Branquinha

Capítulo 102

- Já vou atender - Saily gritou enquanto largava a colher de cereal dentro da tigela. 

Sophia tinha saído da cama mas nem se preocupou em se arrumar, sentou no sofá tentando engolir o café quente. 

- Olá - a morena sorriu abrindo a porta para o carteiro. 

- Você é Sophia Abrahão? 

- Sou eu - a loira correu até a porta. 

- Fui mandado a entregar nas mãos essas cartas - deu os envelopes a Sophia que quase caiu, não estava acreditando. 

Mas Saily foi mais forte, pegou da mão da loira escondendo. 

- SAILY, ME DÊ ESSAS CARTAS AGORA - gritou. 

- Nada disso - voltou a olhar o carteiro - obrigada, tenha um bom dia. 

Fechou a porta voltando a encarar a amiga. 

- Me dê agora. 

- Quem está fazendo com certeza deve ser de mau gosto. 

- Não tem nada de mau gosto, é mandado da cadeia, olhe a data - se explicou entre as lágrimas - por favor, me dê isso agora. 

- Não vou te dar, quero fazer um trato com você - cruzou os braços - se me prometer que vai melhorar e dar um up eu te devolvo as cartas. 

- Como? 

- Eu te devolvo as cartas se sair daqui e viver sua vida. 

- Está falando merda? 

- Saia desse quarto, cuide do seu filho e pare de se dopar. 

- A conversa que tivemos a horas atrás não adiantou pra você. 

- Pra mim adiantou, pra você não - umedeceu os lábios - me prometa isso? 

- Não vou te prometer porra nenhuma. 

- Me prometa - alterou a voz. 

- Você sabe que vou conseguir as cartas novamente, não sabe? 

- Nem por um caralho - sorriu maléfica - isso vai fica bem guardado, e digo, não vai ser aqui. 

- Que merda, Saily - andou até a morena - eu preciso disso, está vendo o meu estado. 

- Você precisa melhorar, sabe disso - pausou. 

- Quer saber? eu vou sair - andou até o quarto, a morena lhe seguiu. 

- Onde você vai? 

- Buscar o meu filho - abriu o guarda roupa buscando uma calça - você é tão ingênua que fez o favor de dizer a minha sogra que não posso cuidar dele, o quê acha? que eu estou ficando louca? 

- Pra quem toma cinco remédios, isso sim é loucura. 

- ISSO SE CHAMA DOR - se desesperou - é isso que se chama. 

Saily ficou em silêncio vendo Sophia passar com uma bolsa entre os ombros, saiu porta a fora chamando um táxi. 

Não demorou muito pra que a mesma chegasse lá, afundou o botão na campainha esperando Rita atender a porta. 

- Sophia - abraçou a mesma - meus pêsames. 

- Obrigada - foi fria entrando na casa - onde está Antônia? 

- Está no quarto de Jon - explicou, a loira mal ouviu e correu pro quarto. 

Deu duas batidas na porta vendo entreaberta, avistou Antônia deitada em um grande colchão com as mãos apoiadas na cabeça enquanto olhava Kevin dormir tranquilo, Jon estava dormindo profundo, nem parecia que perderam alguém importante.