Capítulo 40

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A memória de Volvagia agora me pertence

E quando me pertence, não há mais memória

Meus companheiros jamais ousariam aceitar

A anti-vitória da existência roubada.

Eles viram novamente

Testemunharam enquanto eu me alimentava do passado

Do presente

Do futuro.

Darunia

Ele quer saber por que está aqui

Por que Link está aqui

Por que estou aqui

Quem sou eu.

Não percebe?!, grita o garoto.

Matamos o dragão!

Que dragão?

Aquele por quem você abandonou seu filho

E fugiu para cá.

Volvagia não existe, diz o homem.

Não invente patavinas

Na frente de um velho

Ele merece mais

Muito mais

Que dragões de faz de conta

Brotando de idílios juvenis.

Pensei que fosse seu filho amado

Irmão jurado

Em sangue e pedra,

Lamenta o garoto.

E ainda és, diz o velho

Sempre serás.

Mas, pelo amor das deusas

Não me assombres mais com estes pesadelos de mentira.

Dedo em riste

É para mim.

E quem é ela?

Ela são muitas

Ela é maldita

Engole alfabetos inteiros

Para permanecer viva

Assassina de palavras

Verbos e sons.

A morte que só é completa

Quando ninguém mais se lembra.

Pensei que sentiria minha falta, termina o menino.

Sete anos

Não são sete dias.

Eu também,

É a confissão do homem de pedra.

Mas já não entendo o que diz

E o que entendo me apavora

Então leve-me até meu filho

E, por favor, vá embora.

Saia de perto de mim, o rapaz grita em minha direção.

A Garota que Nunca ExistiuOnde as histórias ganham vida. Descobre agora