Capítulo 142

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Layla narrando

Eu fui em direção ao camarim e fui seguida por Ágata e Érica, elas começaram a me elogiar, mas eu nem liguei, no momento minha mente tava bem distante dali, é claro, depois de tantos anos... Depois de todos aqueles anos, ela simplesmente decide aparecer do nada, como se fosse a coisa mais normal do mundo.

Eu sei que ela é minha mãe, mas... Eu não ligo, ela não estava lá quando eu precisei, não estava lá quando eu estava precisandl de ajuda e ela... Nunca esteve comigo, eu não vou simplesmente perdoá-la por isso. Ela não teria ido embora se não quisesse, ela poderia ter ficado, ela poderia ao menos... Ter me levado.

Foi ela que decidiu que me deixaria aqui, então não há motivos para eu querer vê-la, apesar de saber que no futuro iríamos nos encontrar, de uma forma ou de outra, eu posso estar agindo de forma imatura, mas... Merda, ela tentou matar o meu irmão! Depois de tantos anos, ela simplesmente reaparece derrepente e tenta matar a pessoa mais importante pra mim? Onde diabos ela estava com a cabeça?

Ela achava que eu iria perdoá-la por aquilo? Nunca.

Lucas é a coisa mais importante pra mim no momento, não só pelo laço de sangue, mas porque ele conquistou minha confiança e me ajudou quando eu precisei, ele esteve lá e... Ela não tem o direito de se intrometer na minha vida.

Ágata me ajudou a tirar a maquiagem e logo depois eu tirei o vestido, tudo isso dizia apenas uma coisa... Algo ruim ia acontecer, era lógico, tudo estava até que tranquilo, então eu tinha mesmo que começar a desconfiar de toda essa paz e tranquilidade.

Depois de guardar tudo, eu fui até Gabriel e ele me deu minha diária, o mesmo estava ocupado e tinham vários papéis em cima da sua mesa, antes de ir eu conversei com ele sobre as minhas folgas, mudei os dias da semana, eu teria elas no domingo, segunda e sexta.

Eu sai pela porta dos fundos para evitar de encontrar algum bêbado por ai e também... Tentar evitar uma certa pessoa, não seria para sempre, afinal, eu sabia e sentir que iríamos nos encontrar uma hora ou outra, mas estava torcendo para não termos a conversa de mamãe e filhinha hoje.

As ruas perto do estabelecimento estavam bastante movimentadas, Ms conforme eu fui andando, as pessoas foram sumindo e a rua ficava cada vez mais fria e solitária, desde que eu voltei para o controle do meu corpo, tenho sentido que algo mudou dentro de mim.

Algo está estranho...

Deve ser esse maldito legado... Esse sangue ruim que corre nada minhas veias, por que esse tipo de coisas sempre acontece comigo? Eu só queria ser uma pessoa normal, eu confesso que queria um pouco de ação para essa cidade, mas... Eu não queria vê-la destruída... Eu não queria destruí-la.

Eu nunca tive sonhos para o futuro, eu apenas esperava viver normalmente, encontrar um emprego do qual eu não gostasse, mas que o salário desse para pagar as despesas, assim, eu apenas seria conhecida como a *tiazinha louca da vizinhança* pelas crianças.

Nunca imaginei que essa perspectiva mudaria tanto com o passar dos tempos, quanto mais eu descubro sobre meu passado... Quanto mais eu descubro sobre o sangue que corre em minhas veias, mas eu tenho vontade de fugir de tudo isso, dessa merda toda que está me atormentando.

Mas...

É difícil, eu não fui criada para ser uma perdedora e muito menos para fugir disso, porquê apesar de tudo... Eu tenho esse peso sobre minhas costas e não há o que possa se fazer, eu não posso simplesmente fugir sabendo que sou uma bomba relógio prestes a explodir.

Eu não posso fugir sabendo que deixei pessoas correndo perigo, eu não posso fugir do meu passado e nem da minha história, porque... Tudo já está escrito, então mesmo que nem ligue para meu destino... Não tem problema, já que eu tenho apenas que cumprir essa profecia, eu nasci pra isso...

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