Skyler Payne P.O.V
— Encontrar alguém nunca foi tão fácil — abri um sorriso tênue ao encontrar Tom no saguão do hotel.
— Skyler — ele murmurou retribuindo o sorriso após desvencilhar sua atenção do celular.
— Está de saída? — perguntei tirando o Ray-Ban preto do topo de sua cabeça, colocando-o em meu rosto.
— Vou até o Red Rock Canyon, sei que não é algo muito interessante para quem é herdeira de um dos cassinos mais famosos de Vegas, porém, me acompanha?
O sotaque britânico de Thomas e sua maneira educada me provocavam borboletas no estômago, e talvez até um pouco de excitação da minha parte mais promíscua que desejava beijá-lo agora mesmo.
Já havia ido ao Red Rock Canyon algumas vezes quando criança, e sem dúvidas é um dos melhores lugares de Vegas para se dirigir com a capota baixada em um dia quente.
— Nunca que eu negaria um convite desses — falei levantando os óculos e deixando-o pousado sobre o topo de minha cabeça, como Tom o tinha anteriormente.
— Senhorita Payne, com licença — Bryan, um dos funcionários da recepção do hotel nos interrompeu.
— Sim?
— Me pediram para te entregar isto — ele me entregou um envelope preto que possuía meu nome escrito na parte de trás em letras douradas.
Zayn.
— Obrigada, mais alguma coisa?
— Não, por hora é só.
— Obrigada Bryan.
Falei e ele retornou a seu posto. Quando retornei meu olhar a Tom, percebi que ele olhava intrigado para o envelope em minhas mãos, então apenas guardei o mesmo em minha bolsa e procurei mudar de assunto antes que ele perguntasse algo.
— Bom, nós já vamos? — perguntei e pude o perceber sair de um pequeno transe, sacudindo levemente a cabeça.
— Oh, sim — ele se aproximou e passou o braço por meus ombros, conduzindo-me até um dos elevadores.
Zayn Malik P.O.V
Observei de longe enquanto Bryan entregava o envelope para Skyler, que ignorou sua curiosidade e simplesmente o guardou na bolsa para não despertar dúvida alguma no amigo do irmão.
Liam estava fazendo de tudo para distraí-la e afastá-la de mim, porém eu não deixaria isso acontecer tão fácil, eu me vingaria dele, e faria isso trazendo sua preciosa irmã para o meu lado.
Fui até minha casa, ou onde eu ao menos tento me convencer de que é um lar e ao chegar, fui diretamente ao quarto que havia trago Skyler em nossa primeira noite, observando as fotos nas paredes enquanto me sentava no banco aveludado aos pés da cama.
Cada garota, cada medida extrema para me satisfazer, nada daquilo era realmente o que eu queria, nada mais era como antes.
Respirei fundo e me despi até ficar apenas com o jeans preto em meu corpo, jogando-me na cama e observando o teto sem graça sobre minha cabeça, até que pude sentir meu corpo se aquecer de raiva em uma fração de segundos.
Saltei da cama e arranquei um dos quadros da parede, jogando-o para o outro lado do cômodo com força. Logo todos os outros tiveram o mesmo destino, e assim, o quarto estava repleto de cacos de vidro e madeiras estraçalhadas.
Eu tinha tudo, e em segundos deixei de ter.
Skyler Payne P.O.V
Paramos em um posto de conveniência para comprar água, afinal estava se fazendo um calor infernal em Vegas, mas pedi que Tom fosse comprar, assim eu poderia afastar o diabinho em cima de meu ombro que ficou me tentando o caminho todo para ler a carta que foi a mim, entregada.
Observei Thomas entrar na loja e peguei o envelope rapidamente, vendo a bela letra de Zayn em um pequeno trecho.
"Chega de jogos, preciso de uma noite com você. Tem muito de que você ainda não sabe, e não sou o único que percebe que está perdendo seu tempo com o Hiddleston, ele não é homem para você."
Que diabos é "Tem muito de que você ainda não sabe"? Ele acertou o alvo, me pegou pela minha incessante curiosidade. Merda.
Ouvi a porta da loja bater e Tom andar em direção ao carro, o que me fez socar a carta na bolsa mais uma vez, pegando meu celular para disfarçar o que fazia anteriormente, assim, aproveitei e mandei uma mensagem para o moreno.
"E quem é homem para mim? Você? Não acha que está blefando demais?"
Ele conseguiu minha atenção, mas eu não perderia a minha pose, me sentia vitoriosa pela noite de ontem e não o deixaria tirar isso de mim.
— Já foi a Seattle, Sky? — Tom perguntou após se sentar no banco, me passando uma garrafa da VOSS.
— Nunca — larguei o celular entre minhas pernas e abri a garrafa, bebendo um longo gole de água.
Até de longe Zayn me causava calor e uma sensação estranha que no caso eu ainda não havia decidido se era boa ou ruim.
— Tenho uma sede da empresa lá. Poderia algum dia me fazer uma visita então, hum?
Por alguma razão, eu estava mais no clima com Thomas, estávamos claramente em sintonias diferentes, mas decidi fingir que não havia agora dois diabinhos sobre meu ombro dizendo que eu deveria ver Zayn.
— É uma boa ideia — fiz o possível para abrir um sorriso.
— Acho que gostaria de andar de helicóptero por lá durante a noite — ele fala enquanto aperta o botão de partida do carro.
— Nunca andei de helicóptero, seria uma boa experiência.
Meu celular vibrou entre minhas pernas, me dando um breve susto.
"Não estou blefando. E talvez eu seja mesmo homem para você, daríamos um belo casal."
"Não me deu uma resposta, me encontrará à noite?"
Suspirei ao visualizar as mensagens e bloqueei o celular, lançando-o no console do carro.
— Tudo bem? — Tom se virou para mim por um breve instante, para evitar olhá-lo nos olhos, coloquei meus óculos escuros, começando a arrumar meus cabelos enquanto me via no retrovisor.
— Sim. É apenas meu irmão com as reclamações e advertências dele.
— Não seja tão dura com Liam, Sky, ele só quer te proteger.
— Me proteger do quê, Tom? Ele não tem motivos para me "proteger".
— Acho que ele tem sim — Thomas murmurou.
— Não entendi — falei na intenção de que ele repetisse de maneira mais clara.
— Nada.
Certo, algo estava bem estranho e agora meu inconsciente olhava para mim como se me perguntasse se era mesmo para conectar a mensagem estranha de Zayn à mania de Liam querer me proteger.
[...]
O sol estava se pondo e minha vista era um tanto privilegiada. Tom vestindo uma camiseta justa que realçava seu corpo definido, seus olhos ainda mais azuis, pela luz imposta contra nossos rostos e tudo finalizado com uma brisa agradável.
Havíamos estacionado em uma colina, aproveitando o silêncio confortável entre nós, estava organizando meus pensamentos, até que a mão dele deslizou até minha perna, desvencilhando-me de toda minha confusão mental.
Agora que parte da bagunça em meu cérebro estava organizada, não me importei em tirar o cinto e em um movimento rápido, estar no colo de Tom, puxando-o para um beijo urgente.
— Queria ter feito isso desde a hora que dancei com você — falei baixo e o percebi sorrir.
— Eu também.
Thomas deixou seu lado educado e contido de lado, levando suas mãos até meu quadril, pressionando-o contra o dele, logo apertando minha cintura enquanto descia seus lábios por meu pescoço.