Micael tinha tomado seu banho, devolveram as roupas antes de entrar no presídio e quando saiu teve a surpresa de seu pai, tinha até se esquecido como era bom ter ar livre novamente.
- Posso te dar um abraço? - falou com cautela antes de Micael correr para os braços do pai.
Pode parecer estranho mas o moreno desabou, agora ele sabia também e não tinha mais onde se esconder. Molhou a camisa do pai que estava fazendo o mesmo, matando a saudade.
Jorge andou com ele até a frente do presídio, entraram no carro importado do homem que deu partida em seguida.
- Meu filho - virou o volante.
- Como isso aconteceu?
- Isso o quê?
- Eu ter saído do presídio, impossível - tentou achar algo pra explicar - o júri disse que era impossível pagarem a minha fiança...
- Pois é, eu paguei a sua fiança - pausou - procurei especialistas pesados pra fazerem esse trabalho, paguei uma grana preta.
O carro ficou em silêncio.
- Obrigado, pai - Micael silabou baixo olhando a janela, sua grande Seattle.
- Tome juízo agora.
- Já vai começar a me xingar?
- Não, você foi bonzinho - sorriu.
- Certo - encarou o pai - vire a próxima esquerda, meu bairro fica um pouco longe mas por esse atalho...
- Não vamos a sua casa no momento.
- Pra onde vamos? eu preciso ver Sophia.
- Nós vamos ver Sophia.
- Aonde? - se irritou - por quê está indo em direção ao hospital central?
- Você ainda pergunta? - olhou o filho com sacarmo.
- Kevin!
Seus olhos ficaram em transe e assim que seu pai estacionou o carro Micael pareceu correr contra o tempo, nem viu como tinha deixado a porta do veículo, correu pra dentro do hospital parando em frente ao balcão.
- Oi, eu quero saber da minha noiva - respirou fundo.
- Como é o nome dela, por favor? - a recepcionista procurou no computador.
- Sophia Abrahão - procurou fôlego.
- Micael! - escutou uma voz e quando virou lá estava ela com Jon.
Andou até sua mãe dando um abraço na mesma, Jon ficou surpreso ao ver o tio, tanto tempo.
- tio Mica, tio Mica - vibrou.
- Jon - pegou o menino no colo - como está grande, a cara do seu pai.
- Micael - Antônia o chamou - temos notícias de Kevin.
- Onde está Sophia? e onde está meu filho? - entregou Jon novamente a sua mãe.
- Estão em uma sala específica, Kevin está encubado.
- Encubado?
- Sim, nasceu prematuro demais - pausou - o médico disse que ele não iria aguentar mas Sophia foi forte.
- Meu Deus - coçou a cabeça em nervosismo - eu quero vê-los.
- Só Sophia...
- Eu quero ver o meu filho, mãe.
- Fale com a recepcionista, talvez...
Não deixou a mãe falar, correu ao balcão novamente onde a recepcionista já tinha uma resposta pra sua primeira pergunta.
- Ela está na ala especial infantil.
- Eu quero vê-lá, sou o pai da criança.
- Espere um momento, vou fazer o seu cadastro e chamar uma enfermeira.
Micael assentiu esfregando as mãos em preocupação, estava nervoso e triste pelo filho. Fez menção de sentar ao lado de sua mãe mas seus olhos avistaram ela, o amor de sua vida.
Estava saindo da sala, vestia uma calça jeans e um suéter branco, andava encarando o chão, seus olhos brilharam ao olhar sua frente e ver Micael, parecia um sonho. O mesmo saiu correndo indo até Sophia que abraçou tão forte sentindo o seu cheiro, era ele ali, não precisava de mais nada.
- Amor - chorou em seu ombro - como?
- Meu pai conseguiu pagar a minha fiança - secou suas lágrimas - como ele está?
- Bem, ele dormiu quase agora - sorriu entre o choro - eu te amo tanto.
- Eu também te amo - beijou a loira, calmo e com saudade.
Viram a enfermeira andar até eles, tinha os mesmos utensílios descartáveis que Sophia estava usando para ver Kevin, entregou a Micael que ficou sem ter o quê fazer.
Sophia levou ele até a sala, os olhos do moreno brilharam ao ver o filho dentro da pequena encubadora, dormindo em sono profundo, foi como uma facada no coração. Sophia colocou a touca e mascara, por último passou o álcool nas mãos higienizando, Micael fez o mesmo seguindo a amada que tinha entrado na sala.
O barulho das máquinas apertou bem mais o coração do mesmo, olhou o filho dormindo e chorou, não tinha se aguentado, Sophia incentivou o noivo a por o indicador dentro da encubadora pra sentir os dedinhos de Kevin, com receio ele foi. Sentou na poltrona onde a loira ficava colocando o indicador, sorriu ao sentir a pele morna do filho, passou pelo corpo respirando tranquilo, era um menino lindo, a mistura dos dois.
- Ele é lindo.
- Ele parece com você - sorriu.
- É a mistura dos dois - sorriram.
- Pensei que não ia aguentar, mas fui forte - pausou - desde o primeiro momento.
- Ninguém me disse nada, pensei que ia morrer lá dentro.
- O pior já passou - abraçou Micael - agora somos nós três.
- Sim, nós três.
Sophia beijou Micael, eram os três ali, um amor inexplicável.
YOU ARE READING
Branquinha
RomanceSophia, uma garota cuja está na faculdade se arrisca ao alugar um quarto em um apartamento nobre junto com sua amiga que acabou de conhecer. Rodeada de drogas, festa e sexo acaba conhecendo Micael, o novo dono de seu coração e destruidor de suas ino...