Be Your Everything

By bmt5hh

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[FINALIZADA] Existem muitas definições para o amor. Uns dizem que amor não existe sem sacrifício. Outros dize... More

Capitulo 1 - Someone different
Capitulo 2 - Unexpected
Capitulo 3 - Smile
Capitulo 4 - Speeechless
Capitulo 5 - Little note
Capitulo 6 - Friend
Capitulo 7 - Idiot
Capitulo 8 - Goodnight kiss.
Capitulo 9 - First kiss
Capitulo 10 - Kiss me
Capitulo 11 - Picnic
Capitulo 12 - Bad Day
Capitulo 13 - Distraction
Capitulo 14 - I promise
Capitulo 15 - Sinu
Capitulo 16 - Good night
Capitulo 17 - Love
Capitulo 18 - Gift
Capitulo 19 - Girlfriend
Capitulo 20 - No way
Capitulo 21 - Chasing pavements
Capitulo 22 - Parents
Capitulo 23 - Bath
Capitulo 24 - Why?
Capitulo 25 - Fuck it
Capitulo 26 - Lego house
Capitulo 27 - Keep calm...
Capítulo 28 - New chapter
Capítulo 29 - Heartache
Capítulo 30 - Incident
Capítulo 31 - Shit!
Capítulo 32 - Normal
Capítulo 33 - Not you, Lo.
Capítulo 34 - Same thing
Capítulo 35 - Take me into your lovin' arms
Capítulo 36 - Decision
Capítulo 37- Angel
Capítulo 38 - You can kiss me right now
Capítulo 39 - Do you love me?
Capítulo 40 - God help me.
Capítulo 41 - It's a good day, Camila.
Capítulo 42 - Something is going on...
Capítulo 43 - Fucking perfect
Capítulo 44 - Jealous
Capítulo 45 - Breaking the rules
Capítulo 46 - Freak
Capítulo 47 - How I Met Your Ex Girlfriend
Capítulo 48 - Something about love
Capítuo 49 - One Month
Capítulo 50 - Hickey
Capítulo 51 - The nightmares in my head are bad enough
Capítulo 52 - Don't cry (parte 1)
Capítulo 53 - Don't cry (parte 2)
Capítulo 54 - Hello beautiful
Capítulo 55 - That day
Capítulo 56 - Home.
Capítulo 57 - Lucky
Capítulo 58 - Prom?
Capítulo 59 - Happy birthday, Camila
Capítulo 60 - Lavenders
Capítulo 61 - Back at one
Capítulo 62 - Foreboding
Capítulo 63 - San Miguel
Capítulo 64 - Nightmare house
Capítulo 66 - Bad dream?
Capítulo 67 - Reality sucks
Capítulo 68 - Grey
Capítulo 69 - Space is just a word
Capítulo 70 - Is everything okay?
Capítulo 71 - Time
Capítulo 72 - Give me love
Capítulo 73 - Back to normal
Capítulo 74 - Dinner
Capítulo 75 - New conquests
Capítulo 76 - Our song
Capítulo 77 - Porn
Capítulo 78 - Camp pt. 1
Capítulo 79 - Camp pt. 2
Capítulo 80 - Camp pt 3
Capítulo 81 - Accounting
Capítulo 82 - Just a long day
Capítulo 83 - College
Capítulo 84 - Trouble in paradise
Capítulo 85 - Necklace
Capítulo 86 - A drop in the ocean
Capítulo 87 - We need to talk
Capítulo 88 - Fresh start
Capítulo 89 - A big step
Capítulo 90 - Hero
Capítulo 91 - Please be mine
Capítulo 92 - Graduation
Capítulo 93 - Forgiveness
Capítulo 94 - Honeymoon
Capítulo 95 - Change of plans
Capítulo 96 - Complicity
Capítulo 97 - Freddy
Capítulo 98 - Ready
Capítulo 99 - Fear
Capítulo 100 - Results
Capítulo 101 - I'm not afraid
Capítulo 102 - Sunday, bloody sunday
Capítulo 103 - Working it out
Capítulo 104 - The f word
Capítulo 105 - Problem
Capítulo 106 - Don't be afraid to be scared
Capítulo 107 - Doctor
Capítulo 108 - Twins
Capítulo 109 - Be Your Everything

Capítulo 65 - The Visit

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By bmt5hh

Narrador POV

Antes mesmo que Lauren voltasse, Camila se sentiu inquieta e foi até sua mochila, pegou seu caderno de desenho de lá de dentro e voltou a se sentar na cama, com o caderno no colo. Ela precisava se distrair e relaxar um pouco, então começou a fazer alguns traços que aparentemente não iriam levar a lugar nenhum e talvez fosse essa a intenção. Lauren voltou algum pouco tempo depois e ela trazia um prato grande com dois copos de suco de laranja e algumas torradas.

- Seu irmão não gosta de mim. – Camila disse enquanto elas comiam, simplesmente expressando algo que ela tinha percebido em todas as vezes que conseguiu sentir o olhar do cara sobre ela. Não importava se ele era irmão de Lauren, afinal das contas. Não mudava o fato de que ele não gostava dela.

- Que? Isso é impressão sua. – Lauren disse depois de beber um gole de suco. – É claro que ele gosta de você.

- Não gosta, Lo. Consigo sentir isso. Não é coisa da minha cabeça. – Lauren levantou um olhar cansado e duvidoso para a menina, que ergueu os ombros lentamente, em um gesto que ela não percebia que ela fazia com tanta frequência como a frequência que ela piscava ou respirava.

- Porque, então? – Ela levantou os ombros de novo.

- Eu só sei. Esquece isso, Lo. – Foi a vez de Lauren dar de ombros.

Elas acabaram de comer em silêncio e Camila se sentia queimar a cada segundo que elas passavam sem falar nada, porque geralmente era Lauren quem puxava assunto e se ela estava quieta era a mais clara personificação do tipo de inferno que ela estava passando. Não era questão de querer atenção para si mesma e sim dela não ter a mínima ideia do que ela poderia fazer para que Lauren se sentisse melhor.

Geralmente era a mais velha que confortava e consolava ela, mas quando a situação era inversa, Camila se sentia completamente impotente, insuficiente, inútil e adjetivos piores. Quase o mesmo tipo de sensação que Lauren sentia ao ver a menina surtar e todas as questões já tão exaustivamente discutidas sobre os problemas que a menina tinha. Só não era igual porque Lauren não era retardada, a situação era diferente e mesmo que fosse igual, pessoas diferentes não podem ter os mesmos sentimentos e sensações.

Simplesmente não fazia muito sentido.

O lápis de Camila voltou para o papel, mas a atenção dela estava concentrada na outra pessoa presente no quarto, que havia ido se sentar na cadeira giratória do computador e mexia em alguma coisa no seu celular, movendo-se sob o objeto de forma mórbida.

- Você vai no hospital mais tarde? – Lauren levantou a cabeça de uma forma que Camila sabia que ela não estava fazendo nada no celular. Provavelmente dentro da sua cabeça havia um redemoinho, três furacões e alguns tsunamis, mas por fora ela só estava fingindo mexer no celular para não fingir que ela realmente não tinha nada para fazer.

Pelo menos era o que Camila achava.

- Vou, eu só estou... – Ela respirou fundo de uma forma que parecia que ela queria que a expiração do ar levasse todos os sentimentos ruins embora. – Merda, não sei o que eu to fazendo. – Falou um pouco mais baixo, mas Camila escutou.

- Vem aqui, Lo. – A menina pegou um travesseiro da cama e colocou sobre o seu colo, batendo nele algumas vezes e indicando que era para Lauren deitar ali. Quando o fez, a menina acariciou seus cabelos de forma gentil e Lauren fechou os olhos, parecia completamente desnorteada. – Ei... Tá tudo bem se você quiser chorar um pouco. Alivia. – Lauren continuou com os olhos fechados como se considerasse a possibilidade, mas em seguida os abriu e os manteve sobre o rosto de sua namorada.

- Chorar não vai adiantar nada. – Apesar do tom da frase, a mais velha não foi rude ou indelicada ao dizê-la. Ela nunca era rude com a menina.

- Eu sei que não... – Camila achou que havia terminado a frase, mas a forma com a qual Lauren continuava a olhando dizia que talvez ela tivesse deixado no ar que não tinha acabado de falar. – Às vezes eu só não sei o que dizer. – A maior pegou a mão de Camila e a beijou.

- Tá tudo bem, eu entendo. É suficiente que você esteja aqui, tá bom minha princesa? Relaxa. – A menor acabou por assentir, mais por falta de opção do que por qualquer outra coisa.

Camila continuou acariciando os cabelos de sua namorada, que mantinha os olhos inquietantemente abertos, como se ela se recusasse a relaxar ou qualquer outra coisa do tipo. Ela não sabe por quanto tempo ficaram na mesma posição até que alguém bateu na porta do quarto e Camila se encolheu na cama, vendo Lauren se levantar e ir atender.

Ela abriu a porta e deu de cara com o seu pai, que lhe abriu os braços, com os olhos marejados. Tanto ele quanto sua mãe pareciam arrependidos pelo que haviam feito com Lauren, em vista do que ocorreu com Taylor. Como se eles percebessem que a vida é curta demais para brigar por bobagens e que no fundo era importante ver os filhos bem e saudáveis mais do que era reforçar seus preconceitos.

Lauren suspirou e o abraçou hesitante. Não esqueceu que ele não havia dito nada enquanto sua mãe brigava com ela e sabia muito bem que ele não apoiava a união dela e de Camila. Não que aquela merda toda realmente importasse naquele momento já que Lauren também não tinha planos de ficar brigando com seus pais para sempre, afinal de contas, eles ainda eram seus pais. Mas ela ainda estava magoada, e muito.

Eles conversaram alguma coisa que Camila não quis saber, ela estava encolhida em cima da cama, fingindo que não estava ali. O pai de Lauren saiu sem fechar a porta e a mulher veio até ela.

- Ei, tudo bem? – Camila assentiu. – Meu pai disse que me leva para o hospital. Você prefere ficar aqui? – Camila ficou olhando para Lauren, ponderando as possibilidades.

Se ela ficasse, Lauren iria demorar menos no hospital porque estaria preocupada sobre o que poderia acontecer com Camila sozinha dentro de sua casa com a sua mãe presente. Então, mesmo que talvez ela preferisse ficar por ali e dormir – ela pelo menos achava que Clara fosse ter o bom senso de não a incomodar, ela estaria atrapalhando Lauren. E não foi para isso que ela veio, logo, ela teria que ir ao hospital.

- Eu vou com você. – Disse baixinho, se levantando da cama.

- Você tem certeza?

- Tenho, não se preocupe. – Mas aparentemente as palavras não tinham efeito já que ela tinha certeza que Lauren iria perguntar se ela estava bem assim que Camila respirasse de uma forma diferente. E não, ela não estava desfazendo da superproteção de Lauren e sim do fato que ela estava aqui, fazendo as coisas piores do que elas já eram.

Elas pegaram seus respectivos celulares e começaram a sair do quarto, Lauren pegou a mão de Camila, lhe inspirando confiança, mas a menina queria bater na própria cara.

Camila não estava ajudando. Tudo o que ela conseguia fazer era deixar Lauren preocupada e atrapalhar, mesmo que fizesse pouquíssimo tempo que elas estavam aqui. Pedir para ir embora iria atrapalhar ainda mais, tudo o que ela podia fazer era ficar por ali e suportar o fato de que ela queria ajudar, mas havia estragado mais as coisas.

E talvez, só talvez, ela fosse egoísta demais para ter pensado nisso antes de vir. Claro que a sua intenção inicial era ser uma boa namorada e apoiar Lauren em um momento tão difícil, mas será que também não havia muito sobre sua falta de vontade de ficar longe de Lauren? O quão doentio isso soava?

Se bem que, conhecendo Lauren e tendo uma pequena amostra com a quantidade de vezes que Lauren lhe ligava por dia enquanto ela esteve em New Jersey, talvez não fosse mudar nada Camila ter ficado em LA ou ter vindo para San Miguel, porque parecia que Lauren iria se preocupar excessivamente de qualquer forma. O problema era que a última coisa que Lauren precisava eram mais problema, e Camila estava tentando evitar isso, da sua maneira. Quando estava parada no meio da sala de sua casa, dizendo "eu vou com você", parecia uma boa ideia. Parecia mesmo.

Se arrependia amargamente da decisão de ter vindo para San Miguel com Lauren, mas agora ela tinha que fazer o possível para amenizar as coisas.

Só que, talvez, se tivesse ficado em LA, ela fosse se arrepender de não ter vindo.

Ela não sabia e nunca iria descobrir, era nessas horas que ela sentia que não tinha uma direção direita a seguir, como se precisasse que alguém a dissesse o que seria certo ou errado. Mas a vida é assim mesmo, ninguém te diz o que é certo ou errado e você não pode voltar atrás para saber o que teria acontecido se você tomasse outra decisão.

O pai de Lauren não lhe dirigiu a palavra e Camila não conseguia expressar, mesmo com todas as palavras que lhe eram disponíveis, o quão isso a deixava aliviada. Ela não achava que precisava de mais esse tipo de nervosismo hoje – e ela ainda tinha que entrar no carro do cara. Ele também não a olhou – apesar de Camila não levantar a cabeça perto de pessoas estranhas, ela conseguia sentir perfeitamente quando alguém estava lhe encarando. Felizmente ele não a encarou – e isso fazia do homem a melhor pessoa daquela casa, depois de Lauren, mas a informação era óbvia. Ela só queria não ser notada, era o suficiente para que pudesse conseguir se controlar o suficiente para não causar nenhum desastre.

Lauren não disse nada ao longo do caminho que eles faziam até o carro de seu pai. Ela estava imaginando que não sabia como iria lidar com a imagem de sua irmã na UTI.

Quando alguém te conta uma notícia ruim, você só acredita depois que vê. Se alguém lhe disser que o seu cachorro rasgou o seu livro preferido, você vai rir e achar que a pessoa está brincando. Quando ela insistir e você finalmente acreditar, no caminho até os seus livros, você vai desejar que a pessoa apareça e diga que é mentira. Que ela apenas escondeu o exemplar, mas que ele continua em perfeito estado. Você vai preferir acreditar que ela está mentindo até o momento em que você ver o seu livro despedaçado pelo seu animal de estimação.

Assim é com as notícias ruins para todo o mundo. Lauren sabia que sua irmã havia sofrido um acidente, Lauren sabia que ela estava em coma na UTI, mas ela só verdadeiramente acreditaria quando a visse – porque o seu subconsciente a mandava não acreditar para que ela não sofresse antecipadamente.

Quando entraram no carro de seu pai, Lauren lançou um olhar preocupado para a menina ao seu lado, mas ela apenas segurou sua mão e assentiu, fazendo um visível esforço apenas para estar sentada naquele carro. Lauren tentou ignorar esse sentimento de aperto no peito quando ela percebia que Camila estava se forçando tanto, mas ela não conseguiu. De qualquer forma, se sentia acolhida pela menina estar ali, principalmente em um momento tão delicado quanto ver sua irmã naquele estado e realmente concretizar que agora aquela era a realidade e tudo o que ela podia fazer era rezar para que as coisas não piorassem.

O hospital não era longe de sua casa. Na verdade, como a cidade não era muito grande, era possível ir a quase todos os lugares a pé – ela só estava indo de carro porque estava cansada da viagem e apostava que Camila também, além de não querer força-la a andar na rua, onde elas poderiam esbarrar com várias pessoas e levar a menina ao limite. Definitivamente não era o tipo de coisa que ela queria fazer.

- No que você tá pensando? – Camila sussurrou enquanto o carro estava parado em um sinal. Lauren respirou fundo e se virou para encarar aqueles olhos castanhos que a encaravam com uma mistura de preocupação e curiosidade.

- Nada de importante. – Disse e se surpreendeu com o quão falha estava sua voz, quase não saiu.

Camila não respondeu, ela fazia muito isso, mas não por maldade, por não saber o que falar mesmo. Lauren preferia mesmo que ela não dissesse nada sobre o quanto ela sentia muito e essas coisas, nada disso faz a situação melhorar e Camila parecia compartilhar do mesmo pensamento.

Seu pai parou o carro na frente do hospital e Lauren saiu do carro, acompanhada de Camila, que se encolheu quando seu pai se aproximou. Elas entraram no hospital e Camila se encolheu completamente, vendo as pessoas passarem para lá e para cá o tempo todo, parecendo que estavam cada vez mais perto quando a maioria mal havia notado a sua presença ali.

Ela se esforçava para parecer que estava bem, mas depois de dezessete segundos ela acabou apertando o braço de Lauren e óbvio que ela percebeu, envolvendo os ombros da menina com um braço, a fazendo se sentir protegida de qualquer coisa que a pudesse lhe machucar por ali.

- Princesa, você... – Camila sentiu os nervos pegando fogo porque novamente ela sentia como se estivesse atrapalhando Lauren e de novo aquela horrível sensação de ter tomado a decisão errada.

- Estou bem. – Falou o mais firme que ela conseguia, trincando os dentes ao sentir o olhar do pai de Lauren sobre as duas e abaixando a cabeça, deixando a maior sem ação por alguns segundos antes de começarem a andar novamente.

O coração de Lauren começou a retumbar dentro do peito e ela sentiu o bolo de lágrimas fechando sua garganta. Queria dar meia volta e ir embora quando seu pai indicou que elas já estavam na UTI e que sua irmã estava em algum quarto por ali. Seu pai indicou qual era o quarto, mas como só podia uma pessoa por vez, Lauren teria que entrar sozinha.

- Eu vou ficar bem. Pode ir. – Camila disse se esticando para beijar a sua bochecha, quando percebeu que Lauren estava hesitando por conta dela. Sentou-se nas cadeiras que haviam ali por perto e logo o pai de Lauren veio se sentar também, ele parecia bem cansado.

Enquanto Lauren se dirigia para a porta, hesitante, querendo apenas tomar o caminho contrário e correr para longe desse pesadelo, Camila queria levantar e gritar para que ela não entrasse, porque ela sabia que ia doer e a última coisa que a menina queria era que Lauren sentisse qualquer coisa que pudesse machucá-la. Mas você não pode proteger todo o mundo contra tudo, algumas coisas simplesmente são impostas, então ela apenas engoliu o choro e viu Lauren girar a maçaneta, querendo poder trocar de lugar com ela naquele momento.

Lauren entrou no quarto e foi como o seu pior sonho se tornando realidade. Sua irmã estava deitada na cama, tinha um gesso em um dos braços e vários arranhões e machucados no rosto, além de pontos no outro braço. Havia vários fios e tubos ligados a ela, mas Lauren sentiu um tipo de alívio estranho ao perceber que ela não respirava com a ajuda de aparelhos, parecia que significava que Taylor ainda lutava pelo direito de viver.

Se sentiu uma merda ao perceber que ela preferia nunca ter nem saído de LA, não para ver a sua irmã nesse estado. Era egoísmo da parte dela não saber lidar com aquele tipo de coisa e descontar na sua irmã, desejando que ela não sentisse o seu apoio, a sua presença, mas era exatamente isso que ela queria. Sua cabeça estava sendo bombardeada com flashes da infância porque, como Lauren era mais velha, ela sempre "cuidou" dos irmãos, tanto de Chris quanto de Taylor.

Lembrou de todas as vezes que Taylor se machucou e Lauren fez curativos, de quando ela lhe dava remédios quando a menor estava gripada, lembrou-se de ajudar a menor com o dever de casa e de ajudá-la a se arrumar antes de alguma festa ou evento importante. Ver a irmã naquela cama trouxe na memória todas as noites que Taylor dormiu em sua cama, porque ela detestava dormir sozinha quando tinha tempestade, mas tinha vergonha de pedir para dormir com seus pais, então ela dormia com Lauren nesses dias específicos.

E agora ela simplesmente sentia como se tivesse falhado com Taylor, porque ela não pode protege-la do que aconteceu. Na verdade, Lauren também se sentia culpada por estar longe e manter contato apenas por mensagens e ligações. Quando ela veio aqui da última vez, também viu Taylor por um curtíssimo espaço de tempo.

Pois é, você nunca sabe quando vai ver alguém vivo/bem pela última vez. É a frase mais clichê do mundo, mas uma verdade tão certa quanto que todos nós vamos morrer um dia.

Ela queria se aproximar da cama, dizer algo, talvez conversar um pouco com ela. Muitos dizem que os pacientes em coma podem escutar quando a pessoa conversa com eles, mas Lauren não conseguia fazer isso agora. Saiu do quarto bem pior do que entrou e Camila não soube fazer outra coisa que não fosse levantar e tentar consolar Lauren como ela podia – de alguma forma ela sentia que as coisas fossem ficar piores depois que Lauren entrasse naquele maldito quarto.

- Ei, meu anjo, vai ficar tudo bem. – Camila disse abraçando Lauren, que só veio a corresponder muito tempo depois, apertando a cintura da menina com os dois braços, desejando que ela pudesse fazer todo aquele pesadelo ir embora.

Mike foi saindo lentamente, ele não sabia o que fazer, então preferiu esperar no carro. Lauren escondeu o rosto em seu pescoço e Camila ficou afagando seus cabelos, escutando a respiração de Lauren se acalmar aos poucos, apesar dela não estar chorando. Só queria esquecer a imagem de sua irmã naquela cama de UTI alternada com lembranças que ela tinha da infância e adolescência. Parecia que tudo era demais para ela e mesmo que Lauren quisesse voltar naquele quarto e dizer-lhe algo, qualquer coisa, ela sabia que não conseguiria.

Não hoje.

- Vem, meu amor, vamos para casa, sim? – Pediu quando percebeu que Lauren já estava mais calma. O que de forma alguma significava que estava tudo bem.

Lauren não respondeu, apenas se deixou guiar pela menina que puxava sua mão, tão bombardeada de lembrança que ela chegava a se sentir tonta. Camila não sabia exatamente como estava fazendo aquilo, andando no meio de todas aquelas pessoas e conseguindo ignorar e não surtar, ela apenas sabia que tinha que levar Lauren para casa e dar um jeito de fazê-la se sentir melhor, o resto parecia insignificante, como todos os seus medos e suas limitações.

Ela atravessou o hospital, se encolhendo um pouco quando alguém passava muito perto, sentindo a visão meio borrada, como se ela estivesse ignorando as pessoas, como fez algumas vezes, no baile e no restaurante e como costumava fazer na escola. Apertou mais a mão de Lauren e começou a cogitar a possibilidade de estar perdida quando finalmente encontrou a saída, indo até o carro do pai de Lauren, onde felizmente o homem já esperava sentado no bando do motorista.

Entraram no veículo e logo o pai de Lauren começou a dirigir. O caminho não era longo, como já citado antes, então logo elas estavam na porta de casa. Lauren e Camila desceram do carro e logo estavam dentro da sala, onde Clara estava sentada no sofá vendo televisão. A menina puxou o ar com dificuldade algumas vezes, ela sentia todo o desprezo e nojo que Clara nutria por ela e nada daquilo lhe fazia bem. Ela tinha um terrível mal-estar sempre que estava na presença da mulher e conviver na mesma casa que ela era como o inferno.

Tudo bem, Camila ia dar um jeito de ficar ok com isso.

- Ei, amor, o que eu posso fazer pra você se sentir melhor? – Camila disse quando elas chegaram ao quarto, se sentindo perdida. Lauren negou com a cabeça.

- Não se preocupa com isso. Vou tomar um banho, você vai ficar bem aqui? – Ela só ficou encarando Lauren por alguns segundos, querendo gritar que o problema não era ela, que não faria diferença se ela ia ficar bem ou não, que aquilo não era importante. E depois de algum tempo, Camila percebeu que só iria fazer a coisas piores, então ela se contentou em assentir e ir sentar na cama quando Lauren saiu do quarto depois de pegar uma muda de roupas na mochila.

A menina apenas deixou algumas lágrimas caírem, sentia como se a pressão estivesse esmagando seus ombros e a deixando completamente sem saída. Pegou o telefone celular e discou para sua mãe, colocando o aparelho no ouvido e limpando o rosto, tirando os sapatos e o casaco antes de se deitar na cama.

- Filha?

- Oi mãe. – Disse baixinho, de alguma forma iria se sentir mal se soubesse que alguém a ouviu falando no telefone.

- Tudo bem por ai?

- Não muito, voltamos no hospital agora. Eu não a vi, mas ela não está em um estado nada bom.

- Que merda. E... como foram as coisas por ai?

- Tranquilas. Ninguém falou comigo e eu não falei com ninguém. Parece bom o suficiente. – Sinu assentiu do outro lado da linha, sem perceber que Camila não podia ver.

- Como está a Lauren?

- Bem mal. A reação dela ao ver a Taylor foi a pior possível, ela não conseguiu ficar nem três minutos dentro do quarto. Estamos em casa agora, ela está tomando banho.

- Meu Deus, que coisa horrível. – Camila não respondeu. – Tudo bem, meu amor, me liga se alguma coisa acontecer ou se precisar conversar, ok?

- Ok.

- Eu te amo, ok?

- Também te amo, mãe. – E a ligação foi encerrada.

Lauren entrou no quarto alguns minutos depois e se deitou na cama, Camila perdeu um bom tempo tentando fazer ela dormir. Mesmo que ela não estivesse com sono, continuou ali e ficou encarando o teto branco e se perguntando se algum dia as coisas iriam melhorar.

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