Capítulo 11

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Layla narrando

Puxei Kate pra fora de casa e sai puxando ela, queria mostrar primeiro a praça a ela, era o lugar mais legal dessa cidade, tirando a floresta, mas não acho que ela queira conhecê-la.

Eu-Vem vamos tomar sorvete, eu pago!

Puxo ela pra sorveteria que fica na praça, geralmente ninguém ia muito lá, não me pergunte por que, era apenas um lugar pouco movimentado.

Entramos e estava tudo escuro, tinham apenas algumas pessoas mexendo no celular, eu pedi para Kate esperar em uma mesa, ela pediu sorvete de morango e eu como sempre vou pedir de chocolate.

Eu peguei os sorvetes e fui me sentar, Kate estava olhando o local, mas assim que me viu, quer dizer, assim que viu o sorvete, seus olhos começaram a brilhar.

Eu dei o sorvete a ela e ela não demorou muito a pegá-lo, não tinha muito o que se fazer nessa cidadezinha pacata, temos menos de 1.000 pessoas morando aqui, todos se conhecem e sempre são os mesmos rostos e tudo mais.

Eu-Então Kate, aonde você morava antes de e vir pra cá?

Kate-Nova Iorque.

Eu-Nossa uma moça da cidade como você, deve estar acostumada a ter outra vida.

Kate-Nem tanto, sabe, sempre preferi locais mais calmos, Nova Iorque é sempre muito agitada.

Eu-Então... André disse que seus pais te mandaram pra cá, porque achavam um lugar mais tranquilo pra você, por que isso?

Kate-Bom... Eu... Me meti com pessoas erradas, nunca fumei e nem bebi se é o que quer saber, mas... Acabei passando uma noite na delegacia.

Eu-Nossa, você fez o que? Roubou alguém?

Kate-Não exatamente eu... Sabe, eu só queria ter amigos.

Falou um pouco triste.

Eu-Vamos se anime, para não ficar triste vou te mostrar o meu lugar preferido... Espero que não tenha medo de ir na floresta.

Eu a puxei, mas parei assim que ouvi meu nome.

-Layla, não vai pagar pelo sorvete?

Eu-Coloca na conta.

Saio puxando Kate e a mesma quase cai de cara, a floresta estava perto, mas aposto que André vai me matar por levar ela até lá.

Kate-Onde estamos indo?

Falou quando entrámos na floresta.

Eu-Não é óbvio? Estamos na floresta.

Sorrio sem mostrar os dentes.

Kate-André me falou que era perigoso.

Eu-Que nada, bom... Só a noite.

Engulo em seco ao lembrar do que aconteceu naquela noite.

Kate-Você vem aqui muito?

Eu-De vez em quando é um lugar calmo, gosto de vir aqui para ler e para estudar, é um bom lugar.

Falei assim que cheguei no espaço onde tinha aquela grande árvore, como eu gostava dela, tinha grandes galhos e era muito alto, mal dava para ver o final dela.

Kate-Nossa, essa árvore é... Fantástica.

Eu-Ela é a mais velha dessa floresta toda, minha avó me disse uma vez. Vem vamo subir.

Kate-O que? Subir ai? Não! Tenho medo de altura.

Eu-Medos estão ai para serem superados.

A olho confiante, mas ela nega.

Kate-Não, eu vou cair.

Choraminga.

Eu-Eu vou te segurar se você escorregar, vem, juro que é seguro.

Kate-... Tudo bem, então.

Fala e eu subo primeiro com um pouco de esforço, logo ela sobe e eu a ajudo, vamos subindo de galho em galho, acho que a adrenalina de subir até o alto, deixou ela mais corajosa, pois ela nem falou mais sobre o medo de altura.

Eu-Kate, não olha pra baixo.

Eu falei ao perceber o quanto longe do chão estávamos, Kate olhou para mim apreensiva, estávamos sentadas em um galho firme e grosso, não iria quebrar, então não corriamos o risco de cair, só se alguma de nós escorregasse.

Kate-Nossa, daqui dá pra ver a floresta inteira.

Eu-É lindo, não é? Eu sempre gostei de subir aqui para observar, dá pra ver até a cidade daqui.

Kate-Só tenho medo daquela parte, a floresta parece mais escura e assustadora lá.

Eu-Eu também tenho medo daquela parte, não sei se você percebeu, mas ela dá para os fundos da nossa casa.

Kate-Sério? Acho que não vou gostar de ir nos fundos da casa.

Eu gargalho.

Eu-Esse vento é muito bom, acho até que posso dormir aqui.

Kate-Será que a gente cai?

Eu-Acho que não.

Começamos a conversar sobre assuntos variados, me esqueci até que perto daqui tinha sido atacada por um lobo, ou seja lá o que aquilo era, e Kate esqueceu de seu medo de altura, inclusive... Começou a gostar de lugares altos, por isso que eu digo que os medos estão ai para serem enfrentados.

Kate me pediu pra cantar uma música que eu gostasse, ela disse que gostava de ouvir as pessoas cantando, eu fechei os olhos e comecei a cantar, quando os abri novamente, Kate estava... Dormindo.

Ela estava fofa dormindo daquele jeito, acho que André não vai se importar se nós nos atrasarmos um pouquinho, fechei os olhos e aproveitei o vento batendo no meu rosto, alguns segundos e já tinha adormecido, sem nem perceber.

~Quebra de tempo~

Alguém estava me chacoalhando, abri os olhos lentamente e pisquei várias vezes para me acostumar com a escuridão, eu me acostumei facilmente, estava um breu, mas eu vía tudo, só que estavam em uma cor avermelhada, um pouco estranha.

Kate-Layla, você acordou?

Eu-Sim, estou acordada.

Kate-E-eu estou com medo, quando acordei estava escuro e sem falar que... Você está ouvindo isso?

Sussurra a última frase e eu me concentro na audição, derrepente começo a ouvir barulhos estranhos, como se alguém... Ou algo, estivesse arranhando a árvore, eu olhei para baixo e vi algo escuro se movendo de um lado pro outro, parecia um animal... Um lobo de pelagem preta que estava me encarando com seus olhos... Vermelhos.


TransformadaWhere stories live. Discover now