Capítulo 66

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O tribunal era enorme, Sophia quase se cansou ao subir todas aquelas escadas, estava sem fôlego e animada. Seguiu o advogado que entrou por uma sala restrita, deixou sua maleta em uma mesa qualquer e arrumou o terno mais uma vez antes de encarar Sophia.

- Fique ao meu lado e não fale nada, tudo bem? - ela assentiu - vamos.

Entraram na grande sala onde discutiriam as acusações, na frente o lugar do júri estava vazio pois o mesmo chegaria, ao lado dele também estava vazio já que Micael iria chegar, apenas Sophia ocupava o lugar dos testemunhas e o advogado que encarava as paredes perdendo a paciência.

Escutaram barulhos diversos e olharam a grande porta, Micael passou por ela junto com dois guardas que o acompanhava, estava algemado e com o uniforme de detento, Sophia queria chorar, sorrir, abraçar e beija-lo bastante mas a justiça não deixava. Não demorou muito pra que o júri chegasse junto com mais dois homens do estado, todos se colocaram aos seus lugares.

- Estamos aqui diante ao júri para decretar o destino de Micael Borges, acusado por tráfico de drogas - um dos homens se levantou falando alto, andou até Micael - você jura diante de Deus que não falará mentiras durante esse julgamento?

- Eu juro - Micael disse fraco ao encostar no microfone, aquelas algemas estavam o matando.

- Onde você estava na noite treze, no último pagamento do mês em um sábado?

- Não me lembro.

- Não se lembra?

- Protesto, meu cliente não pode ser pressionado - o advogado em fim fez seu trabalho - Micael, onde você estava naquele sábado? certeza de que não se lembra?

- Estava no clube.

- Fazendo o quê? - o advogado caminhou até ele o encarando.

- Vendendo e me divertindo - olhou Sophia querendo sorrir.

- Por quê estava traficando?

- Porque não consegui nenhum outro emprego e precisava de dinheiro pra manter minha faculdade.

- Então você estuda? - o homem voltou a falar.

- Meu cliente faz faculdade a três anos e tenho todo direito de defendê-lo.

- Defendê-lo?

- Sim, precisou do dinheiro para pagar a mensalidade.

- Um emprego seria muito bom.

- Não há empregos em Seattle - encarou o homem com sangue nos olhos, queria salvar Micael.

- Como você explica isso? 

- Meu cliente está sendo pressionado, quero régias diante do júri.

- Silêncio - o júri bateu o martelo tirando todos do transe - como você responde a essas acusações? - encarou Micael.

- Não sou culpado, quero justiça.

- Você estava traficando para conseguir dinheiro e pagar as mensalidades da faculdade e ainda quer justiça? oras meu júri, isso é...

- Silêncio - voltou a bater o martelo - vamos dar uma pausa de vinte minutos enquanto pensamos sobre o acusado.

A sala voltou a ficar em silêncio, Sophia encarou Micael andando até ele mas foi barrada por um dos guardas.

- Onde pensa que vai?

- Falar com meu namorado - fechou a cara - me deixe falar com ele, por favor.

Se entreolharam e deu passagem a Sophia que quase pulou em cima do mesmo.

- Que saudade de você, do seu cheiro - beijou os lábios da mesma - queria te abraçar mas as algemas não deixam.

- Eu te abraço, não tem problema - voltou a beija-lo - vai ficar tudo bem, nós vamos pra casa.

- Se aquele palhaço parasse de me detonar eu já tinha saído daqui - disse baixo.

- Você não pode mentir, jurou a Deus e ao júri.

- Se eu não mentir nunca irei sair daqui.

- Mas se mentir vai ser um crime cometido.

- Estou fodido, tem certeza de que esse advogado é bom?

- Tenho, paguei três mil dólares por ele - pausou - tem que ser bom.

- Onde conseguiu três mil dólares?

- Segredo - o beijou novamente sentindo cada centímetro de sua boca e língua - eu te amo tanto.

- Quando eu sair nós vamos trancar a faculdade e casar de uma vez.

- Vamos, e que se dane minha mãe e meu pai.

- Como foi o almoço com ela? não tivemos tempo de conversar.

- Ela odiou a ideia de estarmos noivos - respirou fundo - não posso fazer nada, eu disse que eu te amo e você me ama mais ainda.

- A cada dia te amo mais - cheirou seu cabelo.

- Quero ser feliz ao seu lado, sem regras e preocupações.

- Isso vai acabar em breve, você vai ver.

- Eu te amo, Micael.

- Eu te amo, Sophia - iniciaram mais um beijo meloso.

Ficaram algum tempo conversando sobre o quanto se amavam até o júri entrar no local novamente junto com o homem irritante e o advogado de Micael.

- Todos sentados, por favor - bateu o martelo novamente - discutimos sobre sua sentença - encarou Micael abrindo um papel todo enrolado e lacrado - eu, júri protetor das leis e de acordo com o estado decreto Micael Borges a sentença com 2 anos e meio de prisão por tráfico de drogas, encaminhado e preso ao presídio estadual de Seattle.

- MAS ISSO NÃO PODE ACONTECER - o advogado berrou enquanto Sophia se colocava a chorar, segurou os cabelos nervosa, Micael arregalou os olhos - MEU CLIENTE É UMA VÍTIMA DISSO TUDO.

- SILÊNCIO - bateu o martelo novamente - as leis do estado dizem que você é culpado, tráfico de drogas é mais inapropriado que tudo diante dos crimes cometidos - encarou Micael que não tinha uma cara boa - levem ele de volta, e assim termino o nosso julgamento.

- MICAEL, NÃO - Sophia gritou - MICAEL, MÊ SOLTE, QUE INFERNO - um dos guardas a seguraram enquanto via Micael sendo levado - MICAEL - gritou mais uma vez se remexendo no colo do guarda que a segurava - MICAEL!

O último grito lhe deu náuseas e ânsia de vomito, o local que estava tinha ficado pequeno e zonzo diante de seus olhos, as mãos molengas perderam o sentido e a voz pareceu sumir.

Logo tudo escureceu em sua mente, não sabia onde estava mais.

BranquinhaHikayelerin yaşadığı yer. Şimdi keşfedin