Branquinha

Capítulo 57

Estava tudo pronto pro tal linchamento, Micael e Sophia indo pro galpão da universidade, tudo certinho e combinado. Tompson os esperava do lado de fora enquanto as meninas já tinham pego Hannah, como fizeram isso? também não sabiam. O carro do moreno foi estacionado por ele no mesmo lugar, estava tudo calmo, a noite tinha caído. Sophia saiu do carro vestindo um sobretudo preto, jeans e tênis, o namorado uma camisa polo preta, bermuda jeans e seu glorioso tênis. Caminharam até o amigo que sorriu, tinha um maço de cigarro entre os lábios.

- Boa noite, Jesus Branca - Sophia riu leve colocando as mãos nos bolsos - tudo certo?

- Sim, elas já chegaram? - teve ansiedade em sua voz.

- Todas suas - tragou o cigarro e Micael a levou pra dentro.

- Tome conta de tudo - o amigo assentiu escutando o recado do moreno.

A borracha do tênis de Sophia ecoou no lugar, estava tudo escuro, apenas uma luz indicando o assento de madeira onde Hannah estava presa, parecia um sequestro. Vestia uma saia minúscula, tinha salto nos pés e uma blusa tomara que caía, a perua perfeita.

- Que bom ver você, Hannah - Sophia se aproximou e a mesma cuspiu no chão, não foi boas vindas.

- Vaca - gritou - eu vou te matar - recebeu um chute na perna pela ruiva que a tinha pego.

- Você já me matou, acredite.

- Isso é sequestro? fique sabendo que vou contar tudo...

- Você vai? - perguntou incrédula puxando seus cabelos - você tem certeza?

- MEU CABELO!

- ISSO TAMBÉM DOEU EM MIM, PIRANHA - puxou ainda mais, sentiu grunhidos da morena.

- Eu juro que vou acabar com você quando sair daqui, acabo com você, com o gostoso do seu namorado e essas horrendas pobres que me pegaram - recebeu um soco na boca, seus lábios sangraram.

- Eu vou esperar - soltou o cabelo da mesma - ainda quero saber porque fez isso comigo.

- Você é vadia, como toda as outras.

- Vadia? minha beleza te incomoda?

- Quem disse que você é bonita? - riu maléfica recebendo mais um soco na boca e outro no rosto.

- Todo mundo que chamei a atenção - foi sua vez de sorrir maléfica - coitada de você, vai ficar tão feia - apoiou as mãos nos joelhos - não quero encostar num verme como você, vou pedir pra que elas encostem.

- Cagona.

- Não sou, pelo contrário - pausou - elas vão fazer pior, tudo que fez comigo e mais um pouco. Enquanto te batem quero que repense sobre o quê fez comigo, por quê sente tanto ódio de mim e por quê não deixa essa obsessão de lado - respirou fundo - vadia de merda.

Vadia de merda, essa era a largada.

Hannah foi atacada no chão por cinco garotas, bateram em seu rosto, puxaram seus cabelos longos e pretos, sua blusa foi levantada e recebeu vários chutes com sapatos de bico, estava sangrando mas não pararam. Chutaram sua cabeça, puxaram seu braço, arranharam suas pernas com as unhas, estavam fazendo o regaço. Sophia ainda em transe olhando a cena com um sorriso enorme no rosto escutou a morena gritar pedindo socorro, as unhas postiças no chão do galpão e suas unhas verdadeiras agora sangravam, carne viva. Queria muito mais que aquilo, o barulho de chutes e socos na pele era música a Sophia. Micael escorado na parede apenas se enchia de orgulho, era mais que justo.

- EU VOU MATAR ESSA FILHA DA PUTA - uma das meninas gritaram e mais socos foram dados, que maravilha.

A loira andou calma até o bolo de briga que havia no balcão, engoliu seco quando viu a imagem de outra Hannah, a morena sem vida e acabada pelo pau que estava tomando.

- Parem - tudo tinha acabado, deixaram estirada no chão, não conseguia nem levantar - doeu, não foi?

Ela não conseguia falar, a cena se repetia.

- Eu pedi socorro quando fizeram isso, que pena - silabou baixo desabotoando o jeans que usava. Deslizou a calcinha e inclinou-se a menina estirada no chão.

Micael estava boquiaberto assim como as meninas que a bateram, a urina de Sophia começou a cair no corpo de Hannah que parecia estar morta no chão, teve sangue nos olhos e sua vingança dada com sucesso, um alívio imenso. Terminou e por fim vestiu a calça novamente, chutou o corpo da outra e sorriu.

- Quero seus sapatos, eles ficam melhor em mim - arrancou com toda força dos pés da morena que não fez nada, não gritou e nem se exaltou.

Sophia acenou em agradecimento as meninas e elas sorriram, caminhou até o namorado que ainda estava bobo com a atitude que tinha tomado. Beijou a mesma e foram pra fora.

- Isso foi incrível - Tompson comemorou - escutei os gritos dela daqui.

- Sophia mijou nela, de onde tirou isso? - perguntou a namorada que corou.

- Apenas fiz tudo o quê ela fez, comigo - respirou fundo - vamos pra casa?

- Na verdade eu vou ficar até o dia amanhecer, e você vem comigo.

- Como assim? - franziu a testa.

- Tem a segunda parte, as meninas vão cuidar de Hannah - pausou.

- Eu vou pra casa, você se importa? - Tompson perguntou bocejando.

- Vai lá, obrigado pela força - se abraçaram em cumprimento e viram Tompson deixar o estacionamento da universidade.

- O quê vamos fazer? - a loira perguntou.

- Vamos ficar juntos, podemos cochilar dentro do carro.

- Vai ser bom?

- Não vai ser ótimo mas garanto que amanhã você irá entender - beijou o topo de sua cabeça - você mandou muito bem.

- Jura? ela merecia tudo aquilo.

- Vai ficar um bom tempo sem andar.

- Eu te amo - os dois se beijaram calmos, sorriram logo após sem deixar o amor ir embora.

- Vamos, deve estar cansada.

- Na verdade não - se alegrou tirando risos de Micael - vamos dar um volta.

- Uma volta? - sorriu.

- Sim, vamos celebrar o nosso amor e a minha vitória - advertiu.

Estava decidido, iria comemorar sua noite feliz.