demorou a se por entre as minhas pernas e me dar o que eu precisava. Meu corpo arqueou na cama quase que automaticamente, extasiada pelas sensações que ela me causava. Apertei o edredom com as minhas duas mãos, gemendo baixinho, engolindo todo e qualquer som mais alto que pudesse querer sair da minha garganta. O nome dela escapava de minha boca o tempo todo, uma de suas mãos passeava pelo meu tronco, apertando meu seio, passando os dedos pela minha barriga, me dando ainda mais prazer.

Quando aquela sensação já não tão mais desconhecida por mim atravessou o meu corpo, eu segurei os cabelos de Lauren como em um reflexo para ela não sair do lugar e não me controlei mais tanto para segurar os gemidos, mandando as consequências para o inferno. Minha namorada não me repreendeu, apenas apertou as minhas coxas e continuou o seu trabalho em minha intimidade, me dando mais motivos para não controlar a minha garganta.

Até que finalmente veio e se espalhou por todo o meu corpo, me deixando com aquela sensação de que mover músculos era uma tarefa muito trabalhosa. Lauren ainda me lambeu devagar por algum tempo, me causando espasmos involuntários. Deixei minhas pernas que estavam dobradas caírem na cama, meus dedos já não apertavam mais o lençol e eu vagamente senti Lauren dar beijos carinhosos por todo o meu corpo até chegar na minha boca de novo. Levantei as mãos meio débil, acariciando seu rosto com uma delas e tocando seu ombro com a outra, querendo fazê-la se sentir tão bem como eu me sentia agora.

- A-amor... – Falei de forma patética, corando. – Eu... Eu quero... Hm... – Eu não conseguia verbalizar com palavras e me sentia uma droga por isso. – Me d-d-deixa.... – Fechei os olhos com força.

- Você tá bem, princesa? – Perguntou preocupada, com um vinco entre as sobrancelhas.

- Estou, eu só... Droga. – Murmurei comigo mesma. – Meu anjo, eu... – Falei escorregando meus dedos do seu ombro para o seu colo. – Eu... E-eu.... Eu posso...? – Não sabia como terminar a frase. Para o meu alívio ela assentiu, como se entendesse. – D-D-deita?

Lauren deitou na cama e me trouxe consigo, olhando dentro dos meus olhos quase que o tempo todo, me deixando um pouco intimidada por aquele contato visual incessante. Eu já não sabia o que fazer e o olhar dela sobre mim não iria me ajudar nem um pouco.

Acabei por tirar a parte de cima do meu baby-doll que eu ainda usava, aquilo estava me incomodando já que, em geral, eu estava nua. Lauren me olhou durante todo o processo praticamente e mordeu o lábio, eu conseguia ver em seus olhos o quanto ela queria ser tocada naquele momento. Me inclinei sobre ela e beijei a sua boca de forma lenta, fazendo movimentos calmos com a língua, apoiando meus braços no colchão enquanto sentava sobre o seu quadril. Quase me derreti ao perceber o quão quente e excitada ela estava, já que o pano de sua calcinha era fino e eu conseguia sentir quase tudo através dele, até porque eu estava desnuda naquela região.

- Lo. – Chamei separando o contato de nossas bocas sem vontade, os lábios dela eram tão delicados e macios que eu podia passar o resto da minha vida beijando-os e nem assim parecia que seria o suficiente. – Se eu fizer alguma coisa errada você me avisa? ... é que eu não... Que droga. – Falei tentando verbalizar aquilo de uma forma que não fosse muito patética, sem sucesso. Parecia que toda a vez que a gente fazia amor eu tinha que estragar parando tudo para falar alguma estupidez.

- Ei, shh. – Lauren segurou o meu rosto e falou de uma forma tão paciente que me fez perguntar se eu realmente a merecia. – Relaxa, sim? – Assenti, não crendo que em algum momento da minha vida eu me senti mais patética do que me sentia agora. – Você não precisa ficar insegura. Faz do seu jeitinho, hm? – Fiz que sim com a cabeça, me sentindo ridícula por não ter certeza se eu sabia dar prazer a minha namorada.

Parabéns Camila, parabéns.

Quando eu comecei a beijar a sua boca novamente, comecei a arrastar meu quadril para frente e para trás em cima do seu, vendo-a gemer baixinho contra a minha boca com os olhos bem apertados, como se ela gostasse daquilo. Suas mãos se guiaram para o meu quadril, como se ela quisesse me auxiliar nos movimentos, mas depois ambas escorregaram e se apoiaram nas minhas coxas, ficando por lá mesmo. A ideia de que eu conseguia deixar ela desorientada a esse ponto me deixava completamente extasiada, assim como os seus olhos fechados e a boca entreaberta, sua expressão refletia um puro e genuíno prazer que eu estava mais do que satisfeita em proporcionar. A fricção que o pano da calcinha dela fazia contra a minha intimidade descoberta estava me deixando a ponto de desmaiar, eu praticamente tinha acabado de ter um orgasmo, mas já me sentia tão excitada quanto antes de tê-lo.

Meus braços tremiam na cama e eu estava realmente me esforçando para segurar o meu peso, porque as sensações voltaram a se apoderar de mim e do meu raciocínio lógico. Lauren apertou a minha coxa e arqueou o corpo de leve na cama, seus suspiros e arfadas se transformado em gemidos baixos, seu rosto estava corado e de alguma forma eu sabia que não era de vergonha, seus olhos fechados, a boca que alternava em ficar entre aberta e morder seu lábio inferior que já estava completamente vermelho, meu Deus, eu queria olhá-la daquele jeito para sempre.

- Camila... – Lauren pronunciou com dificuldade, fazendo um esforço visível para abrir os olhos. Ela arfava incessantemente entre as palavras e suas pálpebras estavam caídas enquanto ela olhava não só para o meu rosto, mas para o meu corpo também, que estava em constante movimento em cima dela. Não senti vergonha, por incrível que pareça. Nem um pingo. – Eu vou g-gozar... – Sorri mordendo o lábio, sem parar de rebolar em cima dela, muito pelo contrário, aumentando o atrito entre nós. – Caralho, garota... – Lauren fechou os olhos novamente e não parecia que ela iria falar alguma coisa novamente, o que eu agradeci, pois eu também estava quase lá e não iria aguentar ouvir aquela voz rouca de novo sem me desmanchar.

Eu soube exatamente quando Lauren atingiu seu máximo. Os olhos dela se apertaram, ela mordeu o lábio, – provavelmente para não fazer barulho – as mãos apertaram a minha coxa com tanta força que eu tinha certeza que iria ficar marcado, o corpo dela tremeu repetidas vezes antes de relaxar no colchão. Claro que vendo aquilo eu não aguentei, simplesmente me liberei, tendo força suficiente apenas para apoiar meu braço no colchão tempo suficiente para que o meu corpo não caísse em cima do dela de forma brusca.

- Meu Deus. – Lauren disse, depois de um tempo, ainda ofegante, enquanto eu aproveitava resquícios do meu prazer. Minha cabeça repousava em seu ombro e eu estava mais do que mole, acho que não conseguiria me mexer tão cedo. – Eu criei um monstro. – Sorri um pouco, muito cansada para abrir os olhos.

- Idiota. Você gostou? – Minha voz saiu tão fraca que eu fiquei com vergonha de ter aberto a boca.

- Você é incrível. Claro que eu gostei. – Sorri mais ainda, sentindo Lauren puxar um edredom sobre nossos corpos. O que foi um alívio, porque estava começando a fazer um pouco de frio agora que o meu corpo estava se acalmando. – Você não ia tomar banho?

- Ia... – Murmurei preguiçosa, me ajeitando na cama. – Tranca a porta.

- Que?

- Tranca a porta, Lo. Se não a minha mãe vai acordar e abrir aqui e encher o nosso saco, eu só quero dormir em paz. Tranca a porta. – Lauren deu um beijo no topo da minha cabeça e eu virei de bruços, deixando ela livre para levantar. Acabei abrindo os olhos e observando ela ir até a porta só de calcinha para trancá-la, seus cabelos longos [n.a. sdds] caindo pelos ombros, as coxas grossas se movimentando graciosamente, a sua bunda um tanto quanto... Gostosa... Eu simplesmente não era capaz de acreditar que Deus havia feito uma criatura tão bonita e permitido que ela fosse minha, eu era tão sortuda por tê-la que palavras não conseguiam explicar o que eu sentia.

Ela voltou para a cama, deitando do meu lado e começando a percorrer os dedos pela pele nua das minhas costas. Eu fechei os olhos tentando dormir, mas acabei não conseguindo sabendo que tinha um par de olhos verdes me observando incessantemente.

- Vai ficar me olhando, é? – Perguntei risonha.

- Você não tem a mínima noção do quão linda você é, tem? – Corei.

- Você precisa usar óculos. – Respondi enfiando a cara no travesseiro e rindo.

- Não, eu não preciso. – Lauren disse rindo junto.

- Lo. – Chamei baixo.

- Oi. – Afastou meus cabelos do rosto, colocando-os atrás da minha orelha.

- Você acha que o namorado da minha mãe trata ela bem? – Lauren franziu o cenho, apoiando o cotovelo no colchão e a cabeça na mão, parecendo pensar um pouco antes de responder.

- Você acha que a sua mãe ficaria com um cara que não trata ela bem?

- Não, não é isso, eu só... Eu não quero ser dessas filhas chatas que implicam quando a mãe está namorando, eu só fico preocupada, sabe?

- Sei, mas assim, princesa, a sua mãe não é o tipo de pessoa que ficaria com alguém que não trata ela bem, entende? Além do mais, deve ser sido muito difícil para ela abrir o coração depois de tanto tempo, do que aconteceu com o seu pai e tudo mais. Você tem que ser paciente com ela nesse momento e, especialmente hoje a noite, ser o mais compreensiva que você conseguir, porque, se o cara for legal, significa que a sua mãe tá feliz e é só isso que importa. – Assenti de leve.

- Eu sei, eu sei. Eu vou tentar ficar mais calma, mas é a minha mãe, entende? Eu não quero que nada de ruim aconteça com ela. – Lauren sorriu sem mostrar os dentes.

- Eu entendo, meu amor. Mas relaxa, sim? Dá uma chance pra ele, tá bom? – Assenti novamente, fechando os olhos.

- Pode deixar, obrigada, meu anjo. – Falei e em seguida me virei na cama, ficando de costas para ela.

Ensaiei abrir a boca para pedir para Lauren me abraçar, mas dois segundos depois de eu virar ela já estava se aconchegando atrás de mim. Entrelacei nossos dedos quando um braço dela passou pela minha cintura e ri quando ela depositou vários beijos no meu rosto, deitando atrás de mim para dormir logo em seguida. Ela dormiu primeiro que eu, mas eu não demorei mais que quarenta minutos para pegar no sono também não. [...]

Eu estava acabando de colocar a última travessa na mesa quando a campainha tocou. Congelei completamente indo para a sala, sem conseguir esconder o meu nervosismo. Eu estava nervosa tanto porque ia ter gente desconhecida aqui em casa quanto porque eu não queria perceber que ele era um babaca e jogar o molho quente do frango todo na cara dele. Chegando no cômodo, Lauren estava acabando de descer as escadas, aparentemente procurando algo com os olhos.

Minha mãe não estava em canto nenhum da sala.

- Abre ai, meninas! Eu já vou descer. – Prendi a respiração quando ouvi minha mãe dizer isso. Quer dizer, o namorado era dela, eu não era obrigada a recebe-lo como se eu o conhecesse.

- Tudo bem? – Lauren perguntou baixo para mim, tocando no meu ombro.

- Sim, amor. – Respondi firme, olhando nos olhos dela.

- Certeza? – Assenti.

- Você lembra de tudo o que tem que perguntar?

- Lembro sim, princesa. – Lauren beijou minha testa rapidamente antes de ir até a porta.

Fechei os olhos por alguns momentos, me encostando no braço do sofá. Enquanto Lauren conversava com ele, eu podia vê-lo antes que ele viesse dirigir a sua atenção para mim – e eu não seria obrigada a responder, cortesia do meu problema – e então eu já teria mais ou menos uma ideia sobre esse cara. Ele que não ache que só porque eu tenho uma Síndrome que eu vou deixar fazerem qualquer coisa de ruim com a minha mãe ou que eu vou deixar ela namorar com ele se eu ver que ele não é bom o suficiente para ela. Não é como se a Síndrome nunca tivesse me impedido de fazer nada, mas pela minha mãe eu passaria por cima de quinhentas mil Síndromes ou qualquer outra droga que fosse.

Trinquei meus dentes quando minha namorada abriu a porta, pensando seriamente em sair correndo e me trancar no meu quarto. Não que fugir fosse a coisa mais adulta a se fazer no momento – e normal – mas acontece que eu não percebi que estava realmente nervosa e apreensiva com medo do meu comportamento até eu perceber que o que eu havia esperado a semana toda estava bem na minha cara. E não, eu não estava falando sobre ser uma filha que vai receber o namorado da mãe em casa e sim sobre ser uma filha com Síndrome de Asperger que vai receber o namorado da minha mãe em casa.

E se eu desse algum ataque e ele nunca mais quisesse saber da minha mãe? Seria uma atitude completamente babaca da parte dele, mas não deixaria de ser culpa minha. Eu nem sabia como ele aceitava direito o fato de eu ter algo, mas se a minha mãe permitiu que ele viesse até aqui ele provavelmente deve saber da minha condição.

E eu não tinha pensado em nenhuma dessas coisas até o pequeno momento em que Lauren colocou a mão na maçaneta para virá-la e abrir a porta. Meu coração disparou, mas eu me mantive ali, praticamente impassível. Quando vi o que tinha atrás da porta, me surpreendo de não ter feito um buraco entre as sobrancelhas de tanto que as franzi.

Havia um homem, parado, com dois buquês de flores nos braços. O problema não era ele ser homem, nem estar com flores e sim o fato dele ter provavelmente a idade de Lauren, se não menos. Então era por isso que a minha mãe estava escondendo ele esse tempo todo? O garoto era pelo menos vinte anos mais novo que ela, isso eu posso garantir.

- Já abriram a porcaria da porta? – Minha mãe perguntou descendo as escadas e eu não fui capaz de dizer nada, ainda tentando entender o que estava acontecendo.

Até que Lauren fechou a porta com a cara fechada segurando os dois buquês na mão e sem o garoto com ela. Franzi o cenho mais ainda, não entendendo absolutamente nada dessa vez.

- O que tá acon... – Lauren veio na minha direção com a cara mais fechada do mundo, entregando para a minha mãe um buquê de flores para a minha mãe no meio do caminho e jogando o outro em cima do sofá, do meu lado.

- Quem é que tá te mandando flores? Que porra é essa, Camila? – A única coisa que eu processei foi a risada da minha mãe e olhei de Lauren para as flores, entendendo menos ainda dos nadas que eu já tinha entendido anteriormente.

- Mas... Ué... Ele não era o nam...

- Camila, aquele era o entregador da porra floricultura. Eu quero saber o motivo de ter uma porra de um buquê de flores com um caralho de um cartão que diz o seu nome nele. – Lauren pegou o cartão e me mostrou. – Até onde eu sei, eu não te mandei flores, logo, você não devia estar recebendo porra de flor nenhuma.

- A primeira vez que eu vejo a Lauren tendo uma atitude de alfa, socorro, vou pegar a pipoca gente pausa aí. – Minha mãe comentou e eu observei Lauren tão irritada que seu rosto chegava a estar vermelho.

- Foi a porra da Hailee, né? Essa filha da puta já tá passando de todos os limites, eu vou matar essa garota! – Fiquei apenas observando, dividida entre entender se Lauren estava gritando comigo ou com a vida e em quem poderia ter me mandando essas porcarias de flores se não fosse ela.

- Lo, fica calma, eu não... – Tentei falar, não tendo certeza do que eu queria falar.

- Calma vai ser a minha mão na cara daquela piranha!

- Hailee não é a menina da escola dela? – Minha mãe apareceu no meio, com um meio sorriso, como se estivesse achando engraçado a irritação de Lauren.

Eu não estava.

- É! Aquela filha da puta só falta comer a Camila com os olhos. – Minha mãe riu mais ainda e eu me levantei, indo até Lauren e pegando o cartão da mão dela.

Minha namorada continuou falando e reclamando, minha mãe continuou rindo e eu me concentrei em pegar e ler a porcaria do cartão, que com certeza forneceria mais explicações sobre o assunto. A letra era bonita, uma caligrafia bem feita e ligeiramente tombada para o lado esquerdo. Dizia o seguinte:

"Espero que possamos nos dar bem.

Com amor, J."

Bom, pelo menos ele se preocupa, sabe e respeita a minha existência. Já é um começo.

- Foi o seu namorado que mandou as flores, não foi? – Falei e minha mãe riu ainda mais. – Você sabia disso?

- Sim! Mas eu não falei nada porque a Lauren com ciúmes é a melhor coisa do mundo. – Ela explodiu em risadas mais uma vez e foi andando para colocar as flores na água. Lauren estava tão irritada e reclamando tanto que nem escutou o que eu falei pra a minha mãe.

- ... e eu vou falar com essa menina sim, porque quem ela pensa que é, afinal de contas? Se ela não tem namorada, não tem que ficar mandando flores para a namorada dos outros porque isso é... – Interrompi seu discurso, segurando seu rosto e dando um selinho para que ela ficasse calada.

- Ei, shh, calma. – Falei me separando dela somente espaço suficiente para que eu conseguisse falar. – Fica calma, tá bem, meu anjo? Não foi a Hailee que mandou essas flores, calma. – Lauren franziu o cenho.

- Então quem foi o filho da puta? Eu juro que eu vou... – Interrompi novamente.

- Calma, calma. Foi o namorado da minha mãe, olha aqui. – Tentei mostrar o cartão para ela, mas ela ignorou. – Fica calma, ok? E mesmo que fosse outra pessoa que tivesse enviado essas flores, não iria mudar nada. Nada que ninguém nesse mundo fizer vai ser capaz de me fazer deixar de ser sua.

- E por que caralhos ele quer te mandar flores? Eu não quero saber dessas gracinhas não, que merda. – Revirei os olhos.

- Primeiro, para de gritar que não tem ninguém gritando aqui. Segundo, para de palhaçada porque eu não mando na vontade das pessoas de me mandarem flores. Às vezes parece que você tem cinco anos, Lauren.

- Falou a madura que não pode me ver falando no celular ou mandando mensagem que quer saber quem é.

- Quero mesmo! Eu que não vou ficar me fazendo de doida com esse monte de vadia atrás de você. – Rebati, vendo Lauren cruzar os braços.

- Pelo menos nenhuma delas está me mandando flores. – Falou e torceu a boca.

- E se mandasse não necessariamente a culpa seria sua. Eu não coloquei um cartaz aqui na porta de casa escrito "me mandem flores, to aceitando" não, Lauren. Se você quer ficar dando piti, fica dando sozinha, eu vou... – Falei enquanto me virava de costas, ensaiando sair da sala quando ela me segurou pela cintura, me abraçando. – Sai, me solta.

- Não, volta aqui. Me desculpa. – Com um braço ela me segurou, com o outro ela afastou os cabelos do meu pescoço.

- Me larga, eu to com raiva. – Falei realmente tentando me convencer disso enquanto Lauren começava a distribuir beijos pelo meu pescoço.

- Me desculpa, hm? Não vai me desculpar? – Perguntou entre os beijos e eu fechei os olhos, apenas aproveitando.

- Não... – Respondi manhosa, minha voz soou quase como um gemido. Ela mordeu de leve o meu ponto de pulso. – Deus, você joga sujo...

- Me desculpa, princesa. – Ela falou baixinho e eu ri, me virando na direção dela.

- Não precisa pedir desculpa, tá tudo bem. Vem cá, me dá um beijo. – Lauren se afastou de mim somente o suficiente para grudar nossos lábios, me pegando pela cintura com vontade.

Passei um braço pelo seu pescoço e com o outro eu segurei os cabelos de sua nuca, ficando completamente sem ar no primeiro segundo do beijo. Ela desceu uma mão rapidamente e apertou minha bunda por cima do vestido azul clarinho que eu usava, me deixando totalmente desorientada, esquecendo o medo que eu tinha da minha mãe aparecer a qualquer momento ou algo do tipo.

Foi Lauren quem parou, depositando beijinhos molhados no meu pescoço e no meu ombro, enquanto eu sentia vontade de cancelar o jantar ou qualquer outra coisa que estivesse prestes a acontecer nessa casa.

- Eu queria poder fazer amor com você agora. – Falou no pé do meu ouvido, dando uma mordidinha no meu lóbulo em seguida.

Me desmontei todinha.

Como ela queria que eu me sentasse a mesa e ainda tentasse ser legal com um estranho depois disso?

- Se te serve de consolo... – Respondi baixinho. – Eu também. – Falei com a cabeça encostada no seu ombro, vendo sua pele se arrepiar completamente. Sorri com aquilo.

- Já voltaram a ser melosas, tava bom demais para ser verdade. A Lauren só não é mais gay porque ela não nasceu homem para ser viado. – Explodi em uma risada que não durou muito, pois a campainha tocou.

Meu corpo todo enrijeceu na mesma hora, pois era impossível que fosse outra pessoa se não o namorado da minha mãe. Lauren ainda estava me abraçando e ela murmurou alguma coisa sobre eu ficar calma, coisa que eu milagrosamente estava. Era eu quem controlava meu corpo e, se eu achasse que eu iria passar por aquele jantar, eu iria passar por aquele jantar. Mesmo sabendo que eu podia estragar tudo, no final das contas, estava tudo nas minhas mãos e não iria adiantar nada pensar que eu ia acabar com a noite.

- Mas é o que? – Lauren estava virada para a porta, diferentemente de mim, que estava de costas, me soltando do abraço dela. Sua voz soou chocada, surpresa e assustada ao mesmo tempo.

Me virei para ver do que se tratava tamanho espanto e choque de Lauren, provavelmente eu jamais acreditaria se não tivesse visto com os meus próprios olhos. Sentei no braço do sofá pela segunda vez naquela noite, dessa vez porque eu não confiava se o choque que passava pelo meu cérebro nesse momento iria permitir que meu corpo avisasse para as minhas pernas que ele precisava delas para se manter em pé.

Agarrei no braço de Lauren com a intenção de perguntar se ela via a mesma coisa que eu, mas desisti quando as palavras não conseguiram sair da minha boca. Minha namorada gaguejou inutilmente alguma coisa, ficando só com a boca meio aberta em seguida, não muito diferente de mim, que não estava entendendo nada pela segunda vez naquela noite.

- É o que é que vocês estão me olhando com essa cara de babacas. Perderam a língua dentro da boca? Eu sei que ruiva tá em extinção, mas também não é pra tanto. – Minha mãe disse fechando a porta, enquanto uma mulher alta, com a pele bem clarinha, os cabelos ruivos e os olhos verdes entrava na sala. Ela parecia ter mais ou menos a idade da minha mãe e também era consideravelmente magra, muito bonita apesar da idade. – Sapatão não pode ver mulher bonita né, a que ponto chegamos. Ainda bem que eu sou bi.

A mulher riu, visivelmente envergonhada, vindo na nossa direção, provavelmente para se apresentar. Lauren deu um passo a frente quando a ruiva se aproximou dela, dando um grande sorriso quando percebeu que ela iria cumprimenta-la.

- Oi! Meu nome é Julianne. – Se apresentou de forma simpática, enquanto eu direcionava um olhar para minha mãe que dizia "que droga é essa?".

- Eu sou Lauren.

- É você que é a Lauren? – Perguntou e Lauren assentiu. – Sinu fala muito de você, é um prazer finalmente te conhecer.

- Meu Deus, eu nem quero imaginar o que ela fala. – Elas se abraçaram de forma rápida.

- Ela fala que você é uma ótima menina, estudiosa, trabalhadora... – Lauren franziu o cenho.

- Tia? – Perguntou assustada.

- Não queima meu filme, porra. – Minha mãe veio na nossa direção. – Sinceramente, meses de implicância sendo estragados em dois segundos.

- Ai tia, eu sabia que no fundo você me amava de volta. – Lauren foi até a minha mãe e a abraçou, que ficou tentando se esquivar do contato.

- Sai daqui, não é porque eu te elogiei que você tem que ficar de gracinha. – Minha mãe reclamou e eu parei de prestar atenção na cena porque quis entrar dentro do sofá quando vi Julianne vindo na minha direção.

Olhei para o chão, fazendo esforço para não sair correndo para o meu quarto. Ele estava tão perto e a oferta de sair correndo em sua direção era tão tentadora, eu não precisaria dar explicações a ninguém por causa do meu problema e ainda evitaria tudo isso. E o pior de tudo é que essa seria uma estranha que eu teria que conviver, pois agora que ela estava com a minha mãe, provavelmente eu iria vê-la com frequência e não era a melhor coisa a ser introduzida na minha vida no momento, eu só queria continuar indo ao tratamento em paz e fazer as coisas no meu tempo, não parecia legal que algo fosse jogado no meu colo desse jeito.

Porém, não era justo com a minha mãe eu ficar tendo esses pensamentos, pois eu não sabia números suficientes para contar a quantidade de coisas que ela já havia abdicado por minha causa. O quão difícil deve ter sido criar uma filha especial, ainda mais depois do que aconteceu com o meu pai. Ter que praticamente parar de fazer tudo na vida dela por minha causa, porque ela tinha que cuidar de mim, porque eu não podia ficar com pessoas estranhas...

Tudo bem, eu podia fazer isso pela minha mãe.

E por mim também. Eu não saberia o resultado das coisas que eu achava que estavam mudando em mim se eu não as colocasse a prova. Não adiantava ficar reclusa no meu mundinho indo ao tratamento todas as sextas e achando que isso iria mudar tudo. Outro dia mesmo o doutor de lá estava falando algo parecido com isso, mas não exatamente com essas palavras porque eu não lembro os termos médicos que ele usou.

Fazia muito tempo que a minha vida estava em constante mudança, até ir à escola estava se tornando mais fácil. Frequentando do tratamento com frequência e tendo Hailee e Ally que sempre estavam comigo, eu sentia como se as coisas ruins tendessem menos a acontecer e, se acontecessem, eu não estaria completamente sozinha.

Estava tudo bem por aqui. Eu podia fazer isso não só por todos os motivos que eu tinha para tentar, mas simplesmente porque eu podia.

- Oi. – Julianne se abaixou na minha frente, como se ela buscasse algum tipo de contato visual ou só quisesse ver o rosto da filha de sua namorada mesmo. Não me incomodei muito, apenas prendi a respiração e sustentei o seu olhar, por mais que todas as minhas carnes internas estivessem tremendo absurdamente e minhas pernas quase gritassem de volta para o meu cérebro que elas iriam sair correndo sim, independente da ordem que ele desse para que elas se mantivessem no lugar.

Lauren e minha mãe pararam de falar na hora e eu fiquei extremamente incomodada com isso. Eu não queria que o mundo parasse para prestar atenção em mim para ver se eu iria surtar ou não, isso só piorava a minha situação. Quer dizer, eu achava maravilhoso o nível de preocupação que elas tinham com o meu bem-estar, mas se eu ainda não comecei a chorar nem a gritar, não acho que elas precisem ficar em cima de mim.

Assim como eu estava mudando, em algum momento elas teriam que mudar também, nem que fosse ao meu pedido.

- Eu sou a namorada da sua mãe, me chamo Julianne. Você se chama Camila, correto? Eu espero sinceramente que a gente se dê muito bem, sua mãe é a mulher mais incrível que eu já conheci e eu nunca faria nada para magoar ela ou a filha dela, tudo bem? É um prazer te conhecer.

Disse baixo, de forma gentil e logo em seguida se levantou. Eu continuei encarando o chão no mesmo lugar onde ela estava antes, sentindo meu corpo se acalmar. Tudo bem, a fase da apresentação já tinha acabado, agora só precisávamos comer, quem sabe elas iriam conversar um pouco ou quem sabe a minha mãe iria querer ir dormir seja onde for que ela dormia com ela e pronto, fim da noite.

Um par de mãos macias acariciaram meu ombro e meu rosto com delicadeza, em seguida levantando-o devagar pelo queixo.

- Você tá bem? – Lauren perguntou com aquele vinco típico entre as sobrancelhas que ela sempre fazia quando achava que tinha algo de errado.

- Sim, estou bem, meu anjo. – Respondi e ela assentiu, dando um beijo na minha testa.

- Você vai vir para a mesa, minha princesa?

- Vou. – Falei ensaiando me levantar. Lauren curvou o corpo como se estivesse fazendo uma reverência e estendeu a mão.

- Mi lady. – Não pude evitar de rir.

- Você é uma idiota, sabia? – Disse, rindo e pegando sua mão enquanto ela se ajeitava.

- Você me fala isso todo o dia, então... – Ela sorriu e eu a puxei rapidamente para um beijo.

- Será que você tem a mínima ideia do quanto eu amo esse seu jeito? – Lauren riu e colou nossos lábios.

- Até quando tem visita vocês não acabam com esse fogo? O jantar é frango, não é língua babada não. – Minha mãe, como sempre, matou a gente de susto, nos matou de vergonha também e saiu andando para a sala de jantar.

Chegando no cômodo, eu me sentei bem ao lado da minha namorada, minha mãe sentou na "cabeceira" da mesa e Julianne sentou de frente para Lauren, do lado da minha mãe. A mesa não era muito grande não, tinha apenas seis lugares já que a gente nunca recebia visitas ou qualquer coisa do tipo. Nem preciso mencionar a minha parcela de culpa nessa parte, mas tudo bem. Com o tempo as coisa devem mudar, espero eu.

Para melhor.

- Me desculpe essas duas, Julie. É que agora que a Camilinha liberou pela primeira vez, elas devem estar achando que a vida é um reality show desses pornôs que passam a noite na Multishow, mas tudo bem. Hoje de manhã, só jesus na causa. Eu estava até observando elas na hora do café porque era tanto do gemido que a Camila soltava que eu me perguntei se elas estavam transando ou se a Lauren estava batendo na minha filha. Felizmente, não encontrei marcas. – Julianne ria absurdamente, Lauren também e eu queria chorar de tanta vergonha, com o rosto escondido entre as mãos.

- Ah, tia, menos. Acho que você entende a gente, quer dizer, depois que você tirou as teias de aranha que estavam há anos no meio das suas pernas, a sensação deve ter sido quase como de transar pela primeira vez, não?

- Muito engraçado, Lauren, muito engraçado. – Eu não sabia se estava vendo coisa, mas, pela brecha entre meus dedos eu conseguia ver minha mãe ficando um pouco vermelha. Julianne estava quase debaixo da mesa de tanto rir e Lauren olhava para minha mãe como se ela finalmente tivesse se vingado de todas as gracinhas que fomos obrigadas a ouvir durante todo esse tempo.

Finalmente todo o mundo se serviu e eu abaixei a cabeça e comecei a comer, apenas escutando as conversas a minha volta.

- Então, Julianne... – Lauren começou a falar em um breve momento de silencio e eu enfiei uma garfada na boca, alternando o olhar entre minha namorada e Julianne. – Com o que você trabalha?

- Eu sou promoter de eventos.

- Hm, legal. Que tipos de eventos?

- Shows, em sua maioria. Desses pop meio teens, sabe como é, né? – Lauren assentiu.

- Entendi, entendi. E como você e a tia Sinu se conheceram?

- Que isso, interrogatório? – Minha mãe interviu.

- Sim, é um interrogatório. Algum problema com isso? – Minha mãe deu de ombros. – Foi o que eu imaginei. Enfim, como vocês se conheceram?

- Num happy hour que teve com um pessoal da minha empresa... Eu sou amiga do assistente dela e um dia ele me levou porque eu tinha acabado de terminar e estava meio mal por conta do fim de um relacionamento, enfim, então ela estava lá e a gente se conheceu. – Contou dando um sorrisinho meio apaixonado no final, olhando para a minha mãe, que sorriu de volta.

- Hm, tá. E você, tia Sinu? Quando descobriu que gostava de mulheres também? – Lauren perguntou, se virando para a minha mãe.

- Não sei, foi muito natural. Eu nunca tive muito problema com essas coisas, então foi apenas experimentar e se jogar. Não tenho muita frescura, vocês sabem disso. Mesmo eu já sendo relativamente velha, eu estou pouco me importando com o que as pessoas vão pensar. Ninguém paga as minhas contas, ninguém me ajudou a criar a minha filha, logo, ninguém tem que se meter. As únicas pessoas que tinham o direito de dar opinião já estão no céu, meu pai e a minha mãe. Eu já estou velha, só quero aproveitar o que me resta de vida em paz. – Lauren riu um pouco.

- Você não é tão velha assim, tia, menos.

- Pra essas coisas, eu sou sim. Quantos anos ainda me faltam antes que eu não tenha mais vontade de transar? Eu quero é aproveitar, depois a gente fica velha, a vagina fica murcha ai fodeu. – Todas na mesa explodiram em risadas.

- E você? Tem filhos, alguma coisa do tipo? – Julianne assentiu.

- Tenho uma filha, na verdade, mas ela já mora sozinha e tudo, tem vinte e quatro anos. Tive filhos cedo, mas não me arrependo porque ela é uma menina maravilhosa. – Ela sorriu ao terminar de falar e eu fiquei com vontade de perguntar o que aconteceu com o pai da criança ou algo do tipo, mas como eu não ia falar nada mesmo de nada adiantaria. Sem falar que seria indelicado de perguntar isso.

O resto do jantar foi tranquilo. Eu apenas fiquei ouvindo e observando elas conversarem. Julianne parecia uma boa pessoa, no final das contas. Ela ajudou a lavar a louça enquanto ambas ouvíamos Lauren falar sobre os cursos que ela já havia feito, minha mãe tinha ido trocar de roupa porque decidiu que iria dormir na casa da namorada.

Quando acabamos com a louça, Julianne continuou conversando com Lauren e eu dei um beijo breve no rosto de minha namorada, falando que eu já voltava. Subi as escadas e bati na porta do quarto da minha mãe.

- Mãe? Sou eu. – Falei e ouvi a sua voz abafada me dizendo para entrar.

- Oi. – Ela parecia realmente surpresa de me ver. Eu não gostava do fato de eu ser uma filha tão distante que a minha mãe parecia surpresa se eu pedia para entrar no quarto dela para conversar, mas felizmente eu podia culpar a minha Síndrome, embora me sentisse mal por isso. Extremamente mal.

- Quero falar com você. – Minha mãe terminava de arrumar a sua bolsa.

- Pode falar, querida. – Sentei na beirada da cama.

- Essa Julianne realmente trata você bem? Ela gosta de você? Você gosta dela? De verdade? – Minha mãe franziu o cenho, provavelmente estranhando toda essa história e sentou do meu lado, parando o que fazia.

- Sim para todas as perguntas. Por quê? – Levantei os ombros, pensando no que falar.

- Eu não sei, eu só... Eu quero que você fique bem, entende? Eu não sou nenhuma filha chata que implica com os namoros da mãe, eu só quero ter certeza de que você está bem. – Ela sorriu e acariciou meu rosto.

- Obrigada pela preocupação, mas eu juro que eu to bem, ok? Você acredita em mim? – Eu assenti. – Então... Tá tudo bem. Você não precisa ficar preocupada.

- É porque... – Procurei escolher as palavras corretamente. – Você tem cuidado de mim por todos esses anos e não tem feito nada por você mesma. Eu queria que você soubesse que eu estou feliz por você ter alguém agora, quer dizer, você merece toda a felicidade do mundo e se você diz que está tudo bem, eu acredito. Só queria me certificar disso porque você cuidou de mim por todos esses anos e sozinha ainda por cima, eu só queria... Retribuir, mesmo que dizer cinco frases nunca vá substituir tudo o que você passou comigo sendo um peso durante todo esses anos... – Antes que eu me desse conta, já estava chorando.

- Ei, minha querida, que besteira. – Ela segurou o meu rosto. – Você é o meu bem mais precioso, o melhor presente que Deus já me deu nessa vida. Nada do que eu fiz por você foi por obrigação, mas sim porque eu te amo, porque independentemente de você ter alguma coisa ou não, além de você ser minha filha, quando você nasceu, você era a única coisa que me dava forças para continuar levantando todos os dias da cama. Eu sabia que eu tinha que lutar contra a depressão em que eu entrei depois da morte do seu pai, quando eu ainda estava grávida, mas em momento nenhum eu fiz isso por mim mesma e sim por você, porque você não tinha culpa de nada, porque você é o fruto do amor que a gente teve. Daisy me ajudou muito nessa época, isso é verdade, mas tudo, absolutamente tudo o que me motivava era você. Então ao invés de você se sentir mal por ter nascido com uma Síndrome e achar que é um peso na minha vida, pensa que você é o motivo de eu estar aqui nesse momento. Você me ensinou repetidamente durante anos o que era viver quando eu abria a porta de casa depois de chegar do trabalho e você pulava do sofá e gritava "mamãe" vindo correndo na minha direção. Porque nesses momentos eu lembrava que eu também era tudo o que você tinha e eu não podia deixar a minha filhinha. E agora você já tá tão grande, é tão inteligente, esforçada... Tá indo tão bem no tratamento... Eu tenho muito, muito orgulho de você, Camila. – A essa altura eu já estava chorando a níveis absurdos e minha mãe também chorava, acabamos nos abraçando e chorando quase que copiosamente uma no ombro da outra.

- Eu te amo muito, mãe, muito mesmo. – Murmurei em meio a todo aquele choro, esperando sinceramente que ela tivesse ouvido. Depois de um tempo nós nos acalmamos e eu acabei ajudando a minha mãe a acabar de arrumar a bolsa e descemos juntas.

Minha mãe e Julianne se despediram e elas foram embora, deixando apenas eu e Lauren na casa. Minha namorada acabou esparramada no sofá, zapeando a tv de forma tediosa. Peguei o meu celular antes de ir me aconchegar junto com ela.

- Ei, você tava chorando? – Perguntou ao ver meu rosto de perto. Assenti.

- O que houve? Tá tudo bem?

- Tá sim, eu só me emocionei um pouco demais falando com a minha mãe, relaxa. – Lauren deu um beijo no topo da minha cabeça enquanto eu abria o aplicativo de mensagens do meu celular. Selecionei o contato de quem agora eu sabia ser Julianne e abri a caixa de texto, enviando uma mensagem curta.

"Eu espero REALMENTE que você cuide MUITO bem da minha mãe. Sim, isso foi uma ameaça. Não OUSE mostrar essa mensagem para ela. Btw, obrigada pelas flores, elas são lindas. J – C."

Larguei o aparelho inocentemente em cima da mesinha de centro da sala e voltei a me recostar no sofá, sentindo a mão de Lauren entrar furtivamente pela saia do meu vestido, tocando a minha coxa. Sorri vendo-a se aproximar para beijar a minha boca, deixando claro que não iríamos dormir tão cedo, principalmente agora, que teríamos a casa só para nós duas até amanhã. [...]

[N.A.] G R I T O

E AI?????????????? O QUE VOCÊS ACHARAM??????

EU ESPERO QUE TENHAM GOSTADO PORQUE MEUS DEDOS QUASE CAÍRAM ESCREVENDO ESSA BOCETA GRANDE AI EU VOU TER DIFICULDADE PRA METER DED EM PPKA POR DIAS MAS POR VOCÊS EU FICO ATÉ SEM COMER BOCETA DE TANTO QUE EU AMO VOCÊS

ENFIM KKKKKKKKKKKKKKKKK ME MATA EU SOU MUITO ESCROTA

OBRIGADA POR LEREM

EU AMO VOCÊS
BEIJOS DE LUZ NO GRELO INCHADO [/N.A.]

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