Capítulo 53

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Layla narrando

Como eu mesma disse, a conversa foi longa e só paramos de conversar quando eu resolvi que não ia mais ouvir as babaquices deles, já estou cheia disso, eu gosto deles e tal, - Como amigos, é claro - Mas eles ficarem mandando na minha vida já é demais, eu não sou mais uma criança.

Eu nem desci pro jantar, mesmo minha barriga estando doendo de fome, acredita que eles me mandaram ficar longe do Arthur? Só nos sonhos deles que eu vou me afastar das pessoas que eu gosto por que eles querem. Eles nem se quer vieram aqui pra tentar falar comigo... Pelo meu ponto de vista, eles deviam pelo menos tentar explicar o porquê dessa fixação com Arthur.

Nem isso eles me explicaram só "mandaram" Eu ficar longe dele e pronto, eu tenho a cópia da chave da Biblioteca, estou sem sono e mesmo que eu queira dormir, as palavras deles vão ficar repassando pela minha mente por um bom tempo.

Eu sei que não é uma boa ideia "fugir", mas eu não me sinto confortável aqui, ainda mais que Nicolas não está aqui e... Essa casa é dele, então... Me sinto estranha quando ele não tá. Só espero que quando ele volte, não haja como Nathan e Alec.

Peguei a cópia da chave da Biblioteca e coloquei no bolso do moletom que eu estava usando, tinha tomado banho e trocado de roupa, não tinha vestido nenhum pijama meu, por que estava frio e todos os que eu tinha ali eram soltinhos de mais.

Vesti um dos moletons de Nicolas e um short meu por baixo, se eu saísse pela porta, provavelmente Nathan e Alec iriam me impedir, então... A única escola era a janela, não que fosse muito alta ou  algo do tipo. Só espero não fazer nenhum barulho...

Sentei no parapeito da janela e quando ia pular alguém bateu na porta. Eu suspirei.

Eu-Quem é?

-André.

Sai do parapeito da janela e fui até a porta em passos lentos, abri a porta e dei espaço para ele entrar e logo tranquei a porta de novo. Se eu deixasse aberta, qualquer um poderia entrar.

Eu-O que você quer?

André-Desde quando você é tão seca comigo? Parece estressada.

Eu-Desculpa, eu acabei descontando em você. É que Alec e Nathan estão me deixando meio estressada.

André-Eles fizeram algo com você?

Eu-Não, exatamente. Só me proibiram de falar com Arthur por que... Estão com ciúmes, eu acho.

André-Ciúmes?

Eu-Sim, é o que parece para mim, pelo menos.

André-Se estivéssemos na cidade, eu com certeza quebraria a cara deles. Mas eu não quero arranjar confusão aqui e nem entrar numa briga que sei que vou perder... Isso me deixa com raiva. Não posso nem, ao menos, garantir seu bem estar.

Eu-Não se preocupe, eu não vou dar ouvido a eles. Eles não mandam em mim e muito menos com quem eu converso ou deixo de conversar.

André-Que bom que você continua a mesma...

Eu-O que quer dizer com isso?

André-É que... Você pareceu ter mudado, claro, você passou por muitas coisas, mas... Pensei que você tinha mudado pra valer.

Eu-Eu nunca vou mudar o que eu sou.

Me sentei na cama perto dele.

André-Eu sei que você não está feliz com isso. Eu posso não estar mais tão próximo de você como antes, mas... Eu sei que nem sempre seus pensamentos são bons e otimistas.

Eu-Você sempre entendeu como eu me sinto, né? Eu nunca disse obrigada por você cuidar de mim. Sabe... Você não tinha obrigação de cuidar de mim, mas você o fez.

André-É claro que eu tinha obrigação, esqueceu da promessa que fiz a sua avó? Mas... Mesmo se eu não tivesse prometido, eu ia cuidar de você por que... Eu te amo.

Olhei para ele.

Eu-Também te amo.

Abracei ele e ele retribuiu, senti que ele tinha ficado meio estranho, mas não liguei. Eu gosto muito dele mesmo, desde criança ele sempre cuidou de mim e me protegeu, pensei que fosse o jeito dele de dizer obrigado a minha avó por acolhê-lo, mas... Ele demonstrou que nunca foi por causa disso.

André-Se você soubesse o quanto isso significa pra mim...

Eu-O que você está murmurando?

André-Nada demais.

Eu-Hum... André, você pode dormir comigo hoje? Como fazíamos quando éramos crianças?

André-Hum... Claro.

Me afastei do abraço e vi o sorriso caloroso que ele oferecia. Sempre que eu ficava triste ele estava do meu lado, quando eu estava feliz também, ele sempre me animava de um jeito ou de outro.

Eu-Eu nunca tinha notado isso, mas você tem um ótimo cheiro.

André-Isso é uma coisa meio estranha de se dizer.

Ele pareceu meio sem graça.

Eu-Só falo verdades, agora vem logo deitar, eu tô com sono.

Pois é, assim que ele entrou no quarto me senti mais relaxada. Ele se deitou ao meu lado e eu liguei o ar condicionado, por incrível que pareça, sim, tinha um ar condicionado naquele quarto. Eu me embrulhei assim como ele e me aninhei nele.

Eu sempre gostava de dormir perto dele, por que ele era quentinho e... Para falar a verdade, desde sempre seu cheiro foi bom, pelo menos pra mim. Quando ele coloquei o braço ao redor da minha cintura eu nem liguei, éramos íntimos e eu não precisava ficar com vergonha dele, certo?

Era bom dormir sentindo o cheiro dele...

TransformadaWhere stories live. Discover now