Entertainer • Zayn Malik

By wersacie

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A inocência nem sempre joga do lado certo, e na maioria das vezes, se deixa levar pelos encantos da luxúria... More

Often
The Hills
Six Feet Under
Back To Sleep
Heaven or Las Vegas
Reminder
Crazy In Love
Fetish
Lights Out
Bang Your Line
Common
Love To Lay
Bad Guy
All That
Lonely Night
Say It
Sexual Healing
Pray
Reflections
Vegas Lights
Good Thing
Someone That Loves You
Gorilla
Put It On Me
I'm With You
Photograph
Mirrors
Flawless
In Your Eyes
Lies In The Dark
Female Robbery
Grenade
Code Blue
You Don't Own Me
Acquainted
Monster
Don't Blame Me
Lonely Heart
Harder To Breathe
Sail
Earned It
Money Make Her Smile
Ghost
Beggin For Thread
Slow Dancing in a Burning Room
Nothing Without You
Trouble
2 Cigarettes
House of Memories
Afraid
Control
Beautiful War
Broken Home
Obsessive
Save Your Tears
In The Night
Horns
I Put A Spell On You
I Don't Wanna Live Forever
Blurred Lines
Star Girl
What Is Love?
The Good, the Bad and the Dirty
There You Are
Fix You
Scary Love
Demons
I Am Not a Robot
Clumsy
With You
Memphis
Human
Pills N Potions
Teenage Millionare
Next Level
I Ain't Worried
Lights Down Low
Homemade Dynamite
Baby One More Time
Love In Portofino
Love/Hate Letter To Alcohol
Iris

Escape From LA

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By wersacie

Skyler Payne P.O.V

— Confirma ser o encarregado pelo transporte das mulheres no qual o réu se envolvia casualmente?

— Estou sendo acusado? — Harry se inclinou em direção ao microfone e abriu um sorrisinho debochado durante seu testemunho.

— Confirma ser o encarregado pelo transporte das mulheres no qual o réu se envolvia casualmente? — repetiu o advogado de acusação, Wilkins.

— Sim.

— Já participou, ou foi convidado a participar de alguma das "reuniões" promovidas pelo réu?

— Objeção! Relevância! — a promotora, no qual não me interessei em saber o nome interferiu.

— Negada — o juiz respondeu prontamente.

— Não, não participei — Styles continuou impassível defronte a sua mentira descarada.

Eu assistia toda à situação com interesse e diversão, ao meu lado, Liam tomava toda a preocupação e nervosismo do tribunal para si.

— Tinha contato com alguma das mulheres? Se sim, alguma já se queixou do comportamento do réu?

Por um segundo, meus olhos se encontraram com os orbes verdes de Harry. Havia reclamado diversas vezes a respeito do comportamento de Zayn para ele, assim como havia me relacionado com ambos uma vez. Para qualquer um em Las Vegas, mentir é tão natural quanto respirar, então não me preocupava se as respostas de Harry moldariam novas questões para o meu depoimento.

— Como o senhor já deve ter constatado, se eu era quem as transportava, obviamente tinha contato com todas, e não, nenhuma delas nunca se queixou para mim. Eu recebia para trabalhar para ele, não para ser psicólogo delas.

— Tenho apenas uma única pergunta para o senhor — Benjamin que permaneceu em silêncio durante as perguntas de Wilkins, se posicionou ao lado do próprio, demonstrando a bizarra diferença de altura entre ambos, por ser muito mais alto — O réu já apresentou comportamento violento em sua presença?

— Nunca.

Após algumas outras perguntas insignificantes de Wilkins — sendo nenhuma delas realmente relacionada ao que estávamos todos aqui reunidos, o assassinato de Niall — passei a ocupar a cadeira em que Harry estava sentado.

Havia feito o juramento usando palavras vazias, eu, assim como Harry e a maioria que viria a seguir, não iria dizer a verdade e somente a verdade.

— É de conhecimento público o relacionamento da senhorita com o réu. Teria ele a submetido ao uso de objetos cortantes durante suas relações?

— Com o meu consentimento, sim — respondi despreocupada ao dar de ombros.

— Tem conhecimento das fotografias que o réu guarda de recordação de suas mutilações?

— Sim.

Benjamin tomou a frente de Wilkins e com as mãos para trás das costas, perguntou em um tom calmo e menos acusatório que o advogado de acusação:

— A senhorita já foi submetida a fazer algo contra a vontade, pelo réu?

— Nunca.

— Devido a sua proximidade com a vítima, Niall James Horan, acha possível que o réu tenha cometido o crime por cíumes?

— Com certeza não.

— Nem mesmo após o uso de bebidas alcoólicas?

— Álcool não te convence a fazer nada que não faria sóbrio, acredito que qualquer um neste tribunal que quisesse realmente matar alguém não precisaria beber para ser capaz de realizar o que deseja — franzi meu cenho com a pergunta completamente sem noção e anti-profissional do advogado.

— O réu já apresentou comportamento violento em sua presença? — Benjamin interviu antes que Wilkins continuasse.

— Não, sempre agiu como se nada no mundo valesse seu tempo.

Benjamin assentiu, e Wilkins pode continuar suas perguntas provavelmente orquestradas por Wilden.

— Permitiu alguma vantagem do réu sobre os domínios do Hotel e Cassino Bellagio por espontânea vontade ou manipulação?

— Eu tenho ética, claro que não.

Imagino que transar em um escritório durante a minha festa, não era o tipo de vantagem que Wilkins estava dizendo, até o momento eu estava sendo verdadeira.

— Confirma que o réu já tenha invadido a suíte presidencial de seu uso? Especificamente, durante o dia vinte e dois de outubro deste mesmo ano?

— Estávamos em um relacionamento, ele não precisava pedir autorização para entrar no meu quarto — suspirei impaciente — E eu sabia que ele estava lá, foi meu irmão quem o deixou entrar.

— Segundo as câmeras de segurança, a senhorita parecia incomodada após ter discutido com Harry Edward Styles no estacionamento. Tenho aqui algumas imagens — Wilkins exibiu duas imagens das câmeras de segurança, na primeira eu estava com Harry no estacionamento e na segunda cobria meu rosto com as mãos no elevador — Devo acrescentar também sua última fala para o senhor Styles: "Vocês conseguem encontrar alguém melhor do que eu e que esteja disposta à essas loucuras. Me deixem em paz.". Se importa em esclarecer quais seriam as "loucuras" que mencionava?

— Estou confusa, onde minha vida pessoal diz respeito ao que ocorreu com Niall Horan? Tenho a impressão que o senhor recebeu o caso um tanto adulterado, nenhuma das perguntas que está fazendo aparentam ter relação para o quê nos faz estar aqui presentes hoje, mas se te ajuda a dormir à noite, as "loucuras" no qual eu citei eram relacionadas as intensidades que tive em meu relacionamento com o réu.

Wilkins, o homem baixinho e gorducho que me encarava com a cabeça erguida por eu estar sentada em uma cadeira elevada, à mesma altura que o juiz, desabotoou o único botão que estava abotoado de seu blazer, empurrou o comprimento da peça para trás e socou as mãos nos bolsos em um ato de raiva contida.

— Em alguma ocasião, teria manipulado, ou alterado de alguma forma, gravações das câmeras de segurança do Hotel e Cassino Bellagio?

— Manipulado ou alterado? Não.

Zayn me encarava de seu lugar com um pequeno sorriso nos lábios, vestia um terno Westwood cinza escuro e permanecia com a mesma despreocupação que demonstrava no dia em que o visitei no centro de detenção, sempre certo de que todos fariam o possível para salvá-lo da acusação custe o que custasse.

Após a seguinte pergunta de Wilkins, seu sorriso desapareceu enquanto ele se inclinava sobre a mesa em sua frente e entrelaçava ambas as mãos algemadas como se estivesse em uma reunião frustrante.

— Então confirma ter sido uma mera coincidência não haver uma gravação dos momentos que se passaram, por exemplo, na sala VIP número dois, após ter permanecido sozinha com o famoso apostador Abel Tesfaye, por exemplo?

— Se quer me recordo deste ocorrido...

Eu me recordava muito bem deste dia. Havia feito Zayn perder mais de cem mil dólares e após ele ter saído da sala, Abel ganhou mais que apenas o jogo.

— Mas, sim, já deletei algumas gravações. Sugere que eu estaria tentando encobrir a pessoa que assassinou um amigo em minha própria cama e o deixou lá para que eu encontrasse?

Nunca havia sentido um terror tão intenso quanto o que senti no momento que adentrei aquele quarto e encontrei Niall morto de uma maneira tão brutal.

Como fiz a vida toda, procurei bloquear meus sentimentos e fraquezas, mas ainda sentia muita falta de Horan, do modo que ria e sempre parecia tão otimista e despreocupado em relação á tudo.

Todos os dias encarava nossa última foto juntos e me lembrava do bilhete que Liam encontrou com ele, preferia que não tivessem o envolvido em seja lá qual for a situação e houvessem ido até mim desde o início.

— A vítima foi vista pela última vez adentrando sua suíte, poderia esclarecer a razão?

— Pedi para que ele me encontrasse lá.

— Alguém tinha conhecimento de seu pedido?

— Não.

— Uma última pergunta, que imagino ser de grande relevância e não foi feita pelo Doutor Wilkins, senhorita Payne. Pode reconhecer se o réu já teve algum contato com a vítima?

— Exceto por frequentarem os mesmos lugares, eles nunca tiveram a mínima proximidade.

Ao ser dispensada, retornei ao lugar que estava sentada anteriormente e foi anunciada a vez de Liam depor.

— Permitiu alguma vantagem do réu sobre os domínios do Hotel e Cassino Bellagio por espontânea vontade ou manipulação?

— Mesmo contra a vontade — começou meu irmão espantando a todos — cresci sabendo que um dia assumiria o negócio da família, eu nunca tomaria uma atitude irresponsável como essa, independentemente de quem me pedisse — respondeu enquanto me encarava brevemente.

— Admite já ter manipulado, ou alterado de alguma forma, gravações das câmeras de segurança do Hotel e Cassino Bellagio?

— Objeção! Doutor Wilkins está conduzindo a testemunha a dar uma resposta de seu agrado — a promotora interferiu novamente.

— Objeção aceita. Doutor Wilkins, peço que reformule sua pergunta caso queria mantê-la.

— Em alguma ocasião, teria manipulado, ou alterado de alguma forma, gravações das câmeras de segurança do Hotel e Cassino Bellagio?

— Não.

Como um ótimo jogador de Pôquer, a face de meu irmão obviamente permaneceu inerte à sua mentira, pois eu não era a única que apagava gravações por ter usado as salas VIP de Blackjack do cassino para encontros íntimos.

— Possuía conhecimento dos atos de autopreservação de sua irmã, Skyler Astrid Payne sobre o Hotel e Cassino Bellagio?

— Não, nunca havíamos necessitado, ou dado falta, de alguma fita de gravação do hotel ou do cassino até o atual ocorrido em que estamos aqui tratando a respeito.

Liam sabia muito bem da coleção de fitas que eu já havia retirado da sala de segurança, eu não precisava de que ele mentisse por mim, mas eu mesma estaria mentindo se dissesse que não estou grata por isso.

[...]

Após três? Cinco? Dez? Funcionários do hotel e do cassino terem dado seus longos depoimentos sobre como nunca se deixariam ser subornados para fazer vista grossa para qualquer tipo de atividade suspeita por serem muito bem pagos para realizar seus serviços, o juiz anunciou que antes do interrogatório a Zayn, a tal "testemunha surpresa" faria seu depoimento.

Uma mulher loira adentrou o tribunal. Usava sapatilhas envernizadas em um tom de verde claro que me lembrava ranho, um vestido branco com flores estampadas que me parecia familiar e ao mesmo tempo transparecia uma tentativa bizarra de clamar inocência e pureza.

Aguardei pacientemente a presidente do clube de Celibato terminar o juramento para constatar o que imaginava, a loira era a mesma que vi com Wilden nas fotos que peguei no cofre de Zayn, seu nome era Cheryl Brooke Thompson.

— A senhorita já foi submetida a fazer algo contra a vontade, pelo réu? — Wilkins repetiu a mesma pergunta que me fez.

— Sim, tenho diversas cicatrizes que podem comprovar isso — ela confirmou enquanto assentia diversas vezes com a cabeça.

— A senhorita pode informar a data em que se relacionou com o réu? — Benjamin perguntou enquanto verificava uma pasta que tinha em mãos.

— Começamos a nos encontrar dia doze de janeiro de dois mil e quinze.

Adella Montgomery me veio em mente, e se as pastas que encontrei no escritório de Zayn estavam corretas, — e me pareciam estar, após eu ter revisado calmamente a minha — Adella era ruiva e sua pele cheia de sardas, a mulher que agora me encarava era loira e não havia uma única sarda em seu rosto.

Se Cheryl e Zayn tiveram alguma relação, não foi nas mesmas circunstâncias que eu, ou as outras garotas citadas nos arquivos que havia lido.

— Creio que à esta altura seja de conhecimento geral que o réu possuí em sua casa, pastas com informações sobre todas as mulheres no qual já se envolveu casualmente desde o início do ano de dois mil e quinze, e acho cabível dizer que não há uma pasta, foto ou qualquer indício de que alguma vez ele tenha se envolvido de qualquer maneira com a testemunha Cheryl Thompson — Benjamin se direcionou aos jurados — E é de praxe que levemos em consideração o padrão do réu de sempre fotografar todos os atos ao final.

— Bem — Wilkins iniciou antes que Benjamin pudesse considerar continuar — Senhorita Thompson, o réu já apresentou comportamento violento em sua presença?

— Como eu disse anteriormente, ele me mutilou contra a minha vontade — a loira fez uma espécie de bico enquanto afirmava, me lembrou vagamente a Murta Que Geme de Harry Potter.

— Possuiria alguma prova de seu relacionamento com o réu? Ou talvez um exame de corpo de delito? — Benjamin gesticulou com as mãos e por mais que não pudesse ver seu rosto, imaginei que ele tivesse elevado uma de suas sobrancelhas.

— Não — Cheryl murmurou ao microfone em sua frente.

— Acho cabível que seja realizado um exame em todas as citadas cicatrizes para confirmar quando foram causadas — o homem continuou — Mas permita-me alterar o rumo de minhas perguntas, afinal, foi o que o Doutor Wilkins fez com praticamente todos os testemunhos que a antecederam. Teria sido manipulada ou coagida a depor contra o réu apenas para a satisfação de um parceiro atual?

— Perdão? — os olhos castanhos da mulher se arregalaram e começaram a se parecer com uma ficha de pôquer marrom.

— Permita-me refazer minha pergunta — Benjamin largou a pasta que tinha em mãos e na televisão presente no tribunal, começaram a se passar as fotos de Cheryl e Wilden em um bar, no qual ela vestia o mesmo vestido bizarro — Ocorreria de a senhorita estar em um atual relacionamento com o investigador e principal responsável do caso que nos reuniu no presente dia?

— As fotos são suficientes para o júri — o juiz interferiu antes que ela pudesse responder.

Cheryl tentou contra-argumentar e citar como ocorreu sua relação com Zayn, mas Benjamin se adiantou em interrompê-la.

— Concordo com a senhorita quando afirmou que suas relações com o réu se iniciaram em doze de janeiro de dois mil e quinze, entretanto, tenho provas que anulam parte de seu depoimento, além do relacionamento com um dos oficiais que trabalha no caso, é claro — Barnes adicionou sarcasticamente — Em respeito à senhorita, o vídeo foi parcialmente embaçado para a reprodução neste tribunal, e imagino ser interessante esclarecer ao júri que foi você quem o deu de presente para o réu.

— Chega! — Greg, o irmão de Niall se levantou — Estou aqui há horas e até agora todas as perguntas e acusações feitas, se é que posso chamá-las de "acusações" nem se quer envolvem o meu irmão circunstancialmente. Não tenho interesse em saber sobre a vida sexual de nenhum dos presentes neste tribunal e tudo o que o Doutor Wilkins fez foi despejar desconforto em todos nós que estamos sofrendo pela perda de Niall, fico desapontado em saber que este é o tipo de defesa que o governo oferece para as vítimas, mas já esclareço que apenas não considerei contratar eu mesmo um advogado pois já sabia que o responsável pela investigação não tem foco algum no acontecido, e sim é obcecado com os Payne e obviamente tenta forçar uma acusação. Continuem este julgamento inútil, mas eu não assistirei isso por nem mais um segundo.

[...]

— Greg? — me aproximei do irmão de Niall ao lado de fora do tribunal, um intervalo de trinta minutos havia sido estipulado pelo juiz após ele ter interrompido o depoimento de Cheryl Thompson — Não consigo pensar em nada além de "Como você está?", já sei a resposta, mas sinto que preciso falar com você.

— Todas essas pessoas, inclusive nós dois, já fez coisas muito erradas na vida, mas sexo sádico não é argumento para a acusação de um assassinato. Isso tudo é um descaso absurdo com o que aconteceu com o meu irmão e todos nós, fico muito feliz em saber que não posso retornar após o intervalo — enquanto falava, seu olhar era distante, mas foi capaz de pegar um maço de cigarros no bolso, posicionar um na boca e me oferecer outro, me encarando apenas depois de dar a primeira tragada.

— Não voltarei aqui se o julgamento for suspenso até segunda ordem — falei enquanto negava o cigarro que ele havia me oferecido.

— Eu estava há meses sem falar com ele — suspirou — A última vez que eu vi meu irmão, nós havíamos discutido e por mais que ele merecesse cada palavra na época, me arrependo de tudo o que eu disse.

— Sinto muito — murmurei — Se houver algo que eu possa fazer, não hesite em me falar.

— Temos que entrar — Liam foi ao meu encontro na parte exterior do tribunal, fazendo com que os cliques distantes das câmeras dos repórteres e fotógrafos insistentes que permaneciam ali, triplicassem.

[...]

— O senhor pode descrever detalhadamente suas ações no Hotel e Cassino Bellagio durante a noite do dia vinte e três de outubro deste ano?

— Skyler e eu não estávamos em nossos melhores dias e eu decidi ir até a festa dela para mudar isso, a encontrei no momento em que cheguei, mas logo nos separamos, fiquei no bar conversando com Styles, até que decidi procura-la e a encontrei a caminho do banheiro, trocamos algumas palavras, ela se afastou e eu comecei a andar pela festa — Zayn explicou entediado — Então a vi dançando durante o show e continuamos com nosso joguinho de gato e rato. Conversei com algumas garotas para me distrair, Skyler me levou até um escritório para conversarmos a sós e estando satisfeito, fui embora. Não gosto de festas e minha única preocupação era meu relacionamento, tendo-o sob controle, eu não tinha mais o que fazer lá.

— Durante a conversa a vítima teria sido mencionada? — Wilkins tentou mostrar serviço e Zayn riu.

— Eu quis ser educado quando disse que nós "conversamos", não foi exatamente isso que aconteceu.

Ao meu lado, Liam se remexeu desconfortável.

— Última pergunta. Assume possuir as três armas de fogo que foram encontradas em sua casa? E assume ter experiência para manuseá-las?

— Sim.

[...]

— Começo ressaltando o corte post-mortem que foi realizado na garganta da vítima — O réu não só possui conhecimento vasto sobre a anatomia humana, como também grande apreço por objetos cortantes e é válido ressaltar que qualquer ato post-mortem é caracterizado como sádico — Wilkins começou a acusação.

— Por consequência de seu estudo a respeito da anatomia humana e a tendência sádica, o réu opta por cortes certeiros e sem hesitação, o sadismo se caracteriza por satisfação ao ver os resultados da dor causada — Barnes contra-argumentou — Tendo o corte realizado na garganta da vítima em pauta, acho que devo destacar dois fatores importantes: Segundo a autópsia houve hesitação no corte e o mesmo foi realizado da direita para a esquerda, comprovando que o autor do corte seria canhoto. O réu é destro.

— O tiro mortal, diretamente no coração. Um ato duplo de violência e digno de pessoas que gostam de ver o sofrimento nos olhos da vítima ao perder a vida de modo tão instantâneo. Como confirmado pelo próprio réu, ele tinha em sua posse três armas de fogo e experiência para utilizá-las.

— Fico realmente tocado com a maneira emocionante em que descreve "o sofrimento nos olhos da vítima", mas me vejo na necessidade de o recordar uma coisa: sadismo é uma área no qual os praticantes são a favor da dor e de sua prolongação, não de sua instantaneidade — Barnes explicou calmamente — Foi comprovado pela balística que a bala utilizada durante o crime não é compatível com nenhuma das armas de fogo possuídas pelo réu. A arma utilizada durante o crime foi uma rara pistola russa chamada Makarov, as três armas do réu são pistolas Glock, e é indispensável relembrar de que em Las Vegas o porte de armas é legal e sem necessidade de licença ou registro, documentos que mesmo sob tais circunstâncias, o réu possui.

— A perseguição insistente com a caçula Payne e o prazer em causar dor a ela, como implícito nos depoimentos do réu, foi a razão do corpo ter sido deixado propositalmente na cama da própria.

— Doutor Wilkins, sadismo é o ato de infligir dor física, não emocional — Benjamin permanecia impassível defronte aos absurdos ditos pelo advogado de acusação.

— O réu diz ter ido embora após o encontro com Skyler Astrid Payne em um dos escritórios durante a festa, mas sabemos que ele possui conhecimento sobre o sistema de segurança da suíte da mesma, já tendo a invadido anteriormente, isso comprova que ele consegue entrar e sair sem complicações. Pode ter encontrado a vítima na suíte com a caçula Payne em algum momento e isso causou sua fúria.

— Como dito no testemunho da própria, o acesso à suíte foi concedido por Liam James Payne. Não há, e nunca houve registros de entrada forçada.

— Por fim, tenho comigo um laudo que confirma que o réu possuí Transtorno Explosivo Intermitente...

— O réu sempre realiza exames psicológicos rotineiros e nunca foi diagnosticado com TEI, ou como dito, Transtorno Explosivo Intermitente, devemos levar em consideração que o réu também nunca demonstrou comportamentos indevidos e violentos à frente de nenhuma testemunha válida. Não é oportuno considerar que o réu tenha cometido um crime de ódio.

•••
Capítulo gigante para compensar o tempo que eu desapareci :)
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