Be Your Everything

By bmt5hh

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[FINALIZADA] Existem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dize... More

Capitulo 1 - Someone different
Capitulo 2 - Unexpected
Capitulo 3 - Smile
Capitulo 4 - Speeechless
Capitulo 5 - Little note
Capitulo 6 - Friend
Capitulo 7 - Idiot
Capitulo 8 - Goodnight kiss.
Capitulo 9 - First kiss
Capitulo 10 - Kiss me
Capitulo 11 - Picnic
Capitulo 12 - Bad Day
Capitulo 13 - Distraction
Capitulo 14 - I promise
Capitulo 15 - Sinu
Capitulo 16 - Good night
Capitulo 17 - Love
Capitulo 18 - Gift
Capitulo 19 - Girlfriend
Capitulo 20 - No way
Capitulo 21 - Chasing pavements
Capitulo 22 - Parents
Capitulo 23 - Bath
Capitulo 24 - Why?
Capitulo 25 - Fuck it
Capitulo 26 - Lego house
Capitulo 27 - Keep calm...
Capítulo 28 - New chapter
Capítulo 29 - Heartache
Capítulo 30 - Incident
Capítulo 31 - Shit!
Capítulo 32 - Normal
Capítulo 33 - Not you, Lo.
Capítulo 34 - Same thing
Capítulo 35 - Take me into your lovin' arms
Capítulo 36 - Decision
Capítulo 37- Angel
Capítulo 38 - You can kiss me right now
Capítulo 39 - Do you love me?
Capítulo 40 - God help me.
Capítulo 41 - It's a good day, Camila.
Capítulo 42 - Something is going on...
Capítulo 43 - Fucking perfect
Capítulo 44 - Jealous
Capítulo 45 - Breaking the rules
Capítulo 46 - Freak
Capítulo 47 - How I Met Your Ex Girlfriend
Capítulo 48 - Something about love
Capítuo 49 - One Month
Capítulo 50 - Hickey
Capítulo 51 - The nightmares in my head are bad enough
Capítulo 52 - Don't cry (parte 1)
Capítulo 53 - Don't cry (parte 2)
Capítulo 54 - Hello beautiful
Capítulo 55 - That day
Capítulo 56 - Home.
Capítulo 57 - Lucky
Capítulo 58 - Prom?
Capítulo 59 - Happy birthday, Camila
Capítulo 60 - Lavenders
Capítulo 61 - Back at one
Capítulo 62 - Foreboding
Capítulo 63 - San Miguel
Capítulo 64 - Nightmare house
Capítulo 65 - The Visit
Capítulo 66 - Bad dream?
Capítulo 68 - Grey
Capítulo 69 - Space is just a word
Capítulo 70 - Is everything okay?
Capítulo 71 - Time
Capítulo 72 - Give me love
Capítulo 73 - Back to normal
Capítulo 74 - Dinner
Capítulo 75 - New conquests
Capítulo 76 - Our song
Capítulo 77 - Porn
Capítulo 78 - Camp pt. 1
Capítulo 79 - Camp pt. 2
Capítulo 80 - Camp pt 3
Capítulo 81 - Accounting
Capítulo 82 - Just a long day
Capítulo 83 - College
Capítulo 84 - Trouble in paradise
Capítulo 85 - Necklace
Capítulo 86 - A drop in the ocean
Capítulo 87 - We need to talk
Capítulo 88 - Fresh start
Capítulo 89 - A big step
Capítulo 90 - Hero
Capítulo 91 - Please be mine
Capítulo 92 - Graduation
Capítulo 93 - Forgiveness
Capítulo 94 - Honeymoon
Capítulo 95 - Change of plans
Capítulo 96 - Complicity
Capítulo 97 - Freddy
Capítulo 98 - Ready
Capítulo 99 - Fear
Capítulo 100 - Results
Capítulo 101 - I'm not afraid
Capítulo 102 - Sunday, bloody sunday
Capítulo 103 - Working it out
Capítulo 104 - The f word
Capítulo 105 - Problem
Capítulo 106 - Don't be afraid to be scared
Capítulo 107 - Doctor
Capítulo 108 - Twins
Capítulo 109 - Be Your Everything

Capítulo 67 - Reality sucks

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By bmt5hh

[n.a] ESTOU EU AQUI DE NOVO GENTE!! NÃO DEMOREI TANTO, QUERO BEIJOS NA BOCA POR ISSO

PREPARADOS PARA ACABAR COM A AGONIA DE SABER SE ERA SONHO OU NÃO????????????????? HERE WE GOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOOO

BOA LEITURA [n.a/]

Narrador POV

- O que foi? – Lauren perguntou quando percebeu que Camila começava a tremer. – Você tá bem?

- Não sei... – Ela agarrou a blusa da mais velha com mais força. – Eu... O que aconteceu? – Lauren franziu o cenho.

- Você dormiu e eu te coloquei na cama, minha princesa. – Camila engoliu em seco e fechou os olhos, pensando: "eu dormi onde?".

Ela não sabia se seria inteligente perguntar esse tipo de coisa para Lauren, já que não fazia a mínima ideia de como dizer que ela estava misturando realidade com sonho sem parecer que fugiu de um hospício. Talvez fosse por ela faltado a sessão do tratamento, mas o que Camila podia fazer? Foi sua escolha vir para cá e cada dia mais ela aprendia que tinha que lidar com isso, não importava o quão ruim fosse.

Será que apenas uma sessão faltada era capaz de fazer isso com a cabeça? Camila estava presa nessa porcaria para sempre?

Escondeu o rosto no ombro de Lauren, pensando que talvez ela não tivesse porcaria de controle nenhum sobre seu corpo. Podia ser apenas a confiança que ir ao tratamento lhe dava e, agora que ela havia faltado a uma sessão, as coisas estavam desandando.

Aquelas questões assustavam a menina. Ela ainda estava abalada com a questão do sonho e do que aconteceu antes dela dormir e do que vinha acontecendo todos esses dias. E Camila ainda estava aqui.

Havia chego a beira de um surto inúmeras vezes, mas ela havia aguentado firme. Mesmo que isso pudesse não parecer nada enquanto ela tremia feito um bebê não conseguindo distinguir realidade de sonho e com medo de acordar a qualquer momento em uma realidade muito pior, era alguma coisa em que ela podia se agarrar.

- Me fala o que há de errado, minha princesa. – Lauren pediu novamente e Camila se afastou, se sentando na beira da cama depois de ver que seus pulsos, outrora vermelhos, tinham marcas roxas agora.

Lauren ficou quieta quando percebeu que o que havia de errado era ela e seu comportamento descontrolado há algumas horas e quis bater na própria cara, mas não iria adiantar nada. Camila estava com as sobrancelhas juntas e encarava o chão, só Deus era capaz de saber o que se passava naquela cabeça.

- Me deixa sozinha. – Camila pediu e Lauren não disse nada antes de levantar da cama e sair do quarto, fechando a porta devagar atrás dela.

A menina pegou o celular e discou o número de sua mãe com seus dedos trêmulos, levando o aparelho ao ouvido.

- Camila? – Sinu atendeu e a pequena deixou as lágrimas escorrerem pelo seu rosto.

- Eu quero ir embora, mãe. Me leva embora, por favor.

- O que aconteceu? – Camila fungou.

- Nada, eu só não aguento mais ficar aqui nessa casa. Me leva embora, mãe.

Camila sabia que também iria se arrepender da decisão de ir embora tanto quanto se arrependia da de ter vindo. Mas ela sentia que não possuía escolha e estava confusa demais com o que havia acontecido mais cedo. A pressão em sua cabeça só parecia aumentar a medida que ela respirava e as coisas pareciam destoadas demais da realidade. Camila precisava colocar a sua cabeça no lugar, mas nunca faria isso naquela casa.

Pelo menos ninguém poderia dizer que ela não tentou. [...]

Lauren se sentia extremamente cansada, física e mentalmente. Era madrugada e ela entrou devagar em seu quarto, não muito certa se poderia dormir com a menina ou não. Ela caminhou devagar até a cama e deitou com a delicadeza de uma pluma, com medo de acordá-la e ter uma reação negativa. Apesar de parecer que a menina estava dormindo, ela não estava. Lauren congelou.

- Não consigo dormir. – Camila sussurrou se aproximando da maior e deitando a cabeça no seu ombro. Lauren se sentia grata por ela estar agindo "normalmente", mas preferiria que talvez a menina a punisse. Ela iria se sentir melhor, já que tinha um gosto amargo na boca pelo que fez. Abriu a boca, pensando em dizer algo a respeito, mas preferiu ficar quieta e não trazer o assunto desnecessário a tona.

Não que ela não fosse falar disso no dia seguinte.

- Não consigo dormir quando você não tá perto. – Camila disse com pesar, Lauren arriscava dizer que a voz dela estava embargada.

- Não vou a lugar algum. – Apertou a menor em seus braços que estremeceu levemente. A mais velha acariciou seus cabelos se sentindo completamente esgotada de nunca ter algo de útil a ser feito.

- Lo? – Camila chamou se virando e colocando o queixo no peito de Lauren para poder olhá-la enquanto falava.

- Oi, princesa. – Lauren colocou uma mecha de cabelos dela para trás de sua orelha.

- Fica mais fácil? Conforme os dias vão passando?

- Não. – Respondeu sincera. – É uma merda porque cada dia a mais é a minha certeza que aumenta que ela não vai acordar. – Camila olhou para baixo por um momento e depois voltou a encarar Lauren, que parecia cansada, mas sem sono. Suas olheiras tinham a impressão de serem mais fundas no escuro do quarto.

- Eu não deveria ter vindo, deveria? – A mais nova lançava um olhar para a outra que dizia para ela ser sincera como nunca foi na vida. Lauren se sentiu sem opções, mas hesitou um pouco antes de falar.

- Não. Mas eu iria enlouquecer sem você aqui. – Camila franziu o cenho. – Nem sempre as coisas que deveriam acontecer são as melhores coisas. Depende do ponto de vista. A minha parte egoísta está feliz por você estar aqui, mas eu sei de todas as partes ruins, principalmente estar aqui, com a minha mãe e tudo mais. Eu estou muito orgulhosa de você por isso. – A menor ergueu os cantos da boca por alguns segundos, no mais perto que ela havia chegado de sorrir nesses últimos dias.

- Às vezes eu também acho que não deveria ter vindo. – Lauren a olhou de um jeito que a fez encolher os ombros. – Ok. Todo o tempo eu penso isso. Mas eu to aqui e por mais que eu pense isso, eu sinto que o certo era estar aqui. – Camila respirou fundo e abriu a boca algumas vezes, ensaiando o que falar. – Se eu te fizer uma pergunta, você promete não ficar brava? – Sussurrou, como se isso fosse diminuir o peso do que ela ia dizer.

- Prometo. – Lauren sussurrou de volta, na intenção de deixar a menina mais confortável.

- Você já teve a sensação... Ou imaginou... – Camila falou com algumas pausas, sua voz falhando em vários momentos porque ela não queria dizer aquilo, mas sentiu que precisava verbalizar. – Como seria se a gente... Não tivesse junta? – Lauren assentiu, tirando um peso de seus ombros quando ela percebeu que não era a única.

- Sim. – A menina ficou esperando Lauren dizer mais alguma coisa. – Mas não faz sentido. Eu sei exatamente o que você deve estar pensando, mas não, não vale a pena. O que as pessoas não entendem é que não dá pra colocar outras coisas acima do amor. – Lauren segurou a mão da outra entre as suas. – O que nós temos é algo que poucas pessoas no mundo têm. Eu sinto que, se eu vivi um milhão de vidas, você é o meu amor de todas elas.

- Tipo... Como se todas as nossas vidas tivessem sido feitas para nos encontrarmos nessa? – Camila parecia se esforçar para manter a conversa e a outra não poderia estar mais confusa. Ela não era de puxar assunto, Lauren mal se lembrava da última vez que ela fez isso. Era difícil por causa da Síndrome e a mais velha entendia isso. O problema maior aqui era porque Camila queria puxar assunto. Se ela estivesse simplesmente sem sono, assistiria televisão ou jogaria no celular até o sono vir.

Não, Lauren conhecia a sua namorada.

E havia alguma coisa errada.

- Pode ser. Não sei se essas coisas realmente existem. – Fez um carinho circular com o dedão na bochecha da menor. – Mas, se existirem, faz algum sentido.

- Eu gosto de acreditar que existem. Explica algumas coisas que aparentemente não tem muita explicação lógica. – Lauren estreitou os olhos.

- Como o que, princesa?

- Com porque bebês que nunca fizeram nada para ninguém nascem com problemas que eles vão ter que conviver o resto da vida. Não to falando de mim. Na tv a gente vê casos muito piores. Até mesmo casos onde as crianças não chegam nem a adolescência. Ou porque nascem surdos cegos, entre outras coisas. Acreditar que a alma deles está pagando o que fez em outra vida é mais fácil pra mim do que achar que a vida pode ser tão cruel. Ainda que eu sabia que é. – A maior assentiu e bocejou.

- Faz sentido mesmo. – Suspirou e Camila ficou quieta, parecendo temporariamente perdida por não saber o que responder. – Princesa... O que há de errado? Quer dizer, você não é de conversar assim. Aconteceu algo?

- Não, não é isso, meu anjo. Eu só sinto que não temos falado direito nesses últimos dias. – Lauren torceu a boca. Claro que ela não estava acreditando nessa merda.

- Eu te conheço, princesa. Eu sei que tem alguma coisa errada. Mas tudo bem, eu respeito se você não quiser falar. – Camila se sentiu extremamente mal por não ter coragem de falar e deitou no peito de sua namorada, se encolhendo.

- Me abraça, Lo. Só me abraça. – Lauren beijou o topo de sua cabeça e a apertou entre seus braços, daquela forma que Camila sentia que iria ficar tudo bem.

Quando Lauren pegou no sono, ela sabia que Camila ainda estava acordada. Queria ter lhe feito companhia, ainda que fosse em silêncio, mas ela não conseguiu. Dormiu com uma sensação ruim no peito e teve sonhos ruins a noite toda, mas não acordou em nenhum deles. [...]

Clara desceu do táxi e entrou em casa. O dia já estava amanhecendo e ela estava chegando do hospital, pois havia passado a noite com Taylor. Não dormiu direito, passou um bom tempo olhando e conversando com a filha, naqueles momentos em que a culpa esmagava o seu peito por aquela fatídica noite. Mas as pessoas fazem coisas idiotas e não necessariamente sabem das consequências delas, afinal de contas, se soubessem, ninguém iria agir errado.

E talvez apenas fosse para ser

Ela não sabia porque, nem muito menos a mando de quem, mas esse pensamento a confortava, da forma possível. Se fosse para ser, Taylor estaria naquela cama por culpa de Clara ou não. Isso era menos pior do que levar a culpa pelo acidente e ela era estúpida o suficiente para preferir isso.

Não que a fizesse se sentir menos mal pela filha.

Suspirou e subiu as escadas devagar, com cuidado para não fazer barulho e acordar o resto da casa. Abriu a porta do quarto que ela dividia com seu marido, que roncava em cima da cama e pisou em algo ao entrar no mesmo. Olhou para baixo e viu uma folha de ofício dobrada em três partes, escrito "Clara" com uma caligrafia bonita e desconhecida por ela. O quarto estava escuro porque as janelas estavam fechadas, então ela desceu as escadas novamente e se sentou no sofá para ler. Tinha a sensação de ser algo importante, ainda que não soubesse de onde veio ou quem colocou aquilo ali.

Desdobrou o papel de ofício com cuidado e encontrou a mesma caligrafia caprichada e regular, apesar da falta de linhas no papel, com traços elegantes e meio tombadinha para o lado direito. Não era a letra de nenhum dos seus filhos nem de seu marido, disso ela tinha certeza. Franziu o cenho quando começou a ler.

"Dona Clara, é a Camila quem lhe escreve isto. Estou deixando a sua casa nesta madrugada e gostaria de dizer algumas coisas para a senhora, mas eu não consigo, então optei por escrever.

Eu sei que você não gosta de mim, tenha a certeza disso. Também não gosto da senhora, o que poderia ser diferente se não fosse tão ignorante. Mas não espero que a sua mente mude aos quarenta e cinco do segundo tempo, somente quero que saiba de algumas coisas que naturalmente estão além da sua compreensão.

Entendo a sua implicância comigo, entendo mesmo. A senhora é a mãe da Lauren e quer o melhor pra ela e eu não sou a melhor pessoa que ela pode ter. Sei e entendo isso. Não sou retardada, ao contrário do que acha. Eu pensava e ainda penso bastante em como a vida da Laur seria melhor sem mim, mas não há nada que possamos fazer a respeito disso. Ela me ama e quer estar comigo agora, por mais estranho que isso possa parecer é a verdade.

Nós fazemos uma a outra feliz. Mesmo com todas as dificuldades e todas as coisas que acontecem – a senhora foi apenas uma delas – no final do dia, eu me sinto completa porque a tenho do meu lado. A senhora deve pensar que não sabe o que ela viu em mim. Tudo bem, eu também não sei. Mas o amor tem dessas coisas mesmo, você não escolhe quem é que vai ser a pessoa que fará as suas pernas tremerem quando chega perto. Eu não espero que compreenda isso, embora eu saiba que a senhora e o pai da Lo são casados há muitos anos e são felizes. A senhora não vai compreender porque não quer. As pessoas costumam fazer isso quando se trata de mim.

Eu entendo e estou acostumada.

Eu só te peço – embora não ache que tenha direito de te pedir nada – que pare de tratar a Lo dessa forma. De brigar com ela por minha causa e tudo mais. Ela já te deu provas que não vai sair do meu lado porque a senhora quer, mas não há necessidade de manter esse clima horrível com ela.

A senhora não faz ideia do quanto a sua filha é preciosa. Ela é única no mundo e a senhora deveria ter muito orgulho dela. Ela é gentil, amorosa, inteligente, protetora, carinhosa e muitas outras coisas. A Lo tem um coração enorme e ela não merece que a senhora a faça se sentir mal. Da outra vez que viemos aqui, eu nem sei explicar o estado em que ela ficou e o quanto isso foi cruel da sua parte. Ela te ama, a senhora é a mãe dela. Tudo bem a senhora e o resto da sua família me odiarem por não acharem que eu sou a pessoa adequada para ela. Acho compreensível. Só faça as coisas certas com ela.

A Lo é a última pessoa do mundo que merece chorar ou se sentir mal. Eu sei que eu posso contar nos dedos de uma mão as pessoas que eu conheço bem como eu a conheço, mas eu não preciso conhecer outras pessoas para saber que o coração dela é muito puro e não merece ser quebrado. Eu sei que pode parecer hipócrita da minha parte estar indo embora nessa situação e falando sobre o quanto ela não merece ser magoada, mas a Laur entende. Só ela entende.

Eu posso não ser pessoa indicada para a Lo, mas eu me esforço todos os dias para ser pelo menos um décimo do que ela merece e faço o possível para fazê-la feliz.

Isso se chama amor.

Atenciosamente, Camila."

Quando Clara terminou de ler, colocou o papel no colo e limpou as lágrimas do rosto. [...]

Lauren acordou sem a mínima noção de hora. Ela estava abraçando um travesseiro e Camila não estava na cama com ela. Bocejou e se sentou na beirada da mesma, esfregando os olhos para abri-los e constatar que a menina não estava em nenhum canto do quarto. Franziu o cenho e se levantou, Camila não costumava sair do quarto, a menos que fosse para ir ao banheiro. Mas a porta do banheiro estava aberta e a menina não estava lá dentro.

Voltou para o quarto preocupada, não sabia onde a menina estava e tinha medo de ter acontecido alguma coisa enquanto ela dormia. Talvez tivesse ido na cozinha comer algo, já que Lauren demorou para acordar, mas ela duvidava muito. Suspirou e foi até o quarto, com uma sensação ruim no peito. Mas se algo tivesse acontecido a menina, ela tinha certeza que alguém dessa casa iria avisá-la.

Seu celular vibrou em cima da cômoda enquanto ela andava de um lado para o outro no quarto, sem saber o que fazer. Estremeceu e foi até o aparelho, que indicava mensagens de várias pessoas, mas ela ignorou quando viu que Camila havia lhe mandado um SMS às oito e quarenta e três da manhã, que continha apena uma palavra: "Desculpa.".

Lauren grunhiu e largou o aparelho na cama.

Ela sabia que havia alguma coisa errada naquela noite, só não imaginava que podia ser isso. Para constatar, viu que a mochila de roupas de Camila havia sumido, assim como seu caderno de desenho e todos os seus outros pertences básicos. Ela sentia vontade de chorar ou de quebrar alguma coisa, mas percebeu que havia outra mensagem da menina, então abriu. Essa foi enviada às nove e vinte e sete da manhã.

"Me liga quando acordar. Não fica brava Lo, por favor. Eu te amo".

Lauren enfiou o rosto no travesseiro e gritou. Em seguida, desabou de chorar. Deus, ela se sentia a pior coisa do mundo. Seu peito estava apertado, pequeno, quase sumindo de tanta angústia.

E sim, Lauren entendia o motivo pelo qual a menina foi embora, só não entendeu porque teve que ser assim. Tão repentino, tão estranho... ela queria ter pelo menos tido a chance de se despedir ou algo do tipo. Engoliu em seco imaginando que podia ter muito haver com o que ela fez no dia anterior, mas Lauren realmente não precisava desse tipo de culpa em si mesma, embora tivesse. Achou que as coisas fossem ficar melhores depois da noite passada, porém, talvez fosse pedir demais. Camila devia estar assustada, era muita coisa em cima dela.

Lauren odiava admitir que, se a situação fosse ao contrário, ela nem teria vindo. E mesmo assim Camila o fez, por ela. Então tudo bem se a menina foi embora e Lauren não fazia a mínima ideia do pé em que a relação delas estava. Soltou o ar devagar e preferiu não ligar para a menina agora. Ela estava muito abalada e não sabia o que dizer, então preferiu apenas tentar parar de chorar e em seguida ir tomar um banho longo e quente, a fim de colocar os pensamentos no lugar. Não estava afim de brigar e queria dar espaço para Camila colocar seus pensamentos no lugar também. Não fazia ideia de como estava aquela cabecinha e não queria piorar a situação.

Decidiu ir comer alguma coisa depois do banho e depois foi visitar a sua irmã no hospital. Foi a pé mesmo, com as mãos nos bolsos do short jeans, caminhando devagar e se sentindo sem rumo mesmo que ela soubesse para onde estava indo. O sol estava brilhando com força naquele dia, como uma ironia do destino, mas as coisas não são como nos filmes, que quando parece que está tudo errado, começa a chover para acompanhar a sua tristeza. Estava sol, as pessoas estavam se divertindo em milhares de outros pontos da Califórnia, mas Lauren sentia como se uma mão estivesse esmagando o seu peito o tempo todo.

Ela estava terrivelmente mal. Não sabia como lidar com a distância da menina, ainda por cima de uma forma que foi tão rápido quanto um piscar de olhos. Pelo menos, quando Lauren foi viajar, ela sabia o que a aguardava.

Agora, não fazia a mínima ideia.

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