Ansiosa até demais

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[Júlia]

– Yay! Vamos ter britânicos gatinhos na escola este ano – Milena comentou, completamente animada.

– Como você sabe que serão gatinhos? – arqueei a sobrancelha. Estava abraçada de lado em Ian.

– Amiga, são BRITÂNICOS, são gatinhos – ela piscou fazendo uma cara maliciosa. Êta menina que tem fogo no rabo, viu?

Continuamos conversando até que por mim e Ian passa a menina mais nojenta que você possa imaginar. Ela passa rebolando a bunda exageradamente grande, que estava bem marcada com a calça jeans justa. Ela piscou para Ian! Eu não acredito! Ela está pedindo para morrer, não é?

– Ei, vadia! – chamei, e ela se virou.

– Falou comigo? – perguntou enquanto se aproximava.

– Fica longe dele, hein, Isadora? Já tem dona – eu disse com um sorriso esnobado, e ele continuou abraçado em mim. Ela se aproximou mais.

– Fico sim, minha querida Júlia. Mas a pergunta é: ELE consegue ficar longe de mim? – sorriu, cheia de si. Senti meu sangue ferver, e a única reação que consegui ter foi levantar a mão com o meu dedo do meio bem visível no meio daquela cara cheia de maquiagem dela. A verdade é que ela tenta roubar Ian de mim desde o primeiro ano, que foi quando começamos a namorar.

– Ficou ofendida, amorzinho? – ela sorriu cinicamente. Minha vontade era de abaixar o único dedo que ainda permanecia levantado e dar um soco naquela carinha de anjo dela, que, na verdade, de anjo só tem a cara.

– Ah, claro. E por que eu ficaria, flôr? Quem tem Ian aqui sou eu. E você? Passa de mão em mão. Coitada – sorri vitoriosa, e para mostrar que Ian era meu, beijei ele. Ela simplesmente bufou e saiu rebolando.

Ian não disse mais nada depois do ocorrido, apenas se soltou de mim e se distanciou para conversar com alguns amigos. Resolvi ignorar aquele comportamento estranho e continuei conversando com as meninas durante o resto do intervalo. O sinal bateu, e subimos juntas. As duas ultimas aulas passaram rápido, e Ian nem se importou em me chamar para sair. Ele havia ficado muito estranho depois do que aconteceu no intervalo, e nem falou direito comigo. Eu, Larissa e Gabiele fomos pra casa juntas, conversando e rindo.

– E aí, feia, vai vir aqui em casa hoje para ver as coisas, né? – Gabi perguntou enquanto parávamos em frente a minha casa. Ian não tinha me chamado para sair mesmo, teria que ficar em casa sozinha? Eu o-d-e-i-o ficar sozinha, então topei.

– Ok, depois do almoço eu passo lá.

– Vou chamar Milena e Rafaela também – Lari disse enquanto as duas se direcionavam para casa ao lado, na qual moravam sozinhas. O pai delas havia conseguido um emprego nos Estados Unidos, mas elas fizeram birra para não ir e acabaram ficando por aqui mesmo. Então assenti com a cabeça e entrei.

Comi um lanche natural de almoço. Ok, não foi um, foram dois e meio. Eu sou esfomeada mesmo, poxa! A culpa não é minha. Subi, tomei um banho rápido e me troquei. Fui até a casa das meninas e toquei a campainha. Gabi abriu a porta, e sem nem me cumprimentar direito me puxou para dentro. Mi e Rafa estavam sentadas num sofá cheio, cheio não, lotado de roupas incrivelmente lindas. Em cima da mesinha de centro da sala se encontravam maquiagens e acessórios, e do lado do sofá algumas caixas de sapatos.

– Meu Deus, eu acho que estou no paraíso – falei boquiaberta. Tinha muita coisa linda.

– Quem dera ganhar isso tudo no meu aniversário. Seria a menina mais feliz do mundo – Rafa comentou e nós rimos.

A tarde passou rápido, conversamos sobre vários assuntos, vemos as roupas, rimos, brincamos, e nos divertimos, até Milena se pronunciar.

– Meninas, tenho que ir – ela disse olhando o horário em seu relógio de pulso.

– Já está tarde, é melhor eu ir também. Meus pais já devem estar em casa – me levantei e nos despedimos. Caminhei até em casa entrei, evitando fazer barulho. Minha irmã mais nova, Bianca, de tinha 13 anos, estava sentada assistindo a um filme que aparentava ser comédia romântica na TV. Minha mãe estava colocando meu irmão Vitor de 5 aninhos para dormir em seu quarto e meu pai estava no escritório dele. Estava tão cansada que entrei, tomei um copo de suco de laranja, subi e após tomar um banho quente caí no sono.

[...]

Seis horas de novo. Bufei e me levantei. Tomei um banho, me vesti, peguei minha bolsa e desci. Meu pai já havia saído. Espera, o quê? Meu pai já havia saído? Mas ainda era ce... Meu Deus! Dez para sete! Acho que demorei de mais no banho, pensei, estremecendo. O portão da escola fecha exatamente as sete horas. Corri. Literalmente corri até a casa das meninas. Toquei a campainha e Lari abriu a porta, gritando:

– QUER FAZER A GENTE PERDER A AULA, É? VAMOS GABRIELE! – Ela estava nervosa.

– Desculpe, eu devo ter perdido a hora no banho.

– É mesmo, é? Da próxima vez tente ir mais rápido, sua idiota – ela tentava se acalmar, mas ainda estava nervosa.

– Nossa, Larissa. O que é, hein? Você sempre adora quando perdemos a hora para ir a aula – arqueei uma sobrancelha, estranhando o comportamento dela.

– Ela só está assim porque quer conhecer os intercâmbistas – Gabi apareceu nos puxando. Como não houve protestos por parte de Larissa, entendi que Gabi tinha razão.

Andamos em silencio o caminho inteiro, o que era estranho. Chegamos na escola e a primeira coisa que reparei foi o aglomerado de pessoas em frente a um folheto na parede, que eu não conseguia ver do que se tratava.

You Got To Change Everything ( One Direction )Onde as histórias ganham vida. Descobre agora