Be Your Everything

By bmt5hh

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[FINALIZADA] Existem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dize... More

Capitulo 1 - Someone different
Capitulo 2 - Unexpected
Capitulo 3 - Smile
Capitulo 4 - Speeechless
Capitulo 5 - Little note
Capitulo 6 - Friend
Capitulo 7 - Idiot
Capitulo 8 - Goodnight kiss.
Capitulo 9 - First kiss
Capitulo 10 - Kiss me
Capitulo 11 - Picnic
Capitulo 12 - Bad Day
Capitulo 13 - Distraction
Capitulo 14 - I promise
Capitulo 15 - Sinu
Capitulo 16 - Good night
Capitulo 17 - Love
Capitulo 18 - Gift
Capitulo 19 - Girlfriend
Capitulo 20 - No way
Capitulo 21 - Chasing pavements
Capitulo 22 - Parents
Capitulo 23 - Bath
Capitulo 24 - Why?
Capitulo 25 - Fuck it
Capitulo 26 - Lego house
Capitulo 27 - Keep calm...
Capítulo 28 - New chapter
Capítulo 29 - Heartache
Capítulo 30 - Incident
Capítulo 31 - Shit!
Capítulo 32 - Normal
Capítulo 33 - Not you, Lo.
Capítulo 34 - Same thing
Capítulo 35 - Take me into your lovin' arms
Capítulo 36 - Decision
Capítulo 37- Angel
Capítulo 38 - You can kiss me right now
Capítulo 39 - Do you love me?
Capítulo 40 - God help me.
Capítulo 41 - It's a good day, Camila.
Capítulo 42 - Something is going on...
Capítulo 43 - Fucking perfect
Capítulo 44 - Jealous
Capítulo 45 - Breaking the rules
Capítulo 46 - Freak
Capítulo 47 - How I Met Your Ex Girlfriend
Capítulo 48 - Something about love
Capítuo 49 - One Month
Capítulo 50 - Hickey
Capítulo 51 - The nightmares in my head are bad enough
Capítulo 52 - Don't cry (parte 1)
Capítulo 53 - Don't cry (parte 2)
Capítulo 54 - Hello beautiful
Capítulo 55 - That day
Capítulo 56 - Home.
Capítulo 57 - Lucky
Capítulo 58 - Prom?
Capítulo 59 - Happy birthday, Camila
Capítulo 60 - Lavenders
Capítulo 61 - Back at one
Capítulo 62 - Foreboding
Capítulo 63 - San Miguel
Capítulo 64 - Nightmare house
Capítulo 65 - The Visit
Capítulo 66 - Bad dream?
Capítulo 67 - Reality sucks
Capítulo 69 - Space is just a word
Capítulo 70 - Is everything okay?
Capítulo 71 - Time
Capítulo 72 - Give me love
Capítulo 73 - Back to normal
Capítulo 74 - Dinner
Capítulo 75 - New conquests
Capítulo 76 - Our song
Capítulo 77 - Porn
Capítulo 78 - Camp pt. 1
Capítulo 79 - Camp pt. 2
Capítulo 80 - Camp pt 3
Capítulo 81 - Accounting
Capítulo 82 - Just a long day
Capítulo 83 - College
Capítulo 84 - Trouble in paradise
Capítulo 85 - Necklace
Capítulo 86 - A drop in the ocean
Capítulo 87 - We need to talk
Capítulo 88 - Fresh start
Capítulo 89 - A big step
Capítulo 90 - Hero
Capítulo 91 - Please be mine
Capítulo 92 - Graduation
Capítulo 93 - Forgiveness
Capítulo 94 - Honeymoon
Capítulo 95 - Change of plans
Capítulo 96 - Complicity
Capítulo 97 - Freddy
Capítulo 98 - Ready
Capítulo 99 - Fear
Capítulo 100 - Results
Capítulo 101 - I'm not afraid
Capítulo 102 - Sunday, bloody sunday
Capítulo 103 - Working it out
Capítulo 104 - The f word
Capítulo 105 - Problem
Capítulo 106 - Don't be afraid to be scared
Capítulo 107 - Doctor
Capítulo 108 - Twins
Capítulo 109 - Be Your Everything

Capítulo 68 - Grey

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By bmt5hh

[n.a] ESTOU EU AQUI DEPOIS DE MUITO TEMPO

EU SEEEEEEEI

ACONTECE QUE

EU NÃO TAVA CONSEGUINDO ESCREVER TAVA TUDO SAINDO UMA BOSTA PORÉM AQUI ESTOU EU LIKE A SKYSCRAPER SAINDO DO CHÃO COM UM CAPÍTULO NOVO

FAZENDO O MEU MELHOR SEMPRE POR VOCÊS

ESPERO QUE GOSTEM E QUE ME PERDOEM

BEIJO NO CU

BOA LEITURA [/n.a]

Camila POV

Coloquei minha mochila no chão e sentei na beirada da cama. Deus, que falta que eu sentia da minha casa! Essa comodidade suave e quase silenciosa que o local me transmitia era capaz de aliviar o aperto que eu sentia no peito por alguns segundos, se deitasse na cama e respirasse fundo. Nunca tinha passado tanto tempo fora de casa, principalmente dadas essas circunstâncias. O peso dos meus ombros havia sumido.

A sensação de alívio percorria todo o meu corpo por saber que aquela pressão angustiante havia ido embora. Eu estava na minha casa, aqui não havia ninguém que me odiava nem nada do tipo. Estava tudo bem, agora eu podia relaxar e colocar meus sentimentos em ordem...

Aquela expressão, "lar doce lar" nunca fez tanto sentido quanto agora.

Minha mãe abriu a porta do quarto devagar e entrou. Eu sabia que a paz havia acabado.

- Você não vai mesmo me contar porque veio embora? – Girei na cama e enfiei a cara no travesseiro.

- Mãe, eu já disse. Eu só não aguentava mais aquele lugar. – Menti pela milésima vez. Não queria dizer o que realmente me motivou a vir embora, afinal de contas, nem eu tinha resolvido/aceitado essa história. Não sabia como eu iria reagir quando Lauren me ligasse, mas eu acho que não suportaria muito tempo no mesmo cômodo que ela.

- Eu sei que você está mentindo. Mas tudo bem. Depois eu ligo pra Lauren e pergunto, ela com certeza vai me dizer. – Engoli em seco. Não queria que ela ficasse encrencada quando nem eu sabia o que sentir sobre o assunto direito.

Não respondi e em seguida a minha mãe saiu do quarto. Queria dizer para a minha mãe não incomodar ela, mas eu não consegui. No fundo, algum canto de mim achava que ela merecia que minha mãe brigasse com ela e tudo mais, porque eu não estava fazendo nada contra ela e, não importava a gravidade da situação, ela não precisava ter me empurrado daquele jeito.

Doeu.

Não por fora, mas por dentro.

Eu até era capaz de entender as razões básicas pelas quais ela explodiu daquele jeito; tudo bem, eu fazia esse tipo de coisa com frequência. Mas... Fazer aquilo comigo?

Não sei se eu estava pegando pesado ou não, porém, eu havia feito tudo isso somente para estar do lado dela para ser tratada daquele jeito em troca? Eu realmente não era capaz de engolir aquilo, principalmente agora que parei para pensar direito na situação, sem ter aquela casa sufocando meus pensamentos.

Vendo por esse lado, eu fui até legal demais.

Mas tudo bem, eu não me arrependo de ter deixado a carta. Eu não estaria por perto e pelo menos se a mãe dela lhe oferecesse algum tipo de conforto, as coisas iriam ficar mais fáceis. Foi como eu disse... Não estou fazendo questão que a mãe dela goste de mim, mas acho um absurdo ela fazer essas coisas com Lauren. E foi uma boa hora para dizer aquelas coisas a ela, considerando o fato que ela estava previamente sensibilizada com o que aconteceu com Taylor.

O que de forma alguma significava que, naquelas circunstâncias, eu iria querer manter o que eu tinha com Lauren. Pelo menos não naquele momento, onde os pensamentos voavam na minha cabeça de lá pra cá ao ponto de eu me sentir tonta.

Não obstante, não sei se me arrependo de simplesmente não ter ido embora ontem mesmo. Eu sentia que precisava me despedir, ainda que ela não tivesse a mínima ideia que eu estava me despedindo. E todos sabem que eu não conseguiria ir embora se tivesse que olhar nos olhos dela e verbalizar isso – eu poderia por a culpa na Síndrome, mas isso era só a angústia mesmo de deixa-la sozinha naquela situação.

Ainda que, de muitas formas, ela merecesse.

Rolei na cama algumas vezes e acabei pegando no sono, depois de muito tempo sem dormir direito. Não sonhei, nem mesmo cheguei perto disso. [...]

Acordei com meu celular tocando. Estiquei e tateei a cama até encontrar o maldito aparelho, inevitavelmente encontrando o nome de Lauren no visor. Soltei o ar todo de uma vez e ignorei a chamada, não sabendo como lidar com ela no momento.

Como era de se esperar, Lauren não tentou ligar de novo. Ela devia ter uma ideia de como eu estava, mas, afinal de contas, fui eu quem enviou uma mensagem pedindo para que ela me ligasse quando acordasse. E sim, já era umas seis horas da tarde e ela devia ter acordado muito antes, mas duvido que tinha forças para falar comigo, principalmente da forma como eu fui embora.

Não gostava de me sentir na obrigação de punir ela por algo ou seja lá qual for o nome que se dá para esse tipo de coisa, mas eu não conseguia mais pensar nela sem pensar no que ela fez comigo e acho que iria demorar um bom tempo até que eu desassociasse esses dois tópicos.

O que era mais estranho era que eu não sentia falta dela. Quer dizer, estávamos a uma ligação de distância, mas eu não sentia aquela necessidade desesperada como foi quando ela viajou. Esse era um sentimento novo para mim e eu estava tentando lidar com aquilo.

Acho que eu estava...

Magoada.

É essa a palavra?

Espero que seja.

Foi mais ou menos o que eu senti quando ela brigou comigo no hospital – embora, de um certo lado, aquilo tivesse sido compreensível, eu não entendi porque ela foi tão agressiva. Mas tudo bem, aquilo foi ok. A situação estava uma merda por conta dos pais dela e tudo mais, eu era capaz de compreender.

Mas ontem?

Completamente sem necessidade.

Naquele momento eu acabava de descobrir que estava com raiva também. E eu queria que a minha mãe soubesse o que ela fez, só não sabia como eu iria abrir a boca e verbalizar aquele ato. Não sabia nem se tinha nome – ou estava ocultando-o na minha memória porque fazia meu peito doer menos.

Minha mãe provavelmente iria ter um ataque. Tudo bem, ela não iria brigar comigo e sim com Lauren, então o problema era todo dela. Não entendia como, mas eu queria que ela percebesse o quão magoada eu me sentia – sem falar com ela. Complicado, mas eu iria arrumar um jeito disso funcionar.

Levantei-me devagar da cama e saí do quarto, lembrando que aqui era a porcaria da minha casa e eu podia ir ao cômodo em que eu quisesse – embora eu gostasse bastante do meu quarto, depois de todos esses dias eu sentia que devia passar pelo menos dez minutos do meu dia em cada cômodo desta casa para agradecer o fato de eu morar aqui e ser livre para ficar onde eu quisesse sem algum tipo de sensação esmagadora sobre os meus ombros.

E pensar que eu passei por tudo isso para ser agradecida da forma mais cruel que existe.

Fechei os olhos com esse pensamento, me fazia querer chorar e eu não achava que Lauren merecesse nem um cuspe na cara naquele momento, quanto mais as minhas preciosas lágrimas. Eu chorava a todo momento e praticamente por qualquer coisa – benefícios de se nascer com uma Síndrome Maldita – mas eu não iria chorar por aquela estúpida que eu chamava de namorada.

Me despi assim que cheguei ao banheiro e vi as marcas roxas nos meus pulsos quando ergui os braços para soltar os cabelos, depois encontrei mais hematomas doloridos nos ombros quando olhei no espelho. Sem encarar a minha própria imagem por muito tempo, porque eu estava completamente acabada depois daquela semana fora, entrei no chuveiro e, antes de ligar a água, percebi a minha mãe falando com alguém no telefone e ela parecia alterada.

Eu sabia bem com quem ela deveria estar falando e apenas deixei a água escorrer pelo meu corpo de forma delicada, imaginando o que é que não poderia estar acontecendo naquela conversa telefônica. Por um lado eu simplesmente poderia nunca mais olhar na cara da Lauren, mas, por outro, eu me sentia um pouco – bem pouco – mal por perceber que ela estava – muito – encrencada com a minha mãe. Era estúpido ainda me sentir assim, mas acontece que eu não podia evitar, por tudo o que ela já fez por mim e por toda a nossa história.

Não era que eu não ligasse. Eu estava machucada, com raiva, magoada, mas esses sentimentos eram ruins demais, quase tão ruins quanto ficar na casa da minha "querida" sogra. Eu não queria sentir isso. Fazia eu parecer suja, como se precisasse ser lavada por dentro. Estava cansada de sentimentos ruins, de coisas pesando no meu peito, de precisar ficar procurando motivos para levantar da cama ou de chorar. Deus, como eu estava cansada de chorar. Cada vez que as lágrimas subiam aos meus olhos eu tinha a sensação horripilantemente acolhedora de algo que já aconteceu pelo menos um milhão de vezes desde que eu nasci.

Apoiei a testa no vidro do box e não pude resistir a simplesmente deixar o choro irromper pela minha garganta, esperando que ele levasse pelo menos um pouco de tudo de ruim que eu sentia. Eu soluçava muito alto e não queria conter isso – estava esgotada de segurar meus surtos, meus choros, meus ataques. Aquelas porcarias tinham que sair de dentro de mim de alguma forma, nem que para aquilo elas precisassem tomar conta do meu corpo. Ficar no controle o tempo todo era cansativo demais... E só me mostrava que eu não estava controlando droga nenhuma.

Depois de um tempo, voltei encolhida para o chuveiro, ainda soluçando, mas parecendo que eu não tinha mais lágrimas para chorar. Meu corpo estremecia levemente e eu só me concentrei na água quente que descia pelo meu corpo, mas não fazia o mínimo de esforço em levar os sentimentos ruins embora. Eles continuavam aqui, como eu já tinha provado que sempre acontecia toda a vez que eu chorava, porém, eu insistia em ceder. Era como dar muro em ponta de faca.

Alguém – que só podia ser a minha mãe – bateu na porta.

- Camila? Está tudo bem?

- Está. – Projetei minha voz para fora o máximo que eu conseguia e esperei que ela tivesse ouvido.

- Ah sim, achei que tivesse acontecido algo. Não demora, o jantar já está quase pronto. – Escutei seus passos se afastarem da porta e peguei o sabonete de forma preguiçosa, começando a passá-lo pela minha pele.

Terminei o banho em menos de dez minutos, colocando um pijama e descendo. Eu iria ficar no meu quarto mesmo depois do jantar, não havia razão para vestir outra coisa. Afinal de contas, eu não precisava ficar esperando por Lauren chegar do trabalho – ela não estava aqui e eu duvidava muito que ainda tivesse trabalho. Senti um aperto no peito por constatar essa informação, mas não era algo que era relevante no momento. Não sabia como as coisas com a irmã dela iam ficar, não sabia como as coisas entre a gente iam ficar, então era muito provável que eu não esperasse esse tipo de nostalgia tão cedo.

Quando cheguei a cozinha, minha mãe estava terminando de por os pratos. Ela estava séria e eu queria perguntar o que ela e Lauren haviam conversado, mas eu não tinha cem por cento de garantia que minha mãe estava falando com ela, então eu preferia ficar apenas quieta. Sentei na mesa e minha mãe serviu meu prato, ainda em silêncio.

- Você sabe com quem eu estava falando no telefone, não sabe?

- Eu devo ter uma ideia. – Minha voz saiu muito mais fraca do que eu planejava e eu me encolhi na mesa, não fazendo ideia porque eu estava me sentindo tão retraída perante aquela situação. Quer dizer, eu não havia feito nada de errado, deveria estar tranquila, mas alguma parte de mim se senti culpada por não querer que Lauren ficasse tão encrencada quanto eu achava que ela estava. Ainda mais com tudo o que estava acontecendo.

- Então você sabe que eu sei o que aconteceu, não sabe? – Assenti. – Como você se sente sobre isso? – Perguntou se sentando na mesa e eu senti vontade de chorar, mas engoli o bolo em minha garganta.

- Não sei. Você brigou com ela?

- Isso não é importante agora. Eu quero saber como você se sente. – Suspirei fundo.

- Eu já disse que não sei!

- Você veio embora, Camila. Isso deve significar alguma coisa. – Quis bater na minha própria cabeça, mas apenas fechei os punhos sobre a mesa.

- Eu vim embora tanto pelo que aconteceu quanto pela situação que estava lá. Mas eu me arrependo de ter vindo, ao mesmo tempo que acho que fiz a coisa certa porque eu não merecia ser tratada daquela forma. Mas eu me sinto mal de ter deixado ela lá naquela situação ao mesmo tempo que não consegui atender quando ela me ligou mais cedo. – Suspirei. – Agora me diz, você brigou com ela? O que vocês conversaram?

- Ela me contou o que aconteceu e disse que tá muito arrependida etc, etc. Claro que eu quero pegar essa mesa aqui e quebrar na cabeça dela por isso, mas não cabe a mim se meter nesse tipo de situação. Você tem o total controle da sua vida e das suas decisões, você já sabe o que faz e já sabe muito bem o que te faz bem ou não. Mas essa situação é muito delicada e eu acho que você vai precisar de bastante tempo para pensar, já que você está mesmo muito dividida. Eu entendo que você se sinta magoada e sim, como você perguntou, eu briguei sim com ela, mas não acho que a minha opinião vá mudar alguma coisa. A Lauren é maior de idade e eu não sou mãe dela nem nada do tipo, meia dúzia de palavras que eu disser definitivamente não vão mudar nada a não ser se fazer sentir mais arrependida pelo que ela fez. O que de forma alguma é uma coisa ruim, vendo pelo lado que eu confiei em você com ela e tudo mais pra ela fazer isso... – Minha mãe bufou. – Mas ainda é uma situação complicada da qual eu não possuo poder algum de decisão. Você precisa de tempo para pensar e tudo mais. Quer dizer, eu sei que você está com raiva e com razão, eu só acho que nesse tipo de coisa nós temos que ter a cabeça no lugar e ver os dois lados da coisa. Por mais errada que ela esteja, vocês deviam ter uma longa conversa sobre isso, mas depois de um tempo, porque agora está todo o mundo de cabeça quente e a situação também não ajuda. Mas você também deve considerar não só as coisas ruins, como as coisas boas também e tudo o que vocês passaram juntas e o fato dela ser o seu primeiro amor também implica muito porque faz você ficar muito mais magoada e tudo mais. – Franzi o cenho. – Como eu posso explicar isso de uma forma mais simples? O que eu to tentando dizer é que apesar de você ter todo um leque de descobertas com ela, como o seu primeiro beijo, a sua primeira vez...

- Que primeira vez? – Perguntei com as bochechas corando.

- Camila, você e a Lauren ainda não transaram? – Corei ao ouvir a pergunta daquela forma e neguei com a cabeça da forma mais tímida que eu conhecia. – Não é possível! E todas as vezes que eu deixei vocês sozinhas?

- A gente via filme ou dormia... – Minha mãe esfregou a testa.

- Não é possível, não é possível! – Ela respirou fundo. – Tudo bem... Só pense direitinho no assunto antes de tomar alguma decisão que possa se arrepender depois, tudo bem? Essas coisas são muito complicadas e eu sei que você não está acostumada a lidar com isso, então leve o tempo que quiser. – Assenti, ainda vermelha.

- Obrigada, mãe. [...]

Lauren POV

Entrei em casa de forma miserável. Eu me sentia o pior ser humano que possuía o direito de caminhar livremente sobre a terra e ter esse pensamento não estava me ajudando nem um pouco. Passei mais tempo que o normal no quarto de Taylor, contemplando o fato de que todos nós somos pequenos demais para os planos que o destino tem para a gente. E depois voltei para casa caminhando devagar, sem nenhuma pressa e tirar aquele sol da minha cara, porque de alguma forma nada incomodava mais que o rebuliço dentro do meu peito.

Eu me sentia uma merda pelo que fiz com Camila. Sentia que precisava ligar e me desculpar, mas, ao mesmo tempo, não fazia a mínima ideia do que caralhos eu ia dizer, apesar dela ter pedido para ligar. Eu não merecia que ela fosse tão compreensiva comigo e isso, com toda a certeza, não precisava que ninguém me dissesse. Simplesmente merecia ser punida por ter feito aquela merda com a última pessoa do mundo que merecia ser tratada com nada menos do que carinho. Principalmente pelo que ela estava fazendo por mim.

Queria ligar e me desculpar, mas não fazia ideia do que dizer a ela. Eu me sentia suja demais para pegar o telefone e fazer uma simples ligação, nem que ela desligasse na minha cara – que não seria nada a mais do que eu mereço, diga-se de passagem. É idiota querer se autopunir, mas, naquele momento, eu queria como o inferno. Queria sentir alguma coisa tão ruim que me fizesse achar que eu estava pagando o que eu fiz com ela. Queria que a dor fosse tão imensa, tão densa, tão pesada, que levasse essa culpa embora.

Porém, como é de cunho popular, a culpa é o pior sentimento do mundo e talvez demora mais tempo para ir embora do que a própria mágoa. Funguei sozinha e minha mãe apareceu na sala, vindo na minha direção. Esses pensamentos rodeavam a minha cabeça com tanta força que eu mal havia fechado a porta da sala ainda, mas minha cabeça girava com tudo o que acontecia dentro de mim naquele momento.

A ideia inicial era passar direto pela minha mãe e subir para o meu quarto, mas ela me conteve.

- Oi, Laur. Você demorou hoje. – Disse de forma branda e carinhosa, enquanto eu franzia o cenho para aquela demonstração de amor gratuita e bizarra.

- É. Fui dar uma volta. – Respondi de um jeito rápido, na intenção de continuar andando. Minha intenção era ir para o quarto, mas fui obrigada a parar quando Lauren falou de novo.

- Ei. Eu soube que ela foi embora... Sinto muito. – Dei de ombros, engolindo as lágrimas ao lembrar disso. – Olha... Deixei seu prato pronto. Você não comeu nada hoje, vem aqui que eu esquento.

- Estou sem fome, mãe.

- Come só um pouquinho, minha filha. – Senti minha mãe se aproximar e franzi o cenho. – Quero conversar um pouco com você também. – Deixei meus ombros caírem e comecei a acompanhar Dona Clara em direção da cozinha, depois de tentar especular o que estava acontecendo.

- Obrigada. – Agradeci sem vontade quando o prato parou na minha frente e peguei o garfo, começando a remexer o frango.

- De nada... – Respondeu de forma gentil. – Laur... Você quase não falou comigo desde que chegou... – Levantei os ombros.

- Porque isso agora? – Perguntei sem intenção de ser legal. Havia sido um longo dia e eu não estava com muita paciência para as gracinhas da minha mãe.

- Porque eu percebi que não tenho conversando com você, minha filha... – Larguei o garfo do lado do prato.

- Você não quis saber se eu estava viva ou morta por meses! – Me exaltei, levantando da cadeira. – Não venha com esse papinho ridículo agora, não apaga o que você fez! Eu não tenho absolutamente nada para falar com você.

- Laur... Eu sei. E eu fico extremamente arrependida por isso, eu só.... – Interrompi, elevando meu tom de voz.

- Agora você quer bancar a mãe porque a minha irmã está morrendo em uma cama de hospital e você provavelmente nunca vai conseguir tirar a culpa de cima dos seus ombros porque todos nós aqui sabemos que seria um milagre se ela acordasse e milagres não existem! Você querer recuperar o tempo perdido comigo só porque percebeu graças a essa tragédia que em um minuto estamos aqui e no outro não estamos não muda nada, porque só prova que durante todos esses meses você estava cagando pra mim. Mas qualquer um dos seus filhos que tivesse se deitado naquele maldito leito se tornaria o melhor filho do mundo, correto? Se Taylor namorasse uma deficiente e você fizesse aquele escarcéu com ela, a essa altura estaria fingindo que nada aconteceu, que você apoiava o romance, que estava tudo bem. Existem dois tipos de arrependimento, aquele que vem de dentro do coração e aquele que é imposto pelo destino. Você só se utiliza do segundo, porque lhe é conveniente, afinal de contas, pra que abrir mão da porra do seu orgulho uma vez na vida? Eu achei que você tivesse aprendido com as lições que a vida te deu por causa da vovó, mas tudo isso só prova que você nunca vai mudar. – As lágrimas escorriam desesperadamente pelo rosto de minha mãe, mas de alguma forma aquilo era o que menos me importava. Eu estava magoada com a postura dela de nunca ter tentando me procurar durante todos esses meses e de querer fazer a arrependida só porque ela percebeu que os filhos não são imortais. Se fossem, então, ela passaria o resto da vida fingindo que nunca me pariu. – E eu, sinceramente, desisto de esperar por isso.

- O que está acontecendo aqui? – Encarei a imagem de meu pai, sempre tão submisso a minha mãe, as vontades dela, as opiniões dela, a ponto de não ter nada vindo de si mesmo. Ele era o reflexo do que ela queria que ele fosse e eu achava que nenhum tipo de casamento poderia ser saudável quando uma das partes simplesmente vive a sombra da outra. Olhei com desprezo quando ele foi acudir minha mãe, que chorava no meio da cozinha e neguei com a cabeça, pensando que, apesar de não ter feito nada de ruim comigo, ele também não fez nada de bom.

E tudo porque?

Por um preconceito idiota.

- Vocês se merecem. – Murmurei saindo da cozinha, enquanto meu pai parecia sem entender nada e minha mãe chorava descontroladamente.

Chegando ao meu quarto, eu parei para pensar em tudo o que disse para a minha mãe e peguei meu celular, me sentindo desesperada para não ser igual a ela. Eu disse a ela quinhentas mil coisas sobre perder as pessoas ou não demonstrar que se importa e eu sabia que eram duas situações extremamente diferentes, mas eu queria fazer a coisa certa com Camila, mesmo que ela não quisesse olhar para a minha cara nunca mais.

Era compreensível eu estava errada. Mas eu tinha que tentar me desculpar ou ao menos conversar com ela, mostrar o quão arrependida eu estava, não sei. Eu tinha que fazer alguma coisa, porque quanto mais parada eu ficava, mais parecia que o tempo estava escorrendo entre os meus dedos. E, se havia alguma parte remota e desconhecida dela que estava esperando uma ligação minha, eu não podia decepcioná-la.

Não de novo.

Peguei meu aparelho celular de dentro do bolso e disquei para ela. Levei o aparelho ao ouvido, escutando um, dois, três, quatro, cinco toques. Isso me fazia lembrar de quando eu estava viajando e sentia uma agonia na sua demora para atender. A diferença é que pelo menos ali, eu tinha certeza de que ela iria atender ou ligar de volta se não estivesse perto do celular.

Apertei o celular quando escutei aquele bip e corte rápido de quando a pessoa recusa a chamada. Larguei o aparelho ao meu lado, eu não iria tentar ligar de novo já que ela não queria falar comigo. Amanhã eu tentaria novamente.

Encarei o quarto a minha volta, o quarto da casa onde eu cresci. Ele já havia sido rosa claro, branco, lilás e agora voltara a ser branco, mas por conta da luz apagada e da pouca luz que entrava pelas janelas, as paredes davam a sensação de ser cinza.

Cinza é uma cor que não é preto, mas também não é branco, parece uma mistura dos dois que resulta em um tom feio, apagado, sem vida. É uma cor que não anima um ambiente, ela o deixa triste. Algumas pessoas gostam de usar cinza, mas eu particularmente não gostava muito. Achava que não era uma coisa nem outra, que era a representação mais pura do "tanto faz" em forma de algo que se disfarçava entre as cores que tinham um propósito de ser.

Mas, naquele momento, no meu quarto, o cinza o fazia parecer um ambiente vazio. Quer dizer, mesmo com todos os móveis e tudo mais, a cor cinza dava um tom mórbido a tudo aquilo que explicava exatamente como eu me sentia:

Vazia de bons sentimentos.

[n.a.] SPOILER DO PRÓXIMO CAPÍTULO: LAUREN VAI MANDAR UM MONTE DE MINA DANÇANDO NA CASA DA CAMILA E COLOCAR PRA TOCAR

IS IT TOO LATE NOW TO SAY SORRYYYYYY CAUSE IM MISSING MORE THAN JUST YOUR BODY (mentira né gente nem do corpo da pra sentir falta as virge nunca se comeram né vamo faze o que)

MENTIRA EU TO BRINCANDO

MAS DANCEM AI EM CASA

IS IT TOO LATE NOW TO SAY SORRY CAUSE IM MISSING MORE THAN JUST YOUR BODY TA NA NA NA NA NA NA

MENTIRA PAREI

ESPERO QUE TENHAM GOSTADO DO CAPÍTULO

FAÇAM SUAS APOSTAS PARA O QUE VAI ACONTECER DEPOIS

E O MAIS IMPORTANTE DE TUDO:

mentira não tem mais importante

AMO VOCÊS

QUALQUER COISA PENTELHEM MEU CU NO TWITTER @coicedalauren

BEIJOSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS DE LUZ NO COLO DO ÚTERO [/n.a.]

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