Capítulo 149

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Layla narrando

Já haviam se passado algumas horas desde que eu havia acordado, o garoto voltou apenas para me trazer remédios e uma bandeja com comida... Pelo menos isso, né? Mesmo assim, ainda não tive tempo para perguntar nada sobre ele, ou melhor sobre "Eles" E sobre aquela pessoa que eu vi nas memórias dele.

Eu já estava começando a ficar entediada, é nessas horas que eu queria ter um telefone, nem que fosse para ligar para as garotas... Eu estou preocupada com Lucas, será que ele conseguiu dormir? Teve pesadelos? Eu prometi que nunca ia me afastar dele e que iria protegê-lo e agora... Eu estou aqui, nessa fossa.

Eu estou dividida, posso ficar aqui e talvez conseguir as respostas ou tentar fugir, mesmo sabendo que é uma péssima ideia...

No que eu estou pensando? Não preciso desses tipos de pensamentos ruins, não importa se Kylie, Lily e Ivy não estão comigo... Eu ainda posso sentir aquela coisa ruim dentro de mim e sinto que ela está tentando me enfraquecer, então eu não posso ceder.

Tudo que eu menos quero ver é Lucas triste por uma escolha estúpida minha, eu estou tão frágil quanto ele agora, mas eu sempre já estive assim antes, passei bons anos apenas sendo uma humana normal, me metendo em confusões, me machucando e aprendendo com tudo, então... Eu teria que aprender a lidar com isso.

Eu me levantei da cama e fui até a porta e como eu imaginava ela estava trancada, mas antes eu era especializada em abrir portas... Afinal, eu já me meti em várias confusões e em algumas vezes fiquei presa em lugares, então eu tinha que dar o meu jeito.

Afinal, o que seria de mim se não fosse eu?

Olhei ao redor, arrombar a porta estava fora de cogitação, chamaria muita atenção e também, eu já tô quebrada e toda dolorida, se eu batesse contra a porta ia acabar era quebrando alguma coisa de verdade, o que eu poderia usar...?

Grampo de cabelo... Pode dar certo... Né? Temos que tentar, eu vasculhei o quarto inteiro e dentro de uma caixinha que estava dentro do guarda-roupa, eu encontrei dois grampos. Agora era tentar e orar pra dar certo.

Eu fui até a porta novamente e me agachei, olhei para a fechadura fixamente e coloquei um dos grampos lá, comecei a mexer e fiquei com os ouvidos atentos a qualquer tipo de barulho, tanto vindo da porta quanto do lado de fora do quarto.

Demorou alguns minutos para eu ouvir um "Clik", pelo visto eu ainda tinha o mesmo jeito de moleca, algumas coisas nunca vão mudar... Afinal, mesmo que eu tenha me tornado outra pessoa, eu não esqueci dos meus dias de antigamente e parece que meu corpo também não.

Eu abri a porta tentando não fazer barulho, até porque... O garoto era um lobo, ele poderia ouvir qualquer barulho, eu estou claramente em desvantagem, mas quem se importa? Eu debocho da cara do perigo.

Só que não, mas enfim, eu tinha que achar a saída daquele lugar antes que fosse tarde, nenhuma resposta me prenderia ali, eu descobriria quem estava por trás daquilo de uma forma ou de outra, eu querendo ou não...

Não importa quem ou o que está por trás disso, eu prometi que acabaria com aquilo e promessa é dívida... Mesmo que eu morra, eu juro que vou levar essa pessoa pra ruína junto comigo, afinal, a missão de acabar com esse ciclo de ódio é unicamente minha.

Tinha um corredor relativamente grande na minha frente, mas... Bom, eu meio que já estava acostumada com lugares como aqueles, a casa de Nicolas era praticamente um labirinto e até hoje eu não sei porque ele precisava daquela casa exageradamente grande.

Pelo menos isso me daria uma chance maior de escapar, a casa é grande o suficiente para ter esconderijos de sobra, eu tinha que sair daquele lugar ou pelo menos tentar chamar a atenção de alguém... De preferência, alguém que né ajude, até porque mais uma pessoa dos 12 selos e eu estou na merda.

TransformadaWhere stories live. Discover now